Buscando conhecer e entender a Organização Baseada na Espiritualidade (OBE), nós estamos destacando, em tradução livre, trechos do artigo abaixo referenciado, para a nossa reflexão de como é possível se medir a saúde espiritual ou bem-estar espiritual.
Esse presente artigo apresenta o desenvolvimento e a avaliação psicométrica inicial de uma nova Escala de Bem-Estar Espiritual (SWS). Essa pesquisa nasceu de uma parceria entre a Mission Australia, uma instituição de caridade Australiana de cunho Cristão e a Alphacrucis University College.
Artigo: “Measuring Spiritual Wellbeing—Seeking a Valid, Reliable, and Usable Measure” [“Medindo o Bem-Estar Espiritual — Buscando uma Ferramenta de Medição Válida, Confiável e Utilizável”]
Autores: Nigel Pegram1,2,* e Rebecca Loundar2
1School of Ministry and Theology, Alphacrucis University College, Parramatta, NSW 2150, Australia
2School of Health and Human Sciences, Alphacrucis University College, Parramatta, NSW 2150, Australia; [email protected]
*Correspondência: [email protected]
Recebido: 31 de março de 2025
Revisado: 16 de maio de 2025
Aceito: 22 de maio de 2025
Publicado: 27 de maio de 2025
Site: Measuring Spiritual Wellbeing – MDPI.pdf
Fonte: MDPI – Multidisciplinary Digital Publishing Institute – Categoria: Religions
História do MDPI
O MDPI foi lançado em 1996 como um instituto sem fins lucrativos para a promoção e preservação da diversidade de amostras de compostos químicos. Fundado na Basileia, Suíça, como uma “Verein” (Associação de Pesquisa) sob a lei Suíça, a sigla “MDPI” inicialmente significava “Molecular Diversity Preservation International” [Preservação Internacional da Diversidade Molecular]. Após administrar com sucesso diversos periódicos de acesso aberto, incluindo Molecules, Sensors e Entropy, o MDPI se tornou uma editora líder em acesso aberto e a parte editorial foi transferida para uma entidade legal separada em 2010. O MDPI continuou a usar a sigla do recém-fundado “Multidisciplinary Digital Publishing Institute” [Instituto Multidisciplinar de Publicação Digital] e agora é amplamente conhecido pelo nome MDPI. O projeto de amostras continua até hoje e é mantido pela Fundação de Sustentabilidade do MDPI. O MDPI tem sediado ou tem organizado diversas conferências científicas, incluindo conferências eletrônicas (virtuais). (Fonte: MDPI | History)
Resumo:
Como parte de uma parceria de pesquisa com a indústria, a equipe de pesquisa foi solicitada a recomendar uma ferramenta de medição de bem-estar espiritual para avaliar a saúde e o bem-estar espiritual do cliente e determinar a eficácia do programa. As ferramentas de medição existentes foram consideradas inadequadas por vários motivos, incluindo o uso em um ambiente multirreligioso. Os pesquisadores desenvolveram uma nova Spiritual Wellbeing Scale (SWS) [Escala de Bem-Estar Espiritual], estendendo os quatro domínios de Fisher para seis domínios distintos. Por razões teóricas, essa ferramenta avalia tanto a importância quanto o estado. Esse artigo apresenta o instrumento e avalia as suas propriedades psicométricas. As avaliações demonstram que o instrumento é válido e confiável para uma população diversificada.
Palavras-chave:
spiritual wellbeing; spirituality; wellbeing; chaplaincy; psychometrics; Christianity; multi-faith
1. Contexto
A Mission Australia, uma instituição de caridade Australiana com uma ética Cristã e a Alphacrucis University College vêm desenvolvendo um modelo de capelania para comunidades com forte desvantagem social. Um dos objetivos do projeto era o desenvolvimento de ferramentas de medição eficazes para o trabalho de um capelão. Capelães comunitários1 trabalham em dois níveis: com a própria comunidade e também com indivíduos que entram em sua órbita. Em cada nível, a capacidade de mensurar os efeitos de uma intervenção é crucial. Os pesquisadores adotaram o bem-estar como uma abordagem útil para mensurar o progresso, visto que o bem-estar pode ser avaliado para indivíduos e grupos.
1 No Reino Unido, o termo ‘Community Chaplain’ [‘Capelão Comunitário’] é entendido de forma diferente, denotando um ministério com ex-prisioneiros que buscam se reintegrar à sociedade.
Como os capelães lidarão com questões que vão além das questões físicas, incluindo tópicos de importância espiritual, uma das ferramentas de medição necessárias foi determinada como sendo uma ferramenta de medição de bem-estar espiritual. Como será discutido a seguir, os pesquisadores revisaram uma série de ferramentas de medição disponíveis de bem-estar espiritual. A equipe determinou que nenhuma ferramenta de medição disponível se adequava ao cenário de uso. Portanto, uma definição ampla de espiritualidade foi utilizada para desenvolver uma ferramenta de medição de bem-estar espiritual. O processo, os resultados de um teste e uma discussão sobre as propriedades psicométricas iniciais da escala são apresentados a seguir.
2. Medindo o Bem-Estar Espiritual
Vários critérios influenciaram a avaliação das diversas ferramentas de medição disponíveis. Como já mencionado, a ferramenta de medição se destina a ser usada em um contexto prático de capelania; portanto, a brevidade era importante. Os indivíduos com quem esses capelães estavam trabalhando seriam de comunidades em situação de desvantagem social arraigada, portanto, o instrumento tem que levar em conta aqueles com níveis mais baixos de alfabetização. Além disso, as comunidades em questão também apresentavam uma ampla variabilidade demográfica, incluindo números substanciais de Indígenas Australianos, Muçulmanos, Cristãos e pessoas sem ou com outras fés. Por fim, considerando que o Personal Wellbeing Index (PWI) [Índice de Bem-Estar Pessoal (PWI)] já estava sendo usado como parte do processo de avaliação do cliente, a escala unipolar de dez pontos utilizada foi selecionada tanto por sua familiaridade com os clientes quanto pela ampla aceitação desse formato. (Para mais informações sobre o PWI, consulte International Wellbeing Group (2013)).
O bem-estar espiritual como conceito ainda é bastante mal definido, assim como o bem-estar em geral (ver, por exemplo, Cooke et al. 2016). Uma série de instrumentos têm sido desenvolvidos, como:
- a Spiritual Wellbeing Scale [Escala de Bem-Estar Espiritual] (20 itens) (Ellison 1983; Paloutzian et al. 2021),
- o Spirituality Index of Wellbeing [Índice de Espiritualidade do Bem-Estar] (12 itens) (Daaleman e Frey 2004),
- o Spiritual Assessment Inventory [Inventário de Avaliação Espiritual] (49 itens) (Hall e Edwards 2002) e
- a Spiritual Involvement and Beliefs Scale [Escala de Envolvimento e Crenças Espirituais] (26 itens) (Hatch et al. 1998).
