“A salvação nada mais é senão ‘a mentalidade certa’, que não é a mentalidade Una que é própria do Espírito Santo, mas tem que ser atingida antes que a mentalidade Una seja restaurada.” (T-4.II.10:1)
Mentalidade certa
“A parte de nossas mentes separadas que contém o Espírito Santo – a Voz do perdão e da razão; nós somos repetidamente solicitados a escolhe-la ao invés da mentalidade errada, para seguir a orientação do Espírito Santo ao invés da do ego e assim retornar à mentalidade Una de Cristo.” Glossário – Índice para Um Curso em Milagres, Quarta Edição – https://facim.org/glossary/right-mindedness/
“O estado da mente em que se acha a salvação. A resposta para a mentalidade errada que abre o caminho para a mentalidade Una. O estado da mente em que o trabalhador em milagres tem que estar para estender os milagres a outras pessoas.” “A mente certa ouve o Espírito Santo, perdoa o mundo e através da visão de Cristo vê o mundo real em seu lugar.” (ET-1.5:2). Glossário do site do Círculo da Expiação https://circleofa.org/glossary-of-terms/p-r/right-mindedness/
“Eu já disse que milagres são expressões da mentalidade disposta para o milagre e essa mentalidade milagrosa significa mentalidade certa. Aquele que tem a mentalidade certa não exalta nem deprecia a mente do trabalhador em milagres ou a de quem o recebe. Todavia, como uma correção, o milagre não precisa esperar que a mentalidade daquele que recebe esteja disposta para o que é certo. De fato, seu propósito é restaurá-lo à sua mente certa. É essencial, porém, que o trabalhador em milagres esteja em sua mente certa, mesmo que por um breve período de tempo, ou será incapaz de restabelecer a mentalidade certa em outra pessoa.” (T-2.V.3:1-5)
“A mentalidade certa não deve ser confundida com a mente que conhece, porque só é aplicável à percepção certa. Tu podes ter a tua mente disposta para o que é certo ou errado e até mesmo isso está sujeito a graus, demonstrando claramente que o conhecimento não está envolvido. O termo ‘mentalidade certa’ é usado de forma adequada como a correção para a ‘mentalidade errada’ e se aplica ao estado mental que induz à percepção acurada. É a mente que se volta para o milagre porque cura [heal] a percepção equivocada e isso é de fato um milagre, considerando o modo como percebes a ti mesmo.” (T-3.IV.4:1-4)
Do livro Um Curso em Milagres, Esclarecimento de termos, capítulo 1 – Mente – Espírito, nós temos:
“O termo mente é usado para representar o agente ativador do espírito, suprindo a sua energia criativa. Quando o termo aparece em maiúsculas, refere-se a Deus ou a Cristo (isso é, a Mente de Deus ou a Mente de Cristo). Espírito é o Pensamento de Deus que Ele criou como Ele mesmo. Espírito unificado é o Filho único de Deus, ou Cristo.
Nesse mundo, porque a mente é dividida, os Filhos de Deus parecem estar separados. Nem as suas mentes parecem estar unidas. Nesse estado ilusório, o conceito de ‘mente individual’ parece ser significativo. Ele é, portanto, descrito no curso como se tivesse duas partes: espírito e ego.
O espírito é a parte que ainda está em contato com Deus através do Espírito Santo, Que habita nesta parte, mas vê também a outra. O termo ‘alma’ não é usado a não ser em citações bíblicas diretas devido à sua natureza altamente controversa. Seria, no entanto, equivalente a ‘espírito’, compreendendo que, sendo de Deus, ela é eterna e nunca nasceu.
A outra parte da mente é inteiramente ilusória e só produz ilusões. O Espírito retém o potencial para criar, mas a sua Vontade, que é de Deus, parece estar prisioneira enquanto a mente não é unificada. A criação continua sem nenhum decréscimo porque essa é a Vontade de Deus. Essa Vontade é sempre unificada e, portanto, não tem significado nesse mundo. Não tem opostos nem graus.
A mente pode estar certa ou errada, dependendo da voz que escuta. A mente certa ouve o Espírito Santo, perdoa o mundo e através da visão de Cristo vê o mundo real em seu lugar. Essa é a visão final, a última percepção, a condição na qual o próprio Deus dá o passo final. Aqui o tempo e as ilusões terminam juntos.
A mente errada escuta o ego e dá origem a ilusões: percebendo pecado e justificando a raiva, vendo a culpa, a doença e a morte como reais. Tanto esse mundo quanto o mundo real são ilusões, porque a mente certa meramente não vê, ou perdoa, o que nunca aconteceu. Ela não é, portanto, a mente Una que está na Mente de Cristo, Cuja Vontade é una com a de Deus.
Nesse mundo, a única liberdade restante é a liberdade de escolha, sempre entre duas opções ou duas vozes. A Vontade não está envolvida na percepção em nível algum e não tem nada a ver com a escolha. A consciência [no nível da percepção (consciousness)] é o mecanismo receptivo, que recebe mensagens de cima ou de baixo, do Espírito Santo ou do ego. A consciência [no nível da percepção (consciousness)] tem níveis e a conscientização pode se deslocar drasticamente, mas não pode transcender o domínio da percepção. Na melhor das hipóteses, ela vem a estar consciente do mundo real e pode ser treinada para fazê-lo cada vez mais. Entretanto, o próprio fato de ter níveis e poder ser treinada demonstra que não é capaz de atingir o conhecimento.“
A Mentalidade Certa – O Sistema de Pensamento do Espírito Santo
Do livro “Introdução Básica a Um Curso em Milagres”, do Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D., nós temos no capítulo 4 uma abordagem do que é a Mentalidade Certa, segundo o sistema de pensamento do Espírito Santo, conforme ensinado no Curso, que transcrevemos para a nossa reflexão e o nosso entendimento.
Dr. Wapnick inicia o capítulo informando que há uma linda passagem em Um Curso em Milagres onde Jesus nos diz que ele tem salvo todos os nossos pensamentos de amor e os têm purificado de todos os seus erros:
“Eu guardei toda a tua benignidade e todos os pensamentos de amor que jamais tiveste. Eu os tenho purificado dos erros que escondiam a luz que estava neles e os tenho conservado para ti na radiância perfeita que lhes é própria.” (T-5.IV.8:3-4)
Tudo o que ele necessita da nossa parte para fazer com que isso seja a nossa realidade é aceitarmos o fato de que assim seja. No entanto, nós não somos capazes de fazer isso se estamos ainda agarrados à nossa culpa. O Espírito Santo nos dá um modo perfeito de deixarmos para trás toda essa culpa e é sobre isso que o Dr. Wapnick nos esclarece.
“O Espírito Santo é muito esperto. Nós sabemos como o ego pensa ser esperto, mesmo assim o Espírito Santo ainda consegue ser melhor. Ele usa a própria dinâmica da projeção que o ego usou para nos crucificar e nos manter na prisão da culpa e acaba invertendo o jogo.
Se nós pensarmos na projeção como um projetor de cinema, nós somos capazes de imaginar que nós somos o projetor e temos o nosso próprio filme feito de culpa, que estamos sempre rodando.
O que isso significa é que eu povoo todo o meu mundo com a minha própria culpa. Eu projeto a culpa do meu filme para as telas dessas pessoas e assim vejo o meu próprio pecado e culpa em todos os outros.”
Dr. Wapnick enfatiza que nós fazemos isso porque estamos seguindo a lógica do ego segundo a qual essa é a maneira de nos livrarmos da culpa. Entretanto, nós não somos capazes de jeito nenhum de lidar com a nossas próprias culpas sozinhos.
