Série de artigosA Ética Budista nos Negócios.

Nós estamos destacando trechos do artigo “An Application of Buddhist Teachings to Economic Activities in Capitalist Society” [“Uma Aplicação dos Ensinamentos Budistas às Atividades Econômicas na Sociedade Capitalista”], de autoria de Watchara Ngamchitcharoenj, visando o conhecimento e o entendimento sobre o sistema de pensamento (ética, princípios e valores), o sistema organizacional (ambiente de trabalho, de relacionamentos e de políticas) e o sistema de tomada de decisões (propósitos, resultados e metas) de uma Organização Baseada na Espiritualidade (OBE), sendo esse tipo de Organização uma tendência global irreversível para as pequenas, as médias e as grandes Empresas, em quaisquer mercados de atuação, que visam a agregação de valor para todos os envolvidos nos negócios, assim como a sua própria perenidade.

Fonte:

The Chulalongkorn Journal of Buddhist Studies – An Academic Journal Devoted to the Academic Study of Buddhism – Volume 11, 2017 [The Chulalongkorn Journal of Buddhist Studies – Um Periódico Acadêmico Dedicado ao Estudo Acadêmico do Budismo – Volume 11, 2017].

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Uma Aplicação dos Ensinamentos Budistas às Atividades Econômicas na Sociedade Capitalista – Um Estudo de Caso

Por Watchara Ngamchitcharoen Professor de Filosofia, Faculdade de Artes Liberais, Universidade Thammasat e Especialista do Centro de Estudos Budistas, Universidade Chulalongkorn

“Esse artigo pretende apresentar os resultados da pesquisa ‘Aplicação dos Ensinamentos Budistas às Atividades Econômicas na Sociedade Capitalista: Um Estudo de Caso’. Os objetivos da pesquisa são mostrar como os ensinamentos Budistas são capazes de ser aplicados às atividades econômicas, compará-los com os princípios e a metodologia capitalistas e chegar a uma conclusão se eles estão ou não em conflito com o Capitalismo.

1. Princípios e Metodologia do Capitalismo

Em primeiro lugar, é importante entender o significado e a natureza do Capitalismo:

1) Significado e natureza do Capitalismo

Em geral, ‘Capitalismo’ é um sistema econômico, bem como economia política. Em outras palavras, ‘Capitalismo’ às vezes se refere a um sistema econômico no qual o capital constitui um importante meio de produção, ou ele pode se referir a uma doutrina econômica ou escola de pensamento liderada por Adam Smith (1723-1790). No entanto, existem alguns problemas com a palavra ‘Capitalismo’. O atual sistema econômico capitalista não corresponde realmente à ideia de Smith. Ele é, ao invés disso, uma combinação de Capitalismo e Socialismo, caracterizada por monopólio e exploração. Alguns acadêmicos Tailandeses consideram ‘Capitalismo’ um sistema no qual os capitalistas possuem todos os fatores de produção e se beneficiam dessa prática mais do que qualquer outro grupo de pessoas. Além disso, os economistas dessa escola de pensamento preferem chamá-lo de ‘Liberalismo’, defendendo a economia liberal ou o livre mercado e não consideram o capital um importante fator de produção. Pensadores como Adam Smith nunca usam a palavra ‘Capitalismo’ para descrever o sistema econômico deles. Os primeiros a usar e popularizar as palavras ‘capital’ e ‘Capitalismo’ foram Karl Marx (1818-1883), um pensador socialista Alemão e Max Weber (1864-1920), um sociólogo e economista político Alemão.

Marx se refere ao Capitalismo como um modo de produção que surgiu à medida que a história mudava o seu curso. Nesse modo de produção, o capital é um fator importante de produção, assim como os escravos o eram na época em que a escravidão era uma prática comum e assim como a propriedade o era no Feudalismo. À luz da filosofia Marxista, ‘Capitalismo’ é um modo de produção ou um sistema econômico que tem o capital como principal fator de produção. Essencialmente, os meios de produção são controlados por capitalistas que contratam trabalhadores para produzir bens e serviços que trarão benefícios ou lucros ainda maiores, levando ao que Marx chama de ‘mais-valia’ (‘mais-valor’), opressão, exploração e monopólio do trabalho.

O Capitalismo Marxista, portanto, concentra-se na economia real, enquanto os economistas Liberais, até então considerados defensores de Adam Smith, concentram-se na economia com a livre iniciativa privada competindo livremente no mercado sem monopólio. Pode-se dizer, portanto, que o Capitalismo, na perspectiva Liberalista, é diferente do Capitalismo real. Segundo Chatthip Nartsupha, o Liberalismo econômico é diferente do Capitalismo real, que ele chama de ‘o sistema capitalista’.

Chatthip Nartsupha explica que o modelo liberalista consiste em um grande número de pequenas unidades econômicas livres competindo entre si no mundo imaginário (em oposição ao mundo real). O sistema econômico da Europa Ocidental, desde a revolução Democrática, tem sido dominado pelo monopólio. O capital está nas mãos de poucos. Isso é o sistema capitalista ou Burguesia, não Liberalismo. Liberalismo, portanto, não é o mesmo que Capitalismo. No Liberalismo econômico, as unidades de negócios são pequenas e competem livremente. O Capitalismo, por outro lado, vê o capital concentrado nas mãos de um pequeno número de capitalistas que monopolizam a economia. Os capitalistas usam o Liberalismo como pretexto para as suas ações, ao qual os verdadeiros liberais se opõem veementemente. Para liberais como Bentham ou aqueles da escola Neoclássica, Liberalismo econômico significa um sistema que permite a competição e nenhum monopólio e no qual as unidades econômicas são pequenas e impotentes.

Por outro lado, quando os capitalistas se referem ao Liberalismo, eles se referem ao laissez-faire sem intervenção governamental em uma economia de mercado, à livre busca de lucros e monopólios e à posse de renda e propriedade desproporcionais. Embora proponentes da escola Neoclássica, como Adam Smith, recomendem que o Estado restrinja o seu papel econômico, eles não querem dizer que o monopólio deva ser tolerado. Smith espera ver plena concorrência no mercado, pois essa prática atuará como um mecanismo contra o monopólio e a concentração de capital. Os neoliberais utilitaristas recomendam maior intervenção estatal nas atividades econômicas do que os liberais neoclássicos para estabelecer uma estrutura para a verdadeira concorrência e prevenir o monopólio, bem como a concentração de capital (Chatthip Nartsupha, 2006, 122-123).

No entanto, muitos acadêmicos consideram esses conceitos liberais como capitalistas. É verdade que Liberalismo e Capitalismo real compartilham uma série de noções, incluindo a propriedade privada. Diante disso, o pesquisador deseja chamar esse Liberalismo também de capitalista. A diferença reside no fato de que o Capitalismo que Marx ataca é um sistema econômico ou doutrina conhecido por nomes como ‘Capitalismo monopolista’, ‘Capitalismo de camarada’ ou ‘Capitalismo mesquinho’, em oposição ao ‘Capitalismo liberal’. Esse último é mais idealista e, portanto, mais difícil de praticar.

Quando acadêmicos falam sobre Capitalismo (ou Liberalismo), eles tendem a fazer uma distinção baseada na liberdade entre o Liberalismo tradicional ou clássico, por um lado, e o Liberalismo novo ou neoclássico, por outro. Economistas frequentemente se referem ao primeiro como economia clássica e ao último como economia neoclássica. A economia neoclássica é a corrente dominante atual. Para os propósitos dessa pesquisa, ‘Capitalismo’ é usado no sentido geral da palavra.

Portanto, embora essa pesquisa não desconsidere o Capitalismo histórico, ela busca se concentrar na filosofia do Capitalismo ou do Liberalismo.

2) Princípios do Capitalismo

O Capitalismo, ou Liberalismo, é caracterizado pelos seguintes conceitos:

a. Individualismo e Liberalismo:

A importância é atribuída a pessoas individuais, empresas ou outras unidades de negócios. O Individualismo representa o direito à propriedade, parte integrante do Capitalismo. O Individualismo faz com que o indivíduo seja o foco do Capitalismo, tendo o bem-estar individual como a sua meta final. Cada indivíduo é diferente. Um individualista entra na sociedade para promover os próprios interesses dele ou dela ou reivindica o direito de servir os próprios interesses dele ou dela. O interesse próprio garante que a sociedade como um todo se beneficie.

O Individualismo promove o exercício dos direitos e da liberdade de cada um. Tal Liberalismo se harmoniza com o princípio do laissez-faire de Adam Smith. (Tem-se que notar que ele não é o mesmo que o Capitalismo medíocre, que tem sido frequentemente alvo de ataques.) O princípio do laissez-faire se opõe à interferência do Estado em empreendimentos econômicos individuais e atualmente se estende para incluir o Estado que não se envolve em comércio ou produção em competição com o setor privado. Em outras palavras, há interferência governamental mínima (Preecha Changkwanyuen, 2002, 4).

