Estamos transcrevendo trechos de 4 artigos sobre o Capítulo 18, Seção VII do livro Texto, Título “Eu não preciso fazer nada”, para conhecimento e entendimento, por tratar-se de importante tema do sistema de pensamento do Curso e um dos mais incompreendidos por parte dos estudantes.
Do livro Texto temos:
“Eu não preciso fazer nada” – UCEM T-18.VII.1-8
1. Ainda depositas fé excessiva no corpo como uma fonte de força. Que planos fazes que não envolvam o seu conforto, a sua proteção ou o seu divertimento de alguma forma? Isso faz com que o corpo seja um fim e não um meio na tua interpretação e isso sempre significa que ainda achas o pecado atraente. Ninguém aceita a Expiação para si mesmo se ainda aceita o pecado como sua meta. Assim sendo ainda não correspondeste à tua única responsabilidade. A Expiação não é bem-recebida por aqueles que preferem a dor e a destruição.
2. Existe uma coisa que nunca fizeste: nunca te esqueceste completamente do corpo. Talvez algumas vezes ele tenha se apagado da tua vista, mas ainda não desapareceu completamente. Não te é pedido para deixar que isso aconteça por mais de um instante, no entanto, é nesse instante que o milagre da Expiação acontece. Depois, verás o corpo outra vez, mas nunca exatamente o mesmo. E cada instante que passas sem a consciência [no nível da realidade (awareness)] do corpo te dá uma perspectiva diferente a seu respeito quando retornas.
3. Em nenhum instante o corpo existe de forma alguma. Ele é sempre lembrado ou antecipado, mas nunca vivenciado [experienciado] apenas agora. Só o seu passado e o seu futuro o fazem parecer real. O tempo o controla inteiramente, pois o pecado nunca está totalmente no presente. Em qualquer instante, a atração da culpa poderia ser experimentada [experienciada] como dor e nada mais e poderia ser evitada. Ela não tem atração agora. Toda a sua atração é imaginária e, portanto, tem que ser pensada no passado ou no futuro.
4. É impossível aceitar o instante santo sem reservas a não ser que, por apenas um instante, estejas disposto a não ver passado nem futuro. Não podes te preparar para ele sem colocá-lo no futuro. A liberação te é dada no instante em que a desejas. Muitos passaram toda a vida em preparação e de fato, atingiram os seus instantes de sucesso. Esse curso não pretende ensinar mais do que o que eles aprenderam no tempo, mas tem como objetivo economizar tempo. Podes estar tentando seguir uma estrada muito longa para a meta que aceitaste. É extremamente difícil atingir a Expiação lutando contra o pecado. Um esforço enorme é gasto na tentativa de tornar santo o que é odiado e desprezado. Nem há necessidade de toda uma vida de contemplação e de longos períodos de meditação com o objetivo de desapegar-te do corpo. Todas essas tentativas, em última instância, terão sucesso devido a seu propósito. No entanto, os meios são tediosos e consomem uma grande quantidade de tempo, pois todos procuram a liberação no futuro a partir de um estado de presente indignidade e inadequação.
5. O teu caminho será diferente, não em relação ao propósito, mas ao meio. Um relacionamento santo é um meio de ganhar tempo. Um instante passado junto com o teu irmão restaura o universo para ambos. Vós estais preparados. Agora, só precisam lembrar-vos de que não precisais fazer nada. Seria muito mais proveitoso agora apenas vos concentrardes nisso do que considerar o que deveríeis fazer. Quando a paz chega afinal àqueles que combatem a tentação e lutam contra abandonar-se ao pecado, quando a luz chega afinal à mente entregue à contemplação, ou quando a meta é finalmente alcançada por qualquer um, ela vem sempre acompanhada de apenas uma conscientização feliz: “Eu não preciso fazer nada”.
6. Está aqui a liberação final que cada um algum dia achará em seu próprio caminho, em seu próprio momento. Não precisas desse tempo. O tempo foi economizado para ti, porque tu e o teu irmão estão juntos. Esse é o meio especial que esse curso está usando para te fazer ganhar tempo. Não estás fazendo uso do curso se insistes em usar meios que serviram bem a outros, negligenciando aquilo que foi feito para ti. Ganha tempo para mim através dessa única preparação e pratica não fazendo nenhuma outra coisa. “Eu não preciso fazer nada” é uma afirmação de fidelidade, uma lealdade verdadeiramente sem divisão. Acredita nisso por apenas um instante e realizarás mais do que é dado a um século de contemplação ou de luta contra a tentação.
7. Fazer qualquer coisa envolve o corpo. E se reconheces que não precisas fazer nada, terás retirado o valor do corpo da tua mente. Aqui está a porta aberta e rápida através da qual deslizas por séculos de esforço e escapas do tempo. Esse é o caminho no qual o pecado perde toda a atração agora mesmo. Pois aqui o tempo é negado e o passado e o futuro se vão. Quem nada precisa fazer não necessita de tempo. Fazer nada é descansar e fazer um lugar dentro de ti onde a atividade do corpo deixa de exigir atenção. A esse lugar o Espírito Santo vem e lá habita. Ele permanecerá quando tu te esqueceres e quando as atividades do corpo voltarem a ocupar a tua mente consciente.
8. No entanto, sempre haverá esse lugar de descanso para o qual podes retornar. E estarás mais ciente deste centro de quietude no meio da tempestade do que de toda a atividade furiosa que ela desencadeia. Esse centro de quietude, no qual tu nada fazes, permanecerá contigo, dando-te repouso em meio a todas as tarefas trabalhosas as quais fores enviado. Pois a partir deste centro serás dirigido quanto ao modo como deves usar o teu corpo sem pecado. É esse centro, do qual o corpo está ausente, que o manterá assim na tua consciência [no nível da realidade (awareness)].
—–
Resumo e Comentário sobre “Eu Não Preciso Fazer Nada”
Artigo: Summary and Commentary on “I Need Do Nothing”
Por Professor Robert Perry
Site: Summary and Commentary on “I Need Do Nothing” • Circle of Atonement
A Seção “Eu Não Preciso Fazer Nada” é, na minha opinião, extremamente importante e profunda. É também, do meu ponto de vista, uma das seções mais incompreendidas de todo o Curso. O que exatamente significa “não fazer nada”? Isso significa que nós, como bons estantes do Curso, devemos simplesmente ir para a cama e, se possível, nem sequer mexer nos lençóis? Para abordar o significado de “não fazer nada”, eu escrevi recentemente o seguinte resumo e comentário sobre essa Seção.
O corpo, o pecado e o tempo
Essa Seção começa esboçando uma relação muito interessante entre o corpo, o pecado e o tempo. Nós somos questionados: “Que planos você faz que não envolvam o conforto, a proteção ou o desfrute [do corpo] de alguma forma?” Em outras palavras, nós vemos o corpo como um fim em si mesmo, ao invés de um meio para estender amor aos outros. E ver o corpo como um fim significa ver o pecado como um fim. Por quê? Porque o corpo é o símbolo do pecado. Deixe-me explicar.
“Pecado” é uma palavra difícil de definir no Curso. Na minha opinião, “pecado” é o que nós pensamos ser ataque, quando erroneamente nós acreditamos que esse ataque é real. Em outras palavras, um pecado é um ataque real, com efeitos destrutivos reais e recompensas egoístas reais e que, portanto, é realmente maligno e acarreta culpa real. O pecado diz que realmente nós atacamos a realidade: Nós realmente nos afastamos dela, isolando-nos de sua [da realidade] integridade e santidade; nós realmente nos retraímos em nossa própria vida individual de necessidades privadas, necessidades que nós satisfazemos por meio de ataques reais e destrutivos ao mundo exterior.
O corpo é o símbolo externo de tudo isso, pois o corpo é o muro da prisão de nossa existência separada, a fonte de necessidades privadas e egoístas e o instrumento de ataque ao mundo. Valorizar o corpo como um fim em si mesmo é valorizar o ataque como um fim em si mesmo.
“Tem sido particularmente difícil vencer a crença do ego no corpo enquanto fim, porque ela é sinônima à crença no ataque enquanto fim. (T-8.VIII.3:1)
Agora surge uma conexão muito interessante: a conexão entre o corpo, o pecado e o tempo.
“Em nenhum instante o corpo existe de forma alguma. Ele é sempre lembrado ou antecipado, mas nunca vivenciado apenas AGORA.” (T-18.VII.3:1-2)
Como isso pode ser verdade? Eu penso que é exatamente a mesma coisa que está sendo dita sobre a xícara de café na lição 7 do Livro de Exercícios, onde nos é dito que a nossa imagem mental da xícara é meramente uma composição de diferentes memórias.
“Olha para uma xícara, por exemplo. Vês uma xícara, ou estás meramente revendo as tuas experiências passadas de pegar uma xícara, estar sedento, beber, sentir a borda de uma xícara contra os teus lábios, tomar café e assim por diante? E as tuas reações estéticas em relação à xícara, também não estão baseadas em experiências passadas? De que outra maneira saberias se, ao deixá-la cair, esse tipo de xícara se quebraria ou não? O que sabes sobre essa xícara exceto o que aprendeste no passado? Exceto pelo teu aprendizado passado, não teria nenhuma ideia do que é essa xícara. Então, será que realmente a vês?” (LE-7.3:1-7)
O nosso corpo é exatamente essa imagem, sendo construído a partir de milhares de memórias do passado, bem como de antecipações do futuro — perigos futuros, futuras realizações de necessidades e ações futuras. O corpo é basicamente um instrumento de tempo, o nosso veículo para fazer as coisas no tempo. À parte do tempo, ele não tem significado. Ele nunca é experienciado no agora, no momento presente. Ele é mentalmente construído a partir de muitos, muitos momentos passados e futuros.
O pecado também é temporal. A sua sequência de ataque, destruição, ganho pessoal e culpa tem que ocorrer ao longo do tempo. Além disso, as suas metas estão relacionadas ao tempo. Ele busca constantemente vingança por “erros” passados e então promete recompensas no futuro, recompensas que nunca se materializam de fato. As satisfações que ele prometeu nunca foram reais, em primeiro lugar e é por isso que só poderiam parecer reais quando colocadas no passado ou no futuro irreais. É por isso que o Curso sugere que, se você se entregar totalmente ao presente, o pecado perde todo o seu atrativo e você vê que, ao invés de vindicação passada e glória futura, a única “recompensa” que ele traz é a culpa presente.
O instante santo
A verdadeira tônica dessa Seção é o instante santo, o breve instante de tempo em que nós experienciamos “o milagre da Expiação”, a cura [healing] de nossas mentes. Para experienciar o instante santo, nós somos informados de que, por apenas um momento, nós emos que abandonar esse complexo de corpo, pecado e tempo. Nós temos que esquecer completamente o corpo, deixá-lo desaparecer completamente de vista. E nós temos que estar “dispostos a não ver passado nem futuro” (T-18.VII.4:1). Isso também é apenas por um instante. Portanto, para entrar no instante santo, nós temos que esquecer momentaneamente o corpo, o passado e o futuro. Ao fazer isso, o valor do corpo diminui, assim como o valor do pecado, pois ambos dependem do tempo.