“Não há nenhum modo de olhar a culpa cara a cara e continuar vivendo; é um pensamento por demais devastador. Todavia, o próprio esquema usado pelo ego para reforçar a nossa culpa com a pretensão de nos livrar dela—esse mesmo mecanismo que faz com que nós coloquemos a nossa culpa fora de nós—também nos dá a chance de nos liberarmos.
Vendo em você a culpa que eu não posso confrontar em mim mesmo me dá a oportunidade de deixar que ela se vá. O perdão é isso, pura e simplesmente.
Perdoar é desfazer a projeção da culpa.
O fato de nós projetarmos nessa tela que nós somos essa culpa que nós não somos capazes de encarar e liberá-la em nós mesmos, dá-nos a oportunidade de olhar para ela e dizer que agora nós somos capazes de vê-la de um modo diferente.
O pecado e a culpa que eu deixo de ver em você e perdoo, são realmente os mesmos pecados e a mesma culpa pelos quais eu me acho responsável.
Isso, por sinal, tem a ver com o conteúdo do pecado, não a forma, que pode ser bem diferente. Perdoando isso em você, eu estou de fato perdoando isso em mim mesmo. Essa é a ideia central em todo o Curso. Todas essas palavras tratam realmente disso. Nós projetamos a nossa culpa em outras pessoas e, assim, quando nós escolhemos olhar para aquela pessoa como o Espírito Santo quer que nós olhemos — através da visão de Cristo — nós somos então capazes de reverter o nosso modo de pensar sobre nós mesmos.“
Dr. Wapnick esclarece de maneira didática que o que nós fizemos foi projetar a nossa própria escuridão sobre o outro de modo que a luz de Cristo no outro fosse obscurecida.
“Tomando a decisão de dizer que o outro não está na escuridão — mas realmente está na luz, que é a decisão de deixar que essa escuridão que nós colocamos no outro desapareça — nós estamos realmente declarando exatamente a mesma coisa sobre nós mesmos. Nós estamos dizendo, não apenas que a luz de Cristo brilha no outro, mas brilha também em nós mesmos. E é, de fato, a mesma luz. O perdão é isso.
Assim sendo, isso significa que nós temos que ser gratos por cada pessoa nas nossas vidas, especialmente aquelas com as quais nós temos mais problemas. Aquelas que mais odiamos, que achamos mais desagradáveis, com as quais nós nos sentimos mais desconfortáveis são exatamente aquelas que o Espírito Santo nos ‘enviou’ e pode usar para nos mostrar que nós somos capazes de fazer uma outra escolha em relação àquele em quem antes estávamos tentados a projetar a nossa culpa.”
Dr. Wapnick enfatiza que se eles não estivessem no filme e na tela das nossas vidas, nós não saberíamos que essa culpa está realmente em nós. Portanto, nós não teríamos a oportunidade de nos liberarmos dela.
“A única chance com certeza que nós teremos de perdoar a nossa culpa e ficarmos livres é vê-la em uma outra pessoa e lá a perdoarmos. Perdoando a nossa culpa no outro, nós estamos perdoando a nossa culpa em nós mesmos. Mais uma vez, nessas poucas linhas está a soma e a importância de Um Curso em Milagres.
O perdão, portanto, pode ser brevemente resumido em três passos básicos.
O primeiro passo e reconhecer que o problema não está lá fora, na minha tela. O problema está dentro de mim, no meu filme. O primeiro passo diz que a minha raiva não se justifica, mesmo que a raiva sempre me diga que o problema está fora de mim, em você [pessoa, situação, circunstância, lugar…], de modo que você tem de mudar para que eu não necessite mudar. Assim, o primeiro passo diz que o problema não está do lado de fora, ao contrário, está dentro de mim. Esse passo é muito importante pois Deus colocou a Resposta para o problema da separação dentro de nós. O Espírito Santo não está fora de nós, está dentro, em nossas mentes. Ao determinarmos que o problema está fora de nós, o que a projeção o sempre faz, nós estamos mantendo o problema separado da resposta. E exatamente isso que o ego quer, porque se o problema do ego é respondido pelo Espírito Santo, nesse caso, o ego não mais existe.
Portanto, o ego é muito dúbio e sutil em nos fazer acreditar que o problema está fora de nós, seja ele em professores, amigos, marido ou mulher, filhos, o presidente — ou na bolsa de valores, no tempo, até no próprio Deus. Nós somos todos muito bons nessa habilidade de ver o problema onde ele não está, de modo que a solução possa ser mantida separada do problema.
As lições do Livro de Exercícios que fazem com que isso seja muito claro são as de número 79 e 80: “Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido” e “Que eu reconheça que os meus problemas foram resolvidos”.
Há apenas um problema e esse é nós acreditarmos na própria separação, ou o problema da culpa e esse é sempre interno, não externo. Contudo, o primeiro passo para o perdão, é, mais uma vez, dizermos que o problema não está em você; o problema está em mim. A culpa não está no próximo, porém, em nós mesmos. O problema não está na tela na qual eu o projetei; ao contrário, está no filme dentro de mim, que é um filme feito de culpa.”
Dr. Wapnick prossegue esclarecendo que o segundo passo, que é o mais difícil, o passo que todos nós fazemos qualquer coisa para evitar, é lidar com o conteúdo desse filme, que é a nossa própria culpa.
É por isso que todos nós temos um investimento tão grande em justificar e manter essa raiva e esse ataque assim como em ver o mundo dividido entre o que é bom e o que é mau. Enquanto nós fizermos isso, nós não temos que lidar com esse segundo passo, que é olhar para a nossa culpa e para todos os nossos sentimentos de ódio em relação a nós mesmos.
No primeiro passo, eu digo que a minha raiva é uma decisão que eu tomei para projetar a minha culpa. Agora, no segundo passo, digo que essa mesma culpa também representa uma decisão. Representa a decisão de ver a mim mesmo como culpado ao invés de sem culpa.
Eu tenho que reconhecer, ao contrário, que eu sou um Filho de Deus ao invés de um filho do ego, que a minha verdadeira casa não é nesse mundo mas em Deus. Nós não somos capazes de fazer isso até olharmos primeiro para a nossa culpa e dizermos que não é isso o que realmente nós somos. Nós não somos capazes de dizer isso até olharmos primeiro para uma outra pessoa e dizermos:
Você não é o que eu fiz de você; você é realmente o que Deus criou”.
Dr. Wapnick enfatiza que há algumas passagens muito poderosas no Curso que lidam com esse passo e o quanto ele é aterrorizador. Uma concepção equivocada que as pessoas frequentemente têm, sobretudo nas primeiras vezes que leem Um Curso em Milagres, é pensar que tudo é bonito e fácil. O Curso pode enganar se vocês não tomarem cuidado.
Em um nível, ele nos diz que tudo é simples; como nós estamos todos realmente “em casa em Deus, sonhando com o exílio” (T-10.I.2:1); como tudo isso irá ser feito em um instante se apenas mudarmos a nossa mente, etc.
O que acontece é que nós vemos essas passagens e esquecemos todas as outras que falam do terror que esse processo acarretará: o desconforto, a resistência e o conflito que virão ao começarmos a dar esses passos para lidar com a nossa culpa. Ninguém pode se liberar do ego sem lidar com a própria culpa e o medo porque isso é o ego.
Jesus disse nos Evangelhos:
“E qualquer um que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser o meu discípulo”.
É sobre isso que ele está falando. Carregar a própria cruz é lidar com a própria culpa e com o próprio medo, transcendendo o ego.
Não há forma alguma de alguém conseguir passar por esse processo sem dificuldade e dor. Agora, essa não é a Vontade de Deus para nós; essa é a nossa vontade. Fomos nós que fizemos a culpa, assim, antes de sermos capazes de nos liberar dela, primeiro nós necessitamos olhar para ela e isso é capaz de ser muito doloroso.