Embora o Individualismo constitua a base do Liberalismo, os defensores do Liberalismo clássico ou Libertarianismo, como Smith e Hayek, têm visões diferentes dos pensadores do Liberalismo moderno ou do Liberalismo reformista. Isso é especialmente verdadeiro no que se refere ao papel do governo. Os primeiros acreditam que o governo não deve interferir nas atividades econômicas e nas empresas privadas, enquanto os últimos defendem o papel do governo nos serviços de bem-estar, como saúde, moradia e educação, bem como na gestão ou pelo menos na regulação da economia (Heywood, 1998, 26).

b. Mecanismo:

O Mecanismo vê a sociedade como uma enorme máquina composta de partes ou unidades na forma de seres humanos interagindo ou se contrapondo uns aos outros, movidos pela vontade. A vontade humana é uma força ou mecanismo projetado não para o bem comum, mas para promover a harmonia social geral (Suntharaporn Techapalokul, 1991, 10-11).

c. Egoísmo e pensamento racional:

O egoísmo argumenta que uma pessoa é, por natureza, egoísta e gananciosa, agindo apenas em interesse próprio. Para o capitalista, a ganância ou o egoísmo não são necessariamente ruins, visto que o homem é um ser econômico e racional que é capaz de escolher razoavelmente produzir ou consumir qualquer coisa com o objetivo de alcançar a máxima utilidade. Da mesma forma, uma empresa busca o lucro máximo com base na demanda e na oferta sob mecanismos de livre concorrência de mercado, resultando em um equilíbrio em que os bens são produzidos na quantidade e a preços benéficos para todos (Witayakorn Chiengkul, 1999, 67).

d. Utilitarismo, Materialismo e Consumismo:

Como o Capitalismo é influenciado pelo Utilitarismo, os economistas capitalistas sustentam que as conquistas econômicas e a busca pela riqueza máxima são determinadas pelas atividades decisórias do indivíduo (Suntharaporn Techapalokul, 1991, 10).

Os economistas neoclássicos consideram que as utilidades são ‘prazeres’ ou ‘preferências’, provavelmente incluindo gostos ou desejos intrínsecos à natureza humana. As utilidades são básicas para um paradigma econômico, moldando a substância filosófica, os modos de análise e os conteúdos do paradigma neoclássico (Suntharaporn Techapalokul, 1991, 10).

Tudo isso aproximou o Capitalismo do Materialismo, com sua ênfase quase exclusivamente em direitos, liberdade e interesses físicos como lucros e capital. Em outras palavras, o Capitalismo busca exclusivamente riqueza. Evidentemente, a maioria dos economistas clássicos e neoclássicos considera todas as coisas, incluindo os humanos, como ‘recursos’ ou ‘capital’ como parte do sistema econômico. Nesse sentido, o status humano equivale a mercadoria e propriedade. No entanto, alguns economistas ou pensadores sustentam que, em termos econômicos, os seres humanos são mais do que apenas riqueza, dando origem à economia humanística (Apichai Phanthasen, 2001, 280). Além disso, existem outras escolas econômicas neoclássicas, como a economia do bem-estar e a economia normativa, que atribuem importância à sociedade e à moralidade, bem como às atividades econômicas, de forma diferente da economia positiva. A economia positiva tende a se concentrar em fatos, excluindo valores.

No modo de pensar capitalista, os produtores buscam obter o máximo lucro com a sua produção. Isso só é possível quando os consumidores compram ou utilizam o maior número possível de suas mercadorias ou serviços. Dessa forma, o Capitalismo compartilha certos aspectos do Consumismo, com foco no consumo e no gasto.

e. Economia do bem-estar com a sua otimalidade (otimização) e equilíbrio:

A economia do bem-estar analisa situações em que um indivíduo ou sociedade obtém maior prazer com a produção, o consumo e a troca de mercadorias e serviços. Em sua visão, a situação ótima é aquela em que a demanda e a oferta estão igualmente equilibradas. Esse equilíbrio entre demanda e oferta traz as maiores utilidades tanto para produtores quanto para consumidores; é chamado de ‘equilíbrio geral’.

3) Metodologia capitalista

Não há muita diferença entre a antiga e a nova escola do Capitalismo. A metodologia é caracterizada pelo seguinte:

a. Livre concorrência:

O sistema econômico no qual os interesses próprios são capazes de gerar interesses coletivos tem que ser baseado na concorrência perfeita em um mercado livre, tendo mecanismos de preços como uma ferramenta. A livre concorrência, como vista pelos pensadores capitalistas neoclássicos, é a concorrência perfeita, uma metodologia fundamental do Capitalismo.

b. Investimento orientado pelo lucro:

Na visão capitalista, quando um indivíduo desfruta da posse de uma propriedade, ele pode investir na produção de bens e serviços e vendê-los com o maior lucro possível sob o sistema de livre concorrência mencionado anteriormente. Capital e investimentos motivados pelo lucro são outra metodologia importante do Capitalismo.

c. Administração e gestão mecanicistas:

A administração e gestão mecanicistas de uma organização voltada para negócios ou empresa é uma metodologia capitalista baseada em mecanismos. Economistas ou pessoas de negócios frequentemente adotam uma abordagem mecanicista para a gestão dos negócios, refletindo a visão de Adam Smith sobre a divisão do trabalho.

d. Uso de mecanismos de mercado ou livre mercado:

Um livre mercado é uma das ferramentas mais eficientes de distribuição de renda ou recursos. Adam Smith acredita que um livre mercado é capaz de levar mais bem-estar público do que o Estado soberano todo-poderoso de Hobbes. Tal poder soberano é uma ‘mão’ visível (Beauchamp e Bowie, 1993, 19). Em outras palavras, um mercado livre é uma mão invisível que é capaz de fazer mais pela sociedade do que tais mãos visíveis como a soberania estatal disfarçada de monarquia ou ditadura.

e. Incentivo ao consumo e poupança:

Tentativas de incentivar o consumo o máximo possível é uma estratégia de marketing em negócios para garantir os maiores lucros possíveis, resultando em publicidade e produção de bens e serviços projetados para estimular um consumo ainda maior. No entanto, a poupança é outra estratégia importante. Sem poupança para investimento, os operadores de negócios não terão capital suficiente para investir em mais produção de bens e serviços.

f. Assistência e apoio governamental às atividades econômicas:

Na visão do Capitalismo liberal clássico, o governo deve ter pouco ou nenhum papel na iniciativa privada, nem deve competir com o setor privado. Ele deve se concentrar em outras funções, como a defesa nacional.

Ao contrário, defensores do Liberalismo moderno, como Keynes, argumentam que o governo deve desempenhar um papel maior na gestão da economia, incluindo as empresas privadas. Por exemplo, não só deve ajudar a permitir que o sistema de marketing funcione livremente, mas também deve exercer o controle do mercado por meio de mecanismos tributários, a fim de evitar qualquer distorção estrutural.

2. Visões capitalistas sobre moralidade

Pensadores do Capitalismo liberal têm diferentes visões sobre moralidade. No entanto, de modo geral, muitos reconhecem a importante relação da moralidade com o Capitalismo. Um grande número de acadêmicos econômicos hoje também atribui importância à questão da moralidade.

1) Crença de que a moralidade está associada ao Capitalismo

Os proponentes dessa visão sustentam que a moralidade está associada ou pode estar associada ao Capitalismo e que a moralidade desempenha um papel importante no sucesso em negócios. Embora a maioria dos economistas neoclássicos não compartilhe a visão econômica clássica de que a moralidade está associada ao Capitalismo, alguns, como Alfred Marshall, sustentam que as atividades econômicas têm algo a ver com a moralidade. Essa visão é compartilhada por acadêmicos econômicos modernos. A crença de que a moralidade está associada ou é capaz de estar associada ao Capitalismo é caracterizada pelos seguintes aspectos:

a. O egoísmo está relacionado a valores morais:

Embora Adam Smith veja o egoísmo como parte da natureza humana, ele não é necessariamente maligno. O egoísmo ou o interesse próprio é capaz de motivar as pessoas a prestar mais atenção à sorte e ao sucesso dos outros, levando a virtudes como a benevolência.

b. O egoísmo leva ao bem coletivo:

Aqui, o egoísmo não é maligno nem está em conflito com a moralidade. Na visão de Adam Smith, o egoísmo que leva aos interesses dos outros pode combinar bem com o Utilitarismo que favorece o bem coletivo.

c. Interesse próprio é diferente de egoísmo:

Hayek defende a moralidade do interesse próprio com base na confusão que existe entre interesse próprio e egoísmo devido aos limites do conhecimento humano. Ele argumenta que grande parte da aversão ao Individualismo é causada pela confusão existente na literatura do século XVIII quanto à forma como amor-próprio e interesse próprio, para citar apenas um exemplo, são usados. Em essência, eles não denotam um senso de egoísmo mesquinho. Ao invés disso, o verdadeiro significado das palavras reside no fato inegável de que o conhecimento de um indivíduo é limitado; o que ele sabe está confinado a um ciclo estreito do mundo que gira em torno dele (Hayek, 1980, 14, citado em Shand, 1990, 74). Limitado por um conhecimento limitado, o indivíduo só é capaz de pensar ou agir com base em si mesmo ou no interesse próprio. Apesar de todas as boas intenções, os seus esforços são inevitavelmente limitados desde o nascimento pelo que ele sabe.

d. A moralidade é importante para os negócios ou é um componente da economia:

Vários pensadores da economia e da gestão de negócios reconhecem a importância da moralidade na economia ou consideram que ela é um componente essencial dos negócios.

