Nós estamos destacando e transcrevendo trechos da entrevista editada na Revista ESPM JAN-FEV 2007, que aborda o tema Espiritualidade e Negócios.
Alguns destaques que estão entre [ ] e em itálico são por conta do Projeto OREM®.
O entrevistado Gustavo Alberto Corrêa Pinto (Gustavo) é monge Budista, tendo alcançado o grau de Kyoshi, pelo Templo Hompa Honganji em 1988. Bacharel em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1972, ele é um dos mais conhecidos – e aplicados – cidadãos Brasileiros a ter-se dedicado full-time ao estudo e disseminação da cultura religiosa Budista. Lecionou a cadeira de Pensamento Oriental em diversas universidades Brasileiras e tem sido conferencista convidado em muitas instituições Brasileiras e Internacionais. Ele apresentou programas de TV sobre o assunto, nas redes Manchete e Globo [2007]. É membro [2007] do Conselho de Direção da International Association of Shin Buddhist Studies em Quioto desde 1986 e pertenceu ao conselho consultivo da Associação Brasileira de Recursos Humanos em 1994 e 1995. Fundou a Associação Terra da Paz, para a promoção da Educação Interreligiosa em Cuiabá, Mato Grosso, em 2001, onde realizou o primeiro Rito de Circunvolução de Montanhas Sagradas no Hemisfério Sul, em 2005. Escreveu vários livros, inclusive de poesia e publicou inúmeros artigos. Foi o tradutor, prefaciador e comentarista do I Ching, o livro das Mutações (São Paulo, Editora Pensamento, 1984).
Os entrevistadores da Revista ESPM são Francisco Gracioso (Gracioso) – Presidente do Conselho Editorial e J. Roberto Whitaker Penteado (JR) – Editor e membro do Conselho Editorial.
Vamos refletir sobre os insights advindos da entrevista sobre o tema Espiritualidade e Negócios, de maneira a conhecermos e entendermos a Organização Baseada na Espiritualidade (OBE).
Assim começa a entrevista:
“Gracioso – Quando nós escolhemos, para essa edição, o tema Espiritualidade e Negócios, nós acreditávamos, ingenuamente, que era um tema ainda pouco debatido. Mas nós descobrimos que há muita coisa sobre o assunto, dezenas de trabalhos, em sua maioria, Norte-Americanos, abordando o tema de muitas maneiras, falando da ética Protestante, o enfoque Cristão – e do Zen Budismo nos Negócios. Talvez haja algo no Zen Budismo que fascine os Americanos. Examinando esse material, nós percebemos que – na prática – a espiritualidade em geral se traduz por valores morais e éticos aplicados aos negócios. Por outro lado, eu mesmo ouvi – de grandes empresários – coisas como: “Eu não falo de espiritualidade; não trato de coisas esotéricas; na minha empresa o negócio é lucro, é competir”.
Percebe-se, contudo, que – por trás dessa casca de racionalidade – eles acreditam nos valores éticos; embora procurem não transpor, para a empresa, crença no sobrenatural, por exemplo. Mas sentem que a natureza humana dá mais de si própria no ambiente e condições mais apropriadas e que é possível – através de determinados estímulos – motivar as pessoas a produzir, tornarem-se mais criativas.
De tal forma que as empresas mais preocupadas com valores morais, responsabilidade social, respeito ao ser humano, frequentemente são também as mais lucrativas. O que você pensa de tudo isso?
Gustavo – Eu penso que, no Ocidente, é um campo que ainda está se abrindo. No Oriente, não existiu uma divisão matéria x espírito como aconteceu no Ocidente, a partir da Idade Média. Como esses universos não foram vistos como separados – e algumas vezes inconciliáveis –, houve uma possibilidade de integração mais natural da espiritualidade nos negócios. Eu darei um exemplo: no começo do século XX, um jovem Japonês foi para os Estados Unidos fazer o seu doutorado em física. Adoeceu durante o curso e foi diagnosticada uma tuberculose – isso antes de existirem os antibióticos.
“No Oriente, não existiu uma divisão matéria x espírito como aconteceu no Ocidente, a partir da Idade Média.”
A gravidade do quadro era tal, que o médico que atendia o rapaz sugeriu que voltasse imediatamente para o Japão, porque teria pouco tempo de vida e seria preferível que passasse os últimos dias com a família. Em desespero, o rapaz voltou ao seu alojamento, na universidade e recordou que recebera do pai, antes de viajar, uma imagem do Buda. Ele pegou a imagem, colocou-a diante dele e começou a orar. Durante a oração, ele teve uma visão de que, desde que adoecera, ficara surpreso com a indiferença dos colegas – pessoas que sabiam da gravidade de seu estado, mas não perguntavam como ele estava. E ele refletiu, naquele momento, que era preciso redescobrir valores espirituais no mundo; iria curar-se porque ele precisava, de alguma maneira, trabalhar em prol da difusão de valores humanos.