Uma consideração fundamental foi o uso prático de um instrumento no contexto de uma interação capelão-cliente. Outro fator fundamental foi se o instrumento era aplicável em um contexto multirreligioso. Portanto, nenhum instrumento tem que ser cativo do entendimento de espiritualidade ou religião de uma determinada cosmovisão.
Após análise, a maioria dos itens acima foi rejeitada por ser muito extensa ou inadequada em sua linguagem ou conceituação de espiritualidade. Embora o Spirituality Index of Wellbeing [Índice de Bem-Estar da Espiritualidade] seja mais curto, ele foi projetado para ser usado em um ambiente de saúde. Além disso, a sua estrutura não representa um conceito amplo de espiritualidade, que se encaixaria no cenário de uso. Por exemplo, as questões de 1 a 6 focam na capacidade dos respondentes de resolver problemas e se ajudar. Os outros itens se relacionam ao conceito de propósito ou significado na vida. Embora essas últimas questões possam fazer parte da espiritualidade, como discutido abaixo, elas não são uma conceituação completa do conceito.
O INSPIRIT (Kass et al. 1991) é admiravelmente breve, com sete questões, embora algumas sejam de múltipla escolha, mas a sua visão fortemente teocêntrica da espiritualidade é inadequada em um contexto multicultural e multirreligioso. Da mesma forma, o RCSS (Exline et al. 2000) é cativo de uma visão teocêntrica da espiritualidade. Embora relativamente breve (8 itens), o foco em experiências transcendentes dentro de uma estrutura teocêntrica tornou o STI (Seidlitz et al., 2002) inadequado para os nossos propósitos. Um candidato final, o SISRI (King, 2008), foi rejeitado tanto por sua extensão (24 itens) quanto por questões psicométricas (não é possível mensurar validamente a inteligência usando uma ferramenta de medição autorrelatada).
O PWI tem uma pergunta sobre bem-estar espiritual e, como a Mission Australia já estava usando o PWI com clientes, a pergunta ‘satisfação com crenças espirituais ou religiosas’ foi considerada. No entanto, ela foi rejeitada por vários motivos. O manual não recomenda o uso da pergunta (International Wellbeing Group 2013, Apêndice G). Eles notaram várias limitações: ser uma pergunta dupla e diferenças decorrentes do entendimento dos entrevistados dos termos ‘espiritual’ e ‘religião’.
Por exemplo, alguém pode ter crenças espirituais sem pertencer a uma religião. Na avaliação da equipe de pesquisa, uma pergunta genérica não é suficientemente sutil para cobrir a gama de questões presentes na espiritualidade de alguém, particularmente quando se considera a amplitude da expressão espiritual nas comunidades-alvo. Uma preocupação adicional dos pesquisadores é que a pergunta parecia tendenciosa em direção a uma conceitualização Ocidental e individualista de espiritualidade e religião, falhando em reconhecer a natureza corporativa de muitas religiões e a estreita integração delas com a cultura. Comentários posteriores dos participantes da pesquisa na liderança da Mission Australia ecoaram essa preocupação, com perguntas baseadas na questão de espiritualidade do PWI sendo criticadas por falta de consciência no nível da realidade [awareness] cultural (Chapman 2023).
Um instrumento, o construto de Fisher de quatro domínios de bem-estar espiritual, operacionalizado no Spiritual Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar Espiritual] (Fisher e Ng 2017; Gomez e Fisher 2003), foi visto como tendo os benefícios duplos de brevidade e uma base teórica sólida. Além disso, o construto não estava obviamente limitado a uma forma culturalmente específica de espiritualidade.2 As perguntas de Fisher questionam os relacionamentos do respondente em quatro domínios: o Divino, com os outros, o ambiente e o eu [ser, self]. Esses são operacionalizados na pergunta: Qual a importância de cada um dos seguintes relacionamentos para você pessoalmente: a. com Deus (ou céu); b. com outras pessoas; c. com o ambiente; d. com você mesmo (Fisher e Ng 2017, p. 4)?
2 A abordagem de Paloutzian et al. de ter várias traduções para levar em conta as diferenças linguísticas e culturais não foi vista como uma opção viável (Paloutzian et al. 2021, stc. 5.4). Parecia impraticável pedir aos capelães que administrassem uma versão com redação diferente de alguma coisa como o SWBS para clientes Indígenas e para Muçulmanos ou Ateus. Atualmente, a SWS está disponível apenas em Inglês.
Como os domínios originais de Fisher foram descobertos por meio de entrevistas com professores, uma preocupação é que os professores não sejam especialistas em domínios da espiritualidade. Portanto, os pesquisadores pediram a outros nas escolas de Humanidades e Ciências Sociais de sua instituição, bem como Ministério e Teologia, para avaliar esses quatro domínios. Dois domínios adicionais foram identificados. Primeiro, significado e propósito na vida foram identificados como uma ferramenta de medição comumente usada de bem-estar espiritual. Além disso, dado que algumas populações podem entender relacionamentos com ‘outros’ como alguma coisa diferente de relacionamentos delas com a ‘comunidade’, uma pergunta adicional sobre o relacionamento com a comunidade delas foi incluída, resultando em uma escala de seis itens. Essas adições foram provisórias, com uma análise posterior para determinar se cada uma delas questionava um conceito separado dos quatro originais de Fisher.
Assim, uma escala de seis perguntas é a seguinte:
1. Significado ou propósito em sua vida?
2. O seu relacionamento com Deus/o Divino?
3. Os seu relacionamento com outras pessoas?
4. O seu relacionamento com a comunidade em geral?
5. O seu relacionamento com o meio ambiente?
6. O seu relacionamento com você mesmo?
Uma questão conceitual adicional foi identificada durante a fase de consulta — a complexidade da espiritualidade poderia impactar a unidade da escala. Dado que a espiritualidade pode ser concebida e experienciada de maneiras amplamente diferentes, um instrumento tão amplo poderia obscurecer a importância relativa das áreas da espiritualidade de alguém? Historicamente, as ferramentas de medição de bem-estar começaram com um formato de duas partes, com pontuações para estado (S)* e importância (I). Essa prática foi abandonada, com o argumento de que a importância já está incorporada à escala (Trauer e Mackinnon, 2001). As escalas de bem-estar atuais medem um conceito singular, em que o bem-estar nessa área é representado por altas pontuações compostas, que incluem todos os subdomínios. Devido à complexidade e diversidade da espiritualidade, a nossa afirmação é que isso não pode ser presumido.