2) Crença de que a moralidade não tem nada a ver com o Capitalismo

Os proponentes dessa noção argumentam que o Capitalismo ou os negócios não têm nada a ver com a moralidade ou não necessitam envolver a moralidade pelas seguintes razões:

a. Uma relação de negócios é um meio para um fim, não um fim em si mesma:

Uma relação de negócios ou troca em um mercado livre é um meio para um fim, não um fim em si mesmo e não tem nada a ver com a moralidade. O interesse próprio também não é o objetivo de uma relação de negócios, assim como uma faca é uma ferramenta que, por si só, não é boa nem má, dependendo da intenção de quem a usa. Ela é capaz de ser usada para cortar vegetais ou para ferir outras pessoas. Ser boa ou má depende mais do objetivo do uso. Assim, uma relação de negócios ou troca no mercado não tem nada a ver com a moralidade.

b. Negócios não têm nada a ver com moralidade, pois têm as suas próprias regras a serem seguidas, como um jogo:

Essa abordagem vê os negócios como uma espécie de jogo com as suas próprias regras que nada têm a ver com as regras morais que governam a sociedade.

c. Aspectos econômicos não tem nada a ver com decisões morais:

Aspectos econômicos é uma ciência. Como ciência, tem que ser objetivo, empírico e isento de valores. Isso não envolve pensar ou decidir o que deve ou não ser feito de um ponto de vista moral ou ético.

d. Negócios não necessitam ser morais porque são uma guerra na qual todos precisam lutar pela sobrevivência:

Essa noção é bastante rara e mal recebida, pois considera os negócios como algo que não tem nada a ver com moralidade e, portanto, não tem preocupações morais. Um dos acadêmicos que compartilha esse ponto de vista é James H. Michelman, cujo pensamento é influenciado pelo Darwinismo econômico.

3. Conceitos capitalistas em relação à Religião e à Espiritualidade

‘Religião’ e ‘espiritualidade’ aqui nessa pesquisa são usados ​​no sentido geral das palavras, abrangendo crenças, valores e práticas relativas ao desconhecido ou sobrenatural, bem como outros valores humanos além de preocupações materialistas como propriedade ou riqueza. Existem visões divergentes entre os pensadores capitalistas sobre a relação entre Capitalismo, Religião e Espiritualidade, como segue:

1) Crença de que a Religião está relacionada ao Capitalismo

A Religião está relacionada ao Capitalismo, ou o Capitalismo pode combinar bem com a Religião. Existem diversas abordagens aqui.

a. A ética Protestante promove o crescimento do Capitalismo:

De acordo com Max Weber e alguns economistas, a ética Protestante, às vezes chamada de ‘ética do trabalho’, ensina que uma vida marcada pela disciplina, parcimônia e dedicação ao trabalho árduo e à busca por dinheiro é correta e desejável. Tais ensinamentos constituem uma base poderosa para o desenvolvimento do Capitalismo ou para a criação da psique capitalista moderna.

b. O Capitalismo está em sintonia com o Cristianismo:

De acordo com essa abordagem, a economia capitalista de livre mercado está em sintonia com os ensinamentos ou a Teologia Cristã. Não há conflito sério entre os dois.

2) Crença de que Religião não tem nada a ver com Capitalismo

Essa abordagem argumenta que o Capitalismo não tem nada a ver com Religião ou não pode ser combinado com Religião, especialmente com o Cristianismo. Alguns pensadores sustentam que a Bíblia prega contra a ganância e o egoísmo. R. H. Tawney conclui que o modo de vida moderno, cujo valor é completamente oposto aos ensinamentos cristãos, é estabelecer a busca por riqueza material como o objetivo máximo dos esforços humanos. Não há como comprometer os valores cristãos com a ideologia capitalista sobre riqueza. Tawney cita a visão de Keynes em apoio ao seu argumento, afirmando que o Capitalismo moderno não tem nada a ver com Religião. Os capitalistas são meramente um grupo de proprietários e buscadores de (propriedade) (Shand, 1990, 77).

3) Crença de que o Capitalismo tem algo a ver com Espiritualidade

Existem algumas abordagens interessantes.

a. A Economia Humanista atribui importância aos valores humanos:

Nascida no século XVIII, a Economia Humanista concentra-se nas necessidades humanas, partindo do pressuposto de que a abordagem correta para a economia deve se preocupar com o desenvolvimento humano e não com lucros ou outros motivos materialistas externos.

b. A ​​Espiritualidade é a base da sustentabilidade da economia:

Uma das tendências dinâmicas atuais de pensamento é que a economia sustentável ou o Capitalismo sustentável levará a uma sociedade sustentável e que o ingrediente essencial para tal sustentabilidade é o tipo de Espiritualidade que abrange visões de longo prazo, pensamento de longo prazo, responsabilidade social e valores humanos.

c. Moralidade, Religião e Espiritualidade fazem parte do empreendimento econômico:

Atualmente, diversas empresas aplicam princípios morais, religiosos e espirituais em seus locais de trabalho. Por exemplo, na América do Norte, a Xerox Corporation e a Motorola oferecem treinamento sobre a prática de meditação para os seus funcionários. A Exxon inclui Espiritualidade em seus programas de treinamento executivo, enquanto o Banco de Montreal desenvolve material de treinamento de Espiritualidade para os seus 36.000 funcionários em todos os níveis.

Uma das tendências dinâmicas atuais de pensamento é que a economia sustentável ou o Capitalismo sustentável levará a uma sociedade sustentável e que o ingrediente essencial para tal sustentabilidade é o tipo de Espiritualidade que abrange visões de longo prazo, pensamento de longo prazo, responsabilidade social e valores humanos.

4. Princípios e metodologia dos aspectos econômicos Budista

Essa seção aborda uma série de princípios Budistas selecionados e explica como eles formam a base dos princípios e da metodologia da economia Budista.

1) Aspectos Econômicos Budista:

Há um grande número de ensinamentos ou conceitos Budistas, chamados de ‘Dharma de Buda’, que abordam a economia ou são capazes de ser aplicados às atividades econômicas. No entanto, o Budismo não possui uma abordagem sistemática para os aspectos econômicos como os sistemas econômicos Ocidentais possuem, nem de fato ele oferece qualquer preferência clara por um lado ou outro. A crença geral parece ser que o Budismo não possui um modelo econômico, mas apenas tem ‘princípios’ que são capazes de ser aplicados a todas as economias. Isso está em consonância com a abordagem adotada pelo Buda, que não apoia nem rejeita qualquer tipo de governo ou Estado de forma clara. Os princípios dele são capazes de ser aplicados a todos os governos. No entanto, se os princípios econômicos budistas forem apresentados em comparação com o modelo Ocidental, o pesquisador pensa que se poderia chamá-lo de ‘sistema econômico misto’, semelhante à forma como o Capitalismo real está sendo praticado.

Atualmente, diversas empresas aplicam princípios morais, religiosos e espirituais em seus locais de trabalho. Por exemplo, na América do Norte, a Xerox Corporation e a Motorola oferecem treinamento sobre a prática de meditação para os seus funcionários. A Exxon inclui Espiritualidade em seus programas de treinamento executivo, enquanto o Banco de Montreal desenvolve material de treinamento de Espiritualidade para os seus 36.000 funcionários em todos os níveis.

Assim como o Capitalismo, o Budismo reconhece a propriedade individual e a sua liberdade de usar essa propriedade como bem entenderem. Ao mesmo tempo, reconhece a necessidade do papel econômico do Estado; pode-se chamar essa abordagem de ‘Estatismo’. Tal pensamento, em combinação com a moralidade e os valores humanos, pode ser chamado de ‘economia baseada no Dharma(*)’ ou qualquer outro nome, dependendo do que se queira enfatizar.

[(*)Observação PO: Dharma em Sânscrito. Dhamma em Pali.]

Por exemplo, se o sistema se baseia na sabedoria (Paññā) como um fator importante de produção, pode-se chamá-lo de ‘abordagem baseada em Paññā’, como sugerido por Apichai Phanthasen (Apichai Phanthasen, 2001, 436). Se o sistema se concentra em realizar atos de caridade (Puñña) ou reduzir os desejos mundanos, pode-se chamá-lo de abordagem Puñña, como sugerido pelo grupo Santi-Asoke (Samma Sambhutta Sawok, 1988, 19). Se a ênfase for colocada na suficiência, semelhante à recomendada pela Filosofia da Economia da Suficiência do falecido King Bhumibol, o sistema poderia ser chamado de ‘economia da suficiência’. Portanto, aspectos econômicos baseado no Budismo podem ser chamados por diferentes nomes, incluindo ‘economia Budista’, ‘economia baseada no Dharma’, ‘economia baseada em Puñña’ ou ‘economia da suficiência’, dependendo do foco.