Misteriosamente, recuperou-se inteiramente da tuberculose, contrariando os médicos e terminou o seu doutorado. Quando ele estava voltando para o Japão, parou na Suíça e pensou: “Curioso, a Suíça é um país pequeno que se especializou em objetos que lidam com dimensões muito pequenas. O Japão também é um país pequeno e, quem sabe, possamos prosperar com micro dimensões nas nossas especialidades”. Foi assim que ele decidiu criar uma fábrica de instrumentos de medição de precisão; a fábrica chamou-se Mitutoy e, hoje [2007], é líder mundial em instrumentos de precisão. No final dos anos 70, em uma reunião com a direção da empresa, ele revelou a razão de existir da Mitutoy – e que nunca tinha dito a ninguém.
A razão era para que a empresa gerasse recursos para uma fundação, que estava criando naquele momento – e entregando a presidência a seu filho mais velho – ele dedicou o resto da sua vida a essa fundação que distribuiu obras sobre Budismo no mundo inteiro, bolsas de estudo, etc.. A empresa vai muito bem, é líder de mercado no mundo inteiro, tem fábricas em diferentes continentes e nasceu do ideal de um homem. E só existe como empresa em função de um trabalho de difusão de valores pelo mundo, que se sobrepõe ao lucro – o lucro foi o meio.
Gracioso – E você pensa que a maioria das empresas poderia pensar assim?
Gustavo – Não necessariamente assim. Talvez existam diferentes formas de enfoque. Eu penso que as empresas irão ter – cada vez mais, daqui para a frente – de refletir sobre qual é o sentido humano do que fazem. Até agora não prestamos muita atenção a essa indagação. Daqui em diante, contudo, cada indivíduo – para dar o melhor de si no que ele faz – irá precisar ter isso bem respondido para ele mesmo: qual é o sentido do que eu faço, para a minha existência, para que eu me saiba útil aos meus semelhantes, ao meio ambiente e – ao final da minha existência – poder dizer que valeu a pena ter vivido uma vida e dedicado meus esforços a criar aquilo que eu acredito ser útil ao mundo do qual eu estou partindo.
Gracioso – Aqui mesmo, na ESPM, numa reunião de Conselho, um colega objetou, de certa forma, ao fato de que nós estamos prevendo um resultado muito alto, para o ano que vem e que parte disso deveria ser destinada a ações sociais. Lembro de ter respondido que, tudo bem, mas – se nós procuramos um objetivo social para a nossa Escola – eu penso que o principal será sempre a boa formação de estudantes em caráter, personalidade e capacidade de trabalhar e se inserir na sociedade. Mas eu percebo que você não concorda inteiramente e que pode haver algo mais.
Gustavo – Concordo inteiramente, porque a sua colocação incluiu conscientização de valores e não apenas técnica de um profissional em formação. Quando incluímos a questão desses valores – e são valores humanos, de princípios que transbordam, inclusive, hoje, do humano para a natureza. Não podemos mais ignorar a questão do equilíbrio ecológico sobre o planeta.
Nesse sentido, concordo inteiramente e gostei muito da sua visão de que o foco central tem de ser o poder oferecer aos estudantes da Escola o melhor que nós somos capazes de criar para que eles sejam felizes no que fazem e contributivos para o bem comum. Concordo sem restrição.
JR – No Brasil, existe uma certa exclusão social. E as pessoas “incluídas” são chamadas pelo governo atual de elites. Há um sentimento, por parte de alguns membros do nosso Conselho, de que por ser uma Escola de “elite”, receber jovens de famílias que podem pagar as mensalidades – mesmo praticando esses bons princípios que o Gracioso mencionou – nós esquecemos dos que não estão aqui, que não têm meios de chegar à nossa Escola e que nós teríamos algum tipo de obrigação em relação a eles. E não é só a nossa Escola; eu penso que, no país, qualquer instituição irá ter esse tipo de dúvida…
Gustavo – Vocês têm algum tipo de bolsa?
Gracioso – Nós temos.
Gustavo – Então está respondido. A porta não é fechada para quem não pode pagar. Evidentemente que vocês não podem ser uma instituição beneficente. A porta de inclusão está aberta através de mecanismos como esse. Pode ser ampliado, mas, para isso, pressupõe-se a alta rentabilidade da Escola. É preciso ter a situação financeira sólida para que você possa se permitir ampliar.
JR – Existe uma certa contradição, no sistema capitalista, para a ética pessoal ou sistema de valores que vise mais adiante do lucro imediato. No mundo dos negócios, ganha-se dinheiro cobrando mais caro ou cortando custos. Muitas vezes, a instituição se torna fria, calculista. Por exemplo, ela poderá vender produtos de menor qualidade, demitir muitos funcionários porque precisa apresentar resultados de curto prazo aos acionistas. Os jovens profissionais – e nossos estudantes – questionam muito isso: como eu poderei, dentro dessa empresa fria, objetiva e, às vezes, até desonesta, realizar-me? Essa é uma questão comum nos nossos dias.
