Buscamos inspiração para desvendar esse revelador e importante tema (entre tantos outros no Curso) sob a ótica do sistema de pensamento de Um Curso em Milagres, no professor, pesquisador e divulgador David Hoffmeister, através de seu artigo “Levels of Mind: Looking at the ‘Layers’ of Mind that form Perception” (“Níveis da Mente: Olhando para as ‘Camadas’ da Mente que formam a Percepção”), que transcrevemos trechos em tradução livre para a nossa reflexão e entendimento.
O artigo completo poderá ser acessado através do site Teacher of Teachers’ https://miracleshome.org/publications/levelsofmind.htm.
“O mundo que você vê é um reflexo do seu desejo. Um mapa dos níveis da mente de desejo, crença, pensamento, emoção e percepção. O Espírito Santo consistentemente traz tudo percebido na tela de volta para a mente, onde pode ser visto como o que é: a imagem exagerada dos falsos pensamentos/crenças da mente. O Espírito Santo vê apenas a integridade, todas as coisas trabalhando juntas para o bem e apenas duas ordens de pensamento: amor ou um pedido de amor. Quando o sistema de pensamento do Espírito Santo tem a fidelidade da mente, ele está em paz e a paz de espírito é o objetivo da vida. Em um estado de sono ou de ‘sem mente’, a percepção é muito duvidosa e muda continuamente. Em um estado de alerta ou atenção plena, há consciência e desapego dos pensamentos do ‘ego’ e a mente vê tudo e todos de forma diferente. À medida que a mente muda, a percepção muda e o mundo é visto de forma diferente de como era antes.
Parte 1 – Diagrama – Níveis da Mente
Parte 2 – Introdução aos Níveis da Mente
Parte 3 – Pontos chave dos Cinco Níveis da Mente
Parte 4 – Os Cinco Níveis da Mente – Percepção/Emoção/Pensamento/Crença/Desejo
Parte 5 – Não Procure Fora de Você Mesmo
Introdução aos Níveis da Mente e ao Diagrama – Níveis da Mente
Por que uma mente clara é importante
Você não conhece o significado do amor e essa é a sua deficiência. Não tente ensinar a si mesmo o que você não entende e não tente estabelecer metas curriculares onde as suas claramente falharam.
O seu objetivo de aprendizagem não tem sido aprender e isso não pode levar a uma aprendizagem bem-sucedida. Você não pode transferir o que não aprendeu e o comprometimento da capacidade de generalizar é uma falha de aprendizagem crucial.
Você perguntaria àqueles que não conseguiram aprender para que servem os auxílios à aprendizagem? Eles não sabem.
Se pudessem interpretar os recursos corretamente, teriam aprendido com eles. (T.12.V.6.7)
Por que aprendemos o Curso? – Pela paz que vem com a estabilidade da percepção verdadeira (ausência de nivelamento).
O pensamento do ego sustenta a crença na separação ao ver a vitimização, a competição, os corpos e tudo o que compreende o autoconceito como reais.
O ego confunde a mente sobre causa (conteúdo) e efeito (forma); distrai a mente de si mesma (conteúdo), chamando a sua atenção para imagens na tela (forma).
O Espírito Santo sempre traz tudo percebido na tela de volta para a mente, onde pode ser visto como o que é: a imagem exagerada dos falsos pensamentos/crenças da mente.
O Espírito Santo vê apenas integridade, todas as coisas trabalhando juntas para o bem e apenas duas ordens de pensamento: amor ou um pedido de amor.
Quando o sistema de pensamento do Espírito Santo tem a fidelidade da mente (lealdade), ele está em paz. E a paz de espírito é o objetivo da vida.
Em um estado de sono ou ‘sem mente’, a minha percepção é muito duvidosa e muda continuamente.
Em um estado de alerta ou plena consciência, eu posso estar ciente e desprender-me dos pensamentos do ‘ego’ e ver tudo e todos de modo diferente.
Quando a minha mente muda, a minha percepção muda e o mundo que vejo é diferente de como via antes.
Pontos Chave dos Cinco Níveis da Mente
Mente – A Mente está além dos níveis, a Mente é.