Aqui estão algumas das principais características dos aspectos econômicos (economics) baseado no Budismo ou Budista:

a. Posse de riqueza privada:

Na economia Budista, indivíduos ou grupos de indivíduos podem possuir riqueza privada, desde que a sua aquisição seja feita de forma justa e moral. A posse de propriedade privada é evidente em ‘Pañcasīla’ ou nos Cinco Preceitos, especialmente o segundo preceito, ‘Adinnādānā’, que afirma que tomar a propriedade de outra pessoa (dele/dela) sem o seu consentimento é uma violação moral e um ato pecaminoso.

b. Liberdade para fazer negócios:

A propriedade privada pode ser usada para realizar um trabalho honesto, sustentar-se e praticar boas ações na sociedade, de acordo com os princípios Budistas. Na época do Buda, um grande número de seguidores leigos Budistas, tanto homens quanto mulheres, eram comerciantes ou cidadãos ricos que viviam vidas honestas e apoiavam financeiramente a causa Budista, como, por exemplo, o Milionário Anāthapindika.

c. Cooperação na realização de negócios para o bem próprio e dos outros:

Os meios de subsistência Budistas concentram-se na cooperação e no apoio mútuo de forma semelhante à prática da economia comunitária ou cooperativas. Aspectos econômicos Budista não é verdadeiramente Capitalista. Embora a competição seja permitida, não se trata de uma competição acirrada, projetada para obter o máximo de vantagem para si mesmo. Ao invés disso, a competição assume a forma de produzir bens e serviços de qualidade para o benefício dos consumidores, ao invés de roubar clientes e destruir concorrentes. O objetivo do Budismo é desenvolver a qualidade de vida para si mesmo, física, espiritual e moralmente e não buscar os maiores benefícios possíveis de forma capitalista.

d. Observância dos princípios morais com a devida consideração por todos os setores envolvidos:

Em várias escrituras Budistas, pode-se encontrar muitos comerciantes e cidadãos ricos envolvidos em transações ou trocas de bens e serviços. Isso mostra que o Budismo aceita o mercado ou sistema de transações, desde que seja moralmente correto. Em uma troca de bens e serviços, qualquer metodologia servirá, desde que seja conduzida moralmente, não envolva fraude ou exploração e leve em consideração todos os fatores envolvidos. Tal prática constitui o holismo do Budismo, subjacente ao pensamento de longo prazo, sem efeitos adversos sobre outras pessoas e o meio ambiente. A produção que causa danos aos recursos naturais ou à ecologia, bem como outros impactos sociais adversos, é, portanto, inaceitável para o Budismo. À luz de tais práticas, aspectos econômicos Budista levará à economia sustentável, um tópico que atualmente recebe considerável atenção. Faz parte do desenvolvimento econômico e social sustentável, com foco na qualidade de vida das pessoas a longo prazo e evitando a destruição dos recursos naturais ou do meio ambiente. Um exemplo dessa prática é a agricultura orgânica (Witayakorn Chiengkul, 1999, 22).

e. Prática econômica baseada nos princípios do caminho do meio e da suficiência.

Aspectos econômicos Budista seguem o princípio do caminho do meio. Nada é feito ao extremo; o foco está na simplicidade, suficiência e equilíbrio. Por exemplo, investimento excessivo além da capacidade de uma pessoa é desencorajado. Investimento tem que ser administrável e o consumo mantido dentro dos limites da razão, tanto financeiramente quanto fisicamente, com todos os valores mantidos sob controle, em conformidade com o conceito do Caminho do Meio. Essa abordagem se baseia na suficiência e no equilíbrio. Envolve o valor de ter o suficiente (o princípio do contentamento) e saber quando ser suficiente (o princípio da moderação). Isso está em consonância com a Filosofia da Economia da Suficiência do falecido King Bhumibol. Assim, pode-se chamar os aspectos econômicos Budista de ‘aspectos econômicos da suficiência’.

f. O dever do Estado de apoiar e facilitar as atividades econômicas:

O Estado ou o governo é capaz de intervir nas atividades econômicas dos indivíduos, desde que não explore ou force as pessoas a cumprir as suas ordens sem justa causa. Além de manter a lei e a ordem, um Estado legítimo necessita ajudar quando ocorre uma questão injusta ou quando o público enfrenta uma crise econômica.

Assim, aspectos econômicos Budista podem ser praticados por um governo democrático ou por um estado autoritário, incluindo a Monarquia absoluta, se esse permitir ao povo liberdade para conduzir atividades econômicas até certo ponto. Nesse sentido, a economia Budista pode ser aplicada igualmente ao Capitalismo e a outros sistemas, incluindo o Socialismo, se o governo ou o seu governante conceder ao seu povo liberdade suficiente para conduzir atividades econômicas. Isso pode assumir a forma de uma economia mista, como o Capitalismo atual.

2) Princípios econômicos Budistas

Os princípios econômicos Budistas podem ser explicados da mesma maneira que o Capitalismo foi descrito acima.

a. Princípios gerais:

(1) Holismo:

Alguns pensadores sustentam que o Budismo é coletivista em sua abordagem, semelhante ao Socialismo, com algumas diferenças notáveis ​​(Preecha Changkwanyuen, 2002, 41). Na visão do pesquisador, pode parecer que o Budismo, de certa maneira, respeita o desejo da maioria, pois é natural fazê-lo. No entanto, de forma geral ou metafisicamente, de acordo com o princípio Budista da Originação Dependente (Paticcasamuppāda), todas as coisas dependem umas das outras ou se relacionam em uma cadeia ininterrupta. O Individualismo não é um meio para um fim coletivo e o fim da sociedade não é apenas uma ilusão para certos grupos de indivíduos. A julgar pela importância atribuída ao Individualismo e ao Estatismo descritos acima, pode-se perceber que todas as partes são importantes e relacionadas. Não é possível afirmar de uma vez por todas se as partes são mais importantes do que a soma ou o contrário. Da mesma forma, o ambiente natural está relacionado à humanidade. O Budismo não atribui menos importância ao meio ambiente do que ao homem.

No código Budista de disciplina monástica (código Vinaya), existem regras que proíbem os monges de praticar certos atos em relação à natureza, como árvores e rios. Portanto, não é conclusivo que o Budismo seja totalmente a favor da regra da maioria. Diante disso, o autor prefere usar ‘holismo’ em seu lugar. É verdade que essa palavra tem sido usada por alguns pensadores para se referir a uma abordagem coletiva; no entanto, ela também abrange vários significados (Weera Somboon, 2007, 6-7). No Budismo, todas as coisas se relacionam e dependem umas das outras. Da mesma forma, as pessoas dependem umas das outras, bem como do meio ambiente ou da natureza. Elas são interdependentes para sobreviver. Da mesma forma, as atividades econômicas fazem parte dos atos humanos e não existem isoladamente. Elas também se relacionam com outras atividades; os impactos delas são sentidos por outras esferas. Em geral, quaisquer eventos econômicos, sociais e políticos estão inter-relacionados e se afetam mutuamente. Eles têm repercussões mundiais. Dessa maneira, o conhecimento e a especialização em todos os campos estão inter-relacionados.

(2) Natureza humana: O homem cuida de si mesmo e dos outros:

Em termos Budistas, um ‘homem comum’ é governado por uma série de desejos, bons e maus. Esses desejos incluem o cuidado consigo mesmo e com os outros em vários graus. Dependendo do nível de autodesenvolvimento, alguns são menos egoístas e mais morais do que outros. Um homem comum tem que possuir desejos bons e maus. No Abhidamma, um homem comum tem pensamentos saudáveis ​​e também prejudiciais. À medida que ele se desenvolve para se tornar uma pessoa santa, os pensamentos morais aumentam em maior número. Quando ele atingir o nível mais elevado e se tornar um arahant, ele terá apenas consciência no nível da percepção [consciousness] funcional e um estado de existência supramundano.

(3) Liberalismo: O homem tem direito à vida, à propriedade e à liberdade de agir de acordo com ela:

Embora não haja alusão direta a direitos no Budismo e a questão permaneça academicamente controversa, a noção de direitos se coaduna com o pensamento Budista. O Budismo tem uma abordagem semelhante aos direitos, pois reconhece a posse da vida e da propriedade. A sua defesa do autocontrole por meio de preceitos morais (Sīla) equivale à concessão de direitos aos outros. Da mesma forma, a noção de liberdade se coaduna com a abordagem Budista, embora o Budismo se concentre no nirvana (Nibbāna), a liberdade a partir do controle dos desejos. Isso pode ser completamente diferente da noção Ocidental de liberdade governada por um conjunto de desejos.

No Abhidamma, um homem comum tem pensamentos saudáveis ​​e também prejudiciais. À medida que ele se desenvolve para se tornar uma pessoa santa, os pensamentos morais aumentam em maior número. Quando ele atingir o nível mais elevado e se tornar um arahant, ele terá apenas consciência no nível da percepção [consciousness] funcional e um estado de existência supramundano.

Além disso, o Budismo reconhece o direito à liberdade física. Ele reconhece a capacidade de uma pessoa de escolher e defender a legitimidade de sua escolha de acordo com o seu desejo. Em seus ensinamentos sobre carma e rejeição da nação de castas, uma pessoa é capaz de escolher o seu status e o seu sustento por conta própria. Não há coerção envolvida. Quem decide ser comerciante ou ladrão o faz por escolha própria. Assim, pode-se dizer que o Budismo reconhece as noções de direitos à vida, à propriedade e à liberdade de agir de acordo com elas, de maneira semelhante ao modelo Ocidental, exceto por alguns detalhes menores.

b. Princípios morais e espirituais:

Além de defender alguns princípios econômicos gerais, o Budismo é de natureza ‘espiritual’. Ao conduzir atividades econômicas, deve-se considerar também os princípios morais e espirituais de duas maneiras:

(1) Adesão à moralidade e à assistência social:

Há um grande número de ensinamentos Budistas, como Modo de Vida Correto, Abstenção de Negócios Imorais, Carma e Formas de Obter Mérito. Em particular, as seções sobre doação (Dāna) e preceitos (Sīla) ensinam os seguidores Budistas a conduzirem atividades baseadas em princípios morais sem prejudicar ou explorar os outros. Os ensinamentos sobre Seis Direções (Disā), Cinco Oferendas Religiosas (Bali) e Sangahavatthu tratam de fazer o bem aos outros e à sociedade à maneira Budista. As atividades econômicas têm que ser conduzidas com base em princípios morais e para o bem social.