Gracioso – Embora haja, cada vez mais, empresas imbuídas do sentido de cidadania – ainda que não seja a maioria.
Gustavo – Eu sou otimista em dobro. Eu penso que nós estamos numa transição para uma etapa de civilização onde esse tipo de valor será condição de sucesso. Hoje, há importadores de madeira, na Europa, que exigem uma certificação, daquela madeira, para comprovar as condições de manejo ambiental das quais elas se originaram; isso é um novo dado, mas é a ponta de um iceberg que está surgindo. A civilização está mudando e, nessa mudança, que nós estamos tateando, eu penso que já começamos a enxergar que o imediatismo, a visão de curto prazo, os valores somente de rentabilidade nos negócios irão esvaziar as empresas que insistirem em continuar assim. Porque o ser humano está acordando para o fato de que – e isso é o nome de uma obra do Sr. Konosuka Matsushita – nós não vivemos apenas do pão.
“…o imediatismo, a visão de curto prazo, os valores somente de rentabilidade nos negócios irão esvaziar as empresas que insistirem em continuar assim.”
Uma obra inteira dedicada a explicar por que a Matsushita não buscava prioritariamente o lucro. Ele não abria mão do lucro, mas não era a sua prioridade. A prioridade era ser útil aos seus consumidores. Para ser útil aos seus consumidores, como ele, era preciso melhorar os produtos cada vez mais, atende-los melhor e tornar-se cada vez mais útil. O Sr. Matsushita, em 1935, estabeleceu um plano estratégico para os próximos 250 anos de empresa! Ela não desapareceu até hoje; ao contrário, cresceu. Ele dividiu esse plano de 250 anos em etapas de 50.

Gracioso – Lembro-me de ter lido, certa vez, um depoimento de um executivo Japonês – em um discurso que ele fez em Nova York – em que ele disse, com muita clareza, que os Americanos e os Ocidentais em geral não sabem planejar estrategicamente. E disse que o Japonês sabe, porque tem uma noção diferente do que é tempo, da relação entre o ontem, o hoje e o amanhã. Gostaria de que você comentasse isso, por que a perenidade e as estratégias de longevidade deveriam ser parte importante do trabalho do executivo Ocidental também; e nós, no Brasil pelo menos, nem sempre nos demos bem? Por que tantas firmas, inclusive grandes, não chegam à idade adulta?
Gustavo – É difícil responder a essa pergunta talvez porque existam inúmeras causas diferentes para cada um dos infortúnios que faz a empresa encerrar as suas atividades. Eu penso que seria simplista da minha parte pretender só uma explicação para tantos fracassos.
Gracioso – Mas, talvez focando esse aspecto de planejamento de longo prazo.
Gustavo – Esse ponto é, sem dúvida, um dos componentes. Para nós pensarmos um futuro de 250 anos, por exemplo – como a Matsushita se propôs em 1935 – e só cresceu de lá para cá, é preciso ter uma visão de valores que perdure intacta durante dois séculos e meio. E quando nós formos definir esses valores, nós veremos que, tal capacidade de perpetuação, só encontramos em valores que sejam fundamentais para o ser humano em qualquer época. No momento em que o Sr. Matsushita definiu “nós queremos existir para sermos úteis ao maior número possível de pessoas”, esse é um horizonte que pode perdurar 250 anos entusiasmando, empolgando gente e agregando pessoas que queiram participar da realização desse sonho: “Eu faço parte de uma empresa que propôs que – daqui a 250 anos, – em cada lar no mundo deverá existir alguma coisa fabricada por nós, que esteja sendo útil àquela família. O que será isso, não fazemos a mínima ideia hoje, mas o que quer que seja, terá de estar sendo útil para aquela família”.
Gracioso – Sem dúvida alguma, isso é um valor ético, portanto, um valor espiritual.
Gustavo – Exatamente, porque a ética é uma expressão de espiritualidade no mundo concreto.
“…a ética é uma expressão de espiritualidade no mundo concreto.“
Gracioso – E quando à atemporalidade, isso é, a noção que têm os Orientais, talvez melhor do que nós, de que o passado já não existe, o futuro ainda não existe e o que importa é o presente. Como se explica isso, se o Japonês pensa e planeja tanto a longo prazo?
Gustavo – Essa afirmação refere-se especificamente a uma tendência de dispersão da mente, voltando-se, por apego, a memórias do passado e antecipando, por ansiedade, as suas expectativas de futuro. Isso não significa, em absoluto, a negação de importância do passado e da necessidade de nos valermos dele no presente para podermos projetar um futuro confiante. Eu penso que um ponto importante é que os Orientais enfatizaram sempre a questão do culto aos antepassados. O que está por trás desse culto aos antepassados? A consciência [no nível da realidade (awareness)] de um sentido legado passando e movendo a história humana. Nós somos herdeiros do que nós recebemos no passado, mas nós temos um compromisso para com as gerações vindouras, no que nós iremos legar a elas. O desafio de cada geração é acrescer, ao patrimônio de experiência, valores, ideais que recebeu e legar mais à geração vindoura, o que significa que nós fizemos a nossa parte.