A mente alcança a si mesma. Ela não é feita de partes diferentes que alcançam umas às outras. Ela não sai para o lado de fora. Dentro de si mesma não tem limites e nada há fora dela. Ela abrange todas as coisas. Abrange inteiramente a ti, tu dentro dela e ela dentro de ti. Não há nenhuma outra coisa, em lugar nenhum ou tempo algum. (T-18.VI.8:5-11)
O corpo está fora de ti e apenas parece cercar-te, fechando-te para os outros e mantendo-te à parte deles e eles à parte de ti. Ele não existe. Não existe nenhuma barreira entre Deus e o Seu Filho e nem pode o Filho estar separado de Si mesmo, exceto em ilusões. Essa não é a sua realidade, embora ele acredite que seja. (T-18.VI.9:1-4)
A completa abstração é a condição natural da mente. Mas parte dela agora não é natural. Ela não olha para tudo como um só. Ao invés disso, vê fragmentos do todo, pois só assim poderia inventar o mundo parcial que tu vês. O propósito de tudo o que vês é o de te mostrar o que desejas ver. A audição só traz à tua mente os sons que ela quer ouvir. (LE-pI.161.2:1-6)
Assim foi feita a especificidade. E agora, é a especificidade que temos que usar na nossa prática. Nós a damos ao Espírito Santo, para que Ele possa emprega-la com um propósito que é diferente daquele que lhe demos. Contudo, Ele não pode usar nada além do que fizemos para ensinar-nos de um ponto de vista diferente, para que possamos ver uma utilidade diferente em tudo. (LE-pI.161.3:1-4)
Um irmão é todos os irmãos. Cada mente contém todas as mentes, pois todas as mentes são uma só. Tal é a verdade. Mas estes pensamentos fazem com que o significado da criação fique claro? Estas palavras trazem com elas perfeita clareza para ti? O que podem aparentar ser senão sons vazios, belos talvez, corretos em sentimento, mas fundamentalmente incompreendidos e incompreensíveis. A mente que ensinou a si mesma a pensar de modo específico não pode mais apreender a abstração no sentido de que ela abrange todas as coisas. Precisamos ver um pouco para aprendermos muito. (LE-pI.161.4:1-8)
Sentimos que parece ser o corpo que limita a nossa liberdade, que nos faz sofrer e que no final apaga a nossa vida. Entretanto, corpos não passam de símbolos de uma forma concreta de medo. O medo sem símbolos não exige nenhuma resposta, pois símbolos podem representar o que não tem significado. O amor não precisa de símbolos, sendo verdadeiro. Mas o medo, sendo falso, se prende às especificidades. (LE-pI.161.5:1-5).
Desejo
Tu vais lembrar-te de tudo no instante em que desejares totalmente, pois se desejar totalmente é criar, o exercício da tua vontade terá afastado para longe a separação e ao mesmo tempo terá feito a tua mente retornar para o teu Criador e as tuas criações. Conhecendo-as, não sentirás desejo de dormir, mas apenas desejo de estar desperto e ser contente. Os sonhos serão impossíveis, porque só vais querer a verdade e sendo afinal a tua vontade, ela será tua. (T-10.I.4:1-3).