O instante santo, então, é conquistado ao entrarmos plenamente no presente. Ele não é, como geralmente nós pensamos, conquistado ao trabalharmos em direção a ele no futuro. Por quê? Porque, embora o pecado seja verdadeiramente um fenômeno temporal, a salvação não o é. A salvação não é conquistada ao longo do tempo. Ele [o instante santo] é uma dádiva do Espírito Santo, já plenamente presente e completa. Ele não é um processo pelo qual uma condição futura que não existe agora é criada ao longo do tempo por uma série progressiva de mudanças. Uma vez que nós já estamos salvos, já iluminados, isso não necessita ser um processo, apenas um reconhecimento do que já está aqui. Nós apenas impomos a aparência do tempo sobre ele. Nós fazemos com que pareça algo temporal, aproximando-nos gradualmente, ao longo do tempo, do que é, na verdade, um fato já consumado.
No entanto, quanto menos tempo nós impomos a ele, melhor. Por exemplo, nós somos solicitados a desistir de nos preparar para o instante santo. Por quê? Porque, ao nos prepararmos para ele, nós o estamos colocando no futuro. E como o momento em que nós recebemos o instante santo depende totalmente de quando nós escolhemos tê-lo, colocá-lo no futuro o adia. Alcançá-lo dessa forma leva muito tempo, não porque realmente seja necessário, mas porque nós pensamos que isso é necessário.
E há um efeito retardador adicional ao nos prepararmos para isso no futuro. Pois isso coloca o nosso foco no futuro, desviando as nossas mentes do momento presente. Isso obviamente prejudica a nossa capacidade para experienciar o instante santo, uma vez que nós o experienciamos entrando plenamente no presente.
Preparar-se para o instante santo no futuro, então, é um caso de ambivalência, lealdade dividida. Mostra que você o quer, mas não o quer ainda. Imagine dar um milhão de dólares a alguém, apenas para vê-lo ignorar o dinheiro à sua frente e então partir em uma busca entusiasmada para ganhar esse mesmo milhão. Ele obviamente quer o dinheiro, mas se sente tão indigno dele que não reconhece que ele já o tem.
O Curso diz que você de fato eventualmente alcança o instante santo dessa maneira. No entanto, a ironia é que, depois de toda a sua preparação, quando você finalmente o alcança, “ela vem sempre acompanhada de apenas uma conscientização feliz: ‘EU NÃO PRECISO FAZER NADA’” T-18.VII.5:7. Em outras palavras, depois de tudo o que você fez para alcançá-lo, você descobre que ele não necessita ser conquistado em absoluto. Ele estava lá o tempo todo, apenas para ser aceito. Você poderia tê-lo alcançado a qualquer momento que você quisesse. Você não estava realmente buscando uma realidade futura. Ironicamente, você estava buscando a experiência do presente no futuro. Você estava se preparando para finalmente se permitir estar totalmente presente.
Essa situação lembra O Mágico de Oz, em que Dorothy busca todos os tipos de maneiras de voltar para casa, embarcando em cruzadas para ganhar o seu caminho de volta, buscando meios de transporte físico. Finalmente, ela é informada de que tudo o que ela necessita fazer é bater os calcanhares e dizer: “Não há lugar como o lar”.
Ao invés de preparação, então, o Curso nos incentiva a praticar a compreensão (reconhecimento) de que “Eu não preciso fazer nada”. Isso encurta todo esse tempo, lembrando-nos de que a salvação é nossa agora, basta aceitar, basta abrir os olhos. Isso unifica a nossa lealdade, normalmente dividida entre tê-la agora e tê-la depois.
“Eu não preciso fazer nada” é uma afirmação de fidelidade, uma lealdade verdadeiramente sem divisão.” (T-18.VII.6:7)
O Curso e outros ensinamentos
Na minha opinião, um dos aspectos mais importantes dessa Seção é que ela compara os ensinamentos do Curso com outros ensinamentos; na verdade, com as principais correntes da espiritualidade, tanto do Oriente quanto do Ocidente. Ele não rotula as suas caracterizações como tal, mas elas obviamente o são. É assim que ele descreve a abordagem Ocidental característica:
“…àqueles que combatem a tentação e lutam contra abandonar-se ao pecado…atingem a Expiação lutando contra o pecado…lutando contra a tentação.” (T-18-VII)
É assim que ele descreve a abordagem característica do Oriente:
…a mente entregue à contemplação…contemplação e longos períodos de meditação com o objetivo de desapegar-te do corpo…contemplação…
Eu acho isso fascinante. Eu penso que o Curso captou muito bem os métodos básicos de busca de Deus no Oriente e no Ocidente. No Ocidente, nós tentamos alcançar Deus lutando contra a tentação, lutando com o diabo, por assim dizer. No Oriente, nós tentamos alcançar Deus por meio da meditação e do desapego do corpo, dos sentidos e do mundo. Enquanto o Curso basicamente os coloca na mesma categoria geral: métodos que não funcionam tão bem quanto os do Curso, ele parece favorecer ligeiramente os do Oriente. Dizem-nos que “é extremamente difícil atingir a Expiação” pela via Ocidental. Por outro lado, dizem-nos que a via Oriental simplesmente não é “necessária”.
Esses dois métodos são basicamente usados para ilustrar o que o Curso quer dizer quando fala sobre a preparação para o instante santo. Tanto a abordagem Oriental quanto a Ocidental expressam a crença de que eu não sou digno agora e, portanto, tenho que trabalhar para alcançar um estado que eu não possuo agora. Por essa razão, eles levam mais tempo. O Curso, de fato, é bastante enfático sobre a quantidade de tempo que esse método é capaz de lhe poupar. A ideia de economizar tempo está entrelaçada em muitos dos parágrafos dessas Seções e é o propósito básico de perceber que “Eu não preciso fazer nada”. Em certo ponto, de fato, nós somos informados:
“Acredita nisso por apenas um instante e realizarás mais do que é dado a um século de contemplação ou de luta contra a tentação”. (T-18.VII.6:8)
No entanto, esse ponto é compensado pelo fato de que, embora esses outros métodos levem mais tempo, eles funcionam. O Curso difere apenas no nível dos meios; a meta é a mesma. E por causa da meta deles, os métodos de luta contra o pecado e longos períodos de meditação terão sucesso; eles o levarão a Deus. Na verdade, “Esse curso não pretende ensinar mais do que o que eles aprenderam no tempo…” (T-18.VII.4:5)
Portanto, o Curso se diferencia dos modos tradicionais de busca por Deus ao afirmar que o seu ensino faz uso prático do fato de que a iluminação é um fato presente, não uma conquista futura. No entanto, há também outra maneira pela qual o Curso se distingue.
Um relacionamento santo é um meio de economizar tempo. Um instante passado juntos restaura o universo para vocês dois… Tempo foi economizado para você porque você e o seu irmão estão juntos. Esse é o meio especial que esse curso usa para economizar o seu tempo.
Os métodos tradicionais do Oriente e do Ocidente, especialmente os mais sérios, eram abordagens para a salvação individual. A abordagem do Curso é de salvação em grupo, achando Deus por meio da união com outros em um propósito comum. Observe a palavra “juntos” ocorrendo duas vezes no dístico de passagens acima. O Curso está, na verdade, falando sobre buscar a Deus juntos, ou, melhor dizendo, buscá-Lo por meio de nosso companheirismo.
Finalmente, há essa frase extremamente importante:
“Não estás fazendo uso do Curso se insistes em usar meios que serviram bem a outros, negligenciando aquilo que foi feito para ti.” (T-18.VII.6:5)
Esse é o único apelo que conheço no Curso dessa natureza, mas é muito importante. Ele diz:
“Se o Curso é o seu caminho, use-o. Esses outros caminhos não são ruins; eles serviram bem aos outros. Mas eles não são seus”.
Isso nos lembra a frase do Manual:
“…não és livre para escolher o currículo, nem mesmo a forma em que vais aprendê-lo” (MP-2.3:6)
O que significa não fazer nada?
Nós agora voltamos à nossa pergunta original: O que significa não fazer nada? Fundamentalmente, “Eu não preciso fazer nada” significa: “Eu já estou salvo, já sou um só com Deus, já estou iluminado, já estou desperto. Portanto, eu não necessito conquistar um estado futuro do qual atualmente eu não sou digno”.
No entanto, no momento, eu estou profundamente inconsciente disso. Então, como eu reconheço a minha salvação já presente? A resposta para isso é o ponto principal dessa Seção. O que eu faço é fazer com que seja prático o fato de que eu não necessito fazer nada, entrando em um momento no tempo em que eu deixo todo o fazer ir. Eu deixo o meu corpo, o instrumento do fazer, ir, esquecendo que ele está aqui. Eu deixo o passado e o futuro, a arena do fazer, ir, entrando plenamente no presente. Eu crio um espaço no qual nada se move.
“Fazer nada é descansar e fazer um lugar dentro de ti onde a atividade do corpo deixa de exigir atenção.” (T-18.VII.7:7)
É então que o instante santo ocorre e produz em mim um lugar de não-ação, “um centro de quietude”, no qual o Espírito Santo vem e habita comigo. Uma vez estabelecido, tanto o centro de quietude quanto o Espírito Santo permanecem. O Espírito Santo “permanecerá quando tu te esqueceres e quando as atividades do corpo voltarem a ocupar a tua mente consciente.” E “Esse centro de quietude, no qual tu nada fazes, permanecerá contigo, dando-te repouso em meio a todas as tarefas trabalhosas as quais fores enviado.” (T-18.VII.8:3)
No entanto, nesse momento atemporal, há também uma dimensão interpessoal: eu encontro o meu irmão. É isso que o Curso chama de “o encontro santo”, no qual eu esqueço o passado do meu irmão, limpo a minha mente de todas as velhas ideias sobre ele, venho a ser totalmente presente a ele, totalmente aberto a quem ele realmente é e compartilho a salvação com ele. De fato, uma leitura atenta revela que, quando essa Seção diz: “Ganha tempo para mim através dessa única preparação e pratica não fazendo nenhuma outra coisa”, ela está se referindo ao encontro santo.
O que devemos lembrar, no entanto, é que esse instante é apenas isso: um instante. É apenas momentâneo: “não… por mais de um instante…” “apenas por um instante…” “por apenas um instante…” Esse instante é uma ilha de não-fazer cercada por fazer, tanto antes quanto depois. De antemão, para alcançar esse instante, nós temos que desfazer todas as nossas atividades mentais, as nossas preocupações com vários processos que se estendem pelo passado, presente e futuro. A rigor, isso não é um fazer, mas um desfazer. Mas aqueles que já tentaram isso sabem que não é exatamente sem esforço.