“Essa afirmação [sobre atemporalidade] refere-se especificamente a uma tendência de dispersão da mente, voltando-se, por apego, a memórias do passado e antecipando, por ansiedade, as suas expectativas de futuro.“
Gracioso – Isso pode ser transposto par ao universo da empresa, sem dúvida.
Gustavo – Isso deve ser transposto, se a empresa tiver consciência [no nível da realidade (awareness)] de que ela veio para perdurar e, se veio para perdurar, tem de pensar a responsabilidade dela para com as gerações vindouras.
“Isso não significa, em absoluto, a negação de importância do passado e da necessidade de nos valermos dele no presente para podermos projetar um futuro confiante.”
JR – Em uma de nossas reuniões para preparação dessa Revista, a Lúcia (Coordenadora Editorial) sugeriu que eu consultasse o Koan para saber como deveria ser essa a nossa edição sobre espiritualidade. Eu fiz a consulta e a resposta foi parecida com isso que vocês estão falando, dizia algo como:
“olhem para o passado, reflitam sobre o que fizeram até agora e decidam o que irão fazer no futuro”.
Eu trago isso à discussão, para falar também um pouco da experiência do Gustavo na tradução do I-Ching. As nossas religiões e ideologias espirituais Ocidentais tendem a um certo ceticismo e racionalismo e as pessoas tendem a ironizar, por exemplo, uma consulta ao oráculo. Como você vê essa convivência das pessoas com a espiritualidade que podem trazer o I-Ching para o seu dia a dia – e, porque não, para a vida das empresas?
Gracioso – Você quer dizer é que é possível prever o futuro?
JR – Não sei se prever o futuro, mas esse “parar para refletir” – consultando o oráculo. O I-Ching tem muito disso: “vá ver o grande homem; se você está em dúvida, com alguma angústia, pergunte ao grande homem”. Isso faz parte das preocupações de cada pessoa, sobretudo na questão do planejamento…
Gracioso – Permita-me acrescentar o meu próprio exemplo. Frequentemente, eu tenho de tomar decisões importantes, que vão mexer com a vida de várias pessoas, envolver risco para a empresa e, muitas vezes, não me sinto totalmente seguro, apesar de ouvir os meus colegas. À noite, em casa, eu me recolho e peço a Deus que me inspire e me ajude a encontrar a melhor solução. Eu penso que isso é o máximo que se pode pedir a alguém “do outro lado” e – com toda franqueza – seria até imoral pedir mais do que isso. Portanto, como imaginar que alguém possa recorrer a forças ocultas que o ajudarão a enxergar o futuro?
Gustavo – Em primeiro lugar, eu irei expor como eu entendo a função oracular no I-Ching. O papel da função oracular é nos ajudar a entender melhor a nós mesmos. No interior de cada ser humano existe um sábio conselheiro que nos foi doado antes de nascer e nos acompanha a vida inteira. O grande homem ao qual é bom ouvir – diz o texto do I-Ching – é esse dentro de nós mesmos. O que esse grande homem, dentro de nós, pode fazer é nos possibilitar entender o presente e como melhor lidar com ele, pois o futuro, do presente é que nasce. Se nós encaminhamos bem o presente, despreocupemo-nos do futuro porque o presente é o que temos eficaz, disponível, possível em nossas mãos. Então cuidemos bem dele que frutos sadios nascerão. A visão oracular não visa bisbilhotar o futuro; ela visa possibilitar um maior entendimento do presente, sabendo que é desse entendimento mais profundo que nós poderemos fazer nascer um futuro melhor, construído por nós porque somos nós que estamos em jogo para nós mesmos.
JR – De qualquer maneira, eu penso que existe uma diferença bastante clara entre o ser religioso, ligado a uma crença antiga como o Cristianismo e o outro que não tem essa ligação na própria possibilidade que o Gracioso definiu como “eu peço inspiração; eu não quero resposta”. No entanto, nós lemos sobre os antigos Gregos que iam a Delfos e queriam uma resposta. Eu diria que numa situação mais cotidiana no Brasil, nas religiões de origem Africana, as pessoas, muitas vezes, vão ao terreiro, perguntam e querem ouvir algo mais concreto.
Gustavo – O que há de mais concreto do que conseguir enxergar e entender melhor o presente? O que é mais concreto, palpável, eficaz? Nesse sentido, a função do I-Ching, como oráculo, é ser um eficaz livro de sabedoria e, como um livro de sabedoria, o que ele busca é nos ajudar a entender o que nós temos sozinhos, dificuldade de entender. Então o recurso à prática oracular é justamente para nos possibilitar uma ampliação de entendimento de nós mesmos, de nossas vidas e de nossas possibilidades aqui e agora, nesse instante presente que é onde somente nós estamos vivendo. Ninguém vive em outro espaço senão o do instante presente.