(2) Objetivos espirituais:

Além da moralidade e da ética, a espiritualidade ou os valores espirituais e as relações interpessoais constituem importantes princípios econômicos Budistas. O Budismo atribui importância à espiritualidade e aos valores humanos acima de ganhos materialistas. Alcançar o lucro máximo não é o objetivo da economia Budista. O que é mais importante é a dimensão espiritual, abraçando atos meritórios, a liberação espiritual e outras questões morais, incluindo a bondade amorosa e a compaixão. Ajudar as pessoas e a sociedade é, portanto, um dos princípios fundamentais, que conduzem ao desenvolvimento da qualidade de vida ou do desenvolvimento espiritual.

c. Metodologia dos aspectos econômicos Budista:

A metodologia que acompanha os princípios dos aspectos econômicos Budista pode ser resumida da seguinte forma:

(1) Cooperação, compartilhamento e assistência mútua:

Uma das principais metodologias para fazer negócios na economia Budista é cooperar e compartilhar o trabalho ou outras atividades econômicas sem ignorar a concorrência. O Venerável P.A. Payutto explica que ‘em termos econômicos, as pessoas dizem que é da natureza humana competir, no entanto, o Budismo diz que é da natureza humana competir e cooperar’ (P.A. Payutto, 2000a, 102-103).

(2) Ações tomadas dentro da estrutura da moralidade e do serviço social:

Como a economia Budista é essencialmente baseada na moralidade, qualquer atividade econômica tem que ser realizada dentro da estrutura moral. Nenhum código de conduta antiético ou impróprio é permitido. Toda ação tem que ser socialmente aceitável, pelo menos até certo ponto. Ela não tem que ter impacto social grave. A moralidade ou a legitimidade tem que reger toda ação econômica. Isso está em linha com a tendência atual de ‘boa governança’ ou ‘governança corporativa’ na gestão ou tomada de decisões.

(3) Trabalho orientado e motivado por valores espirituais:

Tendo a espiritualidade como um dos objetivos da economia Budista, a metodologia Budista é orientada por valores espirituais, ao invés de ganhos monetários ou materiais ou riqueza. Moralidade, desenvolvimento da qualidade de vida e valor humano são forças que motivam as atividades econômicas de forma mais pacífica e sustentável.

(4) Adoção da abordagem do caminho do meio, com foco na simplicidade, suficiência e equilíbrio:

Todas as atividades econômicas não têm que ser muito rígidas, relaxadas ou gananciosas. É preciso saber o que constitui o equilíbrio correto. Por exemplo, uma dieta balanceada é um exemplo da abordagem do caminho do meio, alinhada aos ensinamentos Budistas do Caminho do Meio, Contentamento e Moderação.

(5) Exercício de sabedoria, conhecimento, razão e prudência:

Para que a abordagem do Caminho do Meio seja eficaz, é preciso também exercer sabedoria, conhecimento, razão e prudência. A moderação é o resultado de uma reflexão cuidadosa, apoiada pela sabedoria, conhecimento e razão. O próprio Buda frequentemente fala sobre moderação em conjunto com a contenção dos sentidos. Esse último trata do cuidado com a percepção sensorial, conforme descrito no Sukhavihārasutta (Khuddakanikāya Itivuttaka, 25/29/376). Moderação e contenção sensorial também se relacionam com outros princípios do Dharma, incluindo sabedoria, atenção plena e o estado de uma pessoa com grande erudição. Exemplos são capazes de ser encontrados nos ensinamentos Budistas sobre as 15 condutas (as 15 Caraṇa) ou sobre ‘o caminho de um aprendiz constante’ (Sekha Patipadā) no Sekha-Patipadā-Sutta (Majjhimanikāya Majjhimapaṇṇā-saka 13/23-26/25-30). Em outras palavras, os ensinamentos e as diretrizes para a ação se fortalecem mutuamente.

(6) Economia e poupança:

Economia e poupança são inerentemente parte da metodologia mencionada acima. Suficiência, moderação e consumo sensato resultarão em gastos prudentes e que valham a pena. É isso que se entende por economia, levando à poupança e ao aumento da riqueza. Tudo isso é possível graças ao dinheiro excedente. Em outras palavras, quando se poupa, gasta-se com cuidado, sabendo o que gastar e o que poupar. Aquele que é capaz de poupar tem que saber o que gastar e o que guardar. Economia e poupança, portanto, acompanham-se mutuamente.

(7) Autossuficiência:

Todas as metodologias mencionadas acima mostram que a economia Budista se concentra principalmente na autossuficiência. Todas as atividades econômicas dependem, em grande parte, das pessoas que exercem moderação e possuem conhecimento. Portanto, pode-se dizer que a economia Budista enfatiza a ‘autossuficiência’.

(8) Participação do Estado:

Em um número de sutta, como o Aggañña-sutta e o Kūtadanta-sutta, é feita menção ao papel do Estado ou da administração em ajudar a facilitar as atividades econômicas de seus súditos, a fim de garantir qualidade e eficiência.

5. Comparação entre Capitalismo e Budismo

1) Princípios:

Existem algumas semelhanças e diferenças.

a. Individualismo e Mecanicismo no Capitalismo versus Holismo no Budismo:

O Individualismo capitalista atribui importância aos individualistas e rejeita a existência do que é conhecido como ‘sociedade’ ou ‘coletivismo’. Também defende o Mecanicismo, no qual as coisas são tratadas separadamente, sem uma interconexão real. Essa noção pode inicialmente parecer conflitante com a visão Budista, na qual todas as partes são importantes, socialmente e coletivamente e estão interconectadas. O conflito não é sério, apesar de suas diferenças inerentes. O Holismo, como defendido pelo Budismo, não atribui menos importância aos individualistas do que o Individualismo e o Mecanicismo.

b. Liberalismo no Capitalismo versus Budismo:

O Budismo não defende diretamente o Liberalismo da mesma forma que o Capitalismo. Ele também se concentra mais no dever do que nos direitos e na liberdade. No entanto, a noção Budista de dever incentiva as pessoas a não violarem os direitos e a liberdade dos outros. Tal violação vai contra a noção de dever, algo que uma pessoa deve fazer. Em outras palavras, ‘não é dever de ninguém’ violar os direitos e a liberdade dos outros. Uma pessoa obediente não tem o direito de cometer tais atos.

c. Egoísmo e razoabilidade no Capitalismo e no Budismo:

O Capitalismo sustenta que é da natureza humana ser egoísta ou favorecer o interesse próprio dentro dos limites da razão, de tal forma que possibilite que as pessoas conduzam atividades econômicas em conjunto. Isso não está em sério conflito com o Budismo. Adam Smith reconhece no homem tais virtudes de compaixão e cuidado com os outros, enquanto o Budismo aceita uma visão capitalista do egoísmo fundamental do homem. Embora o Budismo admita que o homem ama a si mesmo mais do que aos outros (veja os ditos do Buda no Piyatara-sutta [Khuddakanikāya Itivuttaka, 25/41/254]), ele menciona que o homem também é capaz de amar os outros. Às vezes, as pessoas são aprisionadas pelo interesse próprio ou pelo amor-próprio, como no amor parental pelos filhos; no entanto, elas são capazes de evoluir a um nível que permite que os interesses dos outros prevaleçam sobre o interesse próprio e, ao mesmo tempo, ponham fim ao egoísmo.

d. Utilitarismo, Materialismo e Consumismo no Capitalismo versus Budismo:

Enquanto o Capitalismo se concentra no Utilitarismo materialista e no Consumismo, a atenção do Budismo está voltada para a mente, a moralidade e os valores espirituais. No entanto, os dois sistemas não estão em conflito sério. Reconhecendo a importância do Materialismo e a necessidade do Consumismo, o Budismo complementa a abordagem, dando uma dimensão de valor agregado à busca por riqueza e ao consumo materialista.

e. Otimalidade e equilíbrio no Capitalismo versus Budismo:

Os aspectos econômicos do bem-estar busca a situação ótima na qual cada parte ou todos os envolvidos receberão a máxima satisfação com a distribuição de recursos e renda. Dentro dessa estrutura conceitual, o Capitalismo atribui importância à otimalidade, pela qual ninguém será afetado negativamente, levando a um equilíbrio entre demanda e oferta. Em certo sentido, isso é semelhante ao conceito do Caminho do Meio e do equilíbrio defendido pelo Budismo contra extremos econômicos que prejudicariam a si mesmo e aos outros.

f. Religião, Moralidade e Espiritualidade no Capitalismo e no Budismo:

Como discutido acima, nós constatamos que muitos capitalistas, incluindo pensadores econômicos e gestores em negócios modernos, estão cientes da importância da Religião, Moralidade e Espiritualidade nos assuntos econômicos. Da mesma forma, o Budismo tem contribuído para a economia por meio de diversas pessoas de negócios Budistas.