E, uma vez terminado o instante santo, não apenas nós retornamos ao fazer corporal, mas, agora que o Espírito Santo tem sido estabelecido em nosso “centro de quietude”, nos engajamos no fazer inspirado. Nós somos informados de que “a partir desse centro serás dirigido quanto ao modo como deves usar o teu corpo sem pecado.” Em outras palavras, Ele quebrará por nós a conexão corpo-pecado que as nossas mentes construíram. O corpo não é inerentemente pecaminoso, nem mesmo inerentemente agressivo. Vê-lo apenas como um fim em si mesmo o associa à ideia de pecado. Além disso, nós não estaremos apenas fazendo, o Espírito Santo direcionará o nosso corpo para estar bastante ocupado. Há uma referência explícita a “todas as tarefas trabalhosas às quais fores enviado.” (T-18.VII.8:3)
No geral, portanto, essa ideia de não fazer nada, embora tenha uma profunda base metafísica, é trazida à realidade e tornada muito prática. Não fazer nada é tanto um breve instante em que toda atividade — física e mental — literalmente cessa, quanto um centro interior que permanece conosco quando a atividade recomeça. Isso não é discordante com a ênfase do Livro de Exercícios na prática interior, pois é preciso treinamento mental para entrar no instante santo de não fazer nada. Tampouco contradiz o fazer físico. De fato, nós somos informados de que o instante santo ajudará a fundamentar um novo tipo de comportamento físico, comportamento guiado pelo Espírito Santo; iniciando assim uma vida que, ao invés de ociosa, será preenchida com “atividades”.
[Observação: as passagens de UCEM citadas nesse artigo fazem referência à Foundation for Inner Peace (FIP) Edition.]
—–
Pathways of Light Mission
Site: About the Pathways of Light Founders
Dedicamo-nos a nos unir a pessoas de todo o mundo no despertar para o Amor e a paz de Deus dentro de todos nós. O Pathways of Light [Caminhos da Luz] oferece apoio amoroso e acolhedor para um despertar espiritual suave. O nosso foco é acessar a Sabedoria Interior em busca de respostas, ao invés de buscar respostas fora de nós mesmos. Ao olharmos para as nossas barreiras ao Amor com Sabedoria Interior, nós experienciamos uma vida mais feliz e plena. Mary e Robert.

Para aproveitar ao máximo de texto de A Course in Miracles Text Made Simple (Pathways of Light), nós recomendamos que você leia o Capítulo e a Seção correspondentes no Texto da segunda ou terceira edição de Um Curso em Milagres publicado pela Foundation for Inner Peace (FIP).
Capítulo 18: A PASSAGEM DO SONHO
Seção VII: Eu Não Preciso Fazer Nada
Leia UCEM Capítulo 18, Seção VII (páginas 412-414)
Site: A Course in Miracles Text Made Simple
O que Jesus quer dizer quando ele fala sobre “não fazer nada”?
No sétimo parágrafo, Jesus descreve o que quer dizer com “não fazer nada”. Ele diz:
“Fazer nada é descansar e fazer um lugar dentro de ti onde a atividade do corpo deixa de exigir atenção. A esse lugar o Espírito Santo vem e lá habita” (T-18.VII.7:7-8).
Por meio dessa breve definição de “não fazer nada”, nós vemos que “não fazer nada” significa interromper a atividade corporal, o que abre uma abertura para a vinda do Espírito Santo.
Ele também esclarece a sua definição de “não fazer nada” como alguma coisa que nós paramos de fazer com as nossas mentes. Nós paramos de fazer com que o tempo seja real ao pararmos de dar crédito a pensamentos sobre o passado ou o futuro.
“É impossível aceitar o instante santo sem reservas a não ser que, por apenas um instante, estejas disposto a não ver passado nem futuro.” (T-18.VII.4:1)
Isso significa que nós paramos de pensar dentro da estrutura do tempo. Quando nós realmente “não fazemos nada”, todas as coisas param — toda atividade física, toda atividade mental.
“Fazer qualquer coisa envolve o corpo. E se reconheces que não precisas fazer nada, terás retirado o valor do corpo da tua mente. Aqui está a porta aberta e rápida através da qual deslizas por séculos de esforço e escapas do tempo. Esse é o caminho no qual o pecado perde toda a atração agora mesmo. Pois aqui o tempo é negado e o passado e o futuro se vão.” (T-18.VII.7:1-5)
Dar ao Espírito Santo a oportunidade de curar [to heal] as nossas mentes significa dar um descanso às nossas mentes ocupadas. Isso exige a disponibilidade para silenciar a tagarelice constante do ego. O título dessa Seção é “Eu não preciso fazer nada”. Isso está nos ensinando que nós necessitamos parar. E isso inclui parar a nossa atividade mental. Se as nossas mentes ainda estão correndo com um fluxo contínuo de pensamentos dentro do mundo de tempo e espaço do ego, nós não estamos deixando espaço para Deus. Ainda nós não estamos abrindo espaço para a dádiva que o Espírito Santo traz — o instante santo. Se nós continuamos a entreter pensamentos do ego, nós não estamos fazendo “nada”. Nós ainda estamos ocupados nos unindo ao ego, concentrando-nos nos pensamentos do ego, o que ainda está fazendo alguma coisa.
Nós somos responsáveis por interromper a nossa “atividade” de acreditar em corpos separados?
No primeiro parágrafo, Jesus nos diz:
“Ninguém aceita a Expiação para si mesmo se ainda aceita o pecado como a sua meta. Assim sendo ainda não correspondeste à tua única responsabilidade. A Expiação não é bem-recebida por aqueles que preferem a dor e a destruição.” (T-18.VII.1:4-6)
Aqui nós vemos que a nossa “atividade” de acreditar na separação e nos sonhos que advêm dessa crença é o que nós necessitamos interromper. Jesus está nos mostrando que nós não necessitamos fazer mais do que isso. Nós somos capazes de interromper com segurança essa atividade de acreditar na aparência de corpos separados. De fato, ele nos diz que essa é a nossa única responsabilidade. Enquanto nós continuamos com essa “atividade”, nós não estaremos acolhendo a Expiação, que vem naturalmente à medida que nós cessamos essa atividade de aceitar a separação como a nossa meta.
Jesus sabe que nós somos muito apegados a essa crença na separação. É por isso que ele diz:
“Existe uma coisa que nunca fizeste: nunca te esqueceste completamente do corpo. Talvez algumas vezes ele tenha se apagado da tua vista, mas ainda não desapareceu completamente. Não te é pedido para deixar que isso aconteça por mais de um instante, no entanto, é nesse instante que o milagre da Expiação acontece. Depois, verás o corpo outra vez, mas nunca exatamente o mesmo. E cada instante que passas sem a consciência [no nível da realidade (awareness)] [do corpo] te dá uma perspectiva diferente a seu respeito quando retornas.” (T-18.VII.2:1-5)
Então, aqui nós estamos vendo que “Eu não preciso fazer nada” significa que nós devemos parar de fazer o que nós estamos fazendo — que é fazer com que o corpo seja real, continuando a acreditar em sua realidade. Ao longo do Curso, Jesus nos diz que nós despendemos grande esforço em nossa meta de tentar fazer com que seja real a separação de Deus. Ele nos ajuda a ver que todo esse esforço é cansativo e deprimente.
Isso significa que nós devemos parar de fazer julgamentos sobre o que é real?
Ele nos lembra que nós estamos tão ocupados fazendo julgamentos que não são verdadeiros que nós nos esquecemos do que é verdadeiro. Muitas vezes ao longo do Curso, ele gentilmente sugere que nós desistamos desse esforço inútil de construir barreiras à nossa consciência no nível da realidade [awareness] da unicidade do Amor. Ele nos pede para desistir da batalha com a Vontade de Deus para nós. Ele nos pede para rir dessas ilusões e não levá-las a sério.
“Ele [O perdão] não favorece ilusões, apenas as recolhe despreocupadamente, com um pequeno sorriso e as deposita gentilmente aos pés da verdade. E lá elas desaparecem por completo.” (LE-pI.134.6:2-3)
Isso é o que acontece quando nós estamos dispostos a abandonar a nossa constante ação mental, a nossa constante crença no oposto da verdade. As ilusões simplesmente desaparecem.
“Em qualquer instante, a atração da culpa poderia ser experimentada como dor e nada mais e poderia ser evitada.” (T-18.VII.3:5)
Quando nos dispomos a perdoar, ou a desistir do esforço, da batalha com Deus, nós simplesmente paramos. Quando nós nos dispomos a parar, o instante santo — o que é real — tem a oportunidade de retornar à nossa consciência no nível da realidade [awareness].
Outro ponto importante que Jesus destaca nessa Seção é que nós não necessitamos lutar ou batalhar contra ilusões. Nós apenas batalhamos com ou lutamos contra alguma coisa que ainda nós consideramos real. É por isso que ter uma mente quieta (não fazer nada), que deixa uma abertura para o Espírito Santo entrar, é a chave para a nossa liberdade. É função do Espírito Santo nos liberar das ilusões. Foi o fato de nós fazermos com que elas (as ilusões) sejam reais que nos colocou nessa bagunça (confusão).
Quando a nossa mente está quieta, o que o Espírito Santo nos mostra?
Nesse lugar de quietude, é o Espírito Santo quem nos mostra a santidade do nosso irmão quando nós nos esquecemos. É o Espírito Santo quem nos mostra a diferença entre o que é real e o que é irreal, o que importa e o que não importa. É o Espírito Santo quem desfaz a crença do ego de que nós somos indignos e inadequados. É o Espírito Santo quem nos traz paz e verdadeiro conforto quando nós nos assustamos com as nossas falsas histórias de conflito e diferenças. Jesus nos diz nessa passagem:
“O teu caminho será diferente, não em relação ao propósito, mas ao meio. Um relacionamento santo é um meio de ganhar tempo. Um instante passado junto com o teu irmão restaura o universo para ambos.” (T-18.VII.5:1-3)
No instante santo, que vem quando nós deixamos um espaço de quietude para isso, nos é mostrado que a santidade de Deus (integridade) pertence a todos e está em toda parte.
“Esse centro de quietude, no qual tu nada fazes, permanecerá contigo, dando-te repouso em meio a todas as tarefas trabalhosas as quais fores enviado. Pois a partir deste centro serás dirigido quanto ao modo como deves usar o teu corpo sem pecado. É esse centro, do qual o corpo está ausente, que o manterá assim na tua consciência [no nível da realidade (awareness)] .” (T-18.VII.8:3-5)
Na Lição 135 do Livro de Exercícios, Jesus reforça novamente a ideia de ir a esse centro de quietude, onde nós somos orientados sobre como desempenhar o nosso papel no plano de Deus para nos liberar dos sonhos de separação.
“A mente curada [healed] não faz planos. Executa os planos que recebe ouvindo a Sabedoria que não lhe é própria. Espera até que lhe seja ensinado o que deve ser feito e, então, começa a fazê-lo. Não depende de si mesma para coisa alguma, a não ser para a sua adequação em cumprir os planos que foram designados para ela. É segura na certeza de que obstáculos não podem impedir o seu progresso em realizar qualquer uma das metas que servem ao plano maior estabelecido para o bem de todos.” (LE-pI.135.11:1-5)
© 2004-2010, Pathways of Light. https://www.pathwaysoflight.org
Você pode compartilhar cópias desse livro com os seus amigos, desde que esse aviso esteja incluído.