“a função do I-Ching, como oráculo, é ser um eficaz livro de sabedoria e, como um livro de sabedoria, o que ele busca é nos ajudar a entender o que nós temos sozinhos, dificuldade de entender.”
JR – Gustavo, você certamente conhece um preceito que está no Tao, que diz: “um governante deve governar o seu país como quem frita um pequeno peixe”. Quando eu ouvi isso, pensei que não se referisse apenas a um governante ou país; pode também se aplicar a um líder, uma instituição Mas confesso que eu não entendi muito bem. Você pode me ajudar?
Gracioso – Lembre-se que não é função de um monge Budista lhe dar respostas…
Gustavo – Mas é interessante refletir sobre esse simbolismo. Para usufruirmos de um peixe como alimento, nós precisamos, em primeiro lugar, limpar escamas que não são comestíveis. Sem esse processo de limpeza, ele não nos pode ser útil. Há, portanto, todo um trabalho preparatório que – posterior à sua realização – quando o peixe está limpo, nem por isso ele está pronto; ele está agora pronto para uma segunda etapa, que é darmos possibilidade de realce a tudo o que ele pode nos propiciar, não apenas matar a fome, mas também nos dar um prazer no processo de comermos. Quando nós pensamos nesses procedimentos simples na culinária, no preparo de um peixe, nós imaginemos que isso tudo é para ofertar, propiciar e não apenas para uso próprio. Quem conseguir governar com tal cuidado e tal dadivosidade será um grande governante, seja de um país, de uma empresa, uma família, uma amizade ou do que for.
Gracioso – Eu quero falar um pouco do que a cultura Ocidental poderia oferecer de bom para esse empresário hipotético, que pretende enriquecer espiritualmente o seu negócio. Está no Novo Testamento o conselho de Jesus: “não faças aos outros aquilo que não queres que lhe façam”. Muitos acreditam que é aí que está a essência do que é a verdadeira ética: os relacionamentos nos deveres e direitos em relação a terceiros. Você pensa que, de fato, essa máxima poderia ser a essência de uma cultura empresarial de respeito ao próximo e enriquecimento espiritual?
Gustavo – Sem dúvida. Se não me engano, a versão Confucionista diz a mesma coisa, só que sem a negativa: “faça ao seu próximo aquilo que você quer que lhe façam”. E quando pegamos, por exemplo, no Budismo, o ideal do Bodhisattva. O Budismo tem duas grandes estrelas guias: o ideal do arhat, que quer dizer aquele que busca se libertar da ignorância e do sofrimento, pois o sofrimento é decorrente da ignorância espiritual. Esse arhat é aquele que busca o Nirvana, o mundo da luz, da sabedoria, o mundo dos Budas. Quando finalmente, depois de um longo caminho, ele está diante do Nirvana que tanto ele buscou, no Umbral que divide os mundos, sob o Umbral ele ouve um pranto inenarrável que vem de todas as direções – e esse pranto, que o faz estancar embaixo desse portal, é o sofrimento de toda a humanidade.
Nessa hora, quando ele se dá conta de que o sofrimento, que ele estava buscando, transcendeu, não é só dele, mas de todos, desaparece o ideal do arhat e no lugar dele surge o Bodhisattva, debaixo do mesmo Umbral, com a diferença que o arhat estava de frente para o Nirvana e de costas para o mundo e o Bodhisattva está de costas para o Nirvana e de frente para o mundo. O ideal do Bodhisattva é voltar o quanto antes ao mundo para fazer o que deve ser feito.
“…com a diferença que o arhat estava de frente para o nirvana e de costas para o mundo e o bodhisattva está de costas para o nirvana e de frente para o mundo.”
Tendo ele percorrido o caminho até o portal do Nirvana, ele possui o mapa e é ele, portanto, quem precisa ajudar os que buscam chegar lá também. Cada um que chega até lá retorna, até que um dia, finalmente, nós possamos ter a segurança de que nós entramos todos e juntos, porque só assim é possível o Nirvana. Todas as tradições espirituais têm, em seus fundamentos, valores idênticos porque o bem é um só onde quer que ele seja descoberto. A caridade é uma só onde quer que ela seja praticada; a compreensão, a interpretação – as doutrinas teológicas irão variar enormemente e é bom que variem porque tudo isso mostra a riqueza do patrimônio teológico da humanidade. Mas os valores fundamentais são sempre os mesmos onde que quer eles sejam expressos e vividos. A mensagem é uma só.
“e esse pranto, que o faz estancar embaixo desse portal, é o sofrimento de toda a humanidade.”
JR – Eu gostaria de que você falasse um pouco sobre o projeto em que está envolvido, de desenvolver uma escola, plurirreligiosa, um pouco a ver com o que chamamos de ecumenismo.
