Entrevista concedida à jornalista Renata Perez, da Associação de Estudos Huna (AEH) https://www.huna.org.br/wp/?page_id=75, pelo Dr. Sebastião de Melo (SM), médico psiquiatra, estudioso da Psicofilosofia Huna, com artigos publicados sobre o assunto. Aborda, nesta entrevista, aspectos importantes e esclarecedores sobre o sistema de pensamento da Psicofilosofia Huna.

AEH: Quando e onde se originou a Huna?

SM: Como todo conhecimento antigo, a origem da Psicofilosofia Huna é controvertida, conforme relatam vários autores, entre eles:

  • Max Freedom Long diz que se originou de um povo que partiu do Egito através do Mar Vermelho e que, em canoas, chegou ao Havaí.
  • Serge King diz que se originou de estelares, os quais vieram da Constelação das Plêiades, tendo um dos grupos se estabelecido na Terra, num continente no Oceano Pacífico, o qual era denominado de Mu e seus habitantes de povo de Mu. Este continente submergiu e formou-se a Polinésia. Criaram uma língua que é falada em toda Polinésia.
  • Leinani Melville em seu livro “Children of the Rainbow” diz que “os nativos contavam que os seus ancestrais tinham originariamente descido do céu. Os havaianos primitivos eram do Havai’i. Eles haviam nascido no Havai’i no princípio da era humana. De acordo com os antigos cânticos da criação, foram a primeira raça humana a ocupar essa terra. Os seus primeiros progenitores eram conhecidos como Mu.

    Os Mu conheciam a sua terra natal por diversos nomes. Havai’i agora pronunciado Hawai’i era apenas um deles. Era às vezes chamado de Havai’i – ti – Havai’i, onde a vida surgiu e se desenvolveu.

    Havai’i originariamente, referia-se ao enorme continente que existiu em tempos pré-históricos no Oceano Pacífico e não, ao belo cordão de ilhas esmeraldas que hoje são conhecidas como Ilhas Havaianas. Foi nesse continente perdido, que os extintos Mu viveram. As atuais ilhas, são os antigos picos das montanhas do continente que submergiu, que foi partido em pedaços por terremotos, destroçado por maremotos de vagalhões gigantescos, despedaçados por erupções vulcânicas.

    A tradição foi passada por alguns habitantes de Mu, que sobreviveram ao cataclismo que destruiu a antiga civilização. Esses poucos sobreviventes preservaram as tradições de seus antepassados e as passaram para a geração seguinte. Esse costume continuou por séculos, até mesmo por milhares de anos, até que o Capitão James Cook, o navegador inglês, descobriu os remotos descendentes de Mu, vivendo nas selvas do Havaí.

    O Havai’i era às vezes chamado de A Terra de Rua (Ta aina o Rua). Rua significa crescimento e desenvolvimento pelo fogo. O povo de Mu muitas vezes, chamava a sua terra natal de Ta Rua ou Rani (buraco, ou cratera do céu). Era mais popularmente conhecida como Ta Rua.

    O povo de Mu era definido pelos Tahuna como predecessores, pessoas pequenas, que formaram a primeira civilização do mundo; pessoas silenciosas que se moviam quietamente e trabalhavam sem barulho, pessoas reservadas que preservaram o seu conhecimento em silêncio. Referem-se a eles como uma raça de pessoas lendárias, que viveram no Havai´i, há muito tempo.

    Os homens sábios do antigo Havaí, que criaram o nome Teave, esconderam dentro da sua Huna (abismos profundos) o simbolismo esotérico do seu significado. Baseado em pesquisas e traduções de cânticos antigos fica claro que a denominação foi criada no continente perdido de Mu, hoje conhecido pelo nome científico de Lemúria. Aquele continente hoje submerso, era às vezes, chamado pelos antigos Havaianos, de A grande ilha escondida de Tane. Mais popularmente era conhecida pelos nomes de Ta Rua ou Havai’i-ti, Havai’i, onde a vida surgiu para a existência e expandiu-se em crescimento.