—–
Australian Centre for Inner Peace
Centro Australiano para a Paz Interior
Information, Workshops and Articles by Michael Dawson on Finding Inner Peace Through A Course in Miracles [Informações, workshops e artigos de Michael Dawson sobre como encontrar a paz interior por meio de Um Curso em Milagres]
DIALOGUE ON “I NEED DO NOTHING” [DIÁLOGO SOBRE “EU NÃO PRECISO FAZER NADA”]
Sites: Articles Written by me Based on A Course in Miracles-4; A Course in Miracles-Inner Peace
Há uma seção importante, mas frequentemente mal entendida, em Um Curso em Milagres, intitulada “Eu Não Preciso Fazer Nada” (T-18.VII). O diálogo fictício a seguir, entre um estudante e um professor, foi elaborado para ajudar a esclarecer essa Seção e lidar com alguns dos mal-entendidos que surgem.
P. Disseram-me que há uma Seção em Um Curso em Milagres intitulada “Eu Não Preciso Fazer Nada”. Você sabe a origem dessa passagem?
R. Originalmente, essa Seção não estava no Curso. Ela foi uma mensagem de Jesus para Helen sobre a solução de um problema inexistente. Helen estava morando com o marido no 16º andar de um prédio de apartamentos em Nova York. Os ascensoristas ameaçavam declarar greve e Helen temia ter um ataque cardíaco ao subir as escadas e se separar do marido. Ela decidiu se hospedar em um hotel próximo por uma semana, sem reconhecer que a greve ameaçada havia sido cancelada antes mesmo de começar. Jesus ressaltou que ela deveria ter recorrido a ele em busca da resposta e não à sua solução inadequada para um problema inexistente. Ela necessitava não fazer nada. (de “Ausência de Felicidade”, de Kenneth Wapnick).
P. Não fazer nada significa que eu sou capaz de simplesmente sentar e relaxar de agora em diante?
R. O seu ego adoraria ver essa passagem como uma desculpa para a ociosidade, a passividade e a inatividade espiritual. É assim que o Curso define não fazer nada:
“Fazer nada é descansar e fazer um lugar dentro de ti onde a atividade do corpo deixa de exigir atenção. A esse lugar o Espírito Santo vem e lá habita.” (T-18.VII.7:7-8)
Fazer um lugar dentro de você para o Espírito Santo é o caminho do perdão do Curso. Para ser guiado pelo Espírito Santo requer que a mente esteja quieta para que você possa ouvir a Sua voz. Você não é capaz de ouvir a Sua voz se a sua mente estiver cheia de julgamentos, seja para si mesmo ou para os outros. O perdão não é fácil. Ele requer vigilância, consciência no nível da realidade [awareness] e o reconhecimento de que o problema está em nossa mente e não no mundo. Isso não é causado por cochilar na cama o dia todo, mas na “sala de aula” dos relacionamentos.
P. Certo, mas talvez eu necessite fazer o mínimo de atividade possível durante o dia?
R. Quando o Curso afirma que você não precisa fazer nada, isso significa que nós permitimos que Jesus ou o Espírito Santo façam o trabalho e não nós. Nós não fazemos mais as coisas por conta própria, mas permitimos que o Espírito trabalhe através de nós. “Eu não preciso fazer nada” não significa que você não fará nada. Isso poderia resultar em uma vida muito ativa, mas como você não é quem faz, não se sente mais cansado. Ao invés de trabalhar com a energia do ego, a sua força vem de uma fonte superior. Você não fará mais as coisas por culpa e nunca mais terá pressa. Você perderá o senso de urgência no que faz.
P. Eu estou achando difícil acreditar que tão pouco me pedem. Certamente eu necessito realizar alguma tarefa digna na vida, como ajudar os pobres ou curar [healing] os doentes?
R. Esse pode ser o seu caminho para o perdão na vida, mas cuidado para não se apegar aos resultados. Se a sua paz depende do resultado dos seus esforços, você saberá que o ego está no comando e não o Espírito Santo.
“Qualquer coisa nesse mundo que acredites seja boa, de valor e digna de se lutar por ela, pode te ferir e o fará. Não porque tenha o poder de ferir, mas apenas porque negaste que ela não passa de uma ilusão e fizeste com que fosse real.” (T-26.VI.1:1-2)
P. Tudo isso me parece um pouco egoísta. Certamente o Espírito Santo necessita da minha ajuda para fazer com que esse mundo seja melhor?
R. O único propósito que o Espírito Santo vê nesse mundo é como uma sala de aula para a nossa própria cura [healing].
“A única responsabilidade do professor de Deus é aceitar a expiação para si mesmo. Expiação significa correção ou o remoção dos erros. Quando isto tiver sido realizado, o professor de Deus torna-se o trabalhador em milagres por definição.” (MP-18.4:5-7)
A nossa tarefa é em primeiro lugar curar [to heal] a nós mesmos, o que permitirá que o Espírito Santo guie as nossas vidas, fazendo com que nós sejamos um farol de luz e amor no mundo. Então, nós não seremos mais impelidos a consertar as coisas no mundo: a nossa mera presença trará cura [healing] onde for necessária. Isso não significa que nós precisamos ser perfeitos antes de que nós sejamos capazes de ajudar. O nosso trabalho pode já estar nas profissões de ajuda. No entanto, nós reconhecemos que é nesse trabalho que nós somos capazes de aprender a nos curar [to heal], aprendendo a deixar os nossos egos de lado e convidar o Espírito Santo a trabalhar através de nós.
P. Mas certamente eu necessitarei continuar a minha busca espiritual, a minha meditação e a minha contemplação. E então há todas as minhas falhas contra as quais eu necessito lutar contra elas.
R. Buscar implica que alguma coisa está oculta.
“Por que esperar pelo Céu? Aqueles que buscam a luz estão apenas cobrindo seus olhos. A luz está neles agora. A iluminação é apenas um reconhecimento não uma mudança em absoluto.” (LE-p.I.188.1:1-4)
Nós fomos criados perfeitos como Cristo. O Cristo está oculto por véus de julgamento que podem ser removidos pelo perdão.
“O curso não tem por objetivo ensinar o significado do amor, pois isso está além do que pode ser ensinado. Ele objetiva, contudo, remover os bloqueios à consciência [no nível da realidade (awareness)] da presença do amor, que é a tua herança natural.” (T-in.1:6-7)
O Livro de Exercícios contém alguns exercícios de meditação, no entanto, esse não é o foco principal do Curso. O perdão dos nossos relacionamentos é o principal ensinamento do Curso, tendo o Espírito Santo ou Jesus como o nosso guia.
“O perdão, por sua vez, é quieto e na quietude nada faz. Não ofende nenhum aspecto da realidade, nem busca distorcê-la para encaixá-la em aparências que lhe agradem. Apenas olha e espera e não julga.” (LE-pII.1.4:1-3)
Meditação, contemplação e luta contra o pecado são caminhos, entretanto, Jesus nos avisa que são longos e cansativos.
“Um esforço enorme é gasto na tentativa de tornar santo o que é odiado e desprezado. Nem há necessidade de toda uma vida de contemplação e de longos períodos de meditação com o objetivo de desapegar-te do corpo. Todas essas tentativas, em última instância, terão sucesso devido a seu propósito. No entanto, os meios são tediosos e consomem uma grande quantidade de tempo, pois todos procuram a liberação no futuro a partir de um estado de presente indignidade e inadequação.” (T-18.VII.4:8-11)
P. E quanto a encontrar o caminho de volta para Deus? Eu tenho que ser responsável pela busca.
R. Jesus nos diz que, se nós pensamos que nós somos corpos, então nós somos insanos. Isso faz com que a maioria de nós sejamos insanos e como é capaz do insano saber alguma coisa importante, quanto mais o caminho de volta para Deus?
“Não é Ele Aquele Que conhece o caminho que leva a ti? Não precisas conhecer o caminho para Ele. A tua parte consiste apenas em permitires que todos os obstáculos que interpuseste entre o Filho e Deus Pai sejam quietamente removidos para sempre. Deus fará a Sua parte te respondendo imediatamente com alegria. Pede e recebe. Mas não faças exigências, nem indiques a Deus a estrada pela qual Ele deveria aparecer a ti. O modo de alcançá-Lo é simplesmente deixá-Lo ser. Pois deste modo a tua realidade também é proclamada.” (LE-pI.189.8:1-8)
Nós somos informados de que os nossos caminhos são altamente individualistas e, como tal, requerem a orientação do Espírito Santo. Ao praticar as nossas lições diárias de perdão, nós nós abrimos mais à Sua orientação e Ele nos conduzirá para o lar.
P. Eu ainda necessito fazer planos. Certamente não há problema algum, não é?
R. Depende de quem está fazendo os planos.
“A mente curada [healed] não faz planos. Executa os planos que recebe ouvindo a Sabedoria que não lhe é própria. Espera até que lhe seja ensinado o que deve ser feito e, então, começa a fazê-lo. Não depende de si mesma para coisa alguma, a não ser para a sua adequação em cumprir os planos que foram designados para ela. É segura na certeza de que obstáculos não podem impedir o seu progresso em realizar qualquer uma das metas que servem ao plano maior estabelecido para o bem de todos.” (LE-pI.135.11:1-5)
Quando planos são necessários, eles serão dados no momento e lugar certos. Nós estamos sendo solicitados a sair do comando, a reduzir a função da mente pensante de tentar resolver todas as coisas e simplesmente seguir planos de uma fonte superior.
J. Krishnamurti disse que apenas pessoas confusas tomam decisões, pois há apenas uma ação correta em cada momento. O ego não pode saber disso, mas o Espírito Santo sabe.
P. Você parece insinuar que eu não sei nada de valor e que deveria desistir de todos os meus esforços para me aprimorar.
R. Quem você está tentando aprimorar? Se o Cristo dentro de você já é perfeito, resta apenas que o seu ego melhore. Se o seu ego é particularmente disfuncional, a ponto de você não conseguir sobreviver facilmente, então algum trabalho para fazer com que ele seja mais confiante seria necessário. No entanto, se você é capaz de sobreviver satisfatoriamente, por que tentar aprimorar o seu ego. Certamente isso só atrasará o momento de despertar para a grandeza de sua realidade espiritual?
Nós nos temos hipnotizados pensando que nós somos corpos e lhes damos grande importância. A maior parte do nosso tempo é gasta satisfazendo os desejos deles, protegendo-os e fazendo-os se sentirem confortáveis [os corpos]. Jesus se refere ao nosso corpo como o herói do sonho.
“Fazer qualquer coisa envolve o corpo. E se reconheces que não precisas fazer nada, terás retirado o valor do corpo da tua mente. Aqui está a porta aberta e rápida através da qual deslizas por séculos de esforço e escapas do tempo.” (T-18.VII.7:1-3)
P. Não parece haver muito que eu possa fazer. Disseram-me que eu não sei nada e que os meus esforços estão atrasando o meu despertar. Eu estou começando a achar tudo isso um insulto pessoal!