Gracioso – Imagine termos no Brasil um lugar como esse, onde executivos e empresários possam passar dias discutindo essas coisas…
Gustavo – E tendo disponíveis ferramentas milenares de prática interior que podem ser de enorme valia, seja na área de finanças, marketing ou que área for. Em 2001, os Talibãs destruíram os Budas de Bamiyan – que tinham um valor histórico importantíssimo para a humanidade, porque nasceram de um sincretismo entre escultura Indiana e a escultura Grega que Alexandre levou à Índia. Durante o processo de invasão, os escultores Indianos descobrem, com os Gregos, técnicas distintas de estilos diferentes, ficam fascinados com as novidades e nasce o sincretismo que, depois com o recuo de Alexandre, acaba soterrado pela tradição majoritária que prevalece.
“Em 2001, os Talibãs destruíram os Budas de Bamiyan – que tinham um valor histórico importantíssimo para a humanidade, porque nasceram de um sincretismo entre escultura Indiana e a escultura Grega que Alexandre levou à Índia.”
As últimas grandes obras que sobraram – desse período fértil de encontro e diálogo entre Ocidente e Oriente – eram os Budas de Bamiyan. Por isso sua importância, não apenas porque tinham dois mil anos de história, mas porque representavam uma obra de arte, expressando a paz como fruto do encontro de duas civilizações díspares e distintas.
Quando esses budas foram destruídos, eu antevi que a intolerância religiosa podia tornar-se um problema ainda maior no futuro e perguntei-me o que era possível fazermos de modo a reagir positivamente ao perigo que essa intolerância religiosa está revelando ser. Isso aconteceu no dia 13 de março de 2001, quando foi publicado, na imprensa mundial, a destruição dos Budas de Bamiyan. O que nasceu daí foi o seguinte: O Brasil tem uma responsabilidade frente ao mundo diante do problema que surgiu, que é ter 500 anos de história de convívio de diversidade religiosa, fraternalmente, sem guerras e em paz. E como o Brasil pode contribuir com o mundo numa hora em que o mundo está tão necessitado? A resposta que eu encontrei foi a seguinte: vamos criar um campus em língua Inglesa para dar bolsas de estudo para jovens rabinos, xeiques, padres, monges Budistas, pastores Protestantes, selecionados mundo afora, recém-ordenados que virão para cá e – durante seis meses – uns estudarão as religiões dos outros, com foco em valores compartilhados.
Gracioso – Que sonho bonito!
Gustavo – É por ele que eu vivo e foi por ele que nasci e demorei para descobrir. Esses jovens estão na mesma faixa de idade, chamados para a mesma vocação espiritual, em vias de assumir um trabalho com as suas respectivas comunidades. Eles estarão dormindo e comendo no mesmo local, fazendo trabalhos em grupo. E os professores que iremos trazer serão do meio acadêmico, especialistas nessas diferentes religiões. Então irá surgir um professor de Islamismo que irá escrever uma frase no quadro em Árabe e sublinhar uma passagem da frase; entrará o professor de Judaísmo que escreverá uma frase da Torá e sublinhará um trecho e assim por diante.
Essas frases serão traduzidas e esses jovens estarão diante da evidência textual de que não há dúvida: nos estamos dizendo, nessas frases, as mesmas coisas em línguas diferentes. Essa experiência, durante seis meses, irá despertar nesses jovens a consciência [no nível da realidade (awareness)] de que nós temos mais razões para concordar do que para discordar.
Descobertos os valores compartilhados por todos, nós estaremos formando uma futura geração de líderes religiosos comprometidos com o respeito à diversidade, não por obrigação, mas por descoberta pessoal. Um país que tem um patrimônio histórico para abrigar uma iniciativa como essa é o Brasil. E, em prol disso, eu criei uma associação, sem fins lucrativos, chamada Terra da Paz, que é proprietária de uma área de 2.300 hectares, próximo a Cuiabá onde esse campus será, em algum momento, levantado.
JR – Você está tentando concretizar algo que já ouvi de outras pessoas a respeito do Brasil, de que em função de nossas experiências, a nossa contribuição ao mundo é, justamente, ensinar a convivência da diversidade. De certa forma, esse é o grande problema no mundo…
Gustavo – Exatamente. As instituições religiosas, quaisquer que sejam na formação de seu clero, estão preocupadas – e precisam estar – em capacitá-los e habilitá-los bem naquela tradição. Consequentemente saem os padres bem formados em Catolicismo, os pastores em Protestantismo…
Gracioso – Em geral pensando que aquela é a única verdade…
Gustavo – Com esse risco. Alguém tem, portanto, de criar um novo espaço que acolha e possibilite, a todos, os conhecimentos uns dos outros. Isso precisa acontecer em nível teórico, que serão as aulas quando estarão discutindo os textos Canônicos de cada uma dessas tradições nos originais. Mas – ao mesmo tempo – possibilitando um convívio que, em algum momento, o jovem Muçulmano, conversando com o jovem Rabino, conclua “por que nos odiamos tanto?” Nós temos de dar o espaço de oportunidades para que esses jovens descubram que eles podem ser construtores da paz.