* State [Estado] = S
Alguém a partir de uma fé monoteísta e teocêntrica dará muito mais importância à sua relação com o Divino do que ao meio ambiente quando comparado a alguém de uma fé panteísta, que pode dar mais importância à sua relação com o meio ambiente, porque esse também é Divino. Da mesma forma, a espiritualidade de um Australiano Indígena está profundamente conectada à terra, provavelmente muito mais do que a de um Australiano não Indígena comum. No entanto, usando o modelo de Fisher, indivíduos de ambos os grupos podem indicar que o relacionamento deles com o domínio ambiental é bom. No entanto, essa é uma consideração muito mais importante no bem-estar espiritual dos povos Indígenas. Para os não Indígenas, pode simplesmente refletir a importância das questões ambientais para eles. Portanto, considerou-se sensato incluir e avaliar um elemento de importância na escala. O resultado foi uma ferramenta de medição de duas partes, onde os participantes indicaram tanto a importância relativa (I) quanto o seu estado atual (S) em cada um dos seis domínios.
3. Metodologia
Os participantes foram convidados a preencher a Spiritual Wellbeing Scale (SWS) [Escala de Bem-Estar Espiritual (SWS)] online, juntamente com vários outros instrumentos, como um meio de investigar as suas propriedades psicométricas. A SWS, a Positive and Negative Affect Schedule (PANAS) [Escala de Afeto Positivo e Negativo (PANAS)] e o Personal Wellbeing Inventory (PWI) [Inventário de Bem-Estar Pessoal (PWI)] foram utilizados em conjunto para estabelecer a validade convergente e discriminante. As respostas foram analisadas utilizando o SPSS v.29.
3.1. Participantes
A amostra foi composta por 279 participantes que forneceram informações demográficas. A amostra consistiu de funcionários da Mission Australia e funcionários e estudantes do Alphacrucis University College. A idade dos participantes variou de 20 a 60 anos ou mais, sendo 25% homens e 75% mulheres. Os participantes foram convidados a responder a uma pesquisa online por e-mail. A pesquisa online incluiu o Personal Wellbeing Index (PWI) [Índice de Bem-Estar Pessoal (PWI)], uma versão ajustada da questão de bem-estar espiritual do PWI, a Positive and Negative Affect Schedule (PANAS) [Escala de Afeto Positivo e Negativo (PANAS)] e o SWS. Além disso, informações demográficas, incluindo idade e sexo, foram solicitadas. A aprovação ética foi obtida do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Alphacrucis University College. Esse delineamento permitiu a avaliação das propriedades psicométricas do novo SWS e a sua relevância em comparação com as ferramentas de medição de bem-estar estabelecidas.
3.2. Instrumentos
Spiritual Wellbeing Scale (SWS) [Escala de Bem-Estar Espiritual (SWS)]:
Desenvolvida pelos autores, com base no modelo de Fisher, conforme descrito acima. A escala contém 12 perguntas, abrangendo seis domínios. Os primeiros respondentes foram solicitados a classificar a importância para eles de cada um dos seguintes itens, em uma escala de zero (nada importante) a dez (crucial). Em seguida, usando a mesma escala de 0 a 10, eles foram solicitados a indicar o quão satisfeitos eles estavam com cada uma das mesmas seis áreas (nada satisfeitos – satisfeitos).
Positive and Negative Affect Schedule (PANAS) [Escala de Afeto Positivo e Negativo (PANAS)]:
A PANAS (Watson et al. 1988) é uma ferramenta de medição de 20 itens que avalia estados afetivos. A PANAS consiste em uma escala de afeto positivo e negativo, com ambas as escalas consistindo de 10 itens. A escala de Afeto Positivo [Positive Affect] (PA) mede a extensão em que uma pessoa experiencia emoções positivas. Descritores de afeto positivo incluem estar atento, entusiasmado, inspirado e orgulhoso. Da mesma forma, a escala de Afeto Negativo [Negative Affect] (NA) avalia a extensão em que uma pessoa experiencia emoções negativas, incluindo itens como sentir-se angustiado, com raiva, assustado e nervoso. As respostas dos participantes foram baseadas em como eles se sentiram na última semana em uma escala Likert de 5 pontos, variando de 1 (apenas um pouco/nem um pouco) a 5 (extremamente). As respostas foram somadas para determinar as pontuações totais de PA e NA. O PANAS tem demonstrado alta confiabilidade e validade de construto em populações adultas (Crawford e Henry 2004; Watson et al. 1988). As intercorrelações e a consistência interna variam de 0,86 a 0,90 para a escala de AP e de 0,84 a 0,87 para a escala de NA (Watson et al., 1988). A confiabilidade no estudo atual também se mostrou muito forte, com alfa de Cronbach de 0,88 para a escala de AP e de 0,90 para a escala de NA.
Personal Wellbeing Index (PWI) [Índice de Bem-Estar Pessoal (PWI)]:
O PWI é amplamente utilizado para avaliar o bem-estar subjetivo, avaliando a satisfação em sete domínios-chave da vida: padrão de vida, saúde, realização na vida, relacionamentos pessoais, segurança pessoal, conexão com a comunidade e segurança futura. Esse índice é usado tanto em contextos de prestação de serviços quanto de pesquisa para avaliar uma visão holística da satisfação com a vida (International Wellbeing Group 2013). Cada domínio é medido por meio de perguntas específicas, como “Quão satisfeito você está com o seu padrão de vida?” ou “Quão seguro você se sente?”. Os entrevistados classificam a satisfação deles em uma escala do tipo Likert, variando de 0 (completamente insatisfeito) a 10 (completamente satisfeito). O PWI demonstra forte consistência interna, com valores de alfa de Cronbach excedendo 0,80, indicando alta confiabilidade. O índice também demonstra forte validade de construto, correlacionando-se bem com as ferramentas de medição mais amplas de bem-estar subjetivo, como a satisfação geral com a vida. Os resultados também indicam que ele é capaz de capturar mudanças no bem-estar ao longo do tempo (International Wellbeing Group 2013).
4. Resultados e Discussão
4.1. Importância e Satisfação
Como observado acima, essa escala adota uma abordagem atípica para medir o bem-estar, retornando à prática anterior de ter uma estrutura de duas partes, uma escala medindo a importância relativa dos seis domínios e o estado atual do respondente para a outra. O espaço impede uma análise mais aprofundada; no entanto, os resultados indicam que a principal suposição por trás do uso de escalas de uma parte é inválida para essa escala. Trauer e Mackinnon argumentaram que a importância universal de cada domínio nas escalas de bem-estar está implícita em uma ferramenta de medição. Isso é demonstrado pelo fato de que ‘os domínios de QoL [Quality of Life]… são classificados como sem importância por minorias bastante pequenas dos entrevistados’ (Trauer e Mackinnon 2001, p. 580). Os nossos dados indicam que isso não é verdade para o construto complexo medido pela SWS. Um domínio específico, relacionamento com Deus/o Divino (domínio 2), teve 17% dos entrevistados classificando-o como sem importância (0) e 26% classificando-o como tendo importância muito baixa ou nenhuma (0–3).3 Esses e outros dados relatados abaixo confirmaram a nossa decisão de adotar essa estrutura e, portanto, ela será usada nas análises a seguir.
3 Nós apresentaremos uma análise e discussão mais aprofundadas sobre o uso de uma estrutura de duas partes em outro lugar.