    Os primeiros habitantes daquela terra esquecida eram conhecidos como os Mu. Eles foram os antepassados dos Havaianos de hoje e deram origem à civilização mais antiga do mundo e à sua estrutura religiosa”.
  • James Churchward em seu livro “Continente Perdido de Mu” fala sobre um antigo continente no Oceano Pacífico que era habitado por um povo com uma civilização mais evoluída do que a atual e que submergiu devido a grandes cataclismos por volta de treze mil e quinhentos anos atrás.

    Baseou os seus estudos na tradução de escritas em pranchas feitas de argila, que encontrou num mosteiro na Índia. A escrita era em uma língua praticamente desconhecida. O monge responsável pela guarda desse segredo ensinou-lhe a língua e traduziram juntos todas elas. Posteriormente encontrou em mais de duas mil pedras, escritas na mesma língua, descobertas no México por Nínive, a mesma história das encontradas na Índia.

    Deu a esse continente o nome de “Continente de Mu” e a seus habitantes o nome de “Povo de Mu”. A nosso ver, a teoria de Churchward e de Leinani Melville são as que mais se aproximam das lendas havaianas narradas no Tumuripo – o Livro da Criação -, deixado pelos mestres Kahuna.

AEH: A Huna pode ser considerada uma religião?

SM: A Huna é uma teoria psicofilosófica. Tem um cunho teórico e prático, tratando de todos os assuntos que se referem ao ser humano em sua totalidade, isto é, tanto traz conhecimentos científicos por ter proporcionado às ciências as ideias que desenvolvidas se tornaram conceitos científicos, assim como, aborda situações esotéricas e místicas. Inclui em seu repertório assuntos religiosos sem ser adepta de qualquer doutrina religiosa vigente. Traz em si, um cunho religioso por saber que não é possível desligar o ser humano desse sentido da vida, assim como também do sentido mitológico, presente em todas as épocas da civilização humana.

Os adeptos da Huna podem fazer parte de qualquer religião, ou não. Com o crescimento das ideias Huna, cada um vai desenvolvendo as suas próprias crenças de maneira livre, por sofrer mudanças em seus valores e padrões, que é a finalidade primordial desse conhecimento.

AEH: Por ser uma tradição milenar, como nós podemos introduzi-la no mundo de hoje?

SM: Como acreditamos num processo contínuo do desenvolvimento da humanidade, e, sendo a Huna para nós, a mais antiga e evoluída de todas as civilizações, ela simplesmente vem fazendo com que o ser humano descubra, aos poucos, através das reencarnações sucessivas, os mistérios da natureza e de sua própria grandeza.

Como o foco principal da Huna é a mudança de padrão para crescimento e evolução do homem, ela estará sempre atualizada e indicando rumos para uma humanidade mais evoluída, mas que tenha como fator principal de sua evolução o amor compartilhado, o único capaz de trazer felicidade, paz e tranquilidade a todos os povos.

Ela já vem por seus princípios sendo introduzida paulatinamente sem ferir a liberdade de pensar do homem. Não cremos que o desenvolvimento científico e tecnológico por si só possa dar ao homem as condições de ser feliz. Para isso é necessário que repense os seus valores e descubra aos poucos que a felicidade não está no desenvolvimento exterior, mas sim, no despertar interior de sua condição de herdeiro do Criador Supremo.

As transformações pelas quais passa o mundo atualmente estão conduzindo os homens cada vez mais à busca de seu interior, mesmo que nós tenhamos dirigentes importantes que caminham num sentido diferente por não terem ainda a percepção real do que é se sentir realmente feliz.

Quem pratica a Huna despertando em si uma fé que conduz a uma crença sem dúvidas, sente-se perfeitamente apto para desenvolver bem as suas atividades como ser humano, cidadão e um operário da natureza que é a manifestação natural da divindade entre nós.

AEH: Quais são os princípios básicos?

SM: O princípio básico da Psicofilosofia Huna é não ferir, isto é, não causar sofrimento a si mesmo, aos outros e à natureza.

Nós podemos evitar isso não nos omitindo nas situações que exigem de nós atitudes coerentes, que promovam o nosso equilíbrio e do meio em que nós vivemos. Nós não devemos nos exceder em ocasiões em que depende de nós um bom senso para que tudo transcorra serenamente. Nós não podemos permitir que sejamos usados para ações que causem prejuízos por exacerbação delas.