R. Se isso serve de consolo, Jesus concorda com você!
“Achas difícil aceitar a ideia de que precisas dar tão pouco para receber tanto. E é muito difícil para ti reconhecer que não é um insulto pessoal que a tua contribuição e a do Espírito Santo sejam tão extremamente desproporcionais. Ainda estás convencido de que a tua compreensão é uma contribuição poderosa para a verdade e faz dela o que ela é. Entretanto, nós já enfatizamos que nada precisas compreender. A salvação é fácil exatamente porque nada pede que não possas dar agora mesmo.” (T-18.IV.7:3-7)
O Curso afirma que tudo o que nos é exigido é um pouco de disponibilidade. Não uma disponibilidade enorme, pois isso poderia ser visto como um convite ao ego para começar a oferecer as suas soluções (que são projetadas para nunca funcionar). Um pouco de disponibilidade significa reconhecer que os problemas estão em nossa mente e não no mundo, que nós somos capazes de vê-los de forma diferente e encontrar paz e isso acontecerá quando nós convidamos a ajuda de Jesus. Simplificando, um pouco de disponibilidade significa olhar para as nossas mentes sem julgamento.
“Tu não tens que buscar a realidade. Ela buscará a ti e te achará quando tiveres satisfeito as suas condições. As suas condições são parte do que ela é. E só essa parte depende de ti. O resto é por si mesmo. Só precisas fazer tão pouco porque a tua pequena parte é tão poderosa que te trará o todo. Aceita, pois, a tua pequena parte e permite que o todo seja teu.” (T-8.IX.2:4-10)
P. Eu acho que me pedem para ser mais humilde e confessar o quão pouco eu sei sobre coisas importantes. Eu estou começando a sentir a possibilidade de me livrar de um grande fardo. Que alívio será abrir mão de estar no comando o tempo todo! Eu estou começando a ver que a minha mente é uma ferramenta útil nas mãos do Espírito Santo, mas uma arma nas mãos do meu ego. Algum último conselho?
R. Vamos terminar com a Seção do Curso sobre a qual você perguntou em primeiro lugar:
“Ganha tempo para mim através dessa única preparação e pratica não fazendo nenhuma outra coisa. ‘Eu não preciso fazer nada’ é uma afirmação de fidelidade, uma lealdade verdadeiramente sem divisão. Acredita nisso por apenas um instante e realizarás mais do que é dado a um século de contemplação ou de luta contra a tentação.” (T-18.VII.6:6-8)
Se você tiver humildade suficiente, estiver feliz em se render a um poder superior à sua mente lógica e racional e deixar o corpo perder a sua importância dominante em sua vida, Jesus lhe oferece um caminho rápido para a paz e a alegria.
—–
Estamos transcrevendo trechos de artigo do Aplicativo ACIM CE (A Course in Miracles – Complete & Annotated Edition), para o nosso conhecimento e entendimento de importante tema do Curso.
Esse Aplicativo ACIM CE (A Course in Miracles – Complete & Annotated Edition) é oferecido com carinho por Circle of Atonement (Circle of Atonement – A Course in Miracles resources and Community), uma organização sem fins lucrativos dedicada ao Um Curso em Milagres desde 1993.
Cameo 17: “Eu Não Preciso Fazer Nada”
Site: A Course in Miracles – Complete & Annotated Edition [Um Curso em Milagres – Edição Completa e Anotada]
Link: Cameo 27: “I Need Do Nothing” – A Course in Miracles CE App
A seção do livro Texto “Eu Não Preciso Fazer Nada” (T-18.VII), uma exploração profunda de vários temas-chave do Curso, bem como uma comparação do caminho do Curso com outros caminhos, era originalmente uma mensagem especial para Helen [canalizadora de UCEM] sobre uma situação específica em sua vida. Ken Wapnick conta a história em [livro] Absence from Felicity:
Em 31 de maio de 1967, Helen estava em meio a outra crise e a resposta de Jesus a ela foi uma mensagem especial…
A crise de Helen, que, externamente, era literalmente um não-evento, girava em torno de uma ameaça de greve sindical que envolveria os ascensoristas do prédio de Helen. Ela e Louis moravam no 16º andar e o medo de Helen era que a greve começasse em um momento em que ela e Louis estivessem separados, um deles no apartamento e o outro no andar de baixo. Como, na mente de Helen, subir ou descer os dezesseis lances de escada significava parada cardíaca instantânea, tanto para ela quanto para Louis, ela estava fora de si com a ameaça iminente de separação. Tendo assim definido o problema, a sua solução era óbvia e lógica: ela e Louis se mudariam para um hotel próximo. Eles se mudaram, onde permaneceram por uma semana, sem saber que a greve havia sido cancelada antes mesmo de começar.
A Seção “Eu Não Preciso Fazer Nada” não se refere de forma alguma aos detalhes da situação de Helen, mas isso não quer dizer que não fale sobre ela. Que sabedoria ele oferece, então, sobre a “crise” de Helen?
O parágrafo inicial sugere que todo o planejamento dela para o “conforto, proteção ou prazer” do seu corpo (T-18.VII.1:2) significa que o objetivo subjacente dela não é a Expiação, mas o pecado. A preocupação dela com o corpo é a expressão consciente de uma atração inconsciente pelo pecado. Afinal, como você pode ignorar toda a Filiação em uma obsessão com o seu próprio pequeno pedaço de barro e não se sentir pecador? Assim, a meta oculta de se sentir pecador, Jesus sugere, é a verdadeira força motriz por trás do plano de Helen de se mudar para o hotel próximo.
O que ela deveria fazer ao invés disso? Ao invés dela se envolver em planos para se proteger do “perigo” do ataque, ela deveria se permitir um único instante em que se esquecesse completamente de seu corpo e, com ele, do passado e do futuro. Ela deveria entrar em um momento de perfeita quietude, tanto física quanto mental. Nesse momento, ao invés de se concentrar no que fazer, ela deveria se concentrar em um único pensamento: “Eu Não preciso fazer nada”. Isso significa que todas as coisas verdadeiramente importantes não precisam ser realizadas por meio de ações físicas; elas já foram realizadas por Deus.
Esse momento de quietude é o que o Curso chama de instante santo. No entanto, como entrar em um instante santo resolveria a emergência que Helen vê diante de si? A resposta a essa pergunta se revela nos parágrafos finais da Seção.
No instante santo, ela criaria um lugar dentro de si no qual ela não faria nada, permanecendo perfeitamente imóvel. “A esse lugar”, diz Jesus, “o Espírito Santo vem e lá habita” (7:8). Embora tal instante santo seja tipicamente breve, os seus efeitos não seriam. Mesmo depois que Helen retornasse à consciência no nível da percepção [consciousness] normal, o Espírito Santo permaneceria naquele lugar tranquilo dentro dela, dando-lhe um “lugar de descanso para o qual podes retornar” (8:1) — presumivelmente em instantes santos futuros.
No entanto, o valor desse “lugar de descanso” não se limita a instantes santos isolados. A Seção conclui com uma imagem hipnotizante de Helen atravessando a vida em uma consciência no nível da percepção [consciousness] dual. A imagem para isso é a de uma tempestade, com os seus ventos furiosos girando em torno da quietude de seu olho. O olho da tempestade, que Jesus chama de “centro de quietude” (8:2), simboliza esse lugar de descanso interior, enquanto a tempestade simboliza a atividade externa da vida de Helen. A mensagem é que, uma vez estabelecido o centro de quietude em um instante santo, Helen será capaz de concentrar a atenção dela em ambos os lugares ao mesmo tempo. Ela será capaz de se envolver em ações na tempestade ao mesmo tempo em que não faz nada no centro de quietude. Em outras palavras, a atividade externa não necessita implicar o sacrifício da paz interior. De fato, enquanto estiver ativa na tempestade, a maior parte da mente de Helen é capaz de estar repousando no olho da tempestade:
“E estarás mais ciente deste centro de quietude no meio da tempestade do que de toda a atividade furiosa que ela desencadeia” (8:2).
Essa pode ser uma imagem muito atraente, considerando o quão devastada a maioria de nós se sente pela tempestade. A partir dessa imagem, no entanto, pode-se facilmente ter a impressão de que o comportamento de Helen na tempestade deveria ser mínimo e casual — que ela deveria apenas fazer o que bem entendesse, quando bem entendesse, enquanto ela basicamente relaxa no centro de quietude. A Seção, no entanto, conclui com uma nota muito diferente:
“Esse centro de quietude, no qual tu nada fazes, permanecerá contigo, dando-te repouso em meio a todas as tarefas trabalhosas às quais fores enviado. Pois a partir deste centro serás dirigido quanto ao modo como deves usar o teu corpo sem pecado. É esse centro, do qual o corpo está ausente, que o manterá assim [manterá o corpo sem pecado] na tua consciência [no nível da realidade (awareness)] [dele].” (8:3-5)
Observe como, a partir do centro de quietude, Helen será “enviada” e “dirigida”. A tarefa dela na tempestade não deve ser o que ela sente; a tarefa deve ser guiada. E também não deve ser a mínima; a frase “todas as tarefas às quais fores enviado” implica que ela será enviada em uma abundância dessas missões. O consolo é que, enquanto ela é enviada para essas tarefas trabalhosas, o centro em quietude lhe proporcionará um lugar de descanso em meio a elas. Mesmo ela estando imersa até o pescoço em atividades dentro da tempestade, ela simultaneamente não estará fazendo nada no olho da tempestade.
No entanto, mesmo isso não é o verdadeiro consolo. Lembre-se: essa história começa com a obsessão de Helen com a sua segurança física, conforto e prazer. Nesse quadro inicial, as suas atividades são, em grande parte, sobre proteger o seu corpo dos efeitos nocivos da tempestade. E essa preocupação primordial com o seu eu [ser, self] separado tem o efeito líquido — bem como a meta inconsciente — de fazê-la sentir-se pecadora. Observe como essa imagem agora foi completamente invertida. Na nova imagem, as ações dela não se referem a proteger o seu corpo da tempestade; elas se referem a servir àqueles que estão sendo fustigados pelo vento e pela chuva. Nessa imagem, ela não está mais fugindo em projetos egocêntricos; ao invés disso, ela está sendo enviada em missões altruístas. Ao invés de usar o corpo para servir à meta do pecado, ela está sendo “orientada sobre como usar o corpo sem pecado” (8:4). E tudo isso é verdade porque no centro da consciência no nível da realidade [awareness] dela, no centro de quietude, “o corpo está ausente” (8:5). Naquele lugar de preocupação suprema, o corpo desapareceu, tendo sido substituído pelo Espírito Santo. Como resultado, ela agora se vê sem pecado, absolutamente limpa e imaculada. Ela até vê o seu corpo como sem pecado. De que outra forma ela poderia vê-lo, visto que ele veio a ser um instrumento puro da santidade de Deus?
Eis, então, uma visão na qual o fazer inescapável, implicado em nossas vidas exteriores, se harmoniza com o não fazer implicado na quietude interior. Não se trata de um ou outro. Ao invés disso, ao descansar do fazer em instantes santos específicos, nós somos capazes de fundamentar um modo de ser no qual, mesmo enquanto nós estamos engajados em fazer exteriormente, nós estamos repousando em um lugar de não fazer interiormente. E, significativamente, esse lugar de não fazer agora vem a ser a fonte do nosso fazer — de um tipo de fazer muito diferente.