Crença
Pensa no amor dos animais por suas crias e na necessidade que sentem de protege-las. Isso se dá porque as consideram como parte de si mesmos. Ninguém despede algo que considera parte de si mesmo. Tu reages ao teu ego de modo parecido com o que Deus reage às Suas criações – com amor, proteção e caridade. Tuas reações ao ser que tu fizeste não são surpreendentes. De fato, elas se parecem de muitas maneiras ao modo como um dia reagirás às tuas criações reais, que são tão intemporais quanto tu és. A crença é uma função do ego e na medida em que a tua origem está aberta à crença, tu a estás considerando do ponto de vista do ego. Quando o ensino não for mais necessário, meramente conhecerás a Deus. Acreditar que existe uma outra forma de perceber é a ideia mais elevada de que o pensamento do ego é capaz. Isso porque ela contém um sinal do reconhecimento de que o ego não é o Ser. (T-4.II.4:1-11)
A crença produz a aceitação da existência. (T-1.VI.4:4)
Tu acreditas no que fazes. (T-1.VII.3:8)
Tu ainda acreditas que é uma imagem da tua própria feiura. (T-3.VII.4:10)
A crença é uma função do ego e na medida em que a tua origem está aberta à crença, tu a estás considerando do ponto de vista do ego. (T-4.II.4:8)
Acreditar que existe uma outra forma de perceber é a ideia mais elevada de que o pensamento do ego é capaz. (T-4.II.4:10)
Nenhuma crença é neutra. Todas têm o poder de ditar cada decisão que tomas. Pois uma decisão é uma conclusão baseada em todas as coisas nas quais acreditas. (T-24.in.2:3-5)
Pensamento
Pensamentos podem representar o nível mais baixo ou corporal da experiência, ou o nível mais alto ou espiritual da experiência. Um faz o físico e o outro cria o espiritual. (T.1.I.12:2-3)
A verdade é que és responsável pelo que pensas, porque é só nesse nível que podes exercitar a escolha. (T-2.VI.2:6)
Os pensamentos não são grandes ou pequenos, poderosos ou fracos. Eles são apenas verdadeiros ou falsos. (LE-pI.16.1:4-5)
A ordem dos pensamentos:
A tua capacidade de dirigir o teu pensamento da forma que escolhestes é parte do poder que ele tem. Se não acreditas que podes fazer isso, negaste o poder do teu pensamento e assim o tornaste impotente em tua crença. (T-7.VI.2:6-7)
Emoção
Tens apenas duas emoções [amor e medo], uma feita por ti [medo] e outra que te foi dada [amor]. Cada uma é um modo de ver e mundos diferentes nascem em função de suas óticas diferentes. (T-13.V.10:1-2)
Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino. (LE-pI.5.Título)
Eu estou transtornado porque vejo um mundo sem significado. (LE-pI.12.Título)
Eu posso escapar do mundo que vejo desistindo dos pensamentos de ataque. (LE-pI.23.Título)
À medida em que te aproximas do Começo, sentes o medo da destruição do teu sistema de pensamento sobre ti como se fosse o medo da morte. (T-3.VII.5:10)
Que escutas a voz do teu ego, é demonstrado pelas tuas atitudes, os teus sentimentos e o teu comportamento. (T-4.IV.1:2)
Percepção
O que a percepção vê e ouve parece ser real porque ela permite à consciência no nível da realidade somente o que obedece os desejos de quem percebe.
A percepção é um espelho, não um fato. E o que enxergo é o meu estado mental, refletido fora de mim. (LE-pII.304.1:3-4)
Julga pelos teus próprios sentimentos se tens feito isso bem, pois esse é o único uso acertado do julgamento. (T-4.IV.8:6)
Os cinco níveis da mente
Percepção
Prefácio: O que a percepção vê e ouve parece ser real porque permite à consciência no nível da realidade somente o que obedece os desejos de quem percebe. Isso leva a um mundo de ilusões, um mundo que precisa de defesa constante precisamente porque não é real.
O mundo que nós vemos meramente reflete o nosso próprio quadro de referência interno – as ideias, desejos e emoções dominantes em nossas mentes.
A projeção faz a percepção. (T-21.in.1:1)
Nós olhamos para dentro primeiro, decidimos o tipo de mundo que queremos ver e então projetamos esse mundo para fora, tornando-o a verdade como o vemos. Nós tornamos isso verdade por meio de nossas interpretações do que nós estamos vendo.
Se nós estivermos usando a percepção para justificar os nossos próprios erros – nossa raiva, nossos impulsos para atacar, nossa falta de amor em qualquer forma que possamos assumir – nós veremos um mundo de maldade, destruição, malícia, inveja e desespero.
Tudo isso nós devemos aprender a perdoar, não porque estejamos sendo ‘bons’ e ‘caridosos’, mas porque o que nós estamos vendo não é verdade.
Nós temos distorcido o mundo com as nossas defesas distorcidas e, portanto, nós estamos vendo o que não existe. À medida que nós aprendemos a reconhecer os nossos erros de percepção, também aprendemos a olhar para além deles e a ‘perdoá-los’.
A percepção é uma função do corpo e, portanto, representa um limite na consciência no nível da realidade. A percepção vê pelos olhos do corpo e ouve pelos ouvidos do corpo. Ela evoca as respostas limitadas com as quais o corpo dá.