JR – Esse não é só um problema religioso; é um problema geral – político, econômico, institucional. Quando você falou do exemplo do peixe. Ora, o líder não terá de fazer com que os seus liderados convivam com as suas diversidades para que a instituição produza algo positivo?
Gustavo – Exatamente. E o local escolhido para esse campus é no meio do cerrado, que é a savana de maior biodiversidade do planeta. Agora, quando nós olhamos a riqueza da biodiversidade, da qual nós estamos muito conscientes hoje e pensamos que, assim como a biodiversidade é uma riqueza, a diversidade religiosa é uma riqueza, a diversidade cultural, de personalidades, de características psicológicas, tudo isso é patrimônio da humanidade. Os diferentes não só podem coexistir em paz. Mais do que isso, por serem diferentes, eles podem criar o que não conseguiriam se fossem idênticos.
Gracioso – Já imaginou, se fôssemos todos iguais, que mundo chato…
Gustavo – Chato e pobre. Não haveria mais nada a descobrir. O J. Roberto falou no Tao Te Ching. Há uma história, possivelmente lendária – mas o que importa é que ela existe e está sendo contato geração após geração por milênios. A história conta que o jovem Confúcio ouviu dizer que o velho grande sábio Lao Tsé estava em vias de partir para o Oeste e vai procura-lo. Segundo consta, Confúcio tinha pouco mais de 30 anos e já tinha carreado um bom número de discípulos, que foram com ele em busca do sábio Lao Tsé. Quando chegam, os discípulos ficam a distância, respeitando o encontro dos dois grandes pensadores. Confúcio abre a conversa, expondo a Lao Tsé os seus ideais de construção de uma sociedade justa, harmônica, etc.. Quando termina, Lao Tsé diz: “O Sr. está louco. Tente levar isso a cabo e o que conseguirá é criar o caos e não a harmonia. Quais as normas que obrigam o Sol a nascer, pontualmente, todo dia sempre e somente a Leste? Que normas obrigam o Sol a se pôr todos os dias, pontualmente, a Oeste? Deixe que o homem evolua livre como o Sol para que ele floresça em harmonia”.
Quando Lao Tsé acaba de dizer isso, Confúcio em silêncio faz uma curvatura agradecendo. Aparentemente, a crítica de Lao Tsé não poderia ter sido mais radical e contundente. Confúcio agradece, sai e quando chega junto aos discípulos, eles perguntam: “Como é Lao Tsé?” Confúcio responde: “É fácil seguir um animal na floresta porque ele deixa um rastro; é fácil seguir um peixe que nada porque ele segue uma direção; é impossível acompanhar um dragão que voa livre nos céus”.
A avaliação nos levaria à conclusão de que o jovem Confúcio reviu inteiramente tudo o que pensava, reconheceu uma tal sabedoria em Lao Tsé. O extraordinário dessa história é que Confúcio continuou perseguindo exatamente o caminha que traçara para si – reverenciado sempre a sabedoria de Lao Tsé. Quando Confúcio abaixa a cabeça e se curva em agradecimento, é porque ele percebeu: “esse homem está certo; eu também. O fato de ele pensar diferente de mim e estar certo não implica em que eu, pensando diferente, precise estar errado. A China precisa de nós dois”.
“…é impossível acompanhar um dragão que voa livre nos céus”. Confúcio disse: “A China precisa de nós dois”.
Gracioso – Que conselho você daria aos nossos homens de negócios, empresários que queiram ir um pouco além do imediatismo, que queiram enriquecer as suas vidas e de suas empresas e, entretanto, como você bem disse, no princípio, não deixar de lado o princípio do lucro, que é importante para que até as boas ações sejam realizadas?
Gustavo – Eu não ousaria chamar de conselho. Eu gostaria de pensar em voz alta com esses empresários a quem vamos nos dirigir e por isso volto àquela frase que intitula a obra do Sr. Matsushita, quando ele diz: “Nós não vivemos, só do pão”. Todos nós precisamos acordar para isso. Só com o pão o ser humano não se realiza plenamente. Não será feliz, não poderá ver florescer quem ele é capaz de ser. Algo sempre faltará se nos restringirmos à busca do pão. As nossas vidas precisam ter um sentido maior, que nos transcenda a nós mesmos como indivíduo e nos mostre que nós participamos da aventura de um tempo – a época que nós vivemos – e trouxemos uma contribuição, que foi útil para além de cada um de nós e a todos aqueles que puderam usufruir disso – seja um sorriso, numa hora difícil, seja um alento, o que quer que nós tenhamos, pelo menos, intentado fazer da melhor maneira possível para que seja útil ao nosso semelhante.
E, na medida em que o vemos, podendo usufruir do que nós soubemos criar, nós descobrimos que nós estamos sendo úteis, nós estamos dando sentido a essa passagem breve por essa condição em que agora nós nos encontramos. Todo ser humano precisa de um sentido maior para a sua vida. E o que eu gostaria de pensar, para as empresas Brasileiras, é que estabeleçam para si altos ideais porque com isso nascerão grandes lucros, confiáveis e perenes; grandes lucros momentâneos são possíveis em grandes ideais, mas serão momentâneos. Só perdurará aquilo que o número cada vez maior de pessoas conseguir olhar, admirar e dizer: “Isso precisa prosseguir existindo”.