4.2. Cálculo da Pontuação Geral da SWS
Como alguns domínios podem ser classificados como sem importância para um respondente, o cálculo das pontuações do domínio e do bem-estar espiritual geral é mais complexo do que a prática anterior de multiplicar o estado e a importância para cada domínio. Uma multiplicação simples (S × I) [Estado × Importância] não fornecerá um panorama geral útil do bem-estar espiritual do respondente. Por exemplo, qualquer domínio classificado como tendo importância zero ou baixa retornará uma pontuação composta baixa para esse domínio. Em instrumentos que avaliam apenas o estado, uma pontuação baixa no domínio normalmente seria interpretada como baixo bem-estar espiritual. No entanto, nesse caso, a pontuação é baixa porque o domínio não é importante para o respondente. Da mesma forma, a soma dessas pontuações multiplicadas reduz a soma geral das pontuações, sugerindo incorretamente uma saúde espiritual precária. Finalmente, o máximo possível seria 600, mas as pontuações não se aproximarão desse valor se algum domínio for classificado como de baixa importância. Veja, por exemplo, a soma das pontuações na coluna mais à direita da Tabela 1. A pontuação de 96/600 calculada usando o método S × I sugere bem-estar espiritual ruim, mas se calculada com mais nuances, o respondente é revelado como tendo bem-estar moderado (veja a soma da coluna ‘Estado Ponderado’ na Tabela 1).
Tabela 1. Exemplo de cálculo da pontuação SWS.
Spiritual Wellbeing Scale (SWS) [Escala de Bem-Estar Espiritual]

Para levar em conta as classificações de importância zero, em primeiro lugar nós convertemos as pontuações de importância para importância proporcional. Ou seja, nós assumimos que as ponderações fornecidas indicam como é o bem-estar espiritual total para aquele respondente. Essa proporção é calculada usando a fórmula (ponderação do domínio/soma das ponderações do domínio × 10). A multiplicação por dez serve para escalonar os resultados e obter uma proporção de dez. Esse método não apenas faz com que o valor da ponderação relativa corresponda às outras classificações de dez, mas também contribui para que as pontuações gerais de bem-estar sejam relatadas como uma porcentagem. A pontuação ponderada do estado para cada domínio é então calculada por multiplicação (estado relatado × importância proporcional). A pontuação geral da SWS é calculada somando as pontuações ponderadas do estado para cada domínio. A pontuação de zero a dez e em porcentagem auxilia na interpretação pelo profissional e pelo cliente. Um conjunto de pontuações de amostra é exibido na Tabela 1. Nós afirmamos que a pontuação geral do SWS calculada usando esse método (45,71%) é muito mais clara e fácil de interpretar do que a 96/600 obtida pelo método de multiplicação simples.
4.3. Estatística Descritiva
Nós recebemos 399 respostas, com quase dois terços (244) respondendo à pesquisa. No geral, a distribuição demográfica dos entrevistados foi bastante variada, proporcionando uma gama de idade, gênero e perspectivas culturais. Gênero foi o único item que se mostrou bastante desigual, mas, mesmo assim, o tamanho da amostra permitiu uma análise estatística válida.
Um total de 223 entrevistados identificaram o gênero deles. A amostra apresentou um viés em direção ao sexo feminino (71%), com o restante identificado como masculino (29%). Ninguém indicou identidades de gênero alternativas.
A faixa etária variou entre pessoas na faixa dos 20 anos e aquelas com 60 anos ou mais. (Embora a faixa etária de 70 anos ou mais fosse uma opção para os entrevistados, visto que apenas alguns se enquadravam nessas faixas etárias, esses dados demográficos foram combinados com aqueles com idade entre 60 e 69 anos para criar uma faixa etária acima de 60 anos). A distribuição etária foi ponderada em direção à faixa etária de meia-idade (30 a 59 anos). Dado que uma grande proporção dos entrevistados era composta por funcionários, não é surpreendente que um número menor tenha se encontrado nos extremos da faixa etária de 20 anos ou acima de 60 anos. Veja a Figura 1.

Number of Respondents [Número de Entrevistados]
Respondent Age Group [Faixa Etária dos Entrevistados]
A etnia dos entrevistados foi bastante variada, embora dois grupos dominassem, os Oceânicos e os Europeus do Noroeste, com a maioria (mais de 85%) desses últimos sendo Britânicos e Irlandeses. Isso não é surpreendente, dada a população Australiana da amostra. Embora a pesquisa tenha permitido detalhes mais precisos sobre etnia, os grupos foram agrupados em categorias de ordem superior. Caso contrário, as pequenas amostras em algumas categorias não permitiriam uma análise estatística válida. Por exemplo, 2 ‘Oceânicos: Polinésios’, 4 ‘Oceânicos: Neozelandeses’ e 88 ‘Oceânicos: Povos Australianos’ foram combinados para criar 86 entrevistados ‘Oceânicos’. A etnia dos entrevistados, de acordo com esses grupos de ordem superior, pode ser vista na Tabela 2. A etnia daqueles na categoria ‘Outros’ é exibida na metade inferior da tabela.
Tabela 2. Etnia dos Entrevistados.

A maioria das perguntas demonstrou uma gama completa de respostas, de 0 a 10 para cada pergunta. Dois dos domínios de importância foram uma exceção. Nenhum respondente classificou relacionamentos com outras pessoas abaixo de 3. Da mesma forma, nenhum respondente classificou significado ou propósito na vida como 0. Assim, embora alguns possam classificá-los como tendo uma importância relativamente baixa, ninguém os marcou como não tendo importância para eles. Da mesma forma, a maioria das classificações de satisfação atuais expressou a gama completa de 0 a 10. Dois domínios tiveram 1 como a pontuação mais baixa — relacionamento com a comunidade em geral e relacionamento com o meio ambiente. Nenhum respondente relatou que não estava nada satisfeito em nenhum desses dois domínios, enquanto alguns respondentes o fizeram em todos os outros domínios. As médias variaram de 6,60 a 8,52 e tenderam a se agrupar em torno de 7. Esse padrão, com uma pontuação média em torno de 70%, é semelhante a outras ferramentas de medição de bem-estar, como o Personal Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar Pessoal] (PWI, International Wellbeing Group 2013, Apêndice E). Os desvios-padrão foram semelhantes, variando de 1,82 a 2,82. A única exceção é o desvio-padrão para a importância do relacionamento com Deus/o Divino (domínio 2). O desvio-padrão para esse item é muito maior, 3,71. Os dados para cada questão nas duas subescalas são apresentados na Tabela 3.
Tabela 3. Medidas de tendência central.

A descoberta sobre a ausência das classificações mais baixas de importância para relacionamentos com outras pessoas ressalta a importância dos relacionamentos em toda a população. A descoberta sobre o estado do relacionamento com a comunidade em geral e o relacionamento com o meio ambiente não terem pontuação 0 talvez indique que todos os entrevistados obtêm alguma satisfação com essas duas áreas, mesmo que em alguns momentos seja uma quantidade baixa.