Tu, que acreditas que Deus é medo, fizeste apenas uma substituição. Ela tomou muitas formas, porque foi a substituição da verdade pela ilusão, da totalidade pela fragmentação. Ela veio a ser tão partida, subdividida e de novo dividida, vezes e mais vezes, que agora é quase impossível perceber que alguma vez foi uma só e que ainda é o que era. Esse único erro, que trouxe a verdade à ilusão, a infinidade ao tempo e a vida à morte, foi tudo o que jamais fizeste. Todo o teu mundo se baseia nele. Tudo o que vês reflete isso e cada relacionamento especial que jamais tiveste é parte disso. (T-18.I.4:1-6)
Podes te surpreender quando ouvires o quanto a realidade é diferente daquilo que vês. Não reconheces a magnitude desse único erro. Ele foi tão vasto e tão completamente inacreditável que um mundo de total irrealidade tinha que emergir. Que outra coisa poderia resultar disso? Seus aspectos fragmentados são bastante amedrontadores quando começas a olhar para eles. Mas nada do que tens visto nem de leve te mostra a enormidade do erro original, que aparentemente te expulsou do Céu para estilhaçar o conhecimento em pequenas partes sem significado de percepções desunidas e para forçar-te a fazer mais substituições. (T-18.I.5:1-6)
Essa foi a primeira projeção do erro para fora. O mundo surgiu para escondê-lo e veio a ser a tela na qual ele foi projetado e colocado entre tu e a verdade. Pois a verdade se estende para dentro, onde a ideia de perda não tem significado e só o aumento é concebível. Tu realmente pensas que é estranho que um mundo no qual tudo está de trás para frente e de cabeça para baixo tenha surgido dessa projeção do erro? Era inevitável. Pois a verdade trazida a isso somente poderia permanecer quieta do lado de dentro, sem tomar parte em toda a louca projeção pela qual esse mundo foi feito. (T-18.I.6:1-6)
O milagre minimiza a necessidade de tempo. No plano longitudinal ou horizontal, o reconhecimento da igualdade dos membros da Filiação parece envolver um tempo quase sem fim. Contudo, o milagre acarreta uma passagem repentina da percepção horizontal para a vertical. (T-1.II.6:1-3)
Tu respondes ao que percebes e como percebes assim te comportarás. A Regra de Ouro te pede que faças aos outros o que queres que façam a ti. Isso significa que a percepção de ambos tem que ser acurada. A Regra de Ouro é a regra para o comportamento apropriado. Tu não podes comportar-te apropriadamente a não ser que percebas corretamente. Já que tu e o teu próximo sois membros iguais de uma família, assim como percebes a ambos assim farás a ambos. A partir da percepção da tua própria santidade, deves olhar para a santidade dos outros. (T-1.III.6:1-7)
Até a ‘separação’, que é o significado da ‘queda’, nada estava faltando. Não existiam quaisquer necessidades. Necessidades só surgem quando tu te privas. Ages de acordo com a ordem particular de necessidades que estabeleces. Isso, por sua vez, depende da tua percepção do que tu és. (T-1.VI.1:6-10)
O senso de separação de Deus é a única falta que realmente precisas corrigir. Esse senso de separação nunca teria surgido se não tivesses distorcido a tua percepção da verdade e assim percebido a ti mesmo como se algo estivesse te faltando. A ideia de ordem de necessidades surgiu porque, tendo feito esse erro fundamental, já tinhas te fragmentado em níveis com diferentes necessidades. A medida em que te integras vens a ser uno e as tuas necessidades consequentemente vêm a ser uma só. Necessidades unificadas conduzem à ação unificada porque isso produz uma ausência de conflitos. (T-1.VI.2:1-5)
A melhor forma de usar o teu corpo é utilizá-lo para te ajudar a ampliar a tua percepção de modo que possas conseguir a visão real, da qual o olho físico é incapaz. Aprender a fazer isso é a única utilidade verdadeira do corpo. (T-1.VII.2:4-5).