Se Helen tivesse abraçado essa imagem, pense em como teria reagido de forma diferente à situação dela. Ao entrar em um instante santo, ela poderia ter sentido o seu medo se acalmar no centro de quietude dentro dela. Com grande alívio, ela poderia ter percebido que nada de real dependia de suas ações. A preocupação ansiosa dela com o seu corpo poderia ter evaporado. A partir desse lugar mais calmo, ela poderia ter enxergado através dos medos dela. A partir dessa nova perspectiva, ao invés de fazer planos frenéticos para a sua segurança, ela poderia ter se perguntado como fora chamada para servir a um plano maior. E, à medida que a sua visão se expandisse para abranger as suas prioridades mais amplas, o medo e o planejamento desnecessário que a dominaram antes teriam sido praticamente esquecidos. Ela poderia ter se ocupado dos negócios de seu Pai, caminhando em paz em meio à tempestade e em paz consigo mesma.
É isso que os parágrafos inicial e final da Seção sugerem sobre a crise de Helen. No entanto, o meio da Seção é uma espécie de interlúdio que se distancia ainda mais da situação de Helen para iluminar um pouco do caráter único do Curso. Pois existem outros caminhos para aliviar a sensação opressiva de pecaminosidade que inevitavelmente advém da priorização do corpo. E Helen não era estranha a esses outros caminhos, tendo sido fascinada pela Igreja Católica ao longo da vida, particularmente por seus rituais do terço e da Missa.
Nessa Seção central, Jesus destaca duas rotas tradicionais para escapar do senso de pecaminosidade e contrasta ambas com o caminho do Curso. A primeira rota, que lembra o Catolicismo e a Espiritualidade Ocidental em geral, é “combater contra a tentação e lutar contra abandonar-se ao pecado” (5:7) — uma tentativa óbvia de conter quase que vigorosamente a própria natureza pecaminosa. A segunda, que se assemelha mais ao Misticismo Oriental, envolve “longos períodos de meditação com o objetivo de desapegar-te do corpo” (4:9). Embora Jesus pareça mais gentil com essa última abordagem, ele sugere que também se trata de uma tentativa sutil de se elevar acima da própria pecaminosidade, nesse caso por meio de longos períodos de desapego da suposta fonte do pecado — o corpo. Ambas as maneiras, diz ele, darão certo:
“No entanto, os meios são tediosos e consomem uma grande quantidade de tempo, pois todos procuram a liberação no futuro a partir de um estado de presente indignidade e inadequação.” (4:11)
Em outras palavras, ambos pressupõem que a pessoa é pecadora agora e que os seus próprios esforços são necessários para se erguer arduamente, centímetro por centímetro, acima desse estado decaído.
Jesus então diz,
“O teu caminho será diferente, não em relação ao propósito, mas ao meio.” ((5:1)
A meta ainda é a realização do estado de santidade. Mas isso é alcançado abandonando todas as tentativas de se tornar santo e entrando em um momento de quietude, refletindo sobre o pensamento “Eu Não preciso fazer nada”. Nesse caso, isso significa:
“Eu não preciso fazer nada para fazer com que eu seja santo, porque Deus já me criou santo para toda a eternidade”.
Jesus então menciona outra característica distintiva do caminho do Curso: ele não é uma jornada solitária. Tanto no Ocidente quanto no Oriente, a imagem comum é a do aspirante solitário. Nós imaginamos o monge lutando contra a tentação na privacidade de sua cela e o iogue absorto em meditação em sua caverna solitária. No Curso, contudo, a maneira mais poderosa de descobrir a própria santidade é unir-se a outra pessoa:
“Um relacionamento santo é um meio de ganhar tempo. Um instante passado junto com o teu irmão restaura o universo para ambos.” (5:2-3)
“O tempo foi economizado para ti, porque tu e o teu irmão estão juntos. Esse é o meio especial que esse curso está usando para te fazer ganhar tempo.” (6:3-4)
Portanto, nós temos duas características distintivas do Curso: descobrir a santidade preexistente em um instante santo e unir-se a outra pessoa em um relacionamento santo. Ambas se unem na ideia de instantes santos conjuntos — instantes santos que nós compartilhamos com outro ser humano. O Curso também chama esses instantes de encontros santos. A referência acima a “um instante passado juntos” refere-se exatamente a esse conceito. De fato, o Curso nasceu exatamente em um instante santo compartilhado, no qual, após anos de conflito, Bill fez um discurso apaixonado dizendo que “tem que haver uma outra maneira” e Helen se levantou e disse que tentaria essa nova abordagem com ele. Aquele momento não foi uma experiência mística, mas foi um instante santo poderoso, que mudou a vida de ambos para sempre. Esses instantes santos compartilhados não são uma ênfase nem no Ocidente nem no Oriente. Eles são o foco único do Curso, “esse é o meio especial que este curso está usando para te fazer ganhar tempo.” (6:4)
Voltando à situação de Helen: se ela quisesse se livrar do sentimento de pecaminosidade que acompanhava a sua preocupação obsessiva com o corpo, a resposta não era pegar o terço ou ir à missa. A resposta era se juntar a Bill em outro instante santo em comum, onde ambos perceberiam, em silêncio, que, como Jesus disse mais tarde,
“A cura [healing] está realizada, pois o que é perfeito não precisa de cura [healing] e o que resta para ser perdoado onde não há nenhum pecado?” (P-2.VII.8:5)
Em apenas um desses instantes de união, Jesus promete, Helen e Bill poderiam “realizar mais do que é dado a um século de contemplação ou de luta contra a tentação” (6:8).
A Seção “Eu Não Preciso Fazer Nada” abordou a crise específica de Helen, mas, no processo, fez muito mais. Ofereceu a ela um novo relacionamento com as suas preocupações, o seu corpo, o seu comportamento e a sua culpa. E esclareceu como o caminho que Jesus a estava conduzindo diferia dos caminhos mais tradicionais, incluindo o Catolicismo que tanto a atraía. A sua mensagem profunda era aplicável além de sua situação específica, a todas as suas situações e além da dela, a todas as nossas.
O ditado para essa Seção apareceu nas Notas de Helen, no meio da primeira Seção do Capítulo 24, mas claramente foi inserido ali a partir de outro lugar. Em termos de data e localização no Texto Original, ele se encontra exatamente onde o colocamos na Complete and Annotated Edition [Edição Completa e Anotada]. Depois do Texto Original, Helen e Bill o moveram para um lugar muito anterior, para um lugar no Capítulo 18.
Esse posicionamento, que nós vemos na versão FIP do Curso, é excelente, visto que muitos dos temas da Seção ecoam naquele Capítulo. No entanto, a Seção também contém temas que só aparecem depois do Capítulo 18. Por exemplo, “a meta do pecado”, tão importante nessa Seção, não aparece no ditado até a discussão mais aprofundada sobre o pecado no Capítulo 19 (“o ego dedicou o corpo à meta do pecado” — T-19.IV.B.20:2). O que nós descobrimos foi que essa Seção também se encaixa muito bem onde originalmente se encontrava, no Capítulo 22, onde falta o problema dos temas anacrônicos. Então, nós decidimos simplesmente deixá-la onde ela estava.
—–
Imagem pexels-pixabay-268134-06.08.25.jpg
Bibliografia da OREM3:
Livro “Um Curso em Milagres” – Livro Texto, Livro de Exercícios e Manual de Professores. Fundação para a Paz Interior. 2ª Edição – copyright© 1994 da edição em língua portuguesa.
Artigo “Helen and Bill’s Joining: A Window Onto the Heart of A Course in Miracles” (tradução livre: A União de Helen e Bill: Uma Janela no Coração de Um Curso em Milagres”) – Robert Perry, site: https://circleofa.org/
E-book “What is A Course in Miracles” (tradução livre: O que é Um Curso em Milagres) – Robert Perry.
E-book “Autobiography – Helen Cohn Schucman, Ph.D.” – Foundation for Inner Peace (tradução livre: Autobiografia – Helen Cohn Schucman, Ph.D., Fundação para a Paz Interior).
Livro “Uma Introdução Básica a Um Curso em Milagres”, Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
Livro “O Desaparecimento do Universo”, Gary R. Renard.
Livro “Absence from Felicity: The Story of Helen Schucman and Her Scribing of A Course in Miracles” (tradução livre: “Ausência de Felicidade: A História de Helen Schucman e Sua Escriba de Um Curso em Milagres”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
Artigo “A Short History of the Editing and Publishing of A Course in Miracles” (tradução livre: Uma Breve História da Edição e Publicação de Um Curso em Milagres” – Joe R. Jesseph, Ph.D. http://www.miraclestudies.net/history.html
E-book “Study Guide for A Course in Miracles”, Foundation for Inner Peace (tradução livre: Guia de Estudo para Um Curso em Milagres, Fundação para a Paz Interior).
Artigo “The Course’s Use of Language” (tradução livre: “O Uso da Linguagem do Curso”), extraído do livro “The Message of A Course in Miracles” (tradução livre: “A Mensagem de Um Curso em Milagres”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
Artigo Who Am I? (tradução livre: Quem Sou Eu?) – Beverly Hutchinson McNeff – Site: https://www.miraclecenter.org/wp/who-am-i/
Artigo “Jesus: The Manifestation of the Holy Spirit – Excerpts from the Workshop held at the Foundation for A Course in Miracles – Temecula CA” (tradução livre: Jesus: A Manifestação do Espírito Santo – Trechos da Oficina realizada na Fundação para Um Curso em Milagres – Temecula CA) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
Livro “Quantum Questions” (tradução livre: “Questões Quânticas”) – Ken Wilburn
Livro “Um Retorno ao Amor” – Marianne Williamson.
Glossário do site Foundation for A Course in Miracles (tradução livre: Fundação para Um Curso em Milagres), do Dr. Kenneth Wapnick, https://facim.org/glossary/
Livro Um Curso em Milagres – Esclarecimento de Termos.
Artigo “The Metaphysics of Separation and Forgiveness” (tradução livre: “A Metafísica da Separação e do Perdão”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
Livro “Os Ensinamentos Místicos de Jesus” – Compilado por David Hoffmeister – 2016 Living Miracles Publications.
Livro “Suplementos de Um Curso em Milagres UCEM – A Canção da Oração” – Helen Schucman – Fundação para a Paz Interior.
Livro “Suplementos de Um Curso em Milagres UCEM – Psicoterapia: Propósito, Processo e Prática.
Workshop “O que significa ser um professor de Deus”, proferido pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D..
Artigo escrito pelo escritor Paul West, autor do livro “I Am Love” (tradução livre: “Eu Sou Amor”), blog https://www.voiceforgod.net/.
Artigo “The Beginning Of The World” (tradução livre: “O Começo do Mundo”) – Dr Kenneth Wapnick.
Artigo “Duality as Metaphor in A Course in Miracles” (tradução livre: “Dualidade como Metáfora em Um Curso em Milagres”) – Um providencial e didático artigo, considerado pelo próprio autor como sendo um dos artigos (workshop) mais importantes por ele escrito e agora compartilhado pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
Artigo “Healing the Dream of Sickness” (tradução livre: “Curando o Sonho da Doença” – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
Livro “The Message of A Course in Miracles – A translation of the Text in plain language” (tradução livre: “A mensagem de Um Curso em Milagres – Uma tradução do Texto em linguagem simples”) – Elizabeth A. Cronkhite.