JR – Você falou ao empresário, mas eu quero que fale, também, aos nossos estudantes. Nós vemos esses jovens demonstrando interesse na espiritualidade e – muitas vezes – até cobram dos professores. Uma boa parte deles, quando sai à vida, sentem “esfriarem” os seus ideais… O que você teria a dizer a essa juventude que se forma, vai à luta e, de repente, vê que as coisas não são exatamente como eles gostariam que fossem?
Gustavo – A primeira coisa é que a espiritualidade é parceira da materialidade; não é adversaria, antagônica. Ao contrário, é a espiritualidade que pode levar a materialidade à plenitude de sua pujança. Nenhum ser humano atinge a plenitude de si mesmo se não conseguir enxergar um sentido maior no que faz e que se ligue a gerações do futuro através do que lega com a sua existência no presente.
Outra coisa que eu quero dizer aos jovens é que, quando saírem da universidade e encontrarem um mundo aquém do que gostariam, esperavam e desejavam, deem graças por vocês poderem atuar sobre esse mundo, levando a ele tudo o que percebem que falta. Então não se preocupem com o fato de se depararem com um mundo frio, somos nós que lhe traremos o calor; não peçamos a ninguém mais que o faça. Quando descobrirem que o mundo não era o que esperavam, ponham forças para transformá-lo no que vocês sonham. É para isso que estudaram, se preparam e é esse ideal que precisam manter aceso no mundo. Nós – que somos mais velhos – agora – quem tem a chance de fazer são os mais jovens.
Sonhem alto e sonhar alto não significa alimentar ambições desmedidas. Sonhem mais alto que as ambições porque elas são pequenas. Há mais a buscar do que meramente ambicionar êxito, sucesso, fama e fortuna. Quem ambiciona apenas isso ambiciona pouco porque ambiciona o perecível, o que é mortal. E o que há mais a buscar? É sonhar um mundo melhor e ver a possibilidade que cada um de nós tem para fazer com que ele exista.
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Como um exemplo de uma Organização Baseada na Espiritualidade (OBE), vamos refletir sobre a Filosofia de Negócios do Grupo Panasonic, definida em seu site oficial:
Sobre o Grupo Panasonic
Avançando rumo à realização de uma sociedade ideal, com riqueza tanto material quanto espiritual.
Desde a nossa fundação em 1918, nós temos nos dedicado ao “progresso e desenvolvimento da sociedade” e à “melhoria da qualidade de vida em todo o mundo”. Nós continuaremos criando valor ao enfrentar de frente os desafios sociais, com a aspiração de construir uma sociedade ideal, com riqueza tanto material quanto espiritual.
Filosofia Nos Negócios
A missão do Panasonic Group é alcançar “uma sociedade ideal com riqueza tanto material quanto espiritual”, conforme defendido pelo fundador, Konosuke Matsushita, como “prosperidade tanto em termos material quanto riqueza espiritual”. Para alcançar isso, a empresa estabeleceu a sua Filosofia Básica de Negócios como uma forma de aplicar a filosofia de gestão criada por seu fundador, estruturada nos princípios centrais do Objetivo Básico de Gestão, do Credo da Empresa e dos Sete Princípios.
A Nossa Missão
Alcançar “uma sociedade ideal com riqueza tanto material quanto espiritual”.
O Objetivo Básico de Gestão
Reconhecendo as nossas responsabilidades como industriais, nós nos dedicaremos ao progresso e ao desenvolvimento da sociedade e ao bem-estar das pessoas por meio de nossas atividades nos negócios, elevando assim a qualidade de vida em todo o mundo.
O Credo da Empresa
O progresso e o desenvolvimento só são capazes de serem alcançados por meio do esforço conjunto e da cooperação de cada colaborador da nossa empresa. Unidos em espírito, nós nos comprometemos a desempenhar os nossos deveres corporativos com dedicação, diligência e integridade.
Os Sete Princípios
- Contribuição para a Sociedade
- Justiça e Honestidade
- Cooperação e Espírito de Equipe
- Esforço Incansável para a Melhoria
- Cortesia e Humildade
- Adaptabilidade
- Gratidão
Pesquisa no site ChatGPT
Konosuke Matsushita tinha uma visão profundamente filosófica, quase espiritual, sobre o papel das empresas na sociedade. Ele não falava apenas de mente racional, mas de elevação humana, valores, virtude, caráter e propósito.
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Imagem: konrad-dobosz-zxxXEboDtjY-unsplash 22.11.25
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A Espiritualidade nas Empresas trata-se de uma Filosofia cujos Princípios são capazes de ajudar tanto as Pessoas quanto as Organizações.
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