Nós estamos revisitando e transcrevendo a dissertação de Doutorado da Walden University, denominada “Ho’oponopono: Assessing the effects of a traditional Hawaiian forgiveness technique on unforgiveness” [“Ho’oponopono: Avaliando os efeitos de uma técnica tradicional Havaiana de perdão sobre a incapacidade de perdoar”], do autor Matthew B. James – Walden University, para conhecimento e entendimento da aplicabilidade, em outras áreas de interesse, do processo de resolução de problemas através do Ho’oponopono.
Trabalhos Acadêmicos da Universidade Walden
Dissertações e Estudos de Doutorado da Walden
1-1-2008
Ho’oponopono: Assessing the effects of a traditional Hawaiian forgiveness technique on unforgiveness
Matthew B. James – Walden University
Acompanhe esse e outros trabalhos em: https://scholarworks.waldenu.edu/dissertations
Parte do Acervo de Psicologia Cognitiva e do Acervo de Psicologia Social.
Essa Dissertação é disponibilizada gratuitamente e em acesso aberto pela Coleção de Dissertações e Estudos de Doutorado da Walden na Scholar Works. Ela foi aceita para inclusão na Coleção de Dissertações e Estudos de Doutorado da Walden por um administrador autorizado da Scholar Works. Para mais informações, entre em contato com [email protected].
Artigo em Inglês no site: “Ho’oponopono: Assessing the effects of a traditional Hawaiian forgiven” by Matthew B. James
Tradução livre Projeto OREM®
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Ho’oponopono: Avaliando os efeitos de uma técnica tradicional Havaiana de perdão sobre a incapacidade de perdoar
Resumo
Esse estudo expandiu a pesquisa empírica existente sobre perdão e, especificamente, sobre Ho’oponopono, um processo tradicional de perdão Havaiano. Uma extensa revisão da literatura revelou que, embora o perdão tenha ganhado popularidade entre pesquisadores e clínicos, poucos modelos terapêuticos baseados em processos têm sido pesquisados. Além disso, o Ho’oponopono não tem sido estudado como uma abordagem processual para o perdão. Portanto, o propósito do presente estudo intergrupos, intragrupos e de medidas repetidas foi avaliar os efeitos da aplicação do Ho’oponopono (focado em um transgressor específico) nos níveis de incapacidade de perdoar, medidos pelo Transgression-Related Interpersonal Motivations Inventory (TRIM) [Inventário de Motivações Interpessoais Relacionadas à Transgressão].
Os participantes (N = 79) foram divididos aleatoriamente em um grupo de teste e um grupo de controle. Ambos os grupos completaram o TRIM duas vezes e o grupo de teste se envolveu no processo de Ho’oponopono entre as avaliações pré e pós-teste. Dois testes t separados para amostras pareadas foram utilizados para examinar o grupo controle (n = 39) e o grupo teste (n = 40) e uma ANOVA unidirecional foi conduzida entre os grupos para examinar a eficácia do Ho’oponopono com o grupo teste em comparação ao grupo controle.
Os resultados demonstraram que aqueles que se envolveram no processo Ho’oponopono posteriormente experienciaram uma redução estatisticamente significativa na incapacidade de perdoar, enquanto aqueles no grupo controle não apresentaram mudança estatisticamente significativa no afeto negativo ao longo do estudo. Com base nessas descobertas e na validação do Ho’oponopono como um método eficaz de perdão terapêutico, esse estudo estabelece as bases para pesquisas futuras sobre esse processo específico de perdão. Fortes implicações para a mudança social positiva por meio da aplicação do Ho’oponopono incluem melhoria da saúde e melhoria dos relacionamentos interpessoais e intrapessoais.
—–Continuação da Parte I—–
CAPÍTULO 2:
REVISÃO DA LITERATURA
Introdução
O uso do perdão como um processo em terapia (aconselhamento) e para pesquisa tem emergido como um foco importante nos últimos anos (Berecz, 2001; Orr et al., 2004). Embora o perdão tenha sido considerado uma ferramenta para teologia, espiritualidade e filosofia, a aplicação de diversos processos e modelos de perdão tem sido aplicado mais recentemente em diversos contextos, incluindo terapia (aconselhamento), social, negócios e cultural (Strelan & Covic, 2006). O perdão também tem sido correlacionado com a redução do estresse percebido, medido pela redução da pressão arterial e da frequência cardíaca (Lawler et al., 2003). Embora tenha havido um aumento na atenção à pesquisa sobre perdão, ainda não surgiu uma teoria ou modelo unificador. Além disso, alguns autores (Strelan & Covic, 2006) explicam que tem havido pouquíssimas validações de processos específicos de perdão.
Ho‘oponopono é um processo específico que tem sido utilizado há algum tempo, em diversas formas e contextos, na cultura Havaiana (Ito, 1985; Simeona, 1992). Recentemente, o relacionamento entre Ho’oponopono e estresse tem sido pesquisado e descobriu-se que o processo está correlacionado com a redução do estresse (Kretzer et al., 2007). Embora esse estudo longitudinal tenha analisado uma amostra muito específica da população, ele tem lançado as bases para o início da pesquisa sobre um processo específico de perdão, que tem sido escasso na literatura.
O foco dessa revisão bibliográfica é demonstrar que o perdão, como um modelo educacional e como um modelo processual, tem sido validado e demonstrado ser eficaz na redução do afeto negativo associado a uma transgressão. Além disso, o foco dessa revisão é demonstrar que há uma escassez de pesquisas na área de modelos de perdão 1:1 (one-on-one) baseados em processos, especialmente quando se analisa o Ho’oponopono.
Para explorar o relacionamento entre um processo específico de perdão, tais como como Ho’oponopono e a redução do afeto negativo, os constructos teóricos relacionados ao Ho’oponopono têm que ser explorados. A base teórica dessa dissertação e do processo de Ho’oponopono baseia-se em (a) pesquisa e modelos de perdão, (b) disclosure emocional, (c) imaginação guiada e (d) estresse e coping. Uma exploração da literatura nessas quatro áreas, no que se refere ao perdão e ao Ho’oponopono, fornecerá a estrutura e a abordagem para a pesquisa.
Estratégia para Busca Bibliográfica
As bases de dados utilizadas para essa revisão bibliográfica incluíram Academic Search Premier, Education Resources Information Center (ERIC), MEDLINE, PsycARTICLES e PsycINFO. As palavras-chave utilizadas incluíram traição, coping, disclosure, emoção, emocional, empatizar (sentir empatia), empatia, falso, falso-perdão, perdoar, perdão, imagens guiadas, perdão Havaiano, Hooponopono, Ho’oponopono, hipnose, perceber, percepção, pono, foco positivo, pensamento positivo, pseudo, pseudo-perdão, ruminação, auto perdão, desculpar, estresse, gerenciamento de estresse, apoio, transgressão, transgressor, TRIM e visualização. Para uma busca completa na literatura, essas palavras-chave foram utilizadas em várias combinações de busca em resumos, títulos e como palavras-chave fornecidas pelos autores. As listas de referências dos artigos também foram revisadas para encontrar literatura relacionada. Por fim, uma busca na University of Hawaii, em Manoa: Hamilton-Hawaiian Library, resultou em literatura específica sobre Ho’oponopono e dois praticantes importantes na história dessa abordagem de pesquisa: George Naope, Ph.D. e Morrnah Simeona. Versões da literatura para essa dissertação foram reunidas em ambos os formatos digital e impresso.
Perdão
Grande parte da pesquisa na área de perdão e Ho’oponopono explorada nessa revisão bibliográfica tem se concentrado em modelos baseados na educação e abordagens baseadas em processos para o perdão. Embora haja uma falta de consenso sobre a definição de perdão (como será discutido), a definição de perdão que foi utilizada para essa pesquisa baseou-se principalmente na explicação de Enright (1996) e os colegas dele. Enright explica que o perdão envolve duas pessoas: um transgressor e a pessoa afetada pela transgressão. A transgressão em si pode ser de natureza moral, emocional, física e/ou psicológica. Além disso, o processo de perdão envolve a redução ou eliminação de sentimentos negativos em relação ao transgressor, bem como a remoção ou liberação da necessidade de vingança, retribuição e/ou retaliação em relação ao transgressor.