O maior desvio padrão para a importância do domínio 2 pode estar relacionado ao fato de ele questionar um construto único. Essa é a única questão em que um grande número de entrevistados (23,4%) classificou a sua importância entre 0 e 3, enquanto para os outros cinco domínios, a porcentagem de classificação nesse nível foi de no máximo 5%. Dado que nem todos têm uma fé Teocêntrica e que esse instrumento foi projetado para ser útil em um ambiente multirreligioso, a equipe esperava que alguns domínios fossem relevantes (importantes) para alguns e não para outros. Esperava-se que isso fosse verdade para um domínio Teocêntrico, onde alguns sistemas de crenças são Teocêntricos, como o Hinduísmo e as religiões Abraâmicas e outros não. Esses dados comprovam isso.
Por fim, à medida que nós adicionamos perguntas adicionais aos quatro domínios de Fisher, nós analisamos se essas perguntas questionavam conceitos distintos, conceitos que não estavam representados nos quatro domínios iniciais de Fisher. A distinção entre relacionamento com os outros e relacionamento com a comunidade foi considerada importante. Foram calculadas análises de teste t pareado da importância avaliada para cada domínio e do estado atual dos respondentes. Em ambos os casos, foi encontrada uma diferença significativa (Importância: t = −8,07, p < 0,001; Estado: t = −4,86, p < 0,001). Da mesma forma, a questão geral ‘significado e propósito na vida’ (domínio 1) foi comparada às respostas dos outros cinco domínios.
Ao examinar a escala de importância, foram encontradas diferenças significativas no nível 0,001 para três domínios (domínio 2 — relacionamento com Deus/o Divino; domínio 4 — relacionamento com a comunidade em geral; domínio 5 — relacionamento com o meio ambiente). O domínio 3 — relacionamento com outras pessoas — e o domínio 6 — relacionamento com você mesmo não apresentaram diferenças significativas. As respostas sobre o estado mostraram uma diferença significativa entre significado e propósito na vida — domínio 1, enquanto todos os outros domínios apresentaram p < 0,001, exceto o domínio 3 — relacionamento com outras pessoas. A correlação entre esses dois domínios é de 0,72, portanto, embora semelhantes, não são idênticos. O domínio 1 se torna redundante com esses resultados? Como será discutido a seguir, a análise fatorial não indica que as escalas serão aprimoradas pela omissão dessa questão. Em resumo, os resultados indicam que esses dois domínios adicionais questionam conceitos distintos dos quatro iniciais de Fisher, tanto em termos do nível de importância quanto do estado atual do respondente.
4.4. Propriedades Psicométricas
As propriedades psicométricas de cada uma das escalas foram examinadas usando o α de Cronbach e a análise fatorial. Primeiramente, as propriedades da escala de importância são relatadas e, em seguida, a escala de estado é examinada.
O α para a subescala de importância é muito bom para uma escala curta. (Loewenthal e Lewis 2020, p. 73) observam que, embora 0,8 seja o valor-alvo normal para α, se tiver uma escala com poucos itens (menos de 10), pode-se usar critérios mais baixos, como 0,6. Eles observam que a aplicação desse limite inferior pode ser realizada se houver boas evidências de validade, boas razões teóricas ou práticas para a escala e se ela tiver menos de dez itens. Dado que esse artigo demonstra que a SWS atende a todos esses critérios, o α da escala de 0,81 é muito alto. Se a questão 2 for descartada, o α sobe para 0,869, refletindo a sua correlação item-total bastante baixa (0,378). Veja Tabela 4.
Uma análise de correlação dos seis itens na escala de importância não mostrou potencial multicolinearidade, com nenhuma correlação superior a 0,67 (sendo 0,8 o limite). O teste de adequação da amostra mostrou que os dados eram passíveis de análise (KMO = 0,795, teste de esfericidade de Bartlett p < 0,001).
Uma análise fatorial exploratória inicial mostrou que todos os seis itens de importância apresentavam comunalidades superiores a 0,2. Um fator apresentou um autovalor > 1, explicando 58,5% da variância. Foi utilizado o método de máxima verossimilhança sem rotação. Todas as seis questões foram aplicadas a esse fator. Ver Tabela 5.
Tabela 4. Confiabilidade da escala de importância.

Tabela 5. Análise fatorial da escala de importância.

Tabela 6. α de Cronbach da escala de estado.

Uma análise de correlação dos seis itens na escala de estado apresentou-se muito próxima do limiar de 0,8 para multicolinearidade, com Q3 e Q4 apresentando correlação significativa (r = 0,790, p < 0,001), enquanto os demais itens apresentaram correlações de r = 0,70 ou menos. O teste de adequação da amostra mostrou que os dados eram passíveis de análise (KMO = 0,865, teste de esfericidade de Bartlett p < 0,001).
Uma análise fatorial inicial mostrou que todos os seis itens apresentavam comunalidades superiores a 0,2. Um fator apresentou um autovalor > 1. Foi utilizado o método de máxima verossimilhança sem rotação. Isso explicou 64,3% da variância. Todas as questões foram aplicadas a esse fator, com valores variando de 0,580 a 0,878.
Tanto a escala de estado quanto a de importância apresentam forte confiabilidade interna, particularmente para escalas curtas como essas. Embora a análise sugira que a confiabilidade da escala de importância poderia ser melhorada com a remoção da questão dois (relacionamento com Deus/o Divino), nós argumentamos que a escala deve ser mantida como está. O argumento-chave para manter a questão dois é o argumento teórico de que nenhuma outra questão questiona um aspecto importante da espiritualidade — a crença Teocêntrica. Omiti-la seria excluir dados importantes de uma proporção significativa da população — aqueles que têm uma espiritualidade Teísta, como Hindus ou seguidores das religiões Abraâmicas (Cristãos, Judeus e Muçulmanos).
A decisão de manter o domínio dois é reforçada ao considerar a estrutura da escala de estado, que mostra claramente uma estrutura unifatorial. A correlação interna ligeiramente menor da escala de importância não é inesperada. Seria de se esperar que a importância tivesse menos coerência do que o estado, pois está mais sujeita às avaliações internas dos participantes sobre o que é importante em suas vidas. Isso leva a equipe a dar mais peso à estrutura revelada pelas pontuações de estado. Considerando que as pontuações de estado apresentam uma solução unifatorial com todos os seis domínios, propõe-se uma solução unifatorial que retenha todos os seis domínios para as duas escalas. Pesquisas futuras devem continuar a considerar a estrutura dessas escalas.