A fantasia é uma forma distorcida de visão. Quaisquer tipos de fantasias são distorções, porque sempre envolvem a torção da percepção em irrealidade. (T-1.VII.3:1-2)
Eventualmente, todos começam a reconhecer, embora de forma tênue, que tem que existir um caminho melhor. Na medida em que esse reconhecimento vem a ser estabelecido de forma mais firme vem a ser um ponto de mutação. Isso, em última instância, desperta outra vez a visão espiritual, enfraquecendo simultaneamente o investimento na vista física. O investimento alternado nos dois níveis de percepção é usualmente experimentado como um conflito que pode vir a ser muito agudo. Mas o resultado é tão certo quanto Deus. (T-2.III.3:6-10)
Literalmente, a visão espiritual não pode ver o erro e meramente olha procurando a Expiação. Dissolvem-se todas as soluções que os olhos físicos buscam. A visão espiritual olha para dentro e reconhece imediatamente que o altar foi profanado e necessita ser reparado e protegido. Perfeitamente ciente da defesa certa, passa por cima de todas as outras olhando além do erro para a verdade. Em função da força dessa visão, ela traz a mente para o seu serviço. Isso restabelece o poder da mente e faz com que ela seja cada vez mais incapaz de tolerar adiamento, reconhecendo que só adiciona dor desnecessária. Como resultado, a mente vem a ser cada vez mais sensível ao que antes teria considerado como intrusões muito pequenas de desconforto. (T-2.III.4:1-7)
A percepção inocente ou verdadeira significa que tu nunca percebes de forma errada e sempre vês verdadeiramente. Em termos mais simples, significa que nunca vês o que não existe e sempre vês o que existe. (T-3.II.2:5-6)
O caminho para corrigir distorções é retirar a fé que depositas nelas e investir somente no que é verdadeiro. Não podes fazer com que a falta de verdade seja verdadeira. Se estás disposto a aceitar o que é verdadeiro em tudo o que percebes, deixa que isso seja verdadeiro para ti. (T-3.III.6:1-3)
Estivemos enfatizando a percepção e falamos muito pouco do conhecimento. Isto porque a percepção tem que ser corrigida antes que se possa conhecer qualquer coisa. Conhecer é ter a certeza. A incerteza significa que não conheces. O conhecimento é poder porque é certo e a certeza é força. A percepção é temporária. Como um atributo da crença no espaço e no tempo, está sujeita ao medo e ao amor. As percepções equivocadas produzem medo e as percepções verdadeiras fomentam amor, mas nenhuma traz a certeza pois qualquer percepção varia. É por isso que ela não é conhecimento. A percepção verdadeira é a base para o conhecimento, mas conhecer é a afirmação da verdade e está além de todas as percepções. (T-3.III.1:1-10)
Reconhecer significa ‘conhecer de novo’, implicando que antes conhecias. Podes ver de muitas maneiras, porque a percepção envolve interpretação e isso significa que não é íntegra ou consistente. O milagre, sendo uma maneira de perceber, não é conhecimento. É a resposta certa para uma questão, mas tu não questionas quando conheces. Questionar ilusões é o primeiro passo para desfazê-las. O milagre, ou a resposta certa, as corrige. Como tu percebes a qualquer momento dado determina o que fazes e as ações têm que ocorrer no tempo. (T-3.III.2:2-9)
A mente que questiona se percebe no tempo e, portanto, olha procurando respostas futuras. (T-3.III.3:1)
A visão verdadeira é a percepção natural da vista espiritual, mas ainda é uma correção ao invés de um fato. A vista espiritual é simbólica e, portanto, não é um instrumento para o conhecimento. Contudo, é um meio de percepção certa, que a traz ao domínio próprio do milagre. Uma ‘visão de Deus’ seria mais um milagre do que uma revelação. O fato de que a percepção esteja envolvida nisso, de qualquer maneira, remove a experiência da esfera do conhecimento. É por isso que as visões, por mais santas que sejam, não duram. (T-3.III.4:1-6)
A percepção, os milagres e o fazer estão intimamente relacionados. O conhecimento é o resultado da revelação e só induz ao pensamento. Mesmo em sua forma mais espiritualizada, a percepção envolve o corpo. O conhecimento vem do altar interior e é intemporal porque envolve certeza. Perceber a verdade não é o mesmo que conhecê-la. (T-3.III.5:9-13)