Estudos específicos usando Ho’oponopono ou abordando o conceito de pono são limitados. O foco dos estudos tem sido principalmente estudos de caso envolvendo o uso do processo em um ambiente educacional ou de terapia (aconselhamento) ou como um meio de melhorar as relações familiares (Miura, 2000; Tengan, 2004). Shook (2002) apresenta cinco estudos de caso nos quais o Ho’oponopono foi usado para facilitar a resolução de conflitos e trazer o perdão. Andres (2002), em sua dissertação, apresenta pesquisa e teoria para apoiar o uso da abordagem face a face do Ho’oponopono, bem como estudos de caso para demonstrar a eficácia do processo. Finalmente, Kretzer, et al. (2007) conduziu um estudo longitudinal sobre os efeitos do Ho’oponopono em uma abordagem baseada na educação. No entanto, além desses estudos e fontes disponíveis, há poucas referências disponíveis estudando o processo específico do Ho’oponopono.
Conceitos de Perdão
Embora existam vários aspectos do perdão com os quais pesquisadores e clínicos concordam, uma das preocupações levantadas por muitos autores é que não há uma definição consensual de perdão (McCullough et al., 2006; Orr et al., 2004; Strelan & Covic, 2006). Curiosamente, Orr et al. explicam que há consenso sobre o que o perdão não é. Com base nas pesquisas deles, concorda-se que perdão não é indultar (comutar pena), tolerar, desculpar, esquecer ou reconciliar. Esses termos são utilizados em contextos como o jurídico (por exemplo, indultar) e, portanto, devem ser vistos como um conceito diferente.
Orr et al. (2004) explicam ainda que, antes da década de 1980, o perdão estava quase exclusivamente ligado à religião ou espiritualidade. Portanto, as variações nas definições podem advir do fato de que o contexto e a história das abordagens vêm de diferentes áreas de foco. Por exemplo, Berecz (2001) descreve o papel de um aspecto divino em abordagens espirituais ou religiosas que não está presente em abordagens clínicas. A partir dessa perspectiva, o fator motivador para o perdão vem de uma fonte externa, como Deus ou um espírito. Em muitos casos, o restante da técnica é muito semelhante a uma abordagem educacional ou de terapia (aconselhamento). Berecz (2001) explica ainda que, nesse tipo de abordagem, há uma ênfase nos três Rs do perdão: rapport, reenquadramento e reconciliação.
A partir do ponto de vista clínico ou de terapia (aconselhamento), há pouca ou nenhuma ênfase sobre o divino, como na abordagem espiritual (Murray, 2002). Além disso, abordagens não religiosas para o perdão que discutem os três Rs referem-se ao terceiro R como release (liberação), em oposição à reconciliação, que tem um aspecto mais religioso (Berecz, 2001; Murray, 2002). Mesmo com a semelhança de não haver aspecto divino, as abordagens de terapia (aconselhamento) disponíveis não possuem uma definição consensual.
Alguns pesquisadores referem-se à definição estabelecida por Enright (1996) como a base para a visão ou conceito atual de perdão. A definição de Enright é resumida como uma experiência que envolve pelo menos duas pessoas: uma que foi ferida e outra que causou a lesão ou injustiça. O processo de perdão, segundo Enright (1996), é então visto como um processo interno no qual o indivíduo que foi ferido libera a necessidade por vingança, retribuição e/ou retaliação. Orr et al. (2004) apontam que alguns consideram que essa definição contém conceitos de absolvição ou desculpa de um transgressor. Como essa absolvição e desculpa de um transgressor é uma função separada do perdão, essa definição é por vezes rejeitada.
Há uma característica que é constante nas diversas abordagens ao perdão e é que a visão do indivíduo sobre o transgressor vem a ser mais positiva e menos negativa (Konstam et al., 2003; Orr et al., 2004). McCullough et al. (2006) referem-se à mudança como uma mudança pró-social nas motivações interpessoais relacionadas à transgressão, ou TRIMs. ‘Quando as pessoas perdoam, elas se tornam menos evitativas (avoidant), menos vingativas e mais benevolentes em relação às pessoas que as feriram’ (p. 887). Independentemente das outras diferenças, esse conceito de menos negativo e mais positivo é uma constante mensurável na pesquisa sobre perdão.
Nesse estudo específico sobre Ho’oponopono, a mudança pró-social foi mensurada utilizando o Inventário TRIM, devido ao conceito geralmente aceito descrito acima. Embora outros estudos, que serão discutidos posteriormente nesse paper, analisem diferentes variáveis como forma de mensurar o perdão, há menos discordância quanto à mensuração da redução da incapacidade de perdoar em comparação à mensuração do perdão em si. Ou seja, a literatura disponível demonstra que, devido à falta de consenso sobre o que é perdão, a mensuração da obtenção do perdão é problemática em pesquisas. No entanto, como a incapacidade de perdoar (ou seja, a falta de perdão a alguém) é mensurável e menos debatida, essa variável pode ser considerada mais aceitável e, portanto, foi mensurada nessa pesquisa.
Perdão por Traço Versus Perdão Episódico
Além da falta de consenso quanto às definições e conceitos de perdão, há também um debate sobre o papel do perdão por traço versus perdão episódico. Grande parte da pesquisa conduzida concentra-se no perdão episódico (Allemand, Amberg, Zimprich e Fincham, 2007). O perdão episódico, portanto, poderia ser definido como a redução dos TRIMs em relação a um transgressor com base em um evento específico como ponto focal. Nessa definição, o foco da pesquisa estaria na redução dos TRIMs para o evento específico ou com um transgressor específico. No entanto, uma variável que tem sido amplamente ignorada é a do perdão por traço (Allemand et al.).
Allemand et al. (2007) explicam que o perdão por traço é o aspecto da personalidade de uma pessoa que contribui para a sua disponibilidade de perdoar. Em outras palavras, com base em um traço de personalidade, um indivíduo pode ser mais indulgente (forgiving) do que outro. Essa diferença nos traços de personalidade pode, então, ser uma variável de confusão em estudos que se concentram especificamente no perdão episódico. Allemand et al. estudaram o papel do perdão por traços em relação ao perdão episódico. No estudo deles com 180 estudantes da Universidade de Zurique, os autores examinaram a relação entre perdão episódico, perdão por traços e satisfação no relacionamento. O foco do estudo foi sobre estudantes que estavam em relacionamentos comprometidos nos quais uma transgressão do parceiro havia sido experienciada. A transgressão do parceiro do participante foi o foco das medições de perdão e satisfação no relacionamento.
A primeira hipótese do estudo era que pontuações mais altas de perdão por traço estariam correlacionadas com pontuações mais altas de perdão episódico (Allemand et al., 2007). No entanto, levando em consideração a satisfação com o relacionamento, os autores descobriram que o perdão por traço e o perdão episódico estavam inversamente relacionados para indivíduos com baixa satisfação com o relacionamento. De fato, a conclusão do estudo foi que a satisfação com o relacionamento tinha uma correlação mais forte com o perdão episódico em relacionamentos do que com o perdão por traço. Assim, a primeira hipótese, de que o perdão por traço e o perdão episódico estariam positivamente correlacionados, foi considerada inválida.
A significância dessa descoberta é que, embora o perdão por traço tenha correlação com o perdão episódico, existem outras variáveis que têm um efeito maior sobre o perdão por traço (Allemand et al., 2007). Além disso, para os indivíduos com baixos relatos de satisfação com o relacionamento, o perdão episódico ainda era alcançável, mas houve uma redução menor no afeto negativo em comparação com indivíduos com altas pontuações de satisfação com o relacionamento. Em outras palavras, o perdão episódico é mensurável mesmo com baixa satisfação com o relacionamento e baixo perdão por traço. Portanto, embora as duas variáveis de perdão por traços e satisfação no relacionamento sejam importantes para pesquisas futuras na área de perdão, para o propósito desse estudo de pesquisa, a medição da redução de TRIMs (ou seja, perdão episódico) ainda foi possível sem levar em conta o perdão por traços.
Educação para o Perdão versus Perdão por Processo
Uma comparação final feita em muitos estudos e na literatura é a comparação entre a educação para o perdão ou consciência no nível da realidade [awareness] e um processo específico para alcançar o perdão. Como será discutido na seção Estresse e Coping desse Capítulo, uma abordagem para o coping é a do conhecimento e do entendimento (Snyder, 1999). Além disso, as percepções de um evento que é experienciado como uma transgressão desempenharão um papel na reação ao evento (Strelan & Covic, 2006). Em outras palavras, ao adquirir conhecimento e entendimento sobre um conceito (por exemplo, por meio da educação), as percepções do indivíduo sobre o conceito podem ser afetadas.