Há dois lugares em particular que descrevem esse processo e a quantidade de terror que está envolvida nisso: Lições 170 e 196 (LE-pI.170; LE-pI.196.9-12). “Os dois mundos” no Texto (T-18.IX.3) também nos falam do aparente terror através do qual nós temos que passar e do terror de lidar com esse medo de Deus, o obstáculo final para a paz, que é onde a nossa culpa está mais profundamente enterrada.
Assim, o segundo passo é realmente a disponibilidade de olharmos para a nossa culpa e dizermos que a inventamos e que a culpa não representa a dádiva de Deus para nós, porém, a decisão que nós tomamos de ver a nós mesmos como Deus não nos criou. Isso é, ver a nós mesmos como uma criança da culpa ao invés de uma criança do amor.
Um Curso em Milagres é muito claro quando enfatiza que nós não somos capazes de desfazer a culpa, pois fomos nós que a fizemos. Nós necessitamos da ajuda que vem de fora do ego para fazermos isso. Essa ajuda é o Espírito Santo. E a única escolha que nós temos é convidar o Espírito Santo para corrigir o sistema de pensamento do ego e levar a culpa para longe de nós. Esse é o terceiro passo.
O segundo passo, de fato, diz para o Espírito Santo: “Eu não quero mais me ver culpado; por favor, leve essa culpa para longe de mim.” O terceiro passo pertence ao Espírito Santo e Ele nos libera da culpa porque, com efeito, já o fez. A nossa aceitação disso é o único problema.”
Dr. Wapnick então resume os três passos:
- O primeiro passo desfaz a raiva projetada dizendo que o problema não está fora de mim; o problema está dentro de mim.
- O segundo passo diz que o problema que está dentro de mim é um problema que eu inventei e é algo que eu agora não quero mais.
- O terceiro passo, portanto, ocorre quando o entrego ao Espírito Santo e Ele se encarrega disso.
Esses passos soam como algo fácil e simples, no entanto, se vocês tiverem sorte, conseguirão completar isso em uma vida inteira. Vocês não devem acreditar que isso possa ser feito de um dia para o outro. Algumas pessoas tem essa esperança mágica de que conseguindo terminar o Livro de Exercícios em um ano, estarão no Reino. Bem isso ainda passa, mas só até vocês chegarem ao fim do Livro de Exercícios e lerem: “Esse curso é um começo, não um fim” (LE-Epílogo.1:1).
O propósito do Livro de Exercícios é nos colocar na estrada certa, nos pôr em contato com o Espírito Santo. A partir daí trabalhamos com Ele. O desfazer da culpa é trabalho para uma vida inteira porque a nossa culpa é tão enorme, que se nós fôssemos confrontá-la de uma vez só ficaríamos estarrecidos, acreditando que seriamos aniquilados pela morte, ou que enlouqueceríamos. Portanto, nós temos que lidar com ela aos poucos, um pedaço de cada vez.
As várias experiências e situações que constituem a nossa vida podem ser usadas como parte do plano do Espírito Santo para nos guiar para longe da culpa em direção a inculpabilidade.
Um Curso em Milagres fala muito sobre economizar tempo. De fato, muitas vezes, fala sobre ganhar milhares de anos (ex. T-1.II.6:7). Mesmo dentro da ilusão temporal desse mundo, ainda nós estamos falando de um tempo considerável.”
Dr. Wapnick enfatiza isso para que nós não nos sintamos culpados por continuarmos tendo problemas ao longo do nosso trabalho com o Curso.
“A meta real no nível prático do Curso não é ficarmos livres de problemas, mas reconhecermos o que eles são, para depois reconhecermos os meios para desfazê-los dentro de nós.
O propósito de Um Curso em Milagres é trazer à tona o sistema de pensamento do ego e o sistema de pensamento do Espírito Santo — a nossa mentalidade certa e a nossa mentalidade errada — para assim nos habilitar a optar contra a mentalidade errada e a favor do perdão e do Espírito Santo.
Esse é um processo lento e nós temos que ser pacientes. Ninguém escapa da culpa da noite para o dia. As pessoas que dizem que transcenderam os seus egos provavelmente não o fizeram. Se o tivessem feito, nem sequer diriam, pois estariam além disso.”
Dr. Wapnick nos presenteia com um exemplo prático de como Jesus e o Espírito Santo nos pediriam para lidar com as situações que aparecem nas nossas vidas:
“Vamos dizer que estou sentado aqui, tentando fazer o trabalho do meu Pai e alguém entra e me insulta ou joga alguma coisa em cima de mim. Vamos assumir que, nesse momento em que eu estou aqui sentado, eu não esteja na minha mentalidade certa. Em outras palavras, eu acredito que sou um ego. Sinto-me amedrontado e culpado e não acredito que Deus esteja comigo; eu não estou me sentindo muito bem sobre mim mesmo. Agora você entra e começa a xingar e gritar comigo, acusando-me de todos os tipos de coisas. Em algum nível, porque eu sou culpado, eu acreditarei que o seu ataque a mim é justificado. Isso não tem nada a ver com o que você diz ou não diz, ou se o que você diz é ou não verdadeiro. O fato de eu já ser culpado irá exigir que eu acredite que eu deva ser punido e atacado. Você entra e faz exatamente o que eu acredito que esteja vindo para mim. Isso irá dar lugar a duas coisas. Em primeiro lugar, o seu ataque a mim irá reforçar toda a culpa que eu já sinto. Em segundo lugar, irá reforçar a culpa que você já sente porque você não me estaria atacando se você mesmo já não fosse culpado. O seu ataque a mim irá reforçar a sua própria culpa.
Nessa situação, eu não irei apenas sentar aqui e receber o seu ataque sem me mexer. Eu farei uma dessas duas coisas (ambas são a mesma): uma é ir para um canto chorar e pedir a você para ver como você me tratou mal, como me trouxe todo esse sofrimento, para que você veja como eu me sinto miserável e se sinta responsável por isso. A mensagem que eu estou lhe dando é: por causa da coisa terrível que você me fez, eu estou agora sofrendo. Essa é a minha maneira de lhe dizer que você deve se sentir arrasado e culpado por causa do que você me fez. A outra forma de fazer a mesma coisa é atacar você de volta. Irei apenas xingar você com todos os nomes feios que conheço e dizer: ‘O que você pensa que é me chamando de tudo isso? Você é que é realmente uma pessoa…, etc.’
Essas duas formas de defesa da minha parte são realmente maneiras de fazer você se sentir culpado pelo que você fez comigo. O próprio fato de eu estar fazendo isso com você constitui um ataque pelo qual eu irei me sentir culpado; o próprio fato de eu estar impondo culpa a você, que já se sente culpado, irá reforçar a sua culpa. Assim, o que acontece quando a sua culpa se encontra com a minha é que a reforçamos em cada um de nós e desse modo nós ficamos ambos ainda mais condenados a essa prisão de culpa na qual nós vivemos.
Dessa vez, vamos assumir que você vem aqui e me insulta, entretanto, agora eu estou na minha mentalidade certa e me sinto bem em relação a mim mesmo. Eu sei que Deus está comigo, que Deus me ama e, por causa disso, nada pode me ferir. Não importa o que você faça comigo, porque eu sei que Deus está comigo, eu sei que eu estou perfeitamente a salvo e em segurança. Eu sei que seja o que for que você diga, mesmo que seja capaz de ser verdade em certo nível, em um nível mais profundo não é capaz de ser verdadeiro porque eu sei que sou um Filho de Deus e, portanto, eu sou perfeitamente amado pelo meu Pai. Não há nada que você diga ou faça que seja capaz de tirar isso de mim.
Se nós assumirmos que é essa a posição na qual eu estou no momento em que estou aqui sentado e você entra e me insulta, eu sou livre para olhar para o que você fez de outra maneira. Há uma frase maravilhosa na primeira carta de João no Novo Testamento que diz:
‘O amor perfeito exclui o medo’.