A percepção certa é necessária antes que Deus possa Se comunicar diretamente com os Seus altares, os quais estabeleceu em Seus Filhos. Lá Ele pode comunicar a Sua certeza e o Seu conhecimento trará paz sem questionamentos. Deus não é um estranho para Seus Filhos e Seus filhos não são estranhos uns para com os outros. O conhecimento precedeu tanto a percepção quanto o tempo e irá, em última instância, substituí-los. Esse é o significado real de ‘Alfa e Ômega’, ‘o princípio e o fim’ e ‘Antes que Abraão existisse Eu sou.’ A percepção pode e tem que ser estabilizada, mas o conhecimento é estável. (T-3.III.6:1-6)
A percepção não existia até a separação introduzir graus, aspectos e intervalos. O espírito não tem níveis e todo conflito surge do conceito de níveis. Só os Níveis da Trindade são capazes de Unidade. Os níveis criados pela separação não podem senão conflitar. Isso é assim porque eles são sem significado uns para os outros. (T-3.IV.1:5-9)
A consciência, o nível da percepção, foi a primeira divisão introduzida na mente depois da separação, fazendo com que a mente seja um perceptor em vez de um criador. A consciência é corretamente identificada como o domínio do ego. O ego é uma tentativa da mentalidade errada para perceber a ti mesmo como desejas ao invés de como és. No entanto, só podes conhecer a ti mesmo como és, porque essa é a única coisa quanto a qual podes ter a certeza. Tudo o mais está aberto ao questionamento. (T-3.IV.2:1-5)
O ego é o aspecto questionador do ser pós-separação, que foi feito ao invés de criado. É capaz de fazer perguntas, mas não de perceber respostas significativas porque estas envolveriam conhecimento e não podem ser percebidas. A mente está, portanto, confusa, pois só a mentalidade Una pode ser sem confusão. A mente separada ou dividida não pode deixar de ser confusa. É necessariamente incerta em relação ao que é. Tem de estar em conflito, pois não está de acordo consigo mesma. Isso faz com que seus aspectos sejam estranhos um para o outro e essa é a essência da condição que induz ao medo, na qual o ataque é sempre possível. Tens toda a razão para sentir medo percebendo a ti mesmo como tu te percebes. É por essa razão que não podes escapar do medo enquanto não reconheceres que não criaste a ti mesmo, nem poderias tê-lo feito. Tu nunca podes fazer com que as tuas percepções equivocadas sejam verdadeiras e a tua criação está além do teu próprio erro. É por essa razão que, eventualmente, tens que escolher curar a separação. (T-3.IV.3:1-11)
A mentalidade certa não deve ser confundida com a mente que conhece, porque só é aplicável à percepção certa. Tu podes ter a tua mente disposta para o que é certo ou errado e até mesmo isso está sujeito a graus, demonstrando claramente que o conhecimento não está envolvido. O termo ‘mentalidade certa’ é usado de forma adequada como a correção para a ‘mentalidade errada’ e se aplica ao estado mental que induz à percepção acurada. É a mente que se volta para o milagre porque cura a percepção equivocada e isso é de fato um milagre, considerando o modo como te percebes a ti mesmo. (T-3.IV.4:1-4)
A percepção sempre envolve um certo uso equivocado da mente, porque traz a mente à áreas de incerteza. A mente é muito ativa. Quando escolhe estar separada, escolhe perceber. Até então só tem vontade de conhecer. Depois disso, só pode escolher ambiguamente e a única saída para a ambiguidade é a percepção clara.(T-3.IV.5:1-5)
A percepção é uma escolha e não um fato. Mas dessa escolha depende muito mais do que podes reconhecer por enquanto. Pois da voz que escolhes ouvir e do que escolhes ver depende inteiramente tudo o que acreditas que és. A percepção é uma testemunha apenas disso e nunca da realidade. (T-21.V.1:7-10)
Fé, percepção e crença podem ser mal colocadas e servir às necessidades do grande impostor tão bem quanto servem à verdade. Mas a razão não tem qualquer lugar na loucura e nem pode ser ajustada para se adequar aos seus fins. A fé e a crença são fortes na loucura, guiando a percepção na direção daquilo que a mente valorizou. Mas a razão não entra nisso de modo algum. Pois a percepção ruiria imediatamente se a razão fosse aplicada. Não há razão na insanidade, pois ela depende inteiramente da ausência de razão. O ego nunca a usa, porque não reconhece que ela exista. (T-21.V.8:1-7)