Orr et al. (2004) enfatizam isso, apontando que a educação para o perdão, por si só, demonstrou reduzir o afeto negativo por um indivíduo. Em um estudo de Al-Mabuk e Enright (1995), instrução e palestra sobre a importância do perdão, por si só, aumentaram a disponibilidade para perdoar. Ao entender os benefícios e os conceitos do perdão, uma pessoa é capaz de se tornar mais disposta a experienciar o perdão. Orr et al. (2004) descrevem isso como uma abordagem mais voltada para a tomada de decisões em relação ao perdão, em comparação com uma abordagem focada no processo. Em outras palavras, ao aprender sobre o perdão, presume-se que a pessoa se tornará mais disposta a tomar a decisão de perdoar, independentemente de um processo ser ou não introduzido.
No entanto, ao comparar a literatura e os estudos sobre perdão, Baskin e Enright (2004) constataram que havia um efeito maior com abordagens focadas no processo. Na análise deles de nove estudos publicados, eles constataram que uma intervenção de perdão focada no processo resultou em taxas mais altas de redução de afeto negativo. De fato, a conclusão da análise foi que intervenções focadas em educação ou decisão, por si só, foram insuficientes como processo de perdão. Orr et al. (2004) sugerem que uma combinação de educação e perdão focado no processo produz os melhores resultados.
O processo completo do Ho’oponopono inclui uma explicação da importância do perdão, que atua como uma abordagem focada na educação e uma intervenção específica de perdão, que atua como uma abordagem focada no processo. Orr et al. (2004) descrevem essa combinação como a mais eficaz para a redução do afeto negativo em relação a um transgressor.
Modelos e Abordagens para o Perdão
Embora existam muitas abordagens diferentes para o perdão, existem alguns modelos que são aceitos como visões gerais do processo de perdão. Esses modelos serão examinados mais detalhadamente em uma Seção posterior desse Capítulo.
Primeiramente, Enright (1996) descreve três aspectos do perdão e da pesquisa sobre o perdão. Os três aspectos são: (a) o estudo de perdoar um transgressor, (b) o estudo do auto perdão e (c) o estudo da busca pelo perdão. As técnicas nas diversas modalidades incluirão pelo menos um desses conceitos e, em alguns casos, há a inclusão de todos os três aspectos da pesquisa sobre o perdão.
O processo de quatro etapas para o perdão, desenvolvido por Brandsma (1982), é um exemplo de uma abordagem inicial que resume muitas outras abordagens básicas para o perdão (Denton & Martin, 1998). Na primeira etapa, o paciente ou cliente necessita desenvolver a disponibilidade de se livrar do afeto negativo associado à transgressão. Essa disponibilidade é capaz de advir a partir da educação e da discussão com o indivíduo. A segunda etapa é a disponibilidade por parte do indivíduo de encarar a experiência da transgressão. Aqui, a pessoa que experienciou o erro se dispõe a encarar o evento com o propósito de obter o perdão. O próximo passo é separar o transgressor dos comportamentos presentes na transgressão. Isso significa enxergar as necessidades, os motivos e as razões do evento para que o perdão seja possível. Por fim, há uma liberação da negatividade associada ao evento. Essa liberação é possível devido às etapas anteriores e à disponibilidade de encarar os comportamentos da transgressão como separados da pessoa que a cometeu.
Outra abordagem para o perdão baseia-se no modelo de cinco etapas desenvolvido por Worthington (1998). Nessa abordagem, o primeiro passo é simplesmente relembrar o evento passado em que a transgressão ocorreu. Em seguida, o indivíduo demonstra empatia pelo transgressor. Terceiro, o indivíduo oferece uma dádiva altruísta de perdão ao ofensor. Quarto, há um compromisso com o perdão e com o perdão do transgressor. Finalmente, o indivíduo se concentra e se apega ao perdão, ao invés da ofensa.
Shook (2002) explica que o Ho’oponopono é uma forma antiga de perdão que prevaleceu na cultura Havaiana por muitos anos antes da influência Ocidental. Além disso, embora existam variações da técnica do Ho’oponopono em comparação com outros modelos de perdão, a maioria das etapas da técnica apresenta semelhanças com os diversos processos de perdão. Como demonstrado pela explicação dos processos de quatro e cinco etapas acima, o Ho’oponopono adota uma abordagem semelhante ao perdão, que será discutida mais adiante nesse Capítulo.
O Perdão como um Processo
Existem três abordagens básicas que um processo de perdão pode adotar: perdão aos outros, perdão a si mesmo e/ou a busca pelo perdão de outra pessoa (Enright, 1996; Enright & Eastin, 1992). Vários autores (Brandsma, 1982; Enright, 1996; Worthington, 1998) têm descrito etapas específicas em um processo de perdão. Essas etapas específicas variam de acordo com a teoria, o contexto e a aplicação. Uma grande diferença ocorre ao comparar abordagens terapêuticas com abordagens religiosas. A diferença entre abordagens religiosas e terapêuticas é a inclusão do aspecto de Deus nas abordagens religiosas (Strelan & Covic, 2006). No entanto, além desse aspecto, as diferenças entre os dois tipos de modelos são indistinguíveis.
Denton e Martin (1998) descrevem uma abordagem revisada de quatro etapas para o perdão, originalmente desenvolvida por Brandsma (1982), que é uma abordagem religiosa/terapêutica. As quatro etapas são:
1. Disponibilidade para abandonar a negatividade relacionada à transgressão.
2. Disponibilidade para encarar o evento e a negatividade que ocorreu.
3. Uma nova percepção do transgressor, com foco em comportamentos, motivos e razões.
4. Perdoar o transgressor.
Worthington (1998) descreve um modelo terapêutico (isso é, clínico e de terapia (aconselhamento)) de perdão que consiste em uma abordagem de cinco etapas. As cinco etapas são:
1. Relembrar a mágoa e a negatividade associadas ao evento específico.
2. Demonstrar empatia pelo transgressor.
3. Oferecer um perdão verdadeiro e honesto ao transgressor.
4. Comprometer-se a perdoar o transgressor.
5. Manter o perdão.
Existem semelhanças entre as duas abordagens descritas acima. No entanto, o Ho’oponopono se assemelha mais à segunda abordagem, originalmente desenvolvida por Worthington (1998). A diferença é que o Ho’oponopono incorpora um aspecto espiritual, porém não religioso, que as outras duas não incluem.
De acordo com Berecz (2001) e Murray (2002), as abordagens espirituais para o perdão incluem o conceito de conexão com uma fonte divina ou com o eu [ser, self] divino. No processo de Ho’oponopono, Morrnah Simeona (1992) explica especificamente que há uma conexão com a fonte divina ou com o eu [ser, self] quando o indivíduo visualiza e experiencia a etapa de luz/cura (healing) no processo (Ito, 1985; James, 1993; King, 1989). No entanto, esse conceito de fonte não foi rotulado como Deus, mas apenas como uma luz que cura (healing). Além disso, o perdão veio do indivíduo e não a partir de Deus, como é o caso na maioria das abordagens espirituais e religiosas ao perdão (Strelan & Covic, 2006).
A inclusão e a associação com aspectos espirituais ou religiosos têm levado conselheiros e clínicos a evitar o uso do perdão em contextos terapêuticos (Denton & Martin, 1998; Frommer, 2005). No entanto, pesquisa atual que tem demonstrado a importância do perdão tem começado a mudar a forma de pensar sobre o papel do perdão no contexto da terapia (West, 2001).
Incluindo abordagens espirituais, religiosas, de terapia (aconselhamento) e clínicas, há variações suficientes de processos e modelos de perdão para justificar um estudo apenas dos processos e modelos. De fato, artigos recentes (por exemplo, Strelan & Covic, 2006) têm começado a analisar todas as diferentes abordagens e modelos. Uma análise completa de todos os modelos não será revisada para os propósitos desse estudo; no entanto, o impacto dos vários modelos e abordagens na pesquisa sobre perdão é notável.
Perdão e Ruminação
Há um amplo conjunto de pesquisas que demonstram que o estresse e os estressores estão correlacionados a um efeito negativo na saúde geral. Dependendo do tipo de estresse ou do estressor, a diminuição da saúde pode ser de natureza física, emocional ou mental. Além do efeito sobre o corpo, o estresse prolongado também tem sido associado à ruminação (Morrison & O’Connor, 2005). À medida que uma pessoa experiencia o estresse, há uma tendência a pensar sobre o evento de forma mais consistente.