5. Correlação com Outras Ferramentas de Medição
Para estabelecer que a SWS mediu um aspecto do bem-estar, mas distinto do bem-estar geral, diversas medidas paralelas foram incluídas na pesquisa. Como a SWS mede um componente específico do bem-estar, ele deve apresentar uma correlação positiva moderada com outras ferramentas de medição de bem-estar e uma correlação mais forte com outras ferramentas de medição de bem-estar espiritual. A Positive and Negative Affect Schedule (PANAS) [Escala de Afeto Positivo e Negativo] (PANAS) e o Personal Wellbeing Index (PWI) [Índice de Bem-Estar Pessoal] (PWI) foram incluídos na pesquisa. Além disso, diversas perguntas sobre bem-estar espiritual derivadas dos comentários do PWI sobre a mensuração do bem-estar espiritual também foram adicionadas (International Wellbeing Group 2013, Apêndice G).
5.1. Perguntas sobre Espiritualidade do Personal Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar Pessoal]
O Personal Wellbeing Index (PWI) [Índice de Bem-Estar Pessoal (PWI)] possui uma pergunta sobre espiritualidade. Essa pergunta tem sido um domínio discricionário desde 2013, pois se constatou que o domínio não era relevante para muitas pessoas. O International Wellbeing Group [Grupo Internacional de Bem-Estar] fornece sugestões para pesquisadores sobre como a pergunta pode ser aprimorada. A pergunta sobre espiritualidade do PWI foi adaptada seguindo essas orientações e algumas considerações teóricas levantadas pela equipe de pesquisa. Como resultado, a pergunta original do PWI, que solicitava aos entrevistados que avaliassem a sua satisfação com as suas crenças espirituais ou religiosas, foi expandida para três perguntas. Essas perguntas seguiram o formato padrão de instrução e resposta do PWI (Índice de Bem-Estar Pessoal), pedindo aos respondentes que avaliassem o nível de satisfação deles, em uma escala de 0 a 10, em relação a:
1. As suas crenças espirituais;
2. As suas crenças religiosas;
3. As suas práticas religiosas.
Se as perguntas do SWS questionassem um domínio semelhante às perguntas sobre espiritualidade do PWI, os dois conjuntos de perguntas deveriam apresentar uma correlação moderada a forte entre si. Dado que as perguntas do PWI questionam o estado, não a importância, as perguntas sobre o estado do SWS e as pontuações ponderadas foram utilizadas para a comparação. Todos os resultados foram significativos no nível de 0,01, exceto um, que foi significativo no nível de 0,05.
Ao examinar as pontuações de estado do SWS, os resultados de uma série de cálculos de Rho de Spearman revelaram correlações em sua maioria moderadas, com quatro apresentando correlações baixas (0,267 ≤ rs ≤ 0,296). O domínio 2, relacionamento com Deus/o Divino, apresentou correlações consistentemente mais fortes do que outras questões. No geral, as correlações mais fortes foram com crenças espirituais, seguidas por crenças religiosas e as mais baixas com práticas religiosas. Novamente, o domínio 2 foi a exceção, revertendo essa tendência. Parece que o domínio 2 se relaciona mais intimamente com crenças e práticas religiosas, enquanto os outros cinco domínios se relacionam melhor com crenças espirituais. Os detalhes são apresentados a seguir na Tabela 7.
A correlação entre as pontuações ponderadas da SWS e as três questões de espiritualidade do PWI apresentou um padrão ligeiramente diferente. No geral, os valores de correlação foram menores do que os das pontuações brutas dos estados. Pouco menos da metade (8 de 18) dos relacionamentos estavam na extremidade inferior da faixa moderada (0,299 ≤ rs ≤ 0,476), com o restante apresentando baixos níveis de correlação. O padrão de correlação observado para os núcleos de estados não foi replicado. Ao invés disso, as respostas não demonstraram nenhum padrão óbvio, exceto o domínio 2 com pontuação mais alta do que os outros, seguido pelos domínios 1 e 6 (como nos núcleos de estados). Essa diferença parece refletir a variabilidade que a ponderação adiciona às pontuações de bem-estar. (Os detalhes são apresentados abaixo na Tabela 7).
Tabela 7. Correlação entre as questões de espiritualidade do SWS e do PWI.

No geral, a correlação moderada com as questões de espiritualidade do PWI corrobora a medida da SWS de alguma forma de bem-estar espiritual. No entanto, as correlações baixas e baixo-moderadas levantam a seguinte questão: por que, se ambas as escalas medem o bem-estar espiritual, a correlação não foi maior? Esses resultados parecem ser comparáveis ao que se esperaria de correlações com medidas de bem-estar geral, ao invés de medidas de bem-estar espiritual.
Para investigar a correlação menor do que a esperada com as questões de bem-estar espiritual do PWI, as questões foram submetidas a um fato ou análise. A suspeita da equipe era que a questão do PWI representava apenas uma parte do construto representado na SWS. Como mencionado acima, as pontuações de estado e ponderadas foram analisadas em relação às questões de espiritualidade do PWI. Os dados foram considerados passíveis de fato ou análise, tanto para as pontuações de estado (p < 0,001 de Bartlett, MSA KMO = 0,741). Em cada caso, foi utilizada uma análise exploratória de ACP, com um limiar de valores próprios maior que um, utilizando rotação varimax.
As pontuações de estado do PWI e da SWS resultaram em uma estrutura de dois fatores, explicando 74,5% da variância. O fator um incluiu todas as questões da SWS. O fator dois carregou todas as três questões do PWI e o domínio dois da SWS — relacionamento com Deus/o Divino. As pontuações ponderadas da SWS resultaram em uma estrutura bifatorial semelhante, explicando 63% da variância total. O fator dois incluiu todas as questões da SWS, exceto o domínio dois — relacionamento com Deus/o Divino —, enquanto o fator um incluiu as questões do PWI, o domínio dois e a distribuição transversal do domínio um — significado ou propósito na vida (embora em um nível inferior ao do fator 2). Os resultados são apresentados nas Tabelas 8 e 9. No geral, os resultados da correlação e da análise fatorial foram razoavelmente semelhantes tanto para as escalas de estado quanto para as ponderadas.
Tabela 8. Fatores de carga de Estado SWS e de Espiritualidade PWI.

Tabela 9. Cargas fatoriais de SWS Ponderada e de Espiritualidade PWI.

A inclusão do domínio 2 com as questões do PWI em ambas as análises sugere uma razão para os menores níveis de correlação entre as duas ferramentas de medição de bem-estar espiritual. A nossa alegação é que elas medem diferentes formas de espiritualidade. O fator dois parece representar a espiritualidade formal (organizada), talvez melhor denominada ‘religião’, incluindo tipos Teocêntricos de espiritualidade. Já o fator um parece se relacionar a um conceito mais amplo de espiritualidade menos formal e não Teocêntrica. Isso explica os níveis relativamente baixos de correlação. Embora tanto a SWS quanto o PWI meçam espiritualidade, a nossa alegação é que eles medem diferentes construtos de espiritualidade.