Jesus a cita muitas vezes no Curso de modos diferentes. O que isso significa não é apenas que o amor perfeito exclui o medo, também exclui o pecado, a culpa e todas as formas de sofrimento e raiva. Não há nenhuma maneira de alguém estar repleto do amor de Deus (e identificado com isso) e ter medo, raiva, culpa, ou buscar ferir outra pessoa. É absolutamente impossível que alguém sinta o Amor de Deus e busque ferir um outro. Você simplesmente não é capaz de fazer isso.
Isso significa que se você está tentando me ferir. Naquele momento específico você não acredita que esteja repleto do Amor de Deus. Naquele momento específico, você não está se identificando como um Filho de Deus. Você não acredita que Deus seja o seu Pai e, porque está no seu estado egóico, você se sentirá ameaçado e culpado. Você sentirá que Deus está tentando pegá-lo. E a única forma de você lidar com toda essa culpa é atacando um irmão. É isso o que a culpa sempre faz. Portanto, quando você me insulta ou me ataca, está dizendo: ‘Por favor, me ensine que eu estou errado; por favor me ensine que há um Deus que me ama, que eu sou Sua criança. Por favor, mostre-me que o amor que eu acredito ser impossível para mim realmente existe’. Assim, todo ataque é um pedido de auxilio ou um pedido de amor.”
Então Dr. Wapnick acrescenta e é importante destacar, para a nossa reflexão e o nosso entendimento do sistema de pensamento do Curso, que no Livro Texto, primeiro subtítulo do capítulo 12, “O julgamento do Espírito Santo” (T-12.I) está declarado isso de forma muito nítida.
Aos olhos do Espírito Santo cada ataque é um pedido de ajuda ou um pedido de amor porque se a pessoa se sentisse amada, ela não poderia jamais atacar. O ataque é uma expressão do fato de que a pessoa não se sente amada e, portanto, é um pedido de amor. Ela está dizendo: ‘Por favor, me mostre que eu estou errado, que realmente existe um Deus que me ama, que eu sou a Sua criança e não um filho do ego’.
Se nós estamos em nossa mentalidade certa é isso o que nós ouviremos. Nós iremos ouvir no ataque um pedido de amor. E por nós estarmos identificados com o Amor de Deus naquele momento, como nós poderíamos responder de qualquer outra maneira que não fosse uma tentativa de estender esse Amor?
A forma especifica na qual eu respondo ao ataque cabe ao Espírito Santo. Se eu estou na minha mentalidade certa, eu perguntarei a Ele e Ele me mostrará como eu devo responder. A forma das minhas ações não é importante. Esse não é um curso sobre atos ou comportamentos, mas sobre uma mudança no nosso modo de pensar.
Como nos diz Um Curso em Milagres, ‘não busques mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo’ (T-21.in.1:7). Se nós pensamos de acordo com o Espírito Santo, tudo o que fizermos será certo. Santo Agostinho disse uma vez: ‘Ama e faze o que quiseres’. Se o amor está no nosso coração, tudo o que nós fizermos será certo; se não está, tudo estará errado, pouco importa o que seja.”
Portanto, Dr. Wapnick esclarece, a nossa preocupação, ou o que nós devemos nos interessar não é o que nós devemos fazer quando alguém nos ataca; o que nos interessa é como nós somos capazes de ficar na nossa mentalidade certa para sermos capazes de então perguntar ao Espírito Santo o que nós devemos fazer.
Se eu estou na minha mentalidade certa, eu verei o seu ataque como um pedido de ajuda e não verei o ataque de forma alguma.
Essa ideia de julgamento é extremamente importante. De acordo com o Espírito Santo, há apenas dois julgamentos que nós somos capazes de fazer sobre qualquer pessoa ou qualquer coisa nesse mundo. Ou é uma expressão de amor ou um pedido de amor.
Não há nenhuma outra alternativa possível. O que faz com que viver nesse mundo seja muito simples, uma vez que você passe a pensar assim.
Se alguém expressa amor a mim, como eu sou capaz de responder a não ser expressando amor de volta? Se o meu irmão ou a minha irmã está pedindo amor, como eu sou capaz de reagir a não ser dando esse amor?”
Como Dr. Wapnick destaca, isso faz a vida nesse mundo ser muito simples. Isso significa que pouco importa o que a gente faça, pouco importa o que o mundo pareça fazer a nós, a nossa resposta sempre será uma resposta de amor, o que realmente faz com que tudo seja muito simples. Como diz o Curso, “a complexidade é do ego” (T-15.IV.6:2), entretanto, a simplicidade é de Deus.
“Enquanto seguirmos os princípios de Deus, tudo o que nós fizermos será sempre a mesma coisa.”
O subtítulo no final do Capítulo 15 foi escrito no dia de Ano Novo e Jesus sugere como a resolução de Ano Novo:
“Faze com que esse ano seja diferente fazendo com que tudo seja o mesmo.” (T-15.XI.10:11)
Se você é capaz de ver que tudo é uma expressão de amor ou um pedido de amor, nesse caso você sempre reagirá da mesma forma: com amor.
Perdoar é ser capaz de olhar para o que está além da escuridão do ataque, vendo-o, em vez disso, como um pedido de luz. Essa é a visão de Cristo e a meta de Um Curso em Milagres é ajudar-nos a fazer face a qualquer situação e qualquer pessoa em nossas vidas, sem exceções, com essa visão.
A última visão do Curso vem na última página do Livro Texto, onde ele diz que “nada que venha das trevas ainda permanece para esconder a face de Cristo de quem quer que seja”. Nesse ponto toda a escuridão da culpa em nós mesmos será desfeita. Então nós veremos a face de Cristo que, incidentalmente, não é a face de Jesus. A face de Cristo é a face da inocência que nós veremos em todas as pessoas no mundo. Nesse momento nós atingimos a visão de Cristo e é a isso que o Curso se refere quando nos fala do mundo real, que é a meta final antes do Céu.
O que isso significa em termos da nossa vida prática e sermos capazes de ver cada coisa que ocorre — a partir do momento em que nós nascemos ao momento da nossa morte, do momento em que nós acordarmos todos os dias ao momento em que iremos dormir toda a noite — como uma oportunidade que o Espírito Santo é capaz de usar para nos ajudar a ver que nós somos sem culpa.
Assim como olhamos as outras pessoas nas nossas vidas nós estamos olhando para nós mesmos.
Assim sendo, as pessoas que são as mais difíceis e as mais problemáticas são as maiores dádivas para nós porque se nós pudermos curar [to heal] os nossos relacionamentos com elas, o que nós estamos realmente fazendo é curando [healing] o nosso relacionamento com Deus.”
Dr. Wapnick ainda acrescenta que cada problema que nós vemos em uma outra pessoa, que nós queremos excluir das nossas vidas, é realmente o desejo secreto de excluirmos uma parte da nossa culpa de nós mesmos de modo a não termos que soltá-la. Essa é a atração que o ego tem pela culpa. A melhor forma de nós conservarmos a culpa é agredindo um outro.
“Sempre que nós formos tentados a fazer isso, o Curso nos diz que há Alguém conosco que nos baterá levemente no ombro, lembrando-nos: ‘Meu irmão, escolhe outra vez‘. E a escolha é sempre entre perdoarmos ou não perdoarmos.
A escolha que fazemos ao perdoar uma outra pessoa é a mesma escolha que nós fazemos para perdoar a nós mesmos. Não há nenhuma diferença entre o que está fora ou o que está dentro; tudo é uma projeção do que nós sentimos dentro de nós mesmos. Se nós sentimos culpa dentro de nós, nesse caso é isso que nós iremos projetar lá fora. Se nós sentimos o Amor de Deus dentro de nós, então é isso que nós estenderemos ao que está fora. Todas as pessoas e todas as circunstâncias em nossas vidas nos oferecem a oportunidade de ver o que está dentro do projetor das nossas mentes; elas nos oferecem a oportunidade de fazer uma outra escolha.”