McCullough, Bono e Root (2007) conduziram três estudos para medir o relacionamento entre perdão e ruminação. Um dos propósitos do estudo incluiu o foco na vinculação do perdão a outros modelos de redução do estresse. Como a redução do estresse está correlacionada à redução da ruminação, se a aplicação de um processo de perdão também estivesse correlacionada à redução da ruminação, então o perdão como processo poderia ser visto como uma forma de redução do estresse.
O primeiro estudo envolveu 89 estudantes de graduação e o segundo, 115 estudantes de graduação. Em ambos os estudos, a ruminação e o perdão foram medidos e foi encontrada uma relação negativa. Ou seja, quando uma pessoa experimentava o perdão, havia menos ruminação. No Estudo 1, o foco foi no perdão temporário ou de curto prazo. No Estudo 2, o humor negativo foi adicionado como variável mensurada para determinar se o humor negativo ou positivo afetava os resultados do primeiro estudo. Os resultados foram os mesmos e foi encontrada uma relação negativa entre o perdão e a ruminação.
No terceiro estudo, com 163 estudantes de graduação, a raiva e o medo foram analisados como mediadores e o aspecto temporal do perdão e da ruminação foi examinado. O Estudo 3 revelou que o perdão e a ruminação têm uma correlação negativa e que o perdão precede a redução da ruminação. Além disso, sem o perdão, é demonstrado que há um aumento da ruminação focada no transgressor. A conclusão de McCullough et al. (2007) foi que, embora seja difícil estabelecer uma relação causal, os três estudos demonstram que o perdão, como um processo que reduz a ruminação, é uma forma de redução do estresse.
Embora os estudos acima sobre perdão e ruminação tenham apresentado limitações devido ao fato de as amostras serem compostas principalmente por participantes residentes nos EUA, Suchday, Friedberg e Almeida (2006) constataram que o perdão é transcultural. No estudo deles com estudantes universitários Indianos (n = 188), os autores constataram que não há diferença significativa nos resultados quando comparados a uma amostra Americana. Os pesquisadores analisaram o perdão, a ruminação e o estresse ao comparar os dois grupos.
Como meio de reduzir o estresse, o uso de um processo específico de perdão, como o Ho’oponopono, tem muitas aplicações contextuais. A amostra utilizada nesse estudo consistirá de diversas origens étnicas e culturais, bem como de diversas transgressões contextuais. A razão pela qual os critérios para a transgressão específica são amplos, ao invés de restritos (por exemplo, considerando especificamente transgressões em relacionamentos), é porque o perdão tem demonstrado ser benéfico em áreas que vão do casamento (DiBlasio, 1993) a questões culturais, como a recuperação a partir de um genocídio em massa (Staub, Pearlman, Gubin & Hagengimana, 2005). A seguir está um resumo das diversas aplicações dos modelos e processos de perdão.
Casamentos e Relacionamentos de Casais
A capacidade de resolver conflitos é essencial para um relacionamento bem-sucedido e o perdão desempenha um papel nisso (Fincham, Beach e Davila, 2007). Para auxiliar as famílias a tomarem medidas corretivas para melhorar os relacionamentos, DiBlasio (1993) constatou que o membro da família pode ter mais facilidade para superar problemas como a raiva quando o perdão é alcançado primeiro. Em uma pesquisa com 30 membros clínicos da American Association of Marital and Family Therapist [Associação Americana de Terapeutas Conjugais e Familiares], DiBlasio constatou que a maioria dos entrevistados era a favor do uso do perdão como parte de uma intervenção. No entanto, a falta de uma abordagem validada fez com que alguns evitassem o perdão.
Em uma pesquisa semelhante com 381 membros da American Mental Health Counselors Association [Associação Americana de Terapeutas (Conselheiros) de Saúde Mental], 88% responderam positivamente que o perdão é uma parte comum de sua prática e 94% sugeriram que o perdão deveria ser levado à atenção dos clientes como parte de um processo terapêutico (Konstam, Marx, Schurer, Harrington, Lombardo e Deveney, 2000). Essas descobertas sugerem que o perdão é visto como uma parte importante do processo de cura [healing] no terapia (aconselhamento) conjugal e familiar.
Além de pesquisas, estudos de caso têm demonstrado a utilidade do perdão como parte da reconciliação em ambientes clínicos. DiBlasio (1998) explica que uma mãe de 35 anos, mãe de dois filhos, conseguiu resolver a raiva, o ressentimento e a amargura que ela tinha experienciado há mais de 30 anos usando uma abordagem de perdão. Antes de usar o perdão na terapia, a mãe havia experienciado conflitos no casamento dela, depressão e, segundo o seu próprio relato, esteve à beira do suicídio. Com base em seu relato, esses problemas se originaram de seus sentimentos negativos em relação ao irmão e ao pai. Ao usar um processo de perdão presencial (face-to-face) com o irmão e o pai, ela foi capaz de reduzir os afetos negativos e iniciar o processo de cura [healing].
Relacionamentos Familiares
Al-Mabuk e Enright (1995) demonstraram a utilidade de um processo de perdão com um grupo de estudantes universitários que tinham percebido a falta de amor em seus relacionamentos familiares durante a infância. Por meio de palestras, instruções e treinamento, os autores demonstraram que a esperança e a disposição para perdoar poderiam ser aumentadas apenas pela explicação e discussão sobre o perdão. Em um segundo estudo, os autores demonstraram ainda que o perdão poderia ser alcançado da mesma forma.
Ambos os estudos de Al-Mabuk e Enright (1995) foram conduzidos em ambientes de palestras e eles não envolveram encontros 1:1 (one-on-one). O foco da palestra foi apresentar os benefícios do perdão, bem como o conceito de que o perdão pode ser uma abordagem positiva para lidar com questões interpessoais. Esse estudo é importante porque ele demonstra a utilidade de um dos principais componentes do processo de Ho’oponopono. No processo de Ho’oponopono, a explicação da importância do perdão é um componente crucial (Ito, 1985; Shook, 2002; Simeona, 1992). Ao entender os benefícios do perdão, bem como as potenciais repercussões para a saúde de não perdoar (por exemplo, problemas de saúde relacionados ao estresse), uma pessoa pode estar mais disposta a perdoar um transgressor.
Em um estudo mais antigo sobre perdão, Hulnick e Hulnick (1989) descobriram que o auto perdão desempenhou um papel importante no processo de cura [healing] de um indivíduo que tinha desempenhado um papel de cuidador de um membro da família com uma deficiência. Ao cuidar de um membro da família que tem uma deficiência, surgem certas dificuldades e sofrimentos. Para lidar com as emoções conflitantes que um membro da família ou cuidador podem experienciar ao cuidar de uma pessoa com deficiência, os autores descobriram que o auto perdão desempenhou um papel importante. Um problema que pode estar presente nesse tipo de situação é a dificuldade em conciliar as necessidades pessoais com as necessidades da pessoa com deficiência.
De acordo com Hulnick e Hulnick (1989), cuidar de um indivíduo ou membro da família com deficiência gera muito sacrifício e responsabilidade para o cuidador. O fardo tem o potencial de resultar em ações que o cuidador não pretende; no entanto, uma vez feito, o cuidador pode sentir que ele cometeu um erro contra o membro da família. Isso ocorre mesmo em situações em que o membro da família com deficiência não é capaz de reconhecer o erro (por exemplo, de Alzheimer). O foco das intervenções 1:1 (one-on-one) de perdão era diferente, pois a pessoa que era o paciente também era o transgressor. É por isso que a abordagem do auto perdão foi utilizada.
Utilizando um modelo de auto perdão, o cuidador é capaz de colocar os comportamentos em perspectiva e encontrar um equilíbrio entre as necessidades do membro da família e as suas próprias necessidades pessoais. Hulnick e Hulnick (1989) explicam que o principal benefício da abordagem de auto perdão é a redução da culpa. Como o cuidador, se (ele/ela) percebe como o transgressor, houve um nível de culpa autorrelatado com base nas ações tomadas. Após a aplicação do modelo de auto perdão, os indivíduos puderam começar a se concentrar tanto nas necessidades do membro da família quanto nas suas próprias necessidades pessoais.