2) Comparação entre as metodologias capitalista e Budista

a. Competição no Capitalismo e no Budismo:

De acordo com P.A. Payutto, o Budismo sustenta que é da natureza humana competir, bem como cooperar (P.A. Payutto, 2000a, 102-103). Em outras palavras, o Budismo reconhece maneiras legítimas ou morais de competir e cooperar. A ênfase, no entanto, está na cooperação como um método ideal a ser seguido, pois leva a uma economia estável e à amizade mútua. No Capitalismo ideal, a livre concorrência também é legítima.

b. Investimento com fins lucrativos no Capitalismo e no Budismo:

Não há nada moralmente errado em investimentos com fins lucrativos, seja na estrutura capitalista ou Budista. É natural que, quando uma pessoa investe, ela espere lucro em troca para que os seus negócios e o seu sustento possam continuar. No Budismo, há menção ao comércio e ao lucro em vários lugares. Por exemplo, no Kūtadanta-sutta, o Buda aconselha um príncipe a conceder financiamento àqueles que desejam fazer negócios. A busca pelo lucro máximo, se obtida honestamente, não é moralmente errada. Isso é aceitável para o Budismo. Embora não coloque o lucro máximo como o seu target real, ele não nega tal busca, desde que a prática seja conduzida moralmente. Ou seja, a busca pelo lucro tem que observar certas regras de propriedade. Por exemplo, nenhum meio desonesto é empregado. A especulação é desencorajada. Não se tem que tirar vantagem de terceiros ou da sociedade. O lucro tem que ser distribuído de forma justa aos outros coprodutores e à sociedade. Isso implica que a obtenção de lucro não é um fim em si mesmo, mas um meio para uma distribuição mais ampla para o bem coletivo (Preecha Changkwanyuen, 2002, 51).

c. Administração e gestão mecanicistas no Capitalismo versus Budismo:

A administração e gestão mecanicistas no Capitalismo baseiam-se nas noções de Individualismo e Mecanicismo mencionadas acima. O conflito entre tal abordagem e uma prática cooperativa holística no Budismo não é realmente muito sério, tornando possível integrar métodos Budistas à prática capitalista.

d. Consumismo e poupança orientados pelo mercado no Capitalismo versus Budismo:

O exercício de mecanismos de marketing, incluindo a precificação na troca ou distribuição de bens e serviços, é aceitável para o Budismo se for conduzido de forma legítima e moral, sem qualquer prática desonesta e exploradora. O Budismo reconhece a noção de troca. O Consumismo orientado pelo mercado, como parte do mecanismo de marketing, é aceitável para o Budismo, desde que seja honesto e legítimo. No que diz respeito à poupança, isso é algo que o Budismo sempre promove, a diferença estando na meta e na motivação defendidos pelo Capitalismo e pelo Budismo.

e. Papel e função do governo no Capitalismo e no Budismo:

O laissez-faire defendido pelo Capitalismo tradicional sobre a não interferência do governo na gestão dos negócios do setor privado está em conflito com o Budismo. O Budismo defende que o Estado ou o governo deve auxiliar o setor privado na gestão dos negócios. No entanto, a nova geração de capitalistas considera que o Estado deve desempenhar um papel na gestão dos negócios privados. Essa abordagem não entra em conflito com o Budismo. Portanto, de modo geral, há pouco conflito entre Budismo e Capitalismo.

6. Aplicação do Budismo às atividades econômicas

No atual cenário capitalista, um grande número de pessoas de negócios Budistas tem aplicado os princípios Budistas às suas atividades econômicas. Muitos têm dado entrevistas e escreveram artigos e livros sobre as suas práticas, como, por exemplo, Paron Isarasena na Ayudhya, ex-diretor administrativo do Siam Cement Group; Danai Chanchaochai, CEO da DC Consultants and Marketing Communications; Wisit Chaisuwan, diretor administrativo da ESTEL Co. Ltd.; Pavichaya Sriwanwat, diretor administrativo da Bucky Fabric Co. Ltd.; Somdet Supradit-apon, presidente da S.N. Sportswear Com Ltd.; Watcharamongkol Benchathanchat, presidente da Bathroom Design Co. Ltd.; e Chantana Wattanarom, Vice-CEO de Marketing da Volvo Cars (Tailândia) Co. Ltd. As maneiras pelas quais esses executivos de negócios Budistas incorporaram os princípios Budistas em seus negócios podem ser resumidas da seguinte forma:

1) Motivo para aplicar o Budismo aos negócios

Empreendedores Budistas Tailandeses que usam o Budismo como uma base para os seus negócios geralmente praticam a fé em suas vidas diárias. Eles consideram o Budismo como aplicável e capaz de transformar negócios em empreendimentos de sucesso. Os benefícios e a satisfação disso são maiores do que aqueles proporcionados pelos lucros impulsionados pelo Capitalismo.

2) Princípios para a aplicação do Budismo aos negócios

De acordo com diversos executivos de negócios Tailandeses, a aplicação do Budismo aos negócios baseia-se nos seguintes princípios:

a. Diversos ensinamentos Budistas podem ser selecionados para atender a diferentes papéis, funções ou missões:

Empreendedores Budistas escolherão certos ensinamentos Budistas para diferentes tarefas. Por exemplo, na gestão financeira, eles podem escolher o princípio do contentamento ou saber quando parar, o princípio do equilíbrio e da suficiência, bem como o princípio que rege a divisão do dinheiro (Bhogavibhāga). Bhogavibhāga ensina como dividir os ganhos em despesas e poupanças. Na gestão de pessoas, existem princípios sobre os Quatro Preconceitos (Agati), os Quatro Estados Sublimes da Mente (Brahamavihāra), as Quatro Virtudes para Integração e Liderança em Grupo (Sagahavatthu) e as Dez Virtudes de um Governante (Rājadhamma). Todos esses princípios tratam de como oferecer ajuda a colegas de trabalho e funcionários e como tratá-los sem preconceito ou injustiça.

Alguns pessoas de negócios Budistas podem colocar esses princípios em prática sem conhecer os seus nomes, por não terem estudado o Budismo em profundidade ou por aplicá-los automaticamente. Paron Isarasena na Ayudhya disse certa vez que ele nunca analisou como seguia os princípios religiosos; a ética de trabalho dele segue o mesmo princípio de como ele vive a sua vida, ou seja, ‘cumprir o seu dever da melhor maneira possível’ (Paron Isarasena na Ayudhya, 2007, 48-49).

b. Uma aplicação eficaz do Budismo requer uma quantidade substancial de prática e internalização:

Os verdadeiros praticantes frequentemente precisam passar por um longo período de autoaperfeiçoamento e prática do Dharma até que a internalização ou um entendimento profundo do Dharma ocorra. Ao atingir esse estágio, eles são capazes de facilmente colocar os princípios religiosos em bom uso e terão uma tendência natural para isso. Em outras palavras, eles aplicarão os ensinamentos Budistas automaticamente.

c. A noção de Capitalismo é ajustada para se adequar à estrutura Budista:

Certos aspectos do Capitalismo necessitam ser modificados ou atenuados para se adequarem aos aspectos econômicos Budista, por exemplo, a busca pelo lucro máximo ou a tendência a tratar mecanicamente a força de trabalho apenas como um recurso no Capitalismo.

d. Os ensinamentos Budistas são capazes de ser aplicados, modificados ou expandidos para se adequarem ao modelo de gestão de negócios, juntamente com o modelo Ocidental:

Tal aplicação, modificação ou expansão facilitará a integração do Budismo aos negócios ou à missão. A abordagem a ser adotada é ‘O Caminho do Meio’. Os ensinamentos não serão tratados rigidamente em um molde idealista tradicional de pensamento; Também se toma cuidado para que não sejam muito frouxos ou distorcidos. Além disso, algumas noções Ocidentais úteis, alinhadas ao Budismo, podem ser aplicadas.

e. Os ensinamentos Budistas podem ser gradualmente integrados aos negócios:

A aplicação dos princípios Budistas é tal que ninguém é coagido a segui-los. A coerção causará ressentimento e um sentimento de desconforto. Quando a aplicação é feita muito rapidamente, os colegas de trabalho não entenderão as suas implicações ou os seus resultados. Uma abordagem gradual permitirá que a força de trabalho se adapte melhor e aprecie os benefícios dos princípios Budistas. Quanto mais eles praticarem, melhores serão os resultados. A inspiração e a motivação seguirão o exemplo. A introdução dos ensinamentos Budistas em ambientes de negócios leva tempo. Os trabalhadores não devem ser apressados ​​na prática.

f. Os trabalhadores devem ser autorizados a ter experiência direta:

Um dos princípios que facilitam a aplicação bem-sucedida do Budismo aos negócios é criar um cenário que permita à força de trabalho aplicar os princípios Budistas com a maior frequência possível, até que a prática venha a ser natural para eles.

g. A lei de causa e efeito (a lei Cármica) é usada para persuadir e inspirar a força de trabalho a aplicar os princípios Budistas no trabalho:

O cultivo da lei do carma nos trabalhadores contribuirá para o desejo de aplicar os ensinamentos Budistas ao trabalho deles. Eles passarão a sentir que boas ações geram bons resultados. Isso se aplica igualmente à gestão. Assim como Budistas, executivos e proprietários de negócios acreditam na lei cármica e estão mais dispostos a praticar o Dharma. Essa aplicação pode ser vista em pessoas como Wisit Chaisuwan, que acredita firmemente no carma e administra o seu negócio com base nos ensinamentos do carma (Wisit Chaisuwan, em entrevista, 23 de setembro de 2008).