Qualquer ação que nós pratiquemos depende de uma intenção; assim, é a intenção a mãe de todos os problemas e virtudes que acontecem. Nós concluímos então, que é na intenção que está tudo que nós praticamos na vida e é nela que nós devemos focalizar toda a nossa atenção para que não caiamos na omissão ou no excesso que nos conduzem ao desequilíbrio físico e mental, quando nós praticamos ações que provocam sofrimento e danos a nós mesmos e em geral.

Assim sendo, é a intenção o alvo de nosso “orai e vigiai” para que nós possamos crescer e evoluir na constante busca da felicidade. A Huna tem princípios e ensinamentos que nos ajudam nessa busca de uma maneira mais suave e simples, deixando de ser o sofrimento o paradigma de crescimento e evolução.

AEH: O senhor poderia enumerar os elementos que formam o conceito Huna?

SM: Para enumerar esses elementos conceituaremos a Huna em três partes: uma teórica, uma prática e uma mitológica.

Teórica

A teórica nos diz que o ser humano é formado de três espíritos ou aspectos independentes entre si, mas interligados nas ações, quando um depende do outro para se desenvolverem e de um corpo físico quando reencarnados.

Existe uma energia que chamamos de “mana” que é o elemento de coesão entre os três, tendo cada um a sua própria mana.

O corpo é uma imagem manifestada dessa coesão por meio de uma substância. Essa substância de origem divina permeia todo o universo e em consonância com a mana torna possível as manifestações – a qual se denomina “substância aka”.

Para que isso ocorra, cada espírito possui um corpo-aka que lhe é peculiar e tem funções determinadas. Sendo a Huna uma teoria de transformações, costumamos denominar cada um desses elementos pelos seus nomes na Língua Havaiana.

Esses conceitos chegaram até nós por intermédio dos estudos de Max Freedom Long, Serge King e outros que buscaram na antiga tradição havaiana os elementos teóricos. Essa conceituação teórica se sintetiza na prática no que se denomina “Prece Ação”.

Como todo sistema é arbitrário e relativo por ser interpretativo, a Huna também o é. Isso nos dá a liberdade de nós sermos ou não adeptos da Huna, conforme a nossa interpretação desses ensinamentos.

Prática

Na parte prática, nós temos entre outros elementos, a Prece Ação já citada acima, com a qual obtemos bons resultados. Ela é usada principalmente, para curas e alívio de qualquer tipo de sofrimento. Obtemos resultados eficazes, pelo fato de trazer um enfoque diferente de como se deve fazer uma prece. Isso só se torna possível depois de conhecermos os conceitos da Huna. A leitura atenta e livre dos Evangelhos nos mostra que esses princípios da Huna não foram esquecidos por Jesus.

A parte prática da Huna está concentrada no Xamanismo. O Xamanismo ensinado pela Huna refere-se ao Xamanismo Havaiano. Tudo começou quando se reuniram grandes mestres Kahuna para sintetizarem os ensinamentos em alguns princípios que pudessem traduzir o pensamento e as atitudes que deveriam ter aqueles que se dedicassem a usar a Huna como prática de vida.

O termo Xamã deriva da Língua Tungue falada na Sibéria e hoje está mundialmente difundida como significando Curandeiro.

Em havaiano, segundo Serge King a palavra para Xamã é Kupua e define Xamã como um Curandeiro de relacionamentos entre a mente e o corpo, entre pessoas e o ambiente, entre seres humanos e a natureza e entre a substância e o espírito. É um cocriador.

Os mestres kahuna sintetizaram em sete os princípios, aos quais juntaram atributos, talentos e cores.

São eles:

Os Sete Princípios Xamânicos, os seus Corolários e os seus Atributos

1º. Ike – O mundo é o que você pensa que é.

Corolário: Tudo é um sonho. Todos os sistemas são arbitrários. Utilização do poder do pensamento.

Cor: branca

2º. Kala – Não há limites.

Corolário: Tudo está interligado. Tudo é possível. Separação é apenas uma ilusão útil. Utilização das ligações energéticas.

Cor: vermelha

3º. Makia – A energia segue o fluxo do pensamento.

Corolário: A atenção segue o fluxo energético. Tudo é energia. Utilização do fluxo de energia.