Perdão Após Abuso
Trabalhando com sobreviventes de incesto, Freedman e Enright (1996) conduziram intervenções para facilitar e promover o perdão. O grupo com o qual eles trabalharam era composto por 12 mulheres adultas que, na infância, haviam sido abusadas por um parente do sexo masculino. Diversas medidas foram utilizadas durante a intervenção para analisar ansiedade, depressão e perdão. Cada intervenção foi conduzida individualmente ao longo de uma média de 14,3 meses. Um grupo de controle foi estabelecido e cada mulher passou por uma entrevista que facilitou o processo. Intervenções face-a-face, contato telefônico, registro em diário e leitura foram utilizadas para promover o perdão e, ao longo do estudo, a saúde geral e o bem-estar das participantes melhoraram em comparação com os grupos de controle.
Impacto Social do Perdão
Um exemplo importante do uso do perdão em um contexto social é o trabalho de Staub et al. (2005). Os pesquisadores criaram uma intervenção baseada em teoria, focada em promover a cura [healing] e a reconciliação em Ruanda por meio do perdão. Muitas pessoas ficaram em estado de estresse emocional após sobreviverem à violência, ao genocídio e aos horrores ocorridos em Ruanda. Para combater o estresse emocional, Staub et al. criaram um programa de treinamento que utilizava palestras psico-educacionais com ênfase em cura [healing], entendimento e reconciliação. Com base nessa abordagem, eles conseguiram demonstrar os benefícios de uma abordagem de perdão em larga escala, que resultou em uma melhora nas visões positivas dos conflitos que tinham ocorrido e uma redução geral nos sintomas do trauma.
Staub et al. (2005) conseguiram demonstrar em larga escala que um processo de perdão é capaz de mudar as percepções e atitudes em relação aos transgressores. Essas mudanças de atitude foram mensuradas estatisticamente e os resultados desencadearam um programa para treinar outras pessoas na abordagem. Com base no trabalho, outros indivíduos foram treinados para facilitar reuniões e palestras que poderiam ser realizadas na mesma abordagem do estudo.
Thesnaar (2003) aponta que, em áreas que têm passado por conflitos, como a África do Sul, o perdão é uma parte importante do processo de avançar e restaurar a unidade e a esperança. ‘O perdão sociopolítico ocorre quando um grupo inteiro de pessoas ofendidas se envolve no processo de perdão em relação a outro grupo que é percebido como tendo causado uma ofensa social’ (Montiel, 2002, p. 271).
No caso da África do Sul, anos de apartheid e opressão criaram conflitos contra o governo, bem como contra outros grupos dentro da região geográfica (Thesnaar, 2003). A luta pela liberdade nessa região resultou em indivíduos sentindo que eles eram a vítima de um erro cometido por um único transgressor. Além disso, esse transgressor às vezes assumia a forma de um governo ao invés de um indivíduo específico. Portanto, para que o país avance e se unifique, o processo de cura [healing] tem que começar. Embora o foco do perdão que Thesnaar descreve seja de natureza mais religiosa e/ou espiritual, isso ainda envolve a abordagem básica do processo de perdão. Thesnaar propõe que o processo de reconciliação assuma um formato semelhante ao adotado em Ruanda. Por meio de palestras, educação e orientação, o processo de perdão pode ser iniciado e ajudar o país a avançar rumo à cura [healing].
A limitação dos estudos de Ruanda e da África do Sul reside na possibilidade de haver variáveis culturais e sociais que limitem a generalização. Embora essa seja uma limitação potencial, o fato de eles serem conduzidos em duas regiões geográficas distintas demonstra que os aspectos fundamentais do processo de perdão são aplicáveis a diversas culturas.
Processo de Perdão Ho’oponopono
Ho’oponopono é um processo de resolução de problemas e perdão utilizado nas Ilhas do Havaí há séculos (Ito, 1985; Simeona, 1992). Recentemente, ele tem demonstrado ser um modelo eficaz de resolução de conflitos em agências, organizações corporativas e em ambientes de terapia (aconselhamento) escolar (Brinson & Fisher, 1999). Pukui et al. (1972), bem como Ito, referem-se ao processo como um meio de reparar, corrigir, melhorar coisas (making things right) com a família e com os outros. A tradução de Ho’oponopono é simples; no entanto, o significado da palavra pono requer uma explicação mais aprofundada. Superficialmente, ho’o significa ‘fazer’ (‘to make’) e pono significa ‘certo, correto ou em perfeita ordem’ (Chun, 1995; Ito; Pukui et al.; Shook, 2002).
O processo de Ho’oponopono tem sido utilizado com sucesso em ambientes educacionais e terapêuticos no Havaí (Brinson & Fisher, 1999); no entanto, em geral, pouquíssimas pesquisas foram conduzidas sobre o uso do Ho’oponopono como processo de perdão. As pesquisas conduzidas baseiam-se em uma forma de Ho’oponopono praticada presencialmente (Shook, 2002) ou em grupos (Kretzer et al., 2007). Tradicionalmente, havia pelo menos três abordagens para o Ho’oponopono utilizadas nas Ilhas e a decisão de usar uma abordagem específica baseava-se na transgressão que tinha ocorrido e no resultado desejado (Ito, 1985; Naope, 2006; Simeona, 1992).
Contexto sobre o Ho’oponopono
As informações coletadas sobre essa versão específica do processo de perdão de Ho’oponopono provêm principalmente de três fontes. A primeira fonte é Morrnah Nalamaku Simeona (1913-1992), a segunda é literatura e pesquisa disponíveis na University of Hawaii at Manoa [Universidade do Havaí em Manoa]: Hamilton-Hawaiian Library (Biblioteca Hamilton-Havaiana) e a terceira é George Naope, Ph.D. Os ensinamentos de Morrnah Simeona são referenciados em James (1993) e um processo semelhante de Ho’oponopono é discutido em Long (1953). Além disso, a Universidade do Havaí em Manoa: Biblioteca Hamilton-Havaiana possui uma coleção de artigos reunidos em 1992 sobre Morrnah Simeona e a obra de vida dela. Finalmente, no final da década de 1980, Morrnah Simeona ensinou o processo de Ho’oponopono ao pai do pesquisador, Everett W. James.
O processo foi então ensinado ao pesquisador no início da década de 1990 e o pesquisador o tem estado ensinando para indivíduos e grupos desde 1998. As informações sobre o Ho’oponopono, fornecidas por George Naope, Ph.D., vieram de uma conversa pessoal em março de 2006. Como será discutido a seguir, o Dr. Naope é considerado um especialista vivo na cultura e história Havaianas. Infelizmente, não há artigos publicados por Naope, visto que a cultura Havaiana era uma tradição oral no que diz respeito ao ensino e à transmissão de conhecimento.
Simeona ensinou o processo de Ho’oponopono a centenas de pessoas no Havaí e em todo o mundo (Simeona, 1992). Ela foi designada como Tesouro Dourado Vivo pelo Governador e pela Assembleia Legislativa do Estado do Havaí por seu trabalho nessa área e, em certo momento, ela foi convidada a falar com os membros das Nações Unidas e da Organização Mundial da Saúde sobre o tema do perdão e do Ho’oponopono (King, 1989; Simeona). A fundação que dá continuidade ao seu trabalho chama-se The Foundation of I, Inc. Freedom of the Cosmos e pode ser encontrada em www.hooponopono.org.
O governador e a Assembleia Legislativa do Estado do Havaí também designaram o Dr. Naope como Tesouro Dourado Vivo e o Dr. Naope é mais conhecido como o fundador do festival Merrie Monarch Hula em Hilo, Havaí. O festival é por vezes chamado de Olimpíadas de Hula Havaiana. O Dr. Naope é reconhecido mundialmente como um especialista na cultura Havaiana e uma das principais personalidades que preservaram os costumes ancestrais nas Ilhas. Ele é reconhecido por seu trabalho específico de preservação da antiga hula e cânticos durante o período em que os costumes Ocidentais estavam influenciando a cultura no Havaí.
Explicação do Processo
Primeiramente, o conceito de pono, a partir de uma perspectiva Havaiana, necessita ser explorado. Embora a tradução mais comum da palavra pono seja ‘certo’ ou ‘correto’ (Chun, 1995; Ito, 1985; Shook, 2002), isso não explica claramente o conceito de pono a partir de uma perspectiva Havaiana. Pono não significa certo no sentido de que alguém ou alguma coisa esteja errado, mas sim que as coisas em geral estão certas para a pessoa ou situação (Ito). Mais especificamente, quando as coisas estão pono entre duas pessoas, todas as coisas estão certas e há um sentimento ou estado de paz e harmonia (Ito; Shook). Embora isso não garanta que o sentimento de paz e harmonia será permanente, a cultura perpetua a crença de que o evento em que a transgressão ocorreu é considerado completo e resolvido (Ito; Naope, 2006).