3) A aplicação do Budismo a vários aspectos dos negócios

Nessa seção, o pesquisador apresenta o pensamento de pessoas de negócios Tailandesas para ilustrar como elas aplicam os ensinamentos Budistas aos negócios delas.

a. Princípios ou filosofia organizacional geral:

O Budismo faz parte do princípio ou filosofia organizacional geral dos negócios Tailandeses, como segue:

(1) Consideração é dada a todas as partes interessadas:

Esse constitui um dos princípios organizacionais mais fundamentais. A consideração é estendida a todas as partes interessadas, incluindo a população local. O negócio é orientado para as partes interessadas (stakeholders), em consonância com o princípio Budista da Originação Dependente (Paticcasamuppāda), que rege a cadeia de causas e efeitos. Ele rejeita a cultura Capitalista de negócios que considera os acionistas o grupo mais importante de pessoas. A abordagem centrada nas pessoas está em consonância com o princípio da Originação Dependente (Paticca samuppāda) e com outros princípios Budistas, incluindo a doação (Dāna), a bondade amorosa (Mettā), bem como fazer o bem para si mesmo (Attadattha) e para os outros (Parattha).

(2) Os negócios são conduzidos dentro da estrutura moral e ética, tendo os valores espirituais como princípios orientadores:

Os valores e ensinamentos morais Budistas fornecem uma importante estrutura organizacional. Pessoas de negócios Budistas invariavelmente prestam atenção a eles ao conduzir os seus negócios. Todas as atividades seguem os princípios morais e éticos. Portanto, pessoas de negócios Budistas são morais, compassivas e honestas. Elas conduzem os seus negócios com transparência. Não cometem atos desonestos ou fraudulentos. Elas não se aproveitam injustamente de terceiros nem prejudicam ou causam danos a outros seres humanos.

(3) Pessoas de negócios Budistas aceitam mudanças e aprendem continuamente alguma coisa nova:

Elas reconhecem que nada é constante. Todas as coisas estão em fluxo. Elas estão preparadas fisicamente e mentalmente para qualquer mudança que possa ocorrer. Elas aprendem constantemente a resolver problemas e a fazer ajustes adequados. Esse é outro marco filosófico do Budismo, especialmente a noção de impermanência (Aniccatā) e os princípios de sabedoria, conhecimento e educação. Reconhecer a impermanência das coisas, a mudança constante e a importância do aprendizado constante permitirá que a empresa ou organização sobreviva a qualquer adversidade dos negócios e prospere de maneira sustentável.

b. Metas: Pessoas de negócios Budistas baseiam as metas ou os objetivos comerciais delas nos ensinamentos Budistas:

(1) Bens e serviços produzidos com qualidade são benéficos para os consumidores, a sociedade e o meio ambiente:

Todas as pessoas de negócios Budistas têm metas semelhantes na produção de bens e serviços. Os produtos devem ser de alta qualidade e com preço razoável. Os produtores não se aproveitam dos consumidores nem os enganam. Os produtos deles são benéficos para os consumidores, a sociedade e o meio ambiente, ou pelo menos não lhes causam nenhum dano. Tais metas giram em torno de conceitos como honestidade, bondade amorosa e compaixão.

(2) Trabalho voltado para o benefício dos outros, bem como para o Budismo:

Os negócios de base Budista visam diretamente o bem dos outros. Não se preocupam apenas com a produção de bens e serviços de qualidade. Há um aspecto altruísta em fazer boas ações para os outros, algo que Danai Chanchaochai chamou de ‘mente pública’.

(3) Autodesenvolvimento:

A visão de muitas pessoas de negócios com formação Budista é que o trabalho é uma forma de prática do Dharma ou autotreinamento para desenvolver a qualidade de vida ou elevar as virtudes morais deles. O objetivo final é a espiritualidade. Essas pessoas percebem que alcançam a felicidade enquanto trabalham e não necessitam esperar por ganhos materiais. Elas não temem as consequências.

(4) Praticar atos de caridade (Puñña) como um lucro em si mesmo:

Praticar atos de caridade (Puñña) ou atos benéficos (Kusala) é uma das metas dos Budistas praticantes. O ato de Puñña trará resultados bons e felizes, permitindo que o praticante alcance o nirvana, o estado em que não há mais sofrimento, mas sim a verdadeira felicidade, o bem supremo (summum bonum) do Budismo. Assim, Puññā, ao invés do lucro materialista, é o objetivo das pessoas de negócios Budistas.

(5) Desenvolvimento de pessoas qualificadas:

Outra meta de negócios Budista é desenvolver pessoas qualificadas, tanto dentro da empresa quanto para o público em geral.

c. Maneiras de atingir as metas:

Para conduzir os seus negócios com grande eficiência, as pessoas de negócios Budista adotam as seguintes práticas:

(1) Exercitar a atenção plena (Sati), a sabedoria (Paññā), a perseverança (Viriya) ou as Quatro Bases da Realização (os Quatro Iddhipāda):

Alguns dos princípios Budistas mais importantes para a realização de negócios são a atenção plena (Sati), a sabedoria (Paññā) e a perseverança (Viriya). Eles proporcionam uma maneira correta, estável e eficiente de fazer negócios, além de estabelecer as bases para outros princípios Budistas.

(2) Trabalhar dentro da estrutura dos Cinco Preceitos (Pañcasīla) e das Cinco Virtudes Enobrecedoras (Pañcadhamma):

Pañcasīla trabalha em conjunto com Pañcadhamma e forma a base do empreendimento de negócios Budistas. Pañcasīla são princípios básicos para a vida cotidiana em todos os seus aspectos. Praticar Pañcasīla também significa praticar todas as virtudes inerentes ao Pañcadhamma.

(3) Trabalhar com economia e prestar atenção aos detalhes e rapidez:

Os ensinamentos sobre economia, atenção aos detalhes do trabalho e ausência de pendências dão origem ao que se chama de ‘um modo de vida livre de complicações’, uma das 38 bênçãos (Magala). Tais princípios, quando praticados, levam à eficiência no trabalho.

d. Gestão:

Uma boa gestão, seja de pessoal ou financeira, é fundamental para o sucesso nos negócios, com base em diversos princípios Budistas.

(1) Gestão com os Quatro Brahamavihāra, os Quatro Saga-havatthu e Agati:

Os Quatro Brahamavihāra, compostos por bondade amorosa (Mettā), compaixão (Karuṇā), alegria empática (Muditā) e equanimidade (Upekkhā), são ensinamentos religiosos para adultos, incluindo gerentes, administradores e governantes. Eles são usados ​​como regra por todas as pessoas de negócios Budistas. Geralmente, elas acompanham outro conjunto de princípios, chamado de Quatro Saṅgahavatthu, projetado para conquistar os corações dos outros. Esses últimos consistem em dar (Dāna), falar palavras gentis (Piyavācā), praticar boas ações aos outros (Atthacariyā) e conduzir-se adequadamente em todas as circunstâncias; no entanto, eles não são tão frequentemente chamados de Quatro Brahamavihāra. Além disso, a aplicação correta do Brahamavihāra e do Saṅgahavatthu tem que ser feita em conjunto com o princípio Agati, no qual se toma cuidado contra o preconceito causado por amor, inimizade ou delusão.

(2) Gestão com pleno conhecimento da realidade:

Na execução da gestão, tanto coisas boas quanto ruins são capazes de ocorrer. É importante tomar conhecimento das situações e tentar melhorá-las. Isso está em consonância com o ensinamento sobre tathatā (tal é a realidade), que nos diz para aceitar que todas as coisas na natureza seguem a lei de causa e efeito. Elas nem sempre estão sob nosso controle.

(3) Gestão baseada no carma:

A lei do carma constitui um princípio de justiça no Budismo. Ela motiva as pessoas a trabalhar com justiça moral e é um pilar fundamental de uma gestão justa e equitativa. Um trabalhador é recompensado de acordo com o seu desempenho. Em termos de gestão, uma gestão problemática demonstra que um carma ruim ou erro foi cometido; é necessário criar um conjunto diferente de carmas para resolver o problema.

(4) Gestão com menos foco em si mesmo e mais nos outros:

O Budismo nos ensina a dar menos importância ao eu (ser, self) , incluindo o nosso status e todas as coisas que de alguma forma nos envolvem. Essa prática nos trará menos sofrimento e é uma técnica de gestão.

(5) Gestão pelo princípio das Quatro Nobres Verdades (as Quatro Ariyasacca):

As Quatro Nobres Verdades não apenas são capazes de ser usadas para nos libertar do sofrimento e nos fornecer uma abordagem para a resolução de problemas, mas também elas são capazes de ser aplicadas à gestão e à solução de problemas pessoais.

(6) Gestão com uma combinação de princípios Budistas e outros métodos modernos de gestão:

O Budismo não necessita ser a única ferramenta de gestão. Outros modelos modernos de gestão Ocidentais não Budistas também são capazes de ser aplicados em paralelo para maior eficiência.

e. Desenvolvimento de pessoal:

Pessoas de negócios Budistas frequentemente aplicam os ensinamentos Budistas no desenvolvimento de pessoal por meio de diversos treinamentos religiosos, especialmente meditação introspectiva e desenvolvimento. Esses programas visam aprimorar o desenvolvimento espiritual ou moral dos funcionários, levando a uma maior eficiência no trabalho.

f. Cultura organizacional:

Existem diversas práticas baseadas nos ensinamentos Budistas que formam diversas culturas organizacionais.

(1) Cultura de atenção plena:

A atenção plena é crucial para o trabalho. É preciso ter cuidado para fazer as coisas corretamente e evitar erros desnecessários. Isso aumentará a eficiência no trabalho. O Buda tem atribuído grande importância à atenção plena ou à não negligência (Appamāda). Ele exorta as pessoas a desempenharem os seus deveres com atenção plena (Dīghanikāya Mahāvagga, 21/10/166). Muitas pessoas de negócios Budistas prestam atenção à questão da atenção plena, como Danai Chanchaochai (em uma entrevista em 20 de novembro de 2008).