Cor: laranja

4º. Manawa – O seu momento de poder é agora.

Corolário: Tudo é relativo. Utilização do momento presente.

Cor: amarela

5º. Aloha – Amar é compartilhar.

Corolário: O amor aumenta quando o julgamento diminui. Tudo está vivo, atento e reativo. Utilização do poder do amor.

Cor: verde

6º. Mana – Todo poder vem de dentro.

Corolário: Tudo tem poder. O poder vem da permissão (da criação). Utilização do poder da permissão (da criação).

Cor: azul

7º. Pono – A efetividade é a medida da verdade.

Corolário: Existe sempre outra forma de se fazer algo. Utilização do poder da flexibilidade.

Cor: lilás

A cada princípio, corresponde um atributo; representam qualidades especiais a serem desenvolvidas e são percebidos de maneira diferente do que comumente fazemos.

Os princípios e seus Talentos são:

1º. Ike – Visão; é uma maneira diferente de se perceber as coisas; é a visão metafísica da realidade.

A visão comum das coisas chama-se Ike Papakahi; é a visão do primeiro nível.

A visão metafísica chama-se Ike Papalua; é a maneira de se perceber a realidade atuando num segundo nível, de onde se controla o primeiro.

2º. Kala – Esclarecimento; é a maneira que se tem para agir fazendo com que se consiga claramente a união do seu eu com o universo; é a transformação do homem em um ser holístico.

3º. Makia – Focalização; focalizar em sua mente as suas intenções, objetivos, metas e propósitos é uma maneira de se conseguir uma revisão permanente de suas motivações, o que lhe dá maior eficiência em suas ações e uma maior capacidade de superar frustrações. Isso é possível quando se consegue sentir que na focalização existe uma segunda situação, que só é percebida, quando a percepção se torna inconsciente transformando a linguagem de analítica em intuitiva. Nessa fase não há separação: nós somos o todo.

4º. Manawa – Presença; sendo o presente o nosso tempo, o aqui/agora e o agora/aqui são situações das quais tiramos todo proveito para o nosso entendimento e compreensão e quanto mais atentos estivermos, mais presentes nós nos faremos e mais frutos nós colheremos de nossas ações.

5º. Aloha – Bênção; em todas as nossas intenções, atitudes e ações, se nós conseguirmos reforçar o bem presente ou potencial, quer pela palavra, imagem ou ação, nós poderemos sentir a bondade, enxergar a beleza e apreciar a perícia com que se age. Assim, nós estaremos abençoando. O Xamã age de maneira diferente porque é capaz de abençoar o bem potencial através de desejos de sucesso às pessoas a quem se dirige.

6º. Mana – Permissão; para que qualquer coisa tenha poder, é necessário que nós lhe atribuamos este poder que queremos transmitir, isto é, nós autorizamos que tenha este poder. Isto pode ser feito com pessoas e objetos. Só se consegue isto com a energização do que nós queremos atribuir poder.

Assim como nós podemos dar poder, também nós podemos tirar.

O Xamã guerreiro personifica o mal lhe dando poder, aprendendo como conquistá-lo. O Xamã aventureiro tira o poder do mal despersonificando-o e aprendendo sobre ele, conseguindo a harmonia, fazendo assim, que o mal desapareça.

7º. Pono – Tecelão de sonhos; o Xamã tece os seus próprios sonhos desenvolvendo as suas habilidades e assim, poderá ajudar os outros a tecerem os seus sonhos. Ele usa esta habilidade para fazer as suas curas que têm um sentido diferente das curas comuns. Por exemplo, um massagista, massageando o corpo de um paciente está usando as suas mãos para curar o corpo físico do paciente. O Xamã massagista, massageando, estará usando o corpo físico como ferramenta para tecer um novo sonho e curar o espírito. São duas situações em que as ações são semelhantes, mas as intenções e atitudes são diferentes.

No primeiro caso, houve uma cura corporal e no segundo, ao tecer um sonho, propiciou uma cura física e mental; provocou uma modificação espiritual que manterá o indivíduo com novas intenções e atitudes de vida criando uma nova crença.

Esta situação é eficiente e a eficiência está na capacidade do Xamã de tecer sonhos e das mudanças sofridas que manterão o indivíduo com as suas novas crenças.