E-book “Jesus: A New Covenant ACIM” – Chapter 20 – Clearing Beliefs and Desires – Cay Villars – Joininginlight.net© (tradução livre: “Jesus: Uma Nova Aliança UCEM” – Capítulo 20 – Clarificando Crenças e Desejos).
Artigo “Strangers in a Strange World – The Search for Meaning and Hope” (tradução livre: “Estranhos em um mundo estranho – A busca por significado e esperança”), escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick e por sua esposa Sra. Gloria Wapnick.
Artigo “To Be in the World and Not of It” (tradução livre: “Estar no Mundo e São Ser Dele”), escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick e por sua esposa Sra. Gloria Wapnick.
Site https://circleofa.org/.
Livro “A Course in Miracles – Urtext Manuscripts – Complete Seven Volume Combined Edition. Published by Miracles in Action Press – 2009 1ª Edição.
Tradução livre do capítulo Urtext “The Relationship of Miracles and Revelation” (N 75 4:102).
Artigo “How To Work Miracles” (tradução livre “Como Fazer Milagres”), de Greg Mackie https://circleofa.org/library/how-to-work-miracles/.
Artigo “A New Vision of the Miracle” (tradução livre: “Uma Nova Visão do Milagre”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/a-new-vision-of-the-miracle/.
Artigo “What Is a Miracle?” (tradução livre: “O que é um milagre?”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/what-is-a-miracle/.
Artigo “How Does ACIM Define Miracle?” (tradução livre: “Como o UCEM define milagre?”), de Bart Bacon https://www.miracles-course.org/index.php?option=com_content&view=article&id=232:how-does-acim-define-miracle&catid=37&Itemid=57.
Livro “Os cinquenta princípios dos milagres de Um Curso em Milagres”, de Kenneth Wapnick, Ph.D..
Artigo “The Fifty Miracle Principles: The Foundation That Jesus Laid For His Course” (tradução livre: “Os cinquenta princípios dos milagres: a base que Jesus estabeleceu para o seu Curso”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/the-fifty-miracle-principles-the-foundation-that-jesus-laid-for-his-course/.
Artigo “Ishmael Gilbert, Miracle Worker” (tradução livre: “Ishmael Gilbert, Trabalhador em Milagre”), de Greg Mackie https://circleofa.org/library/ishmael-gilbert-miracle-worker/.
Blog “A versão Urtext da obra Um Curso em Milagres (UCEM)” https://www.umcursoemmilagresurtext.com.br/.
Blog “Course in Miracles Society – CIMS – Original Edition” https://www.jcim.net/about-course-in-miracles-society/.
Site Google tradutor https://translate.google.com.br/?hl=pt-BR.
Site WordReference.com | Dicionários on-line de idiomas https://www.wordreference.com/enpt/entitled.
Artigo “The earlier versions and the editing of A Course in Miracles” (tradução livre: “As versões iniciais e a edição de Um Curso em Milagres), autor Robert Perry https://circleofa.org/library/the-earlier-versions-and-the-editing-of-a-course-in-miracles/.
Livro “A Course in Miracles: Completed and Annotated Edition” (“Edição Completa e Anotada”) – Circle of Atonement.
Livro “Q&A – Detailed Answers to Student-Generated Questions on the Theory and Practice of A Course in Miracles” – Supervised and Edited by Kenneth Wapnick, Ph.D. – Foundation for A Course in Miracles – Publisher (tradução livre: “P&R – Respostas Detalhadas a Questões Geradas por Alunos sobre a Teoria e Prática de Um Curso em Milagres” – Supervisionado e Editado por Kenneth Wapnick, Ph.D. – Fundação para Um Curso em Milagres – Editora)
Artigo “The Importance of Relationships” (tradução livre: “A Importância dos Relacionamentos”), no site https://circleofa.org/library/the-importance-of-relationships/, autor Robert Perry.
Artigo: “The ark of peace is entered two by two” (tradução livre: “Na arca da paz só entram dois a dois”) – Robert Perry Site: https://circleofa.org/library/the-ark-of-peace-is-entered-two-by-two/
Artigo “Living a Course in Miracles As Wrong Minds, Right Minds, and Advanced Teachers – Part 2 of 3 – How Right Minds Live in the World: The Blessing of Forgiveness”, por Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
Artigo “Living a Course in Miracles As Wrong Minds, Right Minds, and Advanced Teachers – Part 1 of 3 – How Wrong Minds Live in the World: The Ego’s Curse of Specialness”, por Dr. Kenneth Wapnick.
Transcrição do vídeo do Dr. Kenneth Wapnick no YouTube, intitulado: “Judgment” (tradução livre: “Julgamento”). O artigo completo em inglês no site https://facim.org/transcript-of-kenneth-wapnick-youtube-video-entitled-judgment/.
Trechos do Workshop “The Meaning of Judgment” (tradução livre “O Significado de Julgamento”), realizado na Fundação para Um Curso em Milagres em Roscoe NY, ministrado pelo Dr. Kenneth Wapnick. O artigo completo em inglês no site: https://facim.org/online-learning-aids/excerpt-series/the-meaning-of-judgment/.
Comentários do professor de Deus Allen Watson, que transcrevemos, em tradução livre, do site Circle of Atonement (https://circleofa.org/workbook-companion/what-is-sin/).
Artigo “There is no sin” (tradução livre: “Não há pecado”), Robert Perry, site https://circleofa.org/library/there-is-no-sin/.
Artigo do Professor Greg Mackie, denominado “If God is Love Why do We Suffer?” (tradução livre: “Se Deus é Amor porque nós sofremos?”) https://circleofa.org/library/if-god-is-love-why-do-we-suffer/.
Artigo “The Ten Commandments and A Course in Miracles” (tradução livre: Os Dez Mandamentos e Um Curso em Milagres”), Greg Mackie, site https://circleofa.org/library/the-ten-commandments-and-a-course-in-miracles/.
Artigo escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D. e pelo Padre Jesuíta W. Norris Clarke, da Companhia de Jesus, Ph.D., sobre o livro “Um Curso em Milagres e o Cristianismo: Um Diálogo”, disponível no site http://www.miraclestudies.net/Dialogue_Pref.html.
Livro “Um Curso em Milagres e o Cristianismo: Um Diálogo”, escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D. e pelo Padre Jesuíta W. Norris Clarke, da Companhia de Jesus, Ph.D..
Artigo do Consultor, Escritor e Professor Rogier Fentener Van Vlissingen, de Nova Iorque, intitulado “A Course in Miracles and Christianity: A Dialogue” (“Um Curso em Milagres e o Cristianismo: Um Diálogo”), disponível no Blog Closing the Circle e acesso no link: https://acimnthomas.blogspot.com/2011/04/course-in-miracles-and-christianity.html.
Artigo sobre o livro “A Course in Miracles and Christianity: A Dialogue” (tradução livre “Um Curso em Milagres e o Cristianismo: Um Diálogo”), escrito por Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D. e o Padre Jesuíta W. Norris Clarke, da Companhia de Jesus, Ph.D. Site http://www.miraclestudies.net/Dialogue_Pref.html.
Artigo do professor Robert Perry intitulado “Do we have a chalice list?” (tradução livre: “Temos uma lista de cálice?”), acesso através do link: https://circleofa.org/2009/07/13/do-we-have-a-chalice-list/.
Artigo “The religion of the ego” (tradução livre: “A religião do ego”), Robert Perry, link https://circleofa.org/library/the-religion-of-the-ego/.
Artigo “A New Realities Interview with William N. Thetford, Ph.D.”, conduzida por James Bolen em abril de 1984. Tradução livre Projeto OREM®. Artigo em inglês https://acim.org/archives/a-new-realities-interview-with-william-n-thetford/.
Artigo “Why is sin merely a mistake?” [tradução livre “Por que o pecado é apenas um erro?”], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/why-is-sin-merely-a-mistake/.
Artigo “What a difference a few words make” (tradução livre: “Que diferença algumas palavras fazem”), Greg Mackie, disponível no link https://circleofa.org/library/what-a-difference-a-few-words-make/.
Artigo “Near-Death Experiences and A Course in Miracles” [Experiências de Quase-Morte e Um Curso em Milagres], coescrito por Robert Perry, B.A. (Cranborne, United Kingdom) e Greg Mackie, B.A. (Xalapa, Mexico), link https://circleofa.org/library/near-death-experiences-course-miracles/.
Artigo “Near-Death Experiences and A Course in Miracles Revisited” [Experiências de Quase-Morte e Um Curso em Milagres Revisitado], escrito por Greg Mackie, link Revisitado], e pode ser acessado no link https://circleofa.org/library/near-death-experiences-and-a-course-in-miracles-revisited/.
Artigo “Watch With Me, Angels” [Vigiem comigo, anjos], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/watch-with-me-angels/.
Artigo transcrito de Workshop apresentado pelo Dr. Kenneth Wapnick, denominado “Watching With Angels [Vigiar com anjos], link: https://facim.org/watching-with-angels-part-1/.
Artigo “How Does Projection Really Work? [Como a Projeção realmente funciona?], Robert Perry, que pode ser acessado através do link https://circleofa.org/library/how-does-projection-really-work/.
Artigo “The Practical Implications of Projection: Summary of a Class Presentation” [tradução livre: “As Implicações Práticas da Projeção: Resumo de uma Apresentação de Aula”] poderá ser acessado através do link https://circleofa.org/library/practical-implications-projection/.
Artigo “Reverse Projection: “As you see him you will see yourself” [tradução livre: “Projeção Reversa: ‘Assim como tu o vires, verás a ti mesmo’”], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/reverse-projection-see-him-see-yourself/.
Artigo denominado “Are we living in a virtual reality” [“Nós estamos vivendo em uma realidade virtual?], Greg Mackie, link https://circleofa.org/library/are-we-living-in-a-virtual-reality/.
Artigo disponibilizado pelo site Pathways of Light, denominado “From Virtual do True Reality” [Da Realidade Virtual à Verdadeira], link https://www.pathwaysoflight.org/daily_inspiration/print_pol-blog/from-virtual-to-true-reality.
Série de artigos denominada “Rewriting the Rules of Virtual Reality” [Reescrevendo as Regras da Realidade Virtual] – partes 1 a 4, Dr. Joe Dispenza, link https://drjoedispenza.com/blogs/dr-joe-s-blog/rewriting-the-rules-of-virtual-reality-part-i.
Artigo “Commentary on What is Salvation” [“Comentário sobre O Que é Salvação”], Allen Watson, link https://circleofa.org/workbook-companion/what-is-salvation/.
Site oficial do Professor Allen Watson http://www.allen-watson.com/;
Artigo “Special Theme: What Is Salvation? [“Tema Especial: O Que É A Salvação?”], Thomas R. Wakechild, que pode ser acessado através do link http://acourseinmiraclesfordummies.com/blog/wp-content/uploads/2014/07/PDF-What-is-Salvation-with-Notes-Upload-7-15-14-ACIM-Workbook-for-Dummies.pdf.
Artigo “The Core Unit of Salvation” [A Unidade Central da Salvação], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/the-core-unit-of-salvation/.