(2) Cultura da doação:

A doação é um dos ensinamentos Budistas mais fundamentais, contribuindo para conquistar o coração das pessoas e promover uma maior amizade. É, portanto, uma parte crucial dos negócios. Se a doação for parte integrante da cultura organizacional, maior eficiência no trabalho será garantida. Assim, ela é adotada por muitas empresas Budistas.

(3) Cultura de colaboração:

Pessoas de negócios Budistas frequentemente adotam uma abordagem colaborativa para o trabalho, comumente chamada de ‘trabalho em equipe’. Tal colaboração é semelhante ao ensinamento sobre unidade (Sāmaggī) e assistência mútua (Sagahavatthu), baseado na noção de Originação Dependente (Paticcasamuppāda), segundo a qual todas as coisas se relacionam. A observância dessa lei da natureza trará resultados frutíferos.

(4) Cultura de aprendizado:

O conhecimento é importante para todos os aspectos da vida. Nos negócios, pessoas de negócios ou executivos têm que possuir conhecimento suficiente para realizar as suas tarefas. O conhecimento é algo que o Buda valoriza muito. Existem muitos ensinamentos sobre esse assunto, como o Grande Aprendizado (Bāhusacca), uma das 38 bênçãos da vida (Maṅgala).

g. Produção:

A produção de bens e serviços de base Budista garante que os produtos sejam de boa qualidade e a um preço razoável. Nenhuma parte é prejudicada. Não há fraude envolvida. Nenhum dano é causado a outras pessoas, à sociedade ou ao meio ambiente. Isso está em consonância com diversos ensinamentos religiosos, como a honestidade, os Cinco Preceitos (Pañcasīla), as Cinco Virtudes Enobrecedoras (Pañcadhamma) e a Originação Dependente (Paticca-samuppāda). Além disso, a prática de um Dharma como as Seis Direções (Disā) resultará em uma produção mais eficaz.

h. Marketing:

Em marketing e na distribuição competitivas de bens e serviços, bem como na criação de demanda do consumidor, as pessoas de negócios Budistas levarão em consideração a coexistência amigável e a confiança mútua, conforme definidas na noção de Originação Dependente (Paticca-samuppāda). Elas também prestam igual atenção aos recursos e ao meio ambiente.

4) Princípios e metodologia para a aplicação do Budismo aos negócios

A partir da discussão acima, pode-se concluir que existem cinco aspectos para a aplicação do Budismo aos negócios:

a. O Budismo fornece uma base moral e ética para fazer negócios sem causar danos a si mesmo, aos outros, à sociedade e ao meio ambiente. Os negócios Budistas operam dentro da estrutura do Modo de Vida Correto (Sammā-ājīva) e das Cinco Virtudes Enobrecedoras (Pañcadhamma), garantindo que nenhum dano seja causado aos recursos e ao meio ambiente.

b. O Budismo ajuda a promover a ética nos negócios, criando boas condições de trabalho e relacionamentos entre os trabalhadores e com organizações externas. Justiça e eficácia andam de mãos dadas. A prática de Brahamavihāra, Sagahavatthu e Agati ajudará a conquistar o apoio de todas as partes envolvidas.

c. O conceito Budista de verdade (Sacca) auxilia na definição da política, operação e desenvolvimento da organização. Enfatiza o reconhecimento da mudança como base para a melhoria contínua.

d. A metodologia Budista auxilia no aumento da eficiência e eficácia do desempenho de negócios, por exemplo, na aplicação das Quatro Nobres Verdades (Ariyasacca).

e. O ideal Budista ou meta de vida é capaz de auxiliar na definição de metas de negócios. Por exemplo, praticar atos de caridade (Puñña) é mais lucrativo do que acumular bens e o trabalho é uma prática do Dharma ou autodesenvolvimento.

A aplicação dos princípios e da metodologia Budista aos negócios, portanto, pode ser vista na definição das metas, da estrutura e da operação do negócio. Eles não são incompatíveis e os negócios são fortalecidos por essa aplicação.

6. Possibilidade de aplicação do Budismo à sociedade capitalista

A discussão acima demonstra, em grande medida, a possibilidade de aplicação do Budismo à economia capitalista. A seguir, o resumo.

1. O Capitalismo, em sua forma ideal ou pura, não entra em conflito com os ensinamentos Budistas sobre economia. É possível integrar os dois sistemas com alguns pequenos ajustes. Por exemplo, a busca capitalista pelo máximo benefício poderia ser reduzida à busca por ganhos legítimos e incorporar a meta Budista de desenvolvimento da qualidade de vida para si e para os outros. Dessa forma, as atividades econômicas abrangerão dimensões mundanas e morais. Considerações materialistas e espirituais são, portanto, consideradas, levando a uma economia e desenvolvimento sustentáveis.

2. A economia capitalista atual não está em sua forma pura, mas consiste em elementos mistos. O Budismo também não entra em conflito com esse Capitalismo misto. Em geral, o Capitalismo misto preza pela moralidade. A sua noção de administração justa e o envolvimento do Estado no setor de negócios privados se encaixam perfeitamente na perspectiva Budista. É verdade que algumas práticas econômicas são más, mesquinhas e corruptas, mas são praticadas apenas por algumas pessoas ou entidades corporativas. Se as autoridades econômicas e políticas quiserem resolver essas questões, o Budismo poderá contribuir para o esforço. Os pontos em questão geralmente se devem ao egoísmo míope. O Budismo é capaz de ajudar a apontar os benefícios a longo prazo de se fazer negócios com base em princípios morais e éticos.

3. Há evidências de que muitas organizações e corporações em todo o mundo atribuem importância à moralidade e não exclusivamente ao lucro, o que atesta o fato de que o Budismo é capaz de ser aplicado aos negócios. Embora essas empresas não atuem com base na fé Budista, as suas ações são semelhantes em espírito aos ensinamentos Budistas. Por exemplo, a responsabilidade social corporativa corresponde aos ensinamentos Budistas sobre bondade amorosa (Mettā), compaixão (Karuā) e generosidade (Dāna).

4. Há evidências de que muitas empresas e empreendedores Budistas aplicaram os princípios Budistas aos seus negócios. Isso é uma indicação significativa de que o Budismo é capaz de ser aplicado a negócios ou empreendimentos econômicos.

5. O fato de a sociedade Tailandesa ter adotado a Filosofia da Economia de Suficiência do falecido King Bhumibol demonstra que o Budismo e a economia de suficiência estão em uníssono. A filosofia da economia de suficiência testemunha claramente a influência Budista. Em outras palavras, a economia Budista também pode ser chamada de economia de suficiência.

6. O Budismo aborda muitas dimensões econômicas, incluindo produção, marketing, distribuição e consumo. Há uma grande variedade de ensinamentos que podem ser aplicados. De certa forma, um Budista é capaz de aplicar os princípios Budistas às suas atividades econômicas diárias de uma forma ou de outra. Algumas atividades não são muito complicadas. Por exemplo, no consumo, um Budista pode aplicar os princípios da suficiência, valores verdadeiros e falsos e poupança. Quanto mais ele pratica, maiores serão os benefícios para si mesmo e para a sociedade em geral.

Portanto, é possível e viável que o Budismo é capaz de ser aplicado à economia capitalista moderna. A extensão da aplicação depende de uma série de condições, como a capacidade dos executivos e a natureza do trabalho.

7. Conclusão

A partir da discussão acima, pode-se argumentar que o Budismo não está em conflito sério com o Capitalismo ou o Liberalismo. De fato, eles são bastante compatíveis, especialmente se o Capitalismo não for praticado ao extremo, por exemplo, se não pregar a ganância excessiva. É verdade que existem algumas diferenças. Também existem semelhanças e é possível atenuar vários aspectos do Capitalismo. Muitas pessoas de negócios Budistas têm demonstrado que é possível aplicar os ensinamentos Budistas a empreendimentos econômicos na atual sociedade capitalista.

Referências

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Imagem: pexels-pixabay-208444 05.05.2025 Thailand – Torre Do Pagode Azul E Bege Ao Lado Da Floresta

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A Espiritualidade nas Empresas trata-se de uma Filosofia cujos Princípios são capazes de ajudar tanto as Pessoas quanto as Organizações.

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Autor

Graduação: Engenharia Operacional Química. Graduação: Engenharia de Segurança do Trabalho. Pós-Graduação: Marketing - PUC/RS. Pós-Graduação: Administração de Materiais, Negociações e Compras - FGV/SP. Blog Projeto OREM® - Oficina de Reprogramação Emocional e Mental - O Blog aborda quatro sistemas de pensamento sobre Espiritualidade Não-Dualista, através de 4 categorias, visando estudos e pesquisas complementares, assim como práticas efetivas sobre o tema: OREM1) Ho’oponopono - Psicofilosofia Huna. OREM2) A Profecia Celestina. OREM3) Um Curso em Milagres. OREM4) A Organização Baseada na Espiritualidade (OBE) - Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT). Pesquisador Independente sobre Espiritualidade Não-Dualista como uma proposta inovadora de filosofia de vida para os padrões Ocidentais de pensamentos, comportamentos e tomadas de decisões (pessoais, empresariais, governamentais). Certificação: “The Self I-Dentity Through Ho’oponopono® - SITH® - Business Ho’oponopono” - 2022.

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