Cremos que aí está a diferença dos dois termos utilizados na Língua Inglesa: “to cure” e “healing”; a primeira é a resposta de cura do massagista por uma ação corporal e a segunda é a resposta de cura do Xamã que provocou a reformulação de memórias.

Pela descrição nós vemos que o Xamã Havaiano é um Xamã diferente, inclusive por só usar a mente e o corpo em suas práticas.

O seu trabalho engloba jogos com vários simbolismos, assim como o uso de cores como símbolos de luz sagrada e com poderes.

Mitológica

A parte mitológica deve-se principalmente a Leinani Melville que nos traz o Panteão dos doze principais deuses da mitologia Havaiana, destacando-se um Criador Supremo e um Deus manifestado como o Seu Filho.

Cremos ser uma mitologia monoteísta que cria o seu panteão de deuses, como algumas religiões monoteístas criam os seus anjos, santos e profetas, como seres diferenciados ou iluminados.

A Huna tem um livro sagrado, o Tumuripo (Livro da Criação) de onde derivaram as suas crenças, leis e normas de conduta e também várias lendas que mostram a história desse povo do antigo Havai’i.

AEH: Há alguma simbologia ou objetos que auxiliam esta prática?

SM: A simbologia é muito rica e de acordo com os princípios teóricos dá-se poder a objetos e coisas que podem ser usados como símbolos para a prática dos rituais Xamânicos. Isso auxilia muito a focalização para se obter o desejado na prática das ações.

AEH: Qual a relação dos princípios Xamânicos Havaianos com a Huna?

SM: Os princípios Xamânicos Havaianos são elementos fundamentais em determinadas práticas da Huna, mas a prática da Huna não está toda subordinada, exclusivamente, a esses princípios. De nada adiantam os princípios se não tivermos uma fé e uma crença que sustente a nossa vontade ao praticar determinadas ações que conduzem a nossa vida e muitas dessas situações dependem do conhecimento de outros aspectos da teoria Huna.

AEH: A Huna pode ser estudada e praticada por qualquer pessoa? Quais são as condições necessárias para isso?

SM: Qualquer estudo ou prática na vida depende de algum conhecimento teórico intelectualizado ou de um aprendizado que nos dê uma condição de fé e crença. O sol é o mesmo para todos e a prática da Huna só depende da vontade de aprender a fazer o bem através de um conhecimento simples trazido até nós pelos mestres Kahuna.

AEH: Há uma figura de mestre ou sacerdote que apresenta os diferentes elementos às pessoas e as auxilia em suas vidas?

SM: A Huna não tem uma teologia própria e, por isso, carece de teólogos ou iluminados que a dirija. É natural que existam pessoas com um conhecimento maior e que podem ajudar os iniciantes, orientando-os em seus estudos e em suas práticas, desde que assim o desejem. Não há donos da verdade nem guias espirituais responsáveis por núcleos de estudos e práticas e, sim, coordenadores que dirigem uma Associação que é regida por estatutos e escolhidos democraticamente em eleições, pelo menos no Brasil.

AEH: De que forma esses conceitos podem mudar a vida de uma pessoa?

SM: A única forma de se mudar a vida de uma pessoa é quando ela realmente se dispõe a isso, quando ela busca a ajuda de pessoas de boa vontade, que estão dispostas a crescer e sabem que para isso a visão que têm do mundo deverá ser modificada.

Uma dessas modificações se dá através das ações, que praticadas, mudam as condutas contribuindo para que os valores e padrões sejam revistos, reformulando as memórias que trarão pensamentos dentro de um novo pensar.

Para isso, os conceitos e princípios da Huna podem ajudar em muitos aspectos, dando às pessoas uma visão diferente de si mesmas, o que trará como resultado uma nova visão do mundo que a circunda.

Já dizia Jesus: “Procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á”.

AEH: Os Xamãs trabalham aspectos psicológicos, tanto racionais como emocionais. Neste conceito entra também a fé?

SM: A fé entra em qualquer situação humana onde há uma ação. Não há disposição para qualquer atitude sem uma fé que a impulsione. Quando falamos de fé não estamos falando de crença religiosa, cientifica ou de quaisquer outras, mas sim, de uma atitude interior que impulsiona o ser numa determinada direção, seja ela boa ou má para quem a pratica.