O Dr. Naope explica que, nos tempos antigos, no Havaí, o perdão não era apenas uma parte fundamental da cultura, ele era requerido independentemente da transgressão (comunicação pessoal, Naope, 2006). Acreditava-se que manter sentimentos negativos em relação a um transgressor apenas prejudicava o indivíduo, não o transgressor (ver também Ito, 1985). Além disso, quando o perdão ocorre, o evento está então consumado e não há necessidade de falar sobre ele novamente. No pensamento atual ou Ocidental, o Dr. Naope explica que uma pessoa pedirá desculpas a outra pessoa e ambos os indivíduos pensarão que o perdão ocorreu. No entanto, algum tempo depois, a transgressão é trazida à tona novamente ou revivida. Nesse ponto, fica claro que o evento não terminou e o perdão ainda não foi alcançado. Isso é semelhante ao conceito atual de pseudo perdão ou falso perdão, em que o indivíduo expressa perdão, no entanto, internamente o indivíduo acredita que ele ou ela não fez nada de errado (Hall & Fincham, 2005).
Havia três maneiras pelas quais o Ho’oponopono era conduzido no Havaí pré-Ocidental (Naope, 2006). A primeira maneira, que atualmente está sendo mais pesquisada e estudada, era uma abordagem de perdão face a face com um mediador ou facilitador para auxiliar no processo. Essa abordagem era conduzida principalmente dentro da família e era usada para resolver problemas familiares (Ito, 1985; Shook, 2002). A segunda era conduzida primeiro na mente do indivíduo e, em seguida, uma conversa ou discussão de acompanhamento seria conduzida com as partes envolvidas na transgressão. Finalmente, a terceira abordagem, que é a abordagem ensinada por Simeona (1992), era feita inteiramente na mente e qualquer conversa era conduzida dentro do indivíduo. A explicação dessa versão do processo é descrita na seção a seguir.
Visão Geral do Processo
De acordo com Morrnah Simeona e o Dr. Stan Hew Len, em entrevista a King (1989), os indivíduos carregam consigo todas as pessoas significativas nas vidas deles. Além disso, James (1993), que estudou diretamente com Morrnah Simeona, descreve o processo como um meio de mudar a perspectiva de alguém sobre a transgressão. Essa ideia de mudança de perspectiva é semelhante ao conceito de avaliação do estresse de Lazarus e Folkman (1984), que será discutido mais detalhadamente na seção Estresse e Coping.
O processo de Ho’oponopono varia entre as diferentes comunidades do Havaí devido à diversidade das Ilhas. A seguir, um processo descrito por James (1993), que é comumente aceito no Havaí e ensinado por Morrnah Simeona (o processo foi adaptado para trabalhar com um transgressor específico):
O Processo de Ho‘oponopono:
1. Trazer à mente a pessoa que você considera como o transgressor que tem prejudicado (causado danos a) você.
2. Em sua ‘visão mental’ ou imaginação, construa um pequeno palco (stage) abaixo de você e esteja disposto a perdoar a pessoa em questão (esteja disposto a se tornar pono com ele ou ela).
3. Imagine uma fonte infinita de amor e luz/energia de cura [healing] fluindo de uma fonte acima do topo da sua cabeça; abra o topo da sua cabeça; deixe a fonte de amor e cura [healing] fluir para dentro do seu corpo, preenchê-lo e curá-lo [heal you]. Em seguida, deixe a luz/energia transbordar do seu coração para curar [to heal] a pessoa no palco. Certifique-se de que está tudo bem para você curar [to heal] a pessoa e que ele ou ela aceita a cura [healing].
4. Quando a cura [healing] está completa, tenha uma conversa com a pessoa, perdoe a ele ou a ela e faça com que ele ou ela o perdoe. Certifique-se de que o perdão é honesto e que qualquer coisa que necessita ser comunicada é expressa e revelada de maneira positiva e benéfica.
5. Uma vez que o perdão tenha ocorrido, libere (deixe ir) a pessoa e observe-a flutuando para longe. Enquanto isso ocorre, corte qualquer conexão que os(*the two of you) conecte (se for o caso).
[Observação PO: (*) the two of you: essa expressão é usada quando você estiver escolhendo duas pessoas de um grupo; exemplo: dois de vocês da turma G, venham comigo.]
Como foi discutido anteriormente, isso é semelhante ao modelo de cinco etapas proposto por Worthington (1998):
(a) Relembrar a mágoa e a negatividade associadas ao evento específico,
(b) ter empatia pelo transgressor,
(c) oferecer uma verdadeira e honesta dádiva de perdão ao transgressor,
(d) comprometer-se a perdoar o transgressor e
(e) manter o perdão.
No processo de perdão do Ho’oponopono, o Passo 1 é semelhante ao passo 1 proposto por Worthington (1998). O propósito do passo 1 no Ho’oponopono é relembrar e trazer à mente a pessoa, o evento e os sentimentos/pensamentos associados à transgressão. No passo 2 do Ho’oponopono, o indivíduo está se preparando para perdoar o transgressor, bem como se preparando para ter a habilidade para o disclosure emocional com o transgressor. Durante os passos 3 e 4 do Ho’oponopono, a intenção é ter empatia com a pessoa e vê-la como sendo curada [healed]. Além disso, durante o passo 4, o indivíduo é guiado para ter uma conversa com o transgressor, na qual o perdão é dado como uma verdadeira e honesta dádiva e o indivíduo deve se comprometer a perdoar. Além disso, a conversa deve ser positiva, construtiva e benéfica, em oposição a negativa ou não construtiva (Ito, 1985). Finalmente, na etapa 5, a liberação ou o desapego (deixar ir) da pessoa é realizado como uma metáfora para a manutenção do perdão. Essencialmente, o indivíduo está se desapegando (deixando ir) do evento e da negatividade associada com o evento.
O corte opcional da conexão no Ho’oponopono é um ponto de discórdia na pesquisa e na literatura sobre perdão. No entanto, o debate é frequentemente concentrado sobre o corte de laços com o transgressor (por exemplo, não ter mais nada a fazer com eles nunca mais). Essa etapa do processo de Ho’oponopono difere a partir do foco no debate sobre o corte de laços, que está presente na pesquisa sobre perdão. No processo de Ho’oponopono, o indivíduo está cortando a conexão com os aspectos do transgressor que contribuíram para a transgressão. De fato, uma vez concluído o processo de Ho’oponopono, o indivíduo seria encorajado a conversar com o transgressor para observar a diferença de sentimentos, se apropriado (por exemplo, durante transgressões conjugais; Ito, 1985). Portanto, embora haja debate sobre o uso de ‘cortar a conexão’, essa etapa no Ho’oponopono é opcional e tem uma intenção diferente.
Metodologia da Pesquisa com Perdão e Ho‘oponopono
Como foi discutido anteriormente nesse Capítulo, para essa pesquisa específica sobre Ho’oponopono, a mudança pró-social foi mensurada usando o Inventário TRIM. Outros estudos discutidos posteriormente nesse artigo analisaram diferentes variáveis como um meio de mensurar o perdão; no entanto, há muito menos discordância em relação à mensuração da incapacidade de perdoar em comparação à mensuração do perdão em si. Em outras palavras, a literatura disponível demonstra que, devido à falta de consenso sobre o que é perdão, a mensuração da obtenção do perdão é problemática em pesquisa. A incapacidade de perdoar (ou seja, a falta de perdoar alguém) é mensurável e menos debatida e, portanto, essa variável pode ser considerada mais aceitável.
O método de pesquisa escolhido para esse estudo foi baseado em estudos anteriores que têm utilizado o TRIM, bem como estudos recentes sobre perdão. Vários estudos usando o TRIM (por exemplo, McCullough et al., 2007; McCullough et al., 2006; McCullough et al., 1998) têm usado uma abordagem de pré-teste pós-teste (ou seja, medidas repetidas) para avaliar a eficácia de uma variável relacionada ao perdão. Além disso, McCullough et al. (2006) utilizaram um método misto, abordagem de medidas repetidas (semelhante à que está sendo utilizada nesse estudo) para comparar o grupo de teste com um grupo de controle. Finalmente, Kretzer, et al. (2007) utilizaram uma abordagem de medidas repetidas para testar o processo de perdão de Ho’oponopono como uma abordagem educacional para melhorar a saúde. Portanto, a abordagem de pesquisa utilizada nesse estudo tem uma base tanto na pesquisa sobre perdão quanto na pesquisa sobre Ho’oponopono.