No livro, Dr. Wapnick apresenta, em forma de perguntas e respostas, um outro exemplo prático de interpretação de uma situação com a mentalidade certa, que nós estamos transcrevendo a seguir:
“Vamos dizer que você está trabalhando num projeto para a escola. Você tem uma hora para terminar e alguém o incomoda. Naquele ponto, você tem a escolha de agir de uma forma [mentalidade certa] ou de outra [mentalidade errada]. Vamos supor que a pessoa o incomode outra vez e você ainda tem só uma hora para completar o trabalho. A que ponto é possível expressar a raiva corretamente dentro de uma atitude mental certa?
Henri Nouwen, um professor de Yale, disse uma vez que era interrompido no seu trabalho até reconhecer que as interrupções eram o seu trabalho. A questão realmente depende de como você pensa que deve passar aquela hora. Uma possibilidade é que seja o que for que deva ser feito naquela hora realmente possa ser feito em menos tempo. Talvez nem necessite ser feito absolutamente. E talvez a pessoa que esteja lhe interrompendo seja mais importante do que o trabalho. Talvez ambos sejam importantes. Talvez o trabalho tenha que ser terminado e talvez essa pessoa também necessite de alguma expressão de perdão. É nisso que a fé de cada um passa a ser tão importante. Tem tudo a ver com perdão. Um Curso em Milagres faz com que seja muito claro que o perdão não é capaz de ser realizado por nós mesmos, mas pelo Espírito Santo através de nós. Quando você parece estar numa posição na qual seja o que for que você faça estará errado, a fé lhe dirá que isso não acontece por acidente. Faz parte de uma lição importante para você e para a outra pessoa.
O que nós temos que fazer nessa hora é irmos para dentro de nós mesmos e rezarmos, seja qual for a sua forma de fazer isso, dizendo: ‘Olhe, eu quero realizar esse projeto, no entanto, aqui está essa pessoa gritando por ajuda. Eu não quero vê-la como uma chata, porém, como o meu irmão ou irmã. Ajude-me!’ Se essa é realmente a sua meta, não magoar ninguém enquanto faz o que você pensa que tem que ser feito, de algum modo isso irá se realizar.
É isso que é um milagre: um milagre não é mágica que acontece do lado de fora, é algo que acontece dentro de você e permite que essa situação seja resolvida.”
É esse o princípio que você tem que seguir a cada vez e todas as vezes que estiver numa situação que pareça insolúvel; quando você é sincero na sua motivação de não querer ferir ninguém, porém, você quer fazer o que tem que fazer e não sabe como. Essa é a declaração mais honesta que você é capaz de fazer porque, em nós mesmos e por nós mesmos, nós não sabemos o que fazer, mesmo quando nós nos sentimos absolutamente certos. No entanto, há Alguém dentro de nós que, de fato, sabe e é a Ele que nós temos que ir. Ele é a resposta ao nosso problema. E essa será a resposta para todos os nossos problemas.”
Dr. Wapnick ainda nos esclarece que quando nós falamos de raiva, há três atributos importantes nisso. Um é que a pessoa que está com raiva não está em paz. As pessoas não tentariam afirmar que no momento em que estão com raiva estão também em paz. Os dois estados são mutuamente exclusivos. O segundo é que no momento em que você está com raiva, Deus é a coisa mais distante da sua mente. Você não está pensando em Deus e sim no que essa pessoa terrível fez com você. O terceiro atributo da raiva envolve a pessoa da qual você tem raiva; você não a está vendo absolutamente como o seu irmão ou a sua irmã naquele momento. É óbvio que você está vendo aquela pessoa como o seu inimigo ou não a estaria atacando.
“O panfleto Psicoterapia fala do problema da Psicoterapia como o problema da raiva realmente. A razão disso é que a raiva é a defesa proeminente da culpa. A raiva nos mantém presos fora de nós mesmos.
É interessante pensar na raiva nos termos da história ao longo do último século, especialmente como os Psicólogos a têm visto. É muito útil quando lemos Freud ou nós vemos a influência que ele teve, nos lembrarmos que ele fez todo o seu trabalho em uma atmosfera bastante Vitoriana. Viena na passagem do século era muito influenciada pelos valores Vitorianos e Freud era realmente apenas um filho do seu tempo.
Isso quer dizer que o seu ponto de vista não podia deixar de ser influenciado por preconceitos, ele temia sentimentos e, consequentemente, a sua expressão. A coisa interessante é que toda a sua teoria pretende nos libertar da repressão. Ainda assim, a atitude que ele tinha pessoalmente e manifestava nas suas teorias é que nós não deveríamos expressar sentimentos. Nós somos capazes de analisá-los, sublimá-los, ou deslocá-los, no entanto, nós não devermos expressá-los. Aqui, nós iremos nos concentrar no sentimento da raiva.
O sentimento dominante na Psicologia e na Psicoterapia era que se ensinava às pessoas a analisar os seus sentimentos, a sublimá-los, ou a deslocá-los para outras coisas. Contudo, não se devia expressá-los. Certamente, esse também era um valor predominante no Cristianismo. Um Cristão ‘verdadeiro’ dá a outra face, o que quer dizer que irão nos bater na cara duas vezes, pois foi assim que o ensinamento foi passado e entendido. (Incidentalmente, isso não foi o que Jesus queria dizer — que nós fôssemos vítimas que sofrem em seu nome.)
Tudo isso foi reforçado pela ideia de que a raiva era algo que devia ser temido. Era considerada uma coisa ruim que devia ser empurrada para baixo e reprimida. Depois da II Guerra Mundial [1939-1945] houve uma revolução na Psicologia. De repente as pessoas descobriram que tinham sentimentos. O que veio à tona foi todo o movimento dos grupos de ‘Gestalt’, trabalhos de grupo de sensitividade, grupos de treinamento de sensitividade, grupos de confronto, grupos de maratonas, etc. Portanto, as pessoas ficaram muito eficientes em atravessar as defesas contra a raiva, experienciando todos os seus sentimentos e emoções, especialmente a raiva.”
Dr. Wapnick ainda prossegue esclarecendo que o pêndulo oscilou de um extremo para o outro.
“Ao invés das pessoas serem ensinadas a reprimir a raiva e analisá-la, o critério para a saúde mental passou a ser botar os sentimentos para fora. E as pessoas passaram a ser muito boas na expressão de seus sentimentos. Assim, duas alternativas básicas foram estabelecidas, uma para reprimir a raiva e a outra para expressá-la. Se nós reprimimos a nossa raiva continuamente, nós iremos ter úlceras e problemas gastrointestinais. Por outro lado, se nós expressarmos sempre a nossa raiva, estaremos apenas reforçando a própria culpa que está abaixo da raiva. Assim, isso parece ser um problema sem saída.
A chave para o entendimento do problema é ver a premissa subjacente a essas duas alternativas e isso é interessante, pois acontece que é a mesma premissa. As soluções parecem ser inteiramente diferentes— uma é repressão e a outra expressão—contudo, a premissa é a mesma. São realmente cara e coroa da mesma moeda.
A premissa é que a raiva é uma emoção básica do ser humano, inerente a espécie humana. Portanto, quando se discute a raiva, ela é descrita quase como se tivesse uma massa de energia que pudesse ser medida. Há algo que é inerente a nós e faz com que sejamos humanos e isso inclui a raiva e nós não podemos deixar de fazer alguma coisa com ela. Se nós a empurramos para baixo e a mantemos no interior, nós temos uma erupção dentro de nós e ficamos com úlceras. Alternativamente, nós somos capazes de tirar essa massa de energia de dentro de nós, colocando-a fora do nosso sistema e como a gente se sente bem em jogar essa terrível carga para fora!