A fé já é uma situação psicológica criada para determinado sentido, o que pode contribuir para a percepção de novos conceitos e valores e é nisso que o Xamã trabalha essencialmente. Ele cria novos sonhos para a pessoa e interage com ela, recebendo assim, novos conhecimentos os quais o estarão também ajudando. É a busca de uma cura mútua pela introdução de novos sonhos de vida que transformarão os dois. É nessa mútua doação que entra o amor (Aloha). O amor compartilhado que torna o ser feliz pela renovação ocorrida. Esse é o papel daquele que teve a felicidade de se tornar um Xamã.

AEH: Como os estudiosos da Huna vêem Deus?

SM: Deus é uma realidade que foge ao nosso entendimento; nós não conseguimos apreender a Causa Primeira e, por isso, nós não deveríamos ter tanta preocupação em buscá-Lo, mas sim, conseguir uma maneira de viver e sentir que, se formos capazes de uma fé do tamanho de um grão de mostarda, nós removeremos montanhas e, que se nosso agir, pensar e sentir estiver no caminho da retidão, Ele virá ao nosso encontro como uma bênção e nos ajudará a remover as nossas montanhas internas. Ele é o Supremo Ser, o que soprou vida no universo criando tudo e todos e as Suas leis estão manifestadas em tudo.

A nossa função é dar os passos no caminho que nós descobriremos ao abrir as nossas mentes para que o Eu Superior, que faz parte do ser humano possa atuar em benefício de nosso crescimento e evolução.

Sendo criados à Sua imagem e semelhança nada temos a temer a não ser permanecermos na inanição que a nada conduz.

Existe um Deus na mitologia Havaiana do qual falamos, mas não devemos confundir esse Deus com o das doutrinas religiosas vigentes que é pai, mas também é um ser que nos pressiona obrigando-nos ao medo, que conduz à culpa e causa sofrimento. Deus não pode ser alguém que nos leva ao sofrimento para depois nos proporcionar o prazer.

A nossa intenção deve ser focalizada no sentido de procurarmos harmonizar o nosso Subconsciente (Unihipili) com o Consciente (Uhane), não nos preocupando com as coisas que nós julgamos ser transcendentais, a não ser, aqueles que já adquiriram uma compreensão maior de si mesmos e são capazes de vislumbres do Eu Superior (Aumakua).

Essa é a situação de quem conseguiu a paz e a harmonia entre Subconsciente (Unihipili) e Consciente (Uhane) e que agora poderá sentir o que Jesus disse: “Se dois viverem em paz e harmonia na mesma casa, dirão à um monte “sai daqui!” – e ele sairá.” Esse tornou-se um simples transeunte na vida.

Imagem karsten-winegeart-fd1cQ3mmBTE-unsplash.jpg – Kauai

A quarta maior ilha do Havaí e também a mais a norte, Kauai é famosa pelas exuberantes florestas tropicais e pela costa acidentada, sendo apelidada de “a ilha dos jardins”.