Uma pergunta razoável a ser feita após essa análise é se a escala é aprimorada pela adição das questões do PWI, especialmente considerando que elas se concentram mais fortemente no segundo fator do que os domínios um ou dois da SWS. Nós recomendamos não fazer isso por vários motivos. Alguns comentários não solicitados da equipe da Mission Australia levantaram preocupações de que as perguntas sobre espiritualidade do PWI eram culturalmente insensíveis para aqueles com cultura Aborígene ou das Ilhas do Estreito de Torres, especificamente que a sua cultura e espiritualidade estão inextricavelmente ligadas. Nós ficamos satisfeitos em receber esse feedback, pois refletia preocupações que nós mesmos tínhamos (mas não reveladas aos participantes).
O objetivo da equipe era que a SWS mensurasse a espiritualidade de forma ampla, permitindo diversas formas de espiritualidade. Desde o início, nós estávamos preocupados com o fato de as perguntas do PWI serem teoricamente baseadas em um conceito mais restrito de espiritualidade que parecia refletir um entendimento particularmente Ocidental da religião organizada. Essa análise corrobora isso. Ao invés de usar as perguntas do PWI, nós desenvolvemos uma pergunta mais ampla. Nós preferimos manter a pergunta do domínio 2, pois a linguagem foi projetada especificamente para permitir espiritualidades Teocêntricas não Ocidentais. Uma consideração adicional é o uso prático. Uma escala mais curta, com seis perguntas ao invés de nove, é preferível em um ambiente clínico ou pastoral. Isso é ainda mais relevante em casos onde baixos níveis de educação e alfabetização são comuns, como é o caso no contexto da Mission Australia. Por fim, ao não incluir essas perguntas, nós não perdemos um domínio, pois o domínio dois fornece informações sobre o domínio do bem-estar espiritual representado pelo fator dois.
5.2. Escala de Afeto Positivo e Negativo
O PANAS possui duas escalas, uma medindo o afeto positivo e a outra o afeto negativo. A Escala de Bem-Estar Pessoal (SWS) deve correlacionar-se moderadamente positivamente com a medida de afeto positivo, pois seria de se esperar que o bem-estar espiritual estivesse associado ao afeto positivo. Da mesma forma, espera-se que a SWS tenha uma correlação negativa com o afeto negativo. Como esperado, os dados mostraram que a SWS apresentou correlações moderadas significativas nas direções hipotetizadas com as escalas de afeto positivo (r = 0,489, p < 0,01) e negativo (r = −0,427, p < 0,01).
5.3. Índice de Bem-Estar Pessoal – Questões Gerais
A SWS foi comparada com o PWI de três maneiras: com cada um dos sete domínios do PWI, com a pontuação composta (média) do PWI e com a questão opcional de satisfação com a vida como um todo do PWI.4 A maioria das variáveis apresentou correlação moderada com a SWS, com três delas se situando na extremidade inferior da faixa de forte correlação. Todas foram significativas no nível de 0,01. As duas medidas compostas são apresentadas primeiro na Tabela 10, com os resultados para os sete domínios abaixo.
4 Essa questão opcional, ‘Satisfação com a Vida como um Todo’, é usada como uma variável separada e atua como uma verificação de validade de construto (International Wellbeing Group 2013, p. 19).
Tabela 10. Correlações entre SWS e PWI.

Pode-se expressar alguma preocupação com a força de algumas dessas correlações. No entanto, a nossa análise é que isso reflete a similaridade entre a avaliação de vida dos entrevistados no PWI e a avaliação da espiritualidade, um domínio que abrange todos os aspectos de suas vidas. Ou seja, como o bem-estar espiritual se conecta a conceitos como significado e propósito em suas vidas e em seus relacionamentos mais amplos, ele se relaciona conceitualmente fortemente com uma avaliação geral do bem-estar. Por esse motivo, nós afirmamos que nós observamos correlações mais baixas com os domínios individuais, mas correlações mais fortes com a pontuação composta e a sua avaliação geral de sua ‘Vida como um Todo’. A forte correlação com ‘Relacionamentos pessoais’ não é surpreendente, pois é muito próxima em conceito às questões de relacionamento com os outros e com a comunidade em geral da SWS.
De modo geral, a análise da SWS em comparação com outras ferramentas de medição de bem-estar corrobora o seu uso como uma ferramenta de medição de bem-estar espiritual com características únicas.
6. Características Demográficas da SWS
Finalmente, nós analisamos a SWS em relação às diversas variáveis demográficas mencionadas acima, idade, gênero e etnia, para determinar se os participantes de cada um desses grupos variaram significativamente em suas respostas. As diferenças na pontuação geral da SWS dos respondentes, a ponderação das diversas questões de importância deles e a classificação do estado atual deles em cada um dos seis domínios da SWS foram avaliadas por meio de ANOVA, com análises Tukey post-hoc.
Houve um relacionamento significativo entre a idade e o bem-estar espiritual geral (F(4,205) = 2,53, p < 0,05, η2 = 0,05), sendo o padrão que o bem-estar espiritual aumentou com a idade. A análise post-hoc não revelou diferenças específicas entre os grupos. A importância do domínio 5, relacionamento com o meio ambiente, apresentou diferenças significativas por idade (F(4,205) = 3,50, p < 0,01, η2 = 0,07). A análise post-hoc revelou que a coorte mais jovem (aqueles na faixa dos 20 anos) diferiu significativamente dos entrevistados em todos os grupos mais velhos, com a diferença nas médias e a significância aumentando com a diferença nas idades. As subescalas de estado também revelaram alguma variação de idade, incluindo o domínio 4, relacionamento com a comunidade em geral (F(4,205) = 2,94, p < 0,05, η2 = 0,06). A tendência de aumento do bem-estar com a idade também foi observada nesse domínio; No entanto, nenhuma diferença específica foi significativa na análise post-hoc.
O domínio 6, relacionamento consigo mesmo, também apresentou relação significativa com a idade (F(4,205) = 3,28, p < 0,05, η2 = 0,06). Como mencionado anteriormente, a tendência foi de aumento do bem-estar com a idade; no entanto, a análise post-hoc revelou uma diferença significativa entre aqueles na faixa etária de 30 e 60 anos. (Os detalhes das análises post-hoc mencionadas são apresentados na Tabela 11). No geral, a tendência foi observar diferenças significativas no bem-estar espiritual, com aqueles nas primeiras décadas apresentando níveis mais baixos do que aqueles nas últimas décadas. Os tamanhos de efeito foram moderados para cada um dos relacionamentos significativos. Curiosamente, o nível de importância atribuído ao relacionamento com o meio ambiente aumentou com a idade, indicando que essa não é uma preocupação exclusiva dos jovens, como alguns parecem retratar na mídia popular.
Tabela 11. Pontuações médias de idade — análises post-hoc de Tukey.