A razão real que faz com que a expressão da raiva faça a gente se sentir tão bem não tem nada a ver com a expressão da raiva. Ao invés disso, o que parece ocorrer é que pela primeira vez nós acreditamos que finalmente ficamos livres dessa carga de culpa.”
Dr. Wapnick então enfatiza que a emoção humana básica, portanto, não é a raiva, é a culpa. Esse é o engano que está na base de todo o enfoque que o mundo adota ao considerar a raiva.
Um Curso em Milagres tem um subtítulo muito bonito chamado “As duas emoções” (T-13.V) no qual ele diz que nós temos apenas duas emoções. Uma nos foi dada e a outra nós a fizemos. A que nos foi dada é o amor; isso foi dado por Deus. E a que nós a fizemos como um substituto para o amor é o medo.
No Curso, sempre nós podemos substituir medo por culpa.
A emoção humana básica, que é a emoção básica do ego, é medo ou culpa. Não é raiva. A raiva é uma projeção da culpa e nunca é o problema. O problema real é sempre a culpa subjacente.
A razão pela qual nós nos sentimos tão bem quando descarregamos a nossa raiva em cima de alguém é que naquele instante nós acreditamos que finalmente ficamos livres da nossa culpa. O problema vem na manhã seguinte, ou várias manhãs depois, quando nós acordamos e nos sentimos péssimos. Ao experienciarmos a ressaca psicológica conhecida como depressão. Nós não sabemos de onde vem a depressão. Nós culpamos todo o tipo de coisa. Não nos damos conta de que a razão real da nossa depressão é nos sentirmos culpados pelo que fizemos com essa outra pessoa. Sempre que ficamos com raiva ou atacamos, nos sentimos culpados mais tarde. As pessoas falam de depressão como raiva não expressada. Em um certo nível, isso é verdade, no entanto, embaixo da raiva está a culpa.
O significado real da depressão é culpa ou ódio de si mesmo.”
Dr. Wapnick, por outro lado, enfatiza que há uma circunstância na qual uma expressão de raiva pode ser positiva. Isso envolve considerarmos a raiva de um ponto de vista terapêutico. Se nos foi ensinado ao longo de toda a vida que a raiva é algo ruim, como provavelmente é verdade para todas as pessoas, então o que nos foi realmente ensinado é que a raiva é algo amedrontador. Nós acreditamos que se nós expressarmos raiva, algo terrível irá acontecer com a outra pessoa; ou ainda pior, algo terrível irá acontecer conosco. Pode ser, portanto, muito útil terapeuticamente, como parte do processo de nos livrarmos inteiramente da raiva e da culpa, passarmos um período no qual nós expressamos raiva e temos a experiência de que não é nada demais.
“O significado real da depressão é culpa ou ódio de si mesmo.”
Nós somos capazes de ficar com raiva das pessoas e elas não irão cair mortas aos nossos pés. Nós somos capazes de ficar com raiva de alguém e Deus não nos irá aniquilar por causa do que nós fizemos. Com efeito, nada de terrível irá acontecer absolutamente. Não é nada demais. Nesse ponto, nós somos capazes de olhar para a raiva mais objetivamente e reconhecer que o problema não é a raiva de jeito nenhum. O problema real é a raiva que nós estamos dirigindo a nós mesmos pela nossa culpa.
O perigo é nós não vermos isso como um estádio temporário. Graças aos ensinamentos recentes da Psicologia, nós veremos isso como um fim. O que acontece então é que a raiva é adorada como um ídolo porque a gente se sente tão bem jogando a carga para fora e ficando com raiva de uma outra pessoa.
“O problema real é a raiva que nós estamos dirigindo a nós mesmos pela nossa culpa.“
A Psicologia nunca visa a nos ensinar (porque a Psicologia é realmente um sistema muito secular) que o problema real é a culpa e que a culpa e uma defesa contra Deus. O que acontece então e que a expressão da raiva passa a ser a meta e nós nos sentimos tão bem que não queremos abandonar isso.
Todavia, a nossa meta realmente deveria ser entrar em contato com a culpa subjacente e lidar com ela. Nós necessitamos expressar a nossa raiva apenas como uma fase para nos ajudar a ir além dela inteiramente. Portanto, se nós passamos por um período no qual sentimos necessidade de ficar com raiva, deveríamos vê-lo como um estádio temporário, tentando ver a raiva como algo que não é grande coisa. Então, nós somos capazes de lidar com o problema real, que é a culpa. Quando nós lidamos de fato com a culpa e somos capazes de abandoná-la, nós nunca mais necessitaremos ficar com raiva outra vez.
Como as Mentalidades Certas vivem no Mundo: A Bênção do Perdão
Em outro didático artigo do Dr. Kenneth Wapnick, denominado “How Right Minds Live in the World: The Blessing of Forgiveness” (tradução livre: “Como as Mentalidades Certas Vivem no Mundo: A Benção do Perdão”), ainda com a intenção de exemplificação prática, em aditamento a tudo o que já foi dito até agora nesse material de estudo, nós estamos transcrevendo, em tradução livre, importantes dicas de como nós utilizamos a Mentalidade Certa nesse Mundo que nós experienciamos.
“Agora nossos olhos se abrindo para a visão suavemente radiante de Jesus de abrangência total, caminhamos pelo mundo vendo expressões de amor ou pedidos de amor.” (T-14.X.7:1)
“Nenhum espectro do passado surge para prejudicar a nossa visão, as suas sombras de culpa e o ódio tendo evanescido diante dos doces sorrisos do perdão.
Vemos em ataques aparentes apenas os gritos de dor que cada fragmento do Filho de Deus inevitavelmente sente, uma vez que o sonho de pecado, sofrimento e morte começou.
Como poderíamos então não permitir que o Amor do Espírito Santo se estendesse através de nós para sentir ternamente a fonte dessa dor nas ‘mãos que se fizeram gentis pelo Seu toque'” (T-27.I.5:1)?
Falando daqueles nas garras da morte, a maior defesa do ego contra a lembrança da verdade de nosso Eu incorpóreo, o Filho eterno de Deus, Jesus nos diz nessas linhas adoráveis que nos lembrariam de nossa função de perdoar:
“… Mas, e aqueles que são dedicados a não viver, os ‘pecados’ vestidos de negro, o coro enlutado do ego arrastando-se pesadamente para longe da vida, carregando as suas correntes e marchando na lenta procissão em honra ao seu patrão sinistro, o senhor da morte? Toca qualquer um deles com as mãos gentis do perdão e observa as suas correntes caírem por terra junto com as tuas. … Ele pode escapar à sentença que o pecado quer lhe impor através do teu perdão.” (T-19.IV-C.2:4-5,7)
Para ter certeza, o nosso medo da integridade do amor ainda é capaz de nos tentar, de vez em quando, a fugir para os braços de julgamento muito acolhedores do ego. No entanto, ao nos tornarmos cada vez mais corretos, nós seremos capazes de escolher a sanidade cada vez mais rápida e frequentemente.
O nosso consolador irmão mais velho, Jesus, não espera que, ainda acorrentados pelo medo ao mundo temporal do ego, sejamos totalmente curados [healed] de uma vez. Ele nos diz que nós necessitamos apenas olhar para o ego com ele, sem reter nada enquanto ‘confessamos’ aberta e indefesamente o nosso medo a ele. O seu amor faria o resto, quando nós decidimos não nos apegar a pensamentos especiais de pecado e julgamento, mas simplesmente reconhecer o custo de mantê-los.
Esse aspecto de nossa jornada espiritual com Jesus é abordado especificamente em “Como o Professor de Deus Deve Passar Seu Dia?” no Manual de Professores (MP-16).