Referências bibliográficas da OREM1

  • André Biernath – repórter na Revista Saúde – Grupo Abril  – artigo sobre o filme “Divertida Mente”, que aborda inteligentemente a questão das memórias armazenadas;
  • Bert Hellinger e Gabriele Tem Hövel – livro “Constelações Familiares – O Reconhecimento das Ordens do Amor”;
  • Bruce Lipton – livro “A Biologia da Crença“;
  • Carol Gates e Tina Shearon – livro “As You Wish” (tradução livre: “Como você desejar”);
  • Ceres Elisa da Fonseca Rosas – livro “O caminho ao Eu Superior segundo os Kahunas” – Editora FEEU;
  • Charles Seife – livro “Zero: A Biografia de Uma Ideia Perigosa” (versão em inglês “Zero: The Biography of a Dangerous Idea”;
  • Curso “Autoconhecimento na Prática online – Fundação Estudar” https://www.napratica.org.br/edicoes/autoconhecimento;
  • Dan Custer – livro “El Milagroso Poder Del Pensamiento” (tradução livre: “O Miraculoso [Incrível] Poder Do Pensamento”);
  • David V. Bush – livro “How to Put The Subconscious Mind to Work” (tradução livre: “Como Colocar a Mente Subconsciente para Trabalhar”);
  • Dr. Alan Strong – artigo denominado “The Conscious Mind — Just the Tip of the Iceberg” (tradução livre: “A Mente Consciente – Apenas a Ponta do Iceberg”), no site www.astrongchoice.com;
  • Dr. Amit Goswami – livro “O Universo Autoconsciente – como a consciência cria o mundo material”;
  • Dr. Benjamin P. Hardy, psicólogo organizacional, autor do livro “Willpower Doesn’t Work” (Tradução livre: “Força de Vontade Não Funciona”), em artigo no site https://medium.com/the-mission/how-to-get-past-your-emotions-blocks-and-fears-so-you-can-live-the-life-you-want-aac362e1fc85Sr;
  • Dr. Bruce H. Lipton – livro “A Biologia da Crença”;
  • Dr. Deepak Chopra – livro “Criando Prosperidade”;
  • Dr. Gregg Braden – livro “A Matriz Divina”;
  • Dr. Helder Kamei – site http://www.flowpsicologiapositiva.com/ – Instituto Flow;
  • Dr. Joe Dispenza – livro “Breaking the Habit of Being Yourself – How to Lose Your Mind and Create a New One” (tradução livre: “Quebrando o Hábito de Ser Você Mesmo – Como Liberar Sua Mente e Criar um Novo Eu”);
  • Dr. Kenneth Wapnick – transcrição de sua palestra denominada “Introdução Básica a Um Curso em Milagres”;
  • Dr. Maxwell Maltz – livro “The New Psycho-Cybernetics” (tradução livre: “A Nova Psico-Cibernética”);
  • Dr. Nelson Spritzer – livro “Pensamento & Mudança – Desmistificando a Programação Neurolinguística (PNL)”;
  • Dr. Richard Maurice Bucke – livro ‘Consciência Cósmica’;
  • Dr. Serge King – livro “Cura Kahuna” (Kahuna Healing);
  • Francisco Cândido Xavier – livro “No Mundo Maior” (ditado pelo espírito Dr. André Luiz);
  • Francisco do Espírito Santo Neto – livro “Os Prazeres da Alma” (ditado pelo espírito Hammed);
  • Gerald Zaltman – Professor da Harvard Business School – livro “How Customers Think” (tradução livre: “Como Pensam os Consumidores”);
  • Henry Thomas Hamblin – livro “Within You Is The Power” (tradução livre: “Dentro de VOCÊ Está O Poder”);
  • Hermínio C. Miranda – livro “O Evangelho de Tomé”;
  • James Redfield – livro “A Profecia Celestina”;
  • Jens Weskott – artigo “Bem-vindo Subconsciente – Graças ao Ho’oponopono”, site da Associação de Estudos Huna disponível no link https://www.huna.org.br/wp/?s=jens;
  • Joe Vitale – livro “Limite Zero”;
  • Joel S. Goldsmith – livro “O Despertar da Consciência Mística”;
  • John Assaraf – artigo ratificando que somos todos seres perfeitos de Luz está disponível no site http://in5d.com/the-world-of-quantum-physics-everything-is-energy/;
  • John Curtin – Webinario sobre Ho’oponopono – site Sanación y Salud http://www.sanacionysalud.com/
  • Joseph Murphy – livro “The Power of Your Subconscious Mind” (tradução livre: “O Poder de Sua Mente Subconsciente”);
  • Kenneth E. Robinson – livro “Thinking Outside the Box” (tradução livre: “Pensar Fora da Caixa”);
  • Kristin Zambucka, artista, produtora e autora do livro “Princess Kaiulani of Hawaii: The Monarchy’s Last Hope” (tradução livre: “Princesa Kaiulani do Havaí: A Última Esperança da Monarquia”);
  • Leonard Mlodinow – livro “Subliminar – Como o inconsciente influencia nossas vidas” – do ano de 2012;
  • Livro “Um Curso em Milagres” – 2ª edição – copyright 1994 da edição em língua portuguesa;
  • Louise L. Hay – livro “You Can Heal Your Life – (tradução livre: “Você Pode Curar Sua Vida”);
  • Malcolm Gradwell – livro “Blink: The Power of Thinking without Thinking” (Tradução livre: “Num piscar de olhos: O Poder de Pensar Sem Pensar”);
  • Marianne Szegedy-Maszak – edição especial sobre Neurociência publicada na multiplataforma “US News & World Report”, destacando o ensaio “Como Sua Mente Subconsciente Realmente Molda Suas Decisões”;
  • Max Freedom Long – livro “Milagres da Ciência Secreta”;
  • Napoleon Hill – livro “The Law of Success in Sixteen Lessons” (tradução livre: “A Lei do Sucesso em Dezesseis Lições”);
  • Osho – livro “The Golden Future” (tradução livre: “O Futuro Dourado”);
  • Osho – livro “From Unconsciousness to Consciousness” (tradução livre “Do Inconsciente ao Consciente”);
  • Osho – livro “Desvendando mistérios”;
  • Paul Cresswell – livro “Learn to Use Your Subconscious Mind” (tradução livre: “Aprenda a Usar a Sua Mente Subconsciente”);
  • Paulo Freire, educador, pedagogo, filósofo brasileiro – livro “A Psicologia da Pergunta”;
  • Platão – livro “O Mito da Caverna”;
  • Richard Wilhelm – livro “I Ching”;
  • Sanaya Roman – livro “Spiritual Growth: Being Your Higher Self (versão em português: “Crescimento Espiritual: o Despertar do Seu Eu Superior”);
  • Sílvia Lisboa e Bruno Garattoni – artigo da Revista Superintessante, publicado em 21.05.13, sobre o lado oculto da mente e a neurociência moderna.
  • Site da Associação de Estudos Huna https://www.huna.org.br/ – artigos diversos.
  • Site www.globalmentoringgroup.com – artigos sobre PNL;
  • Site Wikipedia https://pt.wikipedia.org/wiki/Ho%CA%BBoponopono, a enciclopédia livre;
  • Thomas Troward – livro “The Creative Process in the Individual” (tradução livre: “O Processo Criativo no Indivíduo”);
  • Thomas Troward – livro “Bible Mystery and Bible Meaning” (tradução livre: “Mistério da Bíblia e Significado da Bíblia”);
  • Tor Norretranders – livro “A Ilusão de Quem Usa: Reduzindo o tamanho da Consciência” (versão em inglês “The User Illusion: Cutting Consciousness Down to Size”);
  • Wallace D. Wattles – livro “A Ciência para Ficar Rico”;
  • William Walker Atkinson – livro: “Thought Vibration – The Law of Attraction in the Thought World” (tradução livre: “Vibração do Pensamento – A Lei da Atração no Mundo do Pensamento”) – Edição Eletrônica publicada em 2015;
  • Zanon Melo – livro “Huna – A Cura Polinésia – Manual do Kahuna”;
Muda…