Não foram encontradas diferenças significativas entre os entrevistados do sexo masculino e feminino. Duas das questões de importância se aproximaram do nível de significância de 0,05: o domínio 5, relação com o meio ambiente (p = 0,054) e o domínio 6, relação com você mesmo (p = 0,070). À medida que mais dados forem acumulados, as diferenças de gênero na importância dos vários domínios da SWS devem ser revisitadas para estabelecer se esses resultados se tornam diferenças de gênero estatisticamente significativas.
Finalmente, as respostas dos vários grupos étnicos representados foram analisadas. Os entrevistados diferiram significativamente em algumas áreas. As pontuações gerais de bem-estar espiritual deles foram significativamente diferentes (F(2,201) = 3,45, p < 0,05, η2 = 0,034). Análises post-hoc revelaram que o grupo Outros apresentou uma pontuação média significativamente maior (µ = 8,0) do que os Europeus do Noroeste (µ = 7,3, p < 0,05). A maioria das outras comparações não apresentou diferenças significativas. A exceção foram as pontuações de estado dos entrevistados para o domínio 1, significado ou propósito na vida (F(2,201) = 4,56, p < 0,05, η2 = 0,04). A análise post-hoc para o estado do domínio 1, significado ou propósito na vida, revelou que o grupo Outros (µ = 8,59) tem uma pontuação média significativamente maior do que os Europeus do Noroeste (µ = 7,54, p = 0,01) e os Oceânicos (µ = 7,77, p < 0,05). O estado do domínio 3, relacionamentos com outras pessoas, quase atingiu a significância no nível 0,05, com p = 0,051.
Os números reduzidos em muitos grupos étnicos limitam a validade dessa análise. Esses resultados sugerem que a etnia é um fator no nível de bem-estar espiritual dos entrevistados. No entanto, uma amostra maior é necessária para fornecer uma imagem mais clara de como a etnia está interagindo aqui. Os tamanhos de efeito moderados indicam que vale a pena realizar tal análise.
7. Feedback da Implementação em Campo
Alguns feedbacks importantes foram fornecidos pela equipe de capelania utilizando a escala em campo. Isso diz respeito ao formato em que a escala é apresentada no questionário. Os capelães constataram que, após responderem às seis perguntas de importância, havia uma tendência dos respondentes a repetirem as suas pontuações de importância em suas pontuações de estado. Eles relataram que essa duplicação era menos pronunciada quando as perguntas de importância e estado eram feitas pergunta por pergunta. O respondente era solicitado a indicar a importância para o domínio 1, depois indicar o seu estado para esse mesmo domínio, antes de indicar a importância do domínio 2, depois indicar o seu estado para o domínio 2 e assim por diante. Como esse feedback só foi recebido quando esse artigo estava sendo aceito para publicação, a equipe de pesquisa não conseguiu avaliar essa afirmação estatisticamente. No entanto, como nós vemos poucos riscos e benefícios potenciais em fazer essa alteração, nós recomendamos que essa apresentação alterada seja considerada daqui para frente.
8. Pesquisas Adicionais
Como esse é um estudo inicial, há diversas áreas para pesquisas futuras. Uma área importante é o trabalho confirmatório com outras ferramentas de medição de bem-estar espiritual. Essa falta de comparação é uma limitação dessa pesquisa. Os estudos comparativos devem confirmar que a SWS está medindo o bem-estar espiritual e também comparar os construtos utilizados. Tais comparações devem atentar para as críticas acima às ferramentas de medição de bem-estar espiritual existentes, que algumas parecem vinculadas a uma visão teocêntrica ou ritualística da espiritualidade e que uma escala de ponderação é necessária para capturar a complexidade das visões de mundo dos respondentes em uma única medida.
Pesquisas adicionais também são necessárias para criar um conjunto maior de respostas para análise. Um conjunto maior de dados dos respondentes pode ajudar a esclarecer o papel da etnia no bem-estar espiritual. Um conjunto maior de dados também permitirá a criação de dados normalizados, possibilitando assim um potencial uso diagnóstico para a ferramenta de medição. Atualmente, ela se limita a avaliações comparativas e ao uso como iniciadora de discussões pastorais ou clínicas. Um conjunto maior de dados também fornecerá informações para análises psicométricas adicionais da escala.
Embora a linguagem da pergunta sobre etnia tenha sido derivada do Censo Australiano e uma explicação cuidadosa tenha sido fornecida juntamente com essa pergunta na pesquisa, a equipe de pesquisa está preocupada com a possibilidade de alguns terem confundido etnia com nacionalidade. É preocupante que um grande número de entrevistados se identificou como Indígenas Australianos (39,5% das respostas válidas), enquanto o Censo Australiano de 2021 apresenta 3% da população como Aborígene Indígena ou habitante das Ilhas do Estreito de Torres (abs.gov.au). Para atenuar esse problema, pesquisas adicionais também podem incluir uma pergunta sobre nacionalidade antes da pergunta sobre etnia, para distinguir esses conceitos na mente das pessoas enquanto respondem.
Finalmente, é preciso investigar se as perguntas devem ser apresentadas como dois blocos, com as perguntas sobre importância e estado sendo feitas juntas, ou como seis domínios, com as perguntas sobre estado e importância sendo feitas em pares. Os resultados devem ser coletados usando ambos os métodos e, em seguida, comparados para avaliar se o relato anedótico dos usuários é corroborado pelos dados.
Contribuições dos Autores: Conceitualização, N.P. e R.L.; metodologia, R.L. e N.P.; software, N.P.; validação, N.P. e R.L.; análise formal, N.P.; investigação, N.P. e R.L.; recursos, N.P.; curadoria de dados, N.P.; redação — preparação do rascunho original, N.P.; redação — revisão e edição, N.P. e R.L.; supervisão, N.P. e R.L.; administração do projeto, N.P. e R.L.; aquisição de financiamento, N.P. e R.L. Todos os autores leram e concordaram com a versão publicada do manuscrito.
Financiamento: Essa pesquisa foi financiada em parte por meio de uma parceria de pesquisa entre o Alphacrucis University College e a Mission Australia.
Declaração do Conselho de Ética em Pesquisa Institucional: A aprovação ética para essa pesquisa foi obtida do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Alphacrucis University College (número de aprovação 91) em 21 de novembro de 2022.
Declaração de Consentimento Informado: Como a participação foi realizada por meio de uma pesquisa online anônima, o consentimento está implícito na conclusão da pesquisa.
Declaração de Disponibilidade de Dados: Os dados brutos que fundamentam as conclusões desse artigo serão disponibilizados pelos autores mediante solicitação.
Conflitos de Interesses: Os autores declararam não haver potenciais conflitos de interesse em relação à pesquisa, autoria e/ou publicação desse artigo.
Referência: Pegram, N., & Loundar, R. (2025). Measuring Spiritual Wellbeing—Seeking a Valid, Reliable, and Usable Measure. Religions, 16, 685. https://doi.org/10.3390/rel16060685
“De modo geral, a análise da SWS em comparação com outras ferramentas de medição de bem-estar corrobora o seu uso como uma ferramenta de medição de bem-estar espiritual com características únicas.“
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