Disclosure Emocional
O auto disclosure emocional, que é forma de terapia expressiva, tem sido demonstrado melhorar tanto a saúde psicológica quanto a física em ensaios clínicos randomizados (Radcliffe et al., 2007; Zech & Rime, 2005). Nessa abordagem terapêutica, o cliente ou o paciente é encorajado a expressar, verbalmente ou por escrito, os sentimentos e pensamentos associados a um evento negativo. A teoria é que reter sentimentos e pensamentos negativos sem revelá-los de alguma forma é capaz de ter consequências negativas para a saúde geral.
Em dois experimentos separados (N = 51 e N = 329), Zech e Rime (2005) descobriram que falar e revelar (disclosing) emoções negativas relacionadas a uma experiência desconfortável resultou em maiores benefícios subjetivos do disclosure em comparação ao grupo de controle (medidos repetidamente em 3 dias, 7 dias e 2 meses). O aspecto interessante desse estudo são os resultados do segundo experimento. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que o disclosure emocional por si só reduziria os sentimentos negativos relacionados ao evento. No entanto, no segundo experimento, os participantes designados a um grupo instruído a revelar (to disclosure) descrições factuais do evento experimentaram uma redução maior nas emoções negativas. Com o Ho’oponopono, na etapa 4, o indivíduo é solicitado a revelar (to disclosure) todas as coisas que é necessário ser dito e é orientado a expressar emoções, bem como detalhes sobre o evento que permitirão a liberação do afeto negativo a partir do evento.
Em um estudo randomizado com 165 estudantes de graduação com estresse não resolvido, Radcliffe et al. (2007) descobriram que o disclosure emocional reduz a intrusão cognitiva e a evitação em comparação aos grupos de controle. Nesse experimento, os participantes foram divididos em um dos quatro grupos: disclosure escrito compartilhado, disclosure escrito privado, escrita sobre gerenciamento de tempo (grupo de controle) e sem escrita (grupo de controle). Após um acompanhamento de 3 meses, os dois grupos de controle apresentaram resultados semelhantes e os dois grupos de disclosure apresentaram melhora. O grupo de escrita compartilhada teve o melhor resultado na área de medidas físicas de estresse (em comparação ao grupo de escrita privada). A conclusão dos autores foi que o disclosure social é importante em relacionamento à redução do estresse e do afeto negativo. No entanto, o grupo de escrita privada apresentou redução do estresse cognitivo.
Os resultados desse estudo (Radcliffe et al., 2007) estão em alinhamento com as práticas tradicionais do Ho’oponopono. Para algumas transgressões, o disclosure do que ocorreu era para ser feita em voz alta para que outros pudessem ouvir. Isso seria semelhante ao disclosure social descrito no estudo. No entanto, o estudo do disclosure foi limitado, pois a natureza da transgressão não foi utilizada para determinar a qual grupo o participante foi designado. Embora o estudo tenha sido concebido como um experimento randomizado, isso de fato produziu uma limitação. No entanto, o disclosure em si produz uma redução dos efeitos do estresse e, portanto, valida o uso no processo de Ho’oponopono.
Por fim, em um estudo com 304 participantes, McCullough et al. (2006) analisaram o conceito do disclosure emocional com foco positivo (ou seja, benéfico) no contexto do perdão. Os participantes no estudo foram aleatoriamente designados para um de três grupos, cada um escrevendo por 20 minutos. O primeiro grupo escreveu sobre o trauma associado a uma transgressão. O segundo grupo escreveu sobre os benefícios pessoais resultantes da transgressão. O terceiro grupo era um grupo de controle que escreveu sobre alguma coisa que não tinha relacionamento com as transgressões. Os resultados indicaram que o grupo dos benefícios pessoais tornou-se mais tolerante com o transgressor em comparação com os outros dois grupos. Esse estudo demonstra que o disclosure de emoções positivas é uma abordagem que reduz as motivações interpessoais relacionadas à transgressão (TRIMs) em relação ao transgressor.
O disclosure emocional é uma parte do processo de Ho’oponopono, especificamente na etapa 4, no momento em que o transgressor entra em cena. O indivíduo é encorajado a revelar (disclose) qualquer coisa que necessite ser dita para o indivíduo. Além disso, embora isso não seja feito face-a-face com o transgressor, pesquisas têm mostrado que o disclosure por si só é suficiente para reduzir os TRIMs (McCullough et al., 2006). Além disso, Ito (1985) explica que no Ho’oponopono face-a-face os participantes devem permanecer calmos e expressar o que é necessário ser expresso de maneira positiva e construtiva. Em outras palavras, os benefícios da experiência devem ser explorados e focados, em oposição à negatividade associada com o evento. Os estudos apresentados nessa Seção validam o uso dessa abordagem no Ho’oponopono. O disclosure construtivo e positivo está correlacionada com uma melhora do estresse cognitivo (Radcliffe et al., 2007) e uma redução da incapacidade de perdoar (McCullough et al.).
Imaginação Guiada
O processo de imaginação guiada baseia-se na imaginação de eventos (reais ou percebidos) como sendo positivos (Menzies & Taylor, 2004). Isso é uma função mental na qual é capaz de ser usada por um paciente ou cliente para imaginar um evento como sendo positivo, ao invés de negativo. Isso, por sua vez, visa produzir uma mudança de ponto de vista sobre uma pessoa, um evento ou uma situação. Ela é um processo dinâmico que tem ganho popularidade no campo da saúde mental, de acordo com Goldberg (1997) e Menzies e Taylor (2004). Além disso, a imaginação guiada tem sido usada com sucesso no tratamento do humor (Gruzelier, Levy, Williams & Henderson, 2001) e no controle da dor (McCaffrey, Frock & Garduilo, 2003).
Existe uma variedade de diferentes maneiras pelas quais os efeitos positivos da imaginação guiada sobre o indivíduo têm sido mensurados. A abordagem mais simples que os pesquisadores têm usado para analisar o efeito da imaginação guiada sobre o indivíduo é na área da imunodeficiência relacionada ao estresse. Segundo Solloway (2004), pesquisas têm demonstrado que a imaginação guiada reduz as alterações no funcionamento imunológico relacionadas ao estresse. Por exemplo, em uma revisão de estudos existentes sobre imaginação guiada, Gruzelier (2002) explica que a imaginação guiada aumentou a atividade das células NKC (Natural Killer Cell) e diminuiu os níveis de anticorpos contra o HSV (Herpes Simplex Virus) em um estudo com idosos durante quatro semanas de treinamento com imaginação guiada, com resultados positivos. Isso em comparação ao grupo de relaxamento.
Gruzelier (2002) constatou em outro estudo que a imaginação guiada reduz a ansiedade e a tensão, ao mesmo tempo em que aumenta a energia em certas situações indutoras de estresse. Isso foi evidenciado por um aumento na contagem de Células Exterminadoras Naturais (Natural Killer Cells) em estudantes durante provas e exames, que geralmente são situações estressantes. Quando comparado ao grupo de controle, o grupo que utilizou imaginação guiada experienciou um aumento na contagem de NKC. A revisão demonstra que a visualização de mudanças positivas na função imunológica resulta em uma mudança mensurável na função imunológica.
Em um ensaio clínico randomizado e controlado sobre o uso de imaginação guiada, Toth et al. (2007) constataram que pacientes hospitalizados (N = 23) experienciaram uma redução da ansiedade em comparação ao grupo de controle. Vinte e três pacientes com idades entre 18 e 75 anos foram aleatoriamente divididos em dois grupos: um grupo de imaginação guiada ou um grupo de tempo de silêncio. Houve uma correlação estatisticamente significativa entre a redução da ansiedade e a imaginação guiada. Embora o estudo tenha consistido em um número baixo de participantes, produzindo, portanto, um baixo poder, os autores explicam que as descobertas são consistentes com a literatura existente e que pesquisas futuras são necessárias.
A ligação entre o propósito da imaginação guiada e o Ho’oponopono baseia-se nos efeitos do pensamento positivo e da visualização em mudanças mensuráveis nos participantes. Na pesquisa sobre perdão, o foco no positivo por parte do participante (ou seja, o foco no perdão em oposição à incapacidade de perdoar) tem demonstrado ser mais eficaz (Luskin, 2004). Para ser claro, mensurar a incapacidade de perdoar, como está ocorrendo nessa pesquisa, é diferente do foco ou da intenção do participante. Luskin (2004), em uma visão geral dos estudos disponíveis, constatou que o foco positivo na pesquisa sobre perdão está associado a um maior afeto positivo. Isso é semelhante ao foco nos benefícios em oposição à transgressão (McCullough et al., 2006), conforme descrito anteriormente na Seção Disclosure Emocional.