A chuva de bênçãos derrama-se sobre mim, nesse exato momento.
A Prece atinge o seu foco e levanta voo.
Eu sinto muito. Por favor, perdoa-me. Eu te amo. Eu sou grato.
Está feito! Aloha.

Autor

Graduação: Engenharia Operacional Química. Graduação: Engenharia de Segurança do Trabalho. Pós-Graduação: Marketing - PUC/RS. Pós-Graduação: Administração de Materiais, Negociações e Compras - FGV/SP. Blog Projeto OREM® - Oficina de Reprogramação Emocional e Mental - O Blog aborda quatro sistemas de pensamento sobre Espiritualidade Não-Dualista, através de 4 categorias, visando estudos e pesquisas complementares, assim como práticas efetivas sobre o tema: OREM1) Ho’oponopono - Psicofilosofia Huna. OREM2) A Profecia Celestina. OREM3) Um Curso em Milagres. OREM4) A Organização Baseada na Espiritualidade (OBE) - Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT). Pesquisador Independente sobre Espiritualidade Não-Dualista como uma proposta inovadora de filosofia de vida para os padrões Ocidentais de pensamentos, comportamentos e tomadas de decisões (pessoais, empresariais, governamentais). Certificação: “The Self I-Dentity Through Ho’oponopono® - SITH® - Business Ho’oponopono” - 2022.

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