No Manual o nosso professor nos lembra que nós não chegamos tão longe quanto pensamos, mas que também nós não continuaremos sozinhos, sem ajuda:
“…Contudo, ele ainda não veio tão longe quanto imagina. No entanto, quando estiver pronto para seguir adiante, irá com companheiros poderosos ao seu lado. Agora ele descansa um pouco e os reúne antes de prosseguir. Daqui para a frente, ele não irá sozinho.” (MP-4.I.6:10-13)
Em outras palavras, nós vivemos com a mentalidade certa no mundo, reconhecendo-a como a nossa sala de aula de perdão e, assim, rapidamente nós trazemos de volta à mentalidade que toma decisões os efeitos de nossas escolhas erradas, para que nós sejamos capazes de escolher novamente.
Isso requer a nossa disposição contínua de questionar todo pensamento cruel e devolvê-lo à sua fonte na mente, onde nós escolhemos o professor da maldade ao invés do da bondade.
Esse reconhecimento de que as nossas experiências são apenas salas de aula nas quais nós aprendemos a ser conscientes nos ajuda a distinguir o modo de viver da mentalidade certa daquele que nós vivemos com a mentalidade errada: o primeiro nos libera da maldição do mundo do ego de separação e especialismo, enquanto esse último retém a bênção do perdão do Espírito Santo e solidifica a nossa armadilha no mundo da mágica (definido abaixo).
“No decorrer de todo o treinamento, a cada dia e a cada hora e até mesmo a cada minuto e segundo, os professores de Deus [cada um de nós] têm que aprender a reconhecer as formas de mágica e a perceber que são sem significado. O medo é retirado dessas formas e assim elas seguem. E, deste modo, a porta do Céu é reaberta e sua luz pode brilhar mais uma vez uma mente imperturbada.” (MP-16.11:9-11)
“Nós somos ensinados a ver que todo problema percebido é nosso problema e uma oportunidade para aprender que não há ordem de dificuldade nos milagres da correção.” (T-1.I.1:1). O único problema é a decisão de nossa mente pelo ego.
Claramente implícito em todo Um Curso em Milagres é que nós somos estudantes na sala de aula de aprendizado de Jesus e não vítimas presas em um mundo que nós não somos capazes de controlar.
Impotentes diante de forças que nos tornam vulneráveis ao ‘com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja’ de Hamlet, nós permanecemos ‘à mercê de coisas além de nós, de forças que não podemos controlar e de pensamentos que nos vêm contra a nossa vontade.’ (T-19.IV-D.7:4; com adaptação do Dr. Wapnick).
Uma vez que nós, habitantes enganados no mundo dualístico da separação, somos capazes de aceitar o nosso papel adequado, nós reconhecemos que uma parte intrínseca de nosso aprendizado é a distinção crucial entre mágica e milagre.
Mágica é qualquer coisa que nós fazemos externamente para resolver um problema percebido como externo e aprendemos como o ego prospera com a mágica que nos enraíza ainda mais em seu sistema de pensamento de separação e separação projetada (materialidade).
O milagre, por outro lado, usa o mundo para nos devolver às nossas mentes, onde nós aprendemos a lição final – não apenas não existe mundo, não existe o pensamento (de separação) que fez o mundo:
“O milagre nada faz. Tudo o que ele faz é desfazer. E assim anula a interferência naquilo que foi feito. Ele não acrescenta, apenas retira. E o que retira já se foi há muito, mas tendo sido guardado na memória, parece ter efeitos imediatos. Esse mundo acabou há muito tempo. Os pensamentos que o fizeram já não estão mais na mente que os pensou e os amou por um breve período de tempo.” (T-28.I.1:1-7)
Essa, então, é a base para o sistema de pensamento do Curso: o especialismo do ego e a correção do perdão do Espírito Santo. É a razão de não haver hierarquia de ilusões (T-23.II.2:3) e nenhuma ordem de dificuldade entre os milagres.
Nós não somos mais enganados pelo uso que o ego faz de pseudoproblemas mágicos e perturbadores e de soluções inventadas. Sob a sua orientação, os nossos olhos observaram as ações perversas que resultam em dor e sofrimento, a brutalidade dos elementos que causam estragos destrutivos em cidades e vilas vulneráveis e as anomalias genéticas sem sentido que trazem crianças deformadas para o nosso mundo deformado – e reagiram com raiva ou desespero.
No entanto, a mentalidade amorosa vê apenas oportunidades de perdão e misericórdia para todos os envolvidos nessas situações e eventos. As nossas percepções se elevam acima das leis mundiais de morte e destruição, não lhes dando poder sobre a nossa paz porque os sonhos não afetam o sonhador, o mundo não é capaz de mudar a mente e os efeitos das causas não são causas por si mesmas.
Conforme nós crescemos para aceitar o propósito de ensino/aprendizado de nossas vidas, nós desenvolvemos a capacidade consciente de virmos a ser cientes de como o ego nos tenta a abraçar a mágica como a resposta para os nossos problemas, fazendo com que seja inevitável a nossa feliz decisão de escolher contra essas tentações:
“Quando toda a mágica é reconhecida como meramente nada, o professor de Deus alcançou o estado mais avançado. Todas as lições intermediárias levam apenas a isso e trazem essa meta para mais perto do reconhecimento.” (MP-16.9:5-6)
Nós vemos as imperfeições dos outros – o uso da mágica – e reconhecemos que as nossas reações a esses pensamentos mágicos (MP-17) são meras projeções das imperfeições percebidas em nós mesmos: a projeção faz a percepção.
Nós aprendemos a lição de que mudar a percepção do julgamento para o perdão é a saída do inferno, as ‘lições intermediárias’ que nos levarão para casa.
Os nossos corações se enchem de gratidão por essa cura [healing], pois os pesadelos de separação foram transformados em sonhos felizes de inocência universal que, no final das contas, nos despertarão para a nossa realidade como Filho Único de Deus.
O mundo não é mais visto como nosso inimigo, uma prisão de ódio e morte que está repleta de criaturas venenosas – macroscópicas e microscópicas semelhantes – obstinadas em nossa destruição.
Por meio da visão amorosa do Espírito Santo, o lugar onde um antigo ódio veio a ser um amor presente (T-26.IX.6:1), nós experienciamos as bênçãos do perdão como a única verdade no mundo da ilusão.
Nós temos sido preparados para o penúltimo estágio em nossa jornada da irracionalidade à atenção plena, da imperfeição à perfeição, do ego a Deus. Nós somos professores avançados, cujas próprias vidas refletem o amor que nos criou e que nós somos.”
Bibliografia da OREM3:
1) Livro “Um Curso em Milagres” – Livro Texto, Livro de Exercícios e Manual de Professores. Fundação para a Paz Interior. 2ª Edição – copyright© 1994 da edição em língua portuguesa.
2) Artigo “Helen and Bill’s Joining: A Window Onto the Heart of A Course in Miracles” (tradução livre: A União de Helen e Bill: Uma Janela no Coração de Um Curso em Milagres”) – Robert Perry, site: https://circleofa.org/
3) E-book “What is A Course in Miracles” (tradução livre: O que é Um Curso em Milagres) – Robert Perry.
4) E-book “Autobiography – Helen Cohn Schucman, Ph.D.” – Foundation for Inner Peace (tradução livre: Autobiografia – Helen Cohn Schucman, Ph.D., Fundação para a Paz Interior).
5) Livro “Uma Introdução Básica a Um Curso em Milagres”, Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
6) Livro “O Desaparecimento do Universo”, Gary R. Renard.