O processo de Ho’oponopono utiliza a abordagem da imaginação guiada durante a visualização da luz, bem como na discussão com o transgressor no palco (on the stage). Semelhante à descrição de Menzies e Taylor (2004), a pessoa no palco é visualizada como sendo curada [healed] antes do início do processo de perdão. Isso permite que o paciente/cliente imagine o transgressor de uma forma mais positiva. Em seguida, a conversa com o transgressor permite que o cliente se comunique ou revele (disclosure) informações para criar uma forma de disclosure (como já discutido).
Estresse e Coping
A literatura e as pesquisas disponíveis sobre estresse e coping são imensas. Desde os conceitos inovadores (revolucionários) de Lazarus e Folkman (1984), que trouxeram um foco sobre o conceito de percepção de estresse como um fator crítico na resposta ao estresse, até as pesquisas atuais sobre ruminação e estresse (Morrison & O’Connor, 2005; Suchday et al., 2006), a literatura disponível é extensa. A intenção de incorporar a teoria do estresse e coping nessa dissertação é explicar o relacionamento entre a pesquisa sobre perdão e a pesquisa sobre estresse. Isso, por sua vez, explica o impacto social desse estudo, bem como as implicações sociais da pesquisa sobre perdão como um todo.
A forma como uma pessoa percebe o estresse, bem como a percepção da capacidade do indivíduo de lidar com o estresse, é um fator na resposta (Lazarus & Folkman, 1984). A avaliação primária é a primeira resposta em relação ao tempo; no entanto, ela pode não ser a mais importante das duas. Durante a avaliação primária, a situação é avaliada e a pessoa determina os efeitos que o evento terá sobre ele/ela. Uma vez concluída a avaliação inicial, ocorre a avaliação secundária. Durante a avaliação secundária, a capacidade de controlar ou lidar com o estressor é analisada. Durante essa fase, o indivíduo tenta determinar o que é capaz de fazer para lidar com o estressor percebido. Embora esse seja um conceito mais antigo, é importante porque isso permite para um indivíduo após um evento lidar com o evento. Semelhante à abordagem que o Ho’oponopono adota como um processo de perdão.
De acordo com McCullough et al. (2006), transgressões interpessoais são um tipo de estressor interpessoal. Com uma transgressão interpessoal, uma pessoa percebe que outra a tem prejudicado de alguma forma. Esse dano geralmente é experienciado como doloroso e moralmente errado. O conceito de percepção de estresse, bem como a capacidade de lidar com o estresse percebido, é um conceito importante na pesquisa sobre perdão (Strelan & Covic, 2006). Por meio de estudos específicos (por exemplo, McCullough, Bellah, Kilpatrick & Johnson, 2001; Suchday et al., 2006), tem-se descoberto que a ruminação é um mediador entre o perdão e o estresse. Ou seja, um aumento no perdão (como mensurável por meio de uma redução na incapacidade de perdoar) reduz a ruminação sobre a transgressão, o que, por sua vez, reduz o estresse. Além disso, Morrison e O’Connor (2005) descobriram que a ruminação e o estresse estavam fortemente correlacionados e que a ruminação era um preditor de disfunção social relacionada ao estresse psicológico. No estudo deles com 161 estudantes universitários, o estresse e a ruminação foram medidos ao longo de seis meses e demonstraram ser um preditor preciso para disfunção social relacionada ao estresse.
Além do conceito de percepção de estresse, Lazarus e Folkman (1984) discutiram a diferença entre comportamentos de coping focados no problema e comportamentos de coping focados na emoção. Simplificando, os comportamentos de coping focados no problema são estratégias que visam resolver a situação ou evento e os comportamentos de coping focados na emoção são estratégias que visam controlar as emoções que estão ocorrendo devido ao evento. Por exemplo, se uma pessoa estivesse presa em um elevador preso entre andares, pode haver uma emoção de medo presente. O coping focado na emoção seriam habilidades usadas para reduzir o medo, tais como falar consigo mesmo ou focar na respiração. O coping focado no problema seriam as tentativas da pessoa de sair do elevador ou encontrar uma maneira de chamar alguém para obter ajuda.
Strelan e Covic (2006) observam que também é importante entender que o processo de coping é uma função separada a partir do resultado da redução do estresse. O coping é visto como uma abordagem contínua para gerenciar demandas estressantes. Além disso, um evento estressante não é um evento fixo ou estático; ao invés disso, ele é uma experiência fluida que evolui ao longo do tempo. Portanto, o coping poderia ser visto como uma experiência contínua entre o estressor, a avaliação primária e secundária e a resposta ao estresse. Lazarus e Folkman (1984) explicam que, com base nisso, ao longo do tempo, os comportamentos de coping mudarão.
No que diz respeito ao coping e ao perdão, Strelan e Covic (2006) descrevem seis maneiras pelas quais o coping está relacionado a um processo de perdão:
(a) um processo de perdão é um tipo de reação a um evento estressante,
(b) como um indivíduo reage a um transgressor é uma avaliação, conforme explicado por Lazarus e Folkman,
(c) várias estratégias de coping são uma forma de explicar como os indivíduos perdoam,
(d) comportamentos de coping ao estresse, incluindo o perdão, têm o potencial de serem processos baseados no futuro,
(e) o processo de perdão é intrapessoal e interpessoal, e
(f) o processo de perdão é dinâmico e está sempre mudando.
Com base nesses conceitos, o perdão, em sua relação com o estresse e o coping, seria visto como um ‘processo de neutralização de um estressor que tem resultado a partir da percepção de um dano interpessoal’ (Strelan & Covic, 2006). Independentemente de o processo ser aplicado imediatamente após uma transgressão ou em qualquer momento no futuro, o próprio processo é um meio de mudar as percepções e a avaliação do evento. Além disso, a aplicação contínua de um processo de perdão em relação a uma transgressão específica poderia, portanto, ter o potencial de se tornar uma estratégia adaptativa para lidar com a transgressão, bem como com futuras transgressões. Isso é observado na pesquisa específica sobre Ho’oponopono por Kretzer et al. (2007), discutida anteriormente nesse Capítulo.
A significância da relacionamento entre coping e perdão é importante porque o Ho’oponopono, como um processo de perdão, poderia vir a ser uma estratégia adaptativa de coping para um indivíduo. Além disso, com base em percepções, na avaliação de um estressor, na ruminação e na natureza fluida e contínua das estratégias de coping, um Ho’oponopono poderia servir como um meio de reduzir o afeto negativo a partir de um evento específico no passado. A implicação adicional é que a aplicação contínua desse processo reduziria ainda mais o afeto negativo associado a uma transgressão, além de servir como um meio de lidar com transgressões futuras.
Resumo
Essa revisão bibliográfica descreve o perdão, o Ho’oponopono, o disclosure emocional, a imaginação guiada, o estresse e o coping. A literatura existente relevante para esse estudo demonstra que o perdão e os modelos de perdão têm sido eficazes na redução de afetos negativos, na redução do estresse, assim como na melhoria da saúde. A revisão estreitou o foco dos modelos de perdão para exemplos de aplicações de modelos de perdão, para o modelo específico de Ho’oponopono e, finalmente, para os constructos teóricos que sustentam o Ho’oponopono como um processo de perdão.
Os estudos que apresentam uma redução da incapacidade de perdoar na revisão bibliográfica demonstram o impacto social desse estudo. Ao mostrar que um processo específico de perdão contribui para a redução da incapacidade de perdoar, o pesquisador espera mostrar que um processo específico é capaz de ser utilizado por indivíduos.
O Ho’oponopono é um processo que tem sido utilizado no Havaí há séculos e estudos atuais têm começado a analisar as suas diversas aplicações. Embora esses estudos tenham restringido o seu foco a grupos ou contextos específicos, esse estudo visou demonstrar a utilidade do Ho’oponopono em um contexto mais amplo. A lacuna na literatura exige um estudo não apenas sobre um processo específico de perdão aplicado a indivíduos, mas também sobre o Ho’oponopono como uma abordagem viável para o perdão.
O próximo Capítulo revisará a metodologia da pesquisa nesse estudo com base na questão de pesquisa discutida no Capítulo 1.
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—–Continua Parte III—–
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