Artigo “ACIM Study Guide and Commentary – Chapter 5, Healing and Wholeness – Section III – The Guide to Salvation” [Guia de Estudo e Comentários ACIM – Capítulo 5 – Cura e Integridade – Seção III – O Guia para a Salvação], Allen Watson, acesso através do link http://www.allenwatson.com/uploads/5/0/8/0/50802205/c05s03.pdf.
Artigo “Commentaries on A Course in Miracles – ACIM Text, Section 1.I – Principles of Miracles” (“Comentários sobre Um Curso em Milagres – UCEM Texto, Seção 1.I – Princípios dos Milagres”), Allen Watson, site http://www.allen-watson.com/uploads/5/0/8/0/50802205/c01s01a.pdf
Artigo “A Course in Miracles: The Guide to Salvation” [Um Curso em Milagres: O Guia para a Salvação”], Sean Reagan, acesso através do link https://seanreagan.com/a-course-in-miracles-the-guide-to-salvation/.
Artigo “The Urgency of Doing Our Part in Salvation” [“A Urgência de Fazer Nossa Parte na Salvação”], Greg Mackie, acesso através do link https://circleofa.org/library/urgency-of-doing-our-part-in-salvation/.
Artigo “Shadow Figures” [figuras de sombra], Robert Perry, acesso através do link https://circleofa.org/library/shadow-figures/.
Artigo-estudo intitulado “Shadows of the Past” [Sombras do Passado], Allen A. Watson, acesso através do link http://www.allen-watson.com/allens-text-commentaries.html.
Recomendamos o site The Pathways of Light Community, para reforços no processo de estudo: https://www.pathwaysoflight.org.
Artigo sobre o Capítulo 17: O Perdão e o Relacionamento Santo – Seção III: Sombras do passado; pode ser acessado através do link: https://www.pathwaysoflight.org/acim_text/print_acim_page/chapter17_section_iii.
Transcrição de palestra do professor David Hoffmeister, estudante, pesquisador e eminente divulgador de UCEM, durante a Conferência “A Course in Miracles – ACIM” [“Um Curso em Milagres”], no mês de fevereiro de 2007, acesso através do link https://awakening-mind.org/resources/publications/accepting-the-atonement-for-yourself/. As diversas palestras do professor David podem ser acessadas, em inglês, no site https://acim-conference.net/past-acim-conferences/.
Trechos do workshop realizado na Fundação para Um Curso em Milagres (Foundation for A Course in Miracles), em Roscoe, Nova Iorque, denominado “Regras para decisões”, Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D., no link https://facim.org/online-learning-aids/excerpt-series/rules-for-decision/.
Artigo “Levels of Mind: Looking at the ‘Layers’ of Mind that form Perception” (“Níveis da Mente: Olhando para as ‘Camadas’ da Mente que formam a Percepção”), Site https://miracleshome.org/publications/levelsofmind.htm.
Artigo “To Desire Wholly is to Be” (“Desejar Totalmente é Ser”), do professor David Hoffmeister. Site: https://miracleshome.org/supplements/todesirewholly_171.htm.
Artigo “The Glory of Who We Really Are” [“A glória de quem nós realmente somos”], do professor Greg Mackie. Site: https://circleofa.org/library/the-glory-of-who-we-really-are/?inf_contact_key=2c1c99e05ff3c25330a7916d84d19420680f8914173f9191b1c0223e68310bb1.
Artigo “The difference between horizontal and vertical perception”, Paul West (16/09/2019). Site https://www.voiceforgod.net/blogs/acim-blog/the-difference-between-horizontal-and-vertical-perception.
Artigo “The Holy Relationship: The Source of Your Salvation [“O Relacionamento Santo: A Fonte de Sua Salvação”], Greg Mackie. Site Circle of Atonement, https://circleofa.org/library/holy-relationship-source-of salvation/?inf_contact_key=791ef4a4c578a34f45d28b436fec486d680f8914173f9191b1c0223e68310bb1.
Artigo “On Becoming the Touches of Sweet Harmony – The Holy Relationship as Metaphor – Part 1 and Part 2” [“Sobre se Tornar os Realces da Amena Harmonia – O Relacionamento Santo como Metáfora – Parte 1 e Parte 2”], 1º de junho de 2018, Volume 22 Nº 2 – Junho 2011, Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D. Site https://facim.org/becoming-touches-sweet-harmony-holy-relationship-metaphor/.
Livro “Your Immortal Reality: How to Break the Cycle of Birth and Death” (tradução livre: “A Sua Realidade Imortal: Como Quebrar o Ciclo de Nascimento e Morte), de autoria de Gary R. Renard.
Fonte de consulta para a tradução dos Dez Mandamentos em português: https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/quais-sao-os-10-mandamentos-e-onde-os-encontramos-na-biblia-cl/.
Artigo “Summary of the Thought System of “A Course in Miracles” [Resumo do Sistema de Pensamento de “Um Curso em Milagres”]. Links https://facim.org/summary-of-the-thought-system-of-a-course-in-miracles-part-1/; https://facim.org/summary-of-the-thought-system-of-a-course-in-miracles-part-2/.
Artigo “Miracles boomeritis” [Boomerite dos Milagres], Robert Perry, https://circleofa.org/library/miracles-boomeritis/.
Livro “Boomerite: Um romance que tornará você livre” [na versão em português; “Boomeritis: A Novel That Will Set You Free”, na versão original em inglês].
Artigo “A brief summary of “The obstacles to peace” [“Um breve resumo de “Os obstáculos à paz”], Robert Perry, site Circle of Atonement, link https://circleofa.org/library/brief-summary-obstacles-to-peace/.
Artigo “A Course in Miracles and ‘The Secret’” [“Um Curso em Milagres e ‘O Segredo’”], Greg Mackie. Site https://circleofa.org/library/a-course-in-miracles-and-the-secret/.
Artigo “How can the Course help us cope with a financial crisis” [“Como o Curso pode nos ajudar a lidar com uma crise financeira?”], Greg Mackie. Site https://circleofa.org/library/course-help-cope-with-financial-crisis/.
Artigo “True Empathy” [“A Verdadeira Empatia”], autor Robert Perry. Site https://circleofa.org/library/true-empathy/.
Artigo: “I NEED BE ANXIOUS OVER NOTHING”, autor Greg Mackie. Site: https://circleofa.org/library/carefree-life/;
Artigo “16-POINT SUMMARY OF THE TEACHING OF A COURSE IN MIRACLES”, autor Robert Perry. Site: https://circleofa.org/library/creation-by-god/
Livro “365 Days Through A Course in Miracles – A Daily Devotional”, de Jeff Nance.
Artigo ‘The Introduction to the Workbook’, de Allen Watson. Site: https://circleofa.org/workbook-companion/the-introduction-to-the-workbook/
Vídeo do Dr. Kenneth Wapnick, abordando a afirmação do livro Texto: “Faça com que esse ano seja diferente, fazendo com que tudo seja o mesmo” ((UCEM-Urtext-T-15.XI.10:11), disponível no YouTube através do link: https://www.youtube.com/watch?v=KFNCHw_Hb5Q.
Artigo do Professor Robert Perry, denominado “THIS YEAR MAKE DIFFERENT: HOW THE COURSE WOULD HAVE US APPROACH THE NEW YEAR” [Tradução livre “Faça com que esse ano seja diferente: Como o Curso nos quer fazer abordar o Ano Novo”], disponível em inglês através do link: https://circleofa.org/library/a-different-approach-to-the-new-year/.
Livro “The Journey Home” de autoria do Dr. Kenneth Wapnick sobre a seção “The Closing of the Gap” [versão FIP do Curso: “Fechar a brecha”].
Artigo “We have the answer: Jesus’ vision of a better world and how we can achieve it” [tradução livre: ‘Nós temos a resposta: a visão de Jesus de um mundo melhor e como nós somos capazes de alcançá-lo’], escrito pelo professor Greg Mackie, disponível em Inglês no site https://circleofa.org/library/how-the-world-as-a-whole-should-be/. [Esse artigo foi coautorado pelo professor Robert Perry.]
Artigo “Course Fundamentals: The Trinity and Other Metaphysical and Theological Points of Confusion”, do professor Robert Perry. Site: https://circleofa.org/library/trinity-metaphysical-theological-points/.
Artigo “Who Can Despair When Hope Like This Is His?” (tradução livre: “Quem É capaz De Se Desesperar Quando Uma Esperança Como Essa É Dele?’], de autoria do professor Greg Mackie – 2014. Site: https://circleofa.org/library/truly-helpful-response/;
Artigo intitulado “The Social Vision Of A Course In Miracles” [tradução livre: “A Visão Social De Um Curso Em Milagres”], de autoria do professor Robert Perry, Circle of Atonement, site: https://circleofa.org/library/the-social-vision-of-a-course-in-miracles/;
Livro: “A Manual For Holy Relationship [Um Manual Para Relacionamento Santo] • The End of Death [O Fim da Morte], Volume Dois. The deeper teachings of A Course in Miracles [Os ensinamentos mais profundos de Um Curso em Milagres]”. Autora: Nouk Sanchez;
Artigo “Reality in ACIM is not non-dualistic, it is holographic” [A realidade em UCEM não é não-dualista, é holográfica]. Autor Paul West. Site: Reality in ACIM is not non-dualistic, it is holographic;
Artigo “What Is Forgiveness?” [“O Que É Perdão?”]. Site: Forgiveness – A Course In Miracles: Meditations for Students;
Artigo: Summary and Commentary on “I Need Do Nothing” [Resumo e Comentário sobre “Eu Não Preciso Fazer Nada”]. Autor Professor Robert Perry. Site: Summary and Commentary on “I Need Do Nothing” • Circle of Atonement;
Artigo Capítulo 18: A PASSAGEM DO SONHO – Seção VII: Eu Não Preciso Fazer Nada. Fonte: A Course in Miracles Text Made Simple (Pathways of Light Mission). Site: A Course in Miracles Text Made Simple. Autores Mary e Robert. Site: About the Pathways of Light Founders;
Artigo Dialogue on “I Need Do Nothing” [Diálogo sobre Eu Não Preciso Fazer Nada”]. Fonte: Australian Centre for Inner Peace. Autor Michael Dawson. Site: Articles Written by me Based on A Course in Miracles-4; A Course in Miracles-Inner Peace;
Artigo Cameo 17: “I Need Do Nothing” [“Eu Não Preciso Fazer Nada”]. Site: Site: A Course in Miracles – Complete & Annotated Edition [Um Curso em Milagres – Edição Completa e Anotada]. Link: Cameo 27: “I Need Do Nothing” – A Course in Miracles CE App. Fonte: Aplicativo ACIM CE (A Course in Miracles – Complete & Annotated Edition);
“Um milagre é uma correção. Ele não cria e realmente não muda nada. Apenas olha para a devastação e lembra à mente que o que ela vê é falso. Desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem superar a função do perdão. Assim, permanece nos limites do tempo.” (LE.II.13)
“O Amor é o caminho que sigo com gratidão.” (LE.215.1.[195])
Nada real pode ser ameaçado.
Nada irreal existe.
Nisso está a paz de Deus.
(T.In.2:2-4)
‘