7) Livro “Absence from Felicity: The Story of Helen Schucman and Her Scribing of A Course in Miracles” (tradução livre: “Ausência de Felicidade: A História de Helen Schucman e Sua Escriba de Um Curso em Milagres”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
8) Artigo “A Short History of the Editing and Publishing of A Course in Miracles” (tradução livre: Uma Breve História da Edição e Publicação de Um Curso em Milagres” – Joe R. Jesseph, Ph.D. http://www.miraclestudies.net/history.html
9) E-book “Study Guide for A Course in Miracles”, Foundation for Inner Peace (tradução livre: Guia de Estudo para Um Curso em Milagres, Fundação para a Paz Interior).
10) Artigo “The Course’s Use of Language” (tradução livre: “O Uso da Linguagem do Curso”), extraído do livro “The Message of A Course in Miracles” (tradução livre: “A Mensagem de Um Curso em Milagres”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
11) Artigo Who Am I? (tradução livre: Quem Sou Eu?) – Beverly Hutchinson McNeff – Site: https://www.miraclecenter.org/wp/who-am-i/
12) Artigo “Jesus: The Manifestation of the Holy Spirit – Excerpts from the Workshop held at the Foundation for A Course in Miracles – Temecula CA” (tradução livre: Jesus: A Manifestação do Espírito Santo – Trechos da Oficina realizada na Fundação para Um Curso em Milagres – Temecula CA) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
13) Livro “Quantum Questions” (tradução livre: “Questões Quânticas”) – Ken Wilburn
14) Livro “Um Retorno ao Amor” – Marianne Williamson.
15) Glossário do site Foundation for A Course in Miracles (tradução livre: Fundação para Um Curso em Milagres), do Dr. Kenneth Wapnick, https://facim.org/glossary/
16) Livro Um Curso em Milagres – Esclarecimento de Termos.
17) Artigo “The Metaphysics of Separation and Forgiveness” (tradução livre: “A Metafísica da Separação e do Perdão”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
18) Livro “Os Ensinamentos Místicos de Jesus” – Compilado por David Hoffmeister – 2016 Living Miracles Publications.
19) Livro “Suplementos de Um Curso em Milagres UCEM – A Canção da Oração” – Helen Schucman – Fundação para a Paz Interior.
20) Livro “Suplementos de Um Curso em Milagres UCEM – Psicoterapia: Propósito, Processo e Prática.
21) Workshop “O que significa ser um professor de Deus”, proferido pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D..
22) Artigo escrito pelo escritor Paul West, autor do livro “I Am Love” (tradução livre: “Eu Sou Amor”), blog https://www.voiceforgod.net/.
23) Artigo “The Beginning Of The World” (tradução livre: “O Começo do Mundo”) – Dr Kenneth Wapnick.
24) Artigo “Duality as Metaphor in A Course in Miracles” (tradução livre: “Dualidade como Metáfora em Um Curso em Milagres”) – Um providencial e didático artigo, considerado pelo próprio autor como sendo um dos artigos (workshop) mais importantes por ele escrito e agora compartilhado pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
25) Artigo “Healing the Dream of Sickness” (tradução livre: “Curando o Sonho da Doença” – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
26) Livro “The Message of A Course in Miracles – A translation of the Text in plain language” (tradução livre: “A mensagem de Um Curso em Milagres – Uma tradução do Texto em linguagem simples”) – Elizabeth A. Cronkhite.
27) E-book “Jesus: A New Covenant ACIM” – Chapter 20 – Clearing Beliefs and Desires – Cay Villars – Joininginlight.net© (tradução livre: “Jesus: Uma Nova Aliança UCEM” – Capítulo 20 – Clarificando Crenças e Desejos).
28) Artigo “Strangers in a Strange World – The Search for Meaning and Hope” (tradução livre: “Estranhos em um mundo estranho – A busca por significado e esperança”), escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick e por sua esposa Sra. Gloria Wapnick.
29) Artigo “To Be in the World and Not of It” (tradução livre: “Estar no Mundo e São Ser Dele”), escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick e por sua esposa Sra. Gloria Wapnick.
30) Site https://circleofa.org/.
31) Livro “A Course in Miracles – Urtext Manuscripts – Complete Seven Volume Combined Edition. Published by Miracles in Action Press – 2009 1ª Edição.
32) Tradução livre do capítulo Urtext “The Relationship of Miracles and Revelation” (N 75 4:102).
33) Artigo “How To Work Miracles” (tradução livre “Como Fazer Milagres”), de Greg Mackie https://circleofa.org/library/how-to-work-miracles/.
34) Artigo “A New Vision of the Miracle” (tradução livre: “Uma Nova Visão do Milagre”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/a-new-vision-of-the-miracle/.
35) Artigo “What Is a Miracle?” (tradução livre: “O que é um milagre?”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/what-is-a-miracle/.
36) Artigo “How Does ACIM Define Miracle?” (tradução livre: “Como o UCEM define milagre?”), de Bart Bacon https://www.miracles-course.org/index.php?option=com_content&view=article&id=232:how-does-acim-define-miracle&catid=37&Itemid=57.
37) Livro “Os cinquenta princípios dos milagres de Um Curso em Milagres”, de Kenneth Wapnick, Ph.D..
38) Artigo “The Fifty Miracle Principles: The Foundation That Jesus Laid For His Course” (tradução livre: “Os cinquenta princípios dos milagres: a base que Jesus estabeleceu para o seu Curso”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/the-fifty-miracle-principles-the-foundation-that-jesus-laid-for-his-course/.
39) Artigo “Ishmael Gilbert, Miracle Worker” (tradução livre: “Ishmael Gilbert, Trabalhador em Milagre”), de Greg Mackie https://circleofa.org/library/ishmael-gilbert-miracle-worker/.
40) Blog “A versão Urtext da obra Um Curso em Milagres (UCEM)” https://www.umcursoemmilagresurtext.com.br/.
41) Blog “Course in Miracles Society – CIMS – Original Edition” https://www.jcim.net/about-course-in-miracles-society/.
42) Site Google tradutor https://translate.google.com.br/?hl=pt-BR.
43) Site WordReference.com | Dicionários on-line de idiomas https://www.wordreference.com/enpt/entitled.
44) Artigo “The earlier versions and the editing of A Course in Miracles” (tradução livre: “As versões iniciais e a edição de Um Curso em Milagres), autor Robert Perry https://circleofa.org/library/the-earlier-versions-and-the-editing-of-a-course-in-miracles/.
44) Livro “A Course in Miracles: Completed and Annotated Edition” (“Edição Completa e Anotada”) – Circle of Atonement.
45) Livro “Q&A – Detailed Answers to Student-Generated Questions on the Theory and Practice of A Course in Miracles” – Supervised and Edited by Kenneth Wapnick, Ph.D. – Foundation for A Course in Miracles – Publisher (tradução livre: “P&R – Respostas Detalhadas a Questões Geradas por Alunos sobre a Teoria e Prática de Um Curso em Milagres” – Supervisionado e Editado por Kenneth Wapnick, Ph.D. – Fundação para Um Curso em Milagres – Editora)
46) Artigo “The Importance of Relationships” (tradução livre: “A Importância dos Relacionamentos”), no site https://circleofa.org/library/the-importance-of-relationships/, autor Robert Perry.
47) Artigo: “The ark of peace is entered two by two” (tradução livre: “Na arca da paz só entram dois a dois”) – Robert Perry Site: https://circleofa.org/library/the-ark-of-peace-is-entered-two-by-two/
48) Artigo “Living a Course in Miracles As Wrong Minds, Right Minds, and Advanced Teachers – Part 2 of 3 – How Right Minds Live in the World: The Blessing of Forgiveness”, por Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
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Um milagre é uma correção. Ele não cria e realmente não muda nada. Apenas olha para a devastação e lembra à mente que o que ela vê é falso. Desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem superar a função do perdão. Assim, permanece nos limites do tempo. LE.II.13