Reza pela justiça de Deus e não confundas a Sua misericórdia com a tua própria insanidade. A percepção pode fazer qualquer imagem que a mente deseje ver. Lembra-te disso. Nisso está o Céu ou o inferno, conforme a tua opção. A justiça de Deus aponta para o Céu apenas porque é inteiramente imparcial. Ela aceita todas as evidências que são trazidas diante dela, sem nada omitir e sem nada considerar separado ou à parte de todo o resto. (MP-19.5:1-6)
A percepção é um espelho, não um fato. E o que enxergo é o meu estado mental, refletido fora de mim. (LE-pII.304.1:3-4)
Emoção
Eu disse que tens apenas duas emoções: amor e medo. Uma é imutável, mas em constante intercâmbio, sendo oferecida pelo eterno ao eterno. Nesse intercâmbio, ela se estende, pois aumenta na medida em que é dada. A outra assume muitas formas, pois o conteúdo das ilusões individuais difere enormemente. Mas, elas têm uma coisa em comum: são todas insanas. São feitas de cenas que não se pode ver, de sons que não se pode ouvir. Elas compõem um mundo privado que não pode ser compartilhado. Pois são significativas apenas para quem as faz e portanto não têm absolutamente qualquer significado. Nesse mundo, o autor dessas ilusões move-se sozinho, pois só ele as percebe. (T-13.V.1:1-9)
Cada um povoa o seu mundo com figuras do seu passado individual e é por causa disso que os mundos privados diferem. No entanto, as figuras que ele vê nunca foram reais, pois são feitas apenas das suas próprias reações aos seus irmãos e não incluem as reações que eles têm a ele. Portanto, ele não vê que fez essas figuras e que elas não são íntegras. São figuras que não têm testemunhas, sendo percebidas apenas em uma mente separada. (T-13.V.2:1-4)
É através dessas estranhas e sombrias figuras que os insanos se relacionam com o seu mundo insano. Pois eles só vêem aqueles que lhes relembram essas imagens e é com elas que se relacionam. Assim, de fato, se comunicam com aqueles que não estão presentes e são eles que lhes respondem. E ninguém ouve a resposta dada por eles a não ser aquele que as invocou e só ele acredita que responderam. A projeção faz a percepção e tu não podes ver além dela. Atacaste o teu irmão uma e outra vez, porque viste nele a sombra de uma figura do teu mundo privado. E por ser assim, não podes deixar de atacar a ti mesmo em primeiro lugar, pois o que atacas não está nos outros. Sua única realidade está na tua própria mente e ao atacares a outros, estás literalmente atacando o que não existe. (T-13.V.3:1-8)
Tens apenas duas emoções, uma feita por ti e outra que te foi dada. Cada uma é um modo de ver e mundos diferentes nascem em função de suas óticas diferentes. (T-13.V.10:1-2)
O que queres ver? A escolha te é dada. Mas aprende e nunca permitas que a tua mente esqueça essa lei que rege o que tu vês: contemplarás o que sentes por dentro. Se o ódio acha um lugar dentro do teu coração, perceberás um mundo amedrontador, cruelmente preso entre os ossudos e afiados dedos da morte. Se sentes o Amor de Deus dentro de ti, olharás para fora e verás um mundo de misericórdia e de amor. (LE-pI.189.5:1-5)
Os mensageiros do amor são gentilmente enviados e retornam com mensagens de amor e gentileza. Os mensageiros do medo são brutalmente despachados para buscar culpa e valorizar toda migalha de mal e de pecado que possam achar, sem perder nenhuma sob pena de morte, colocando-as respeitosamente diante de seu senhor e patrão. A percepção não pode servir a dois senhores, cada um solicitando mensagens de coisas diferentes em linguagens diferentes. Aquilo de que o medo se alimentaria, o amor não vê. Aquilo que o medo exige, o amor não é sequer capaz de ver. A violenta atração que a culpa tem pelo medo está totalmente ausente da gentil percepção do amor. Aquilo que o amor quer contemplar é sem significado para o medo e completamente invisível. (T-19.IV.A.11:1-7)
Os relacionamentos nesse mundo são o resultado de como é visto o mundo. E isso depende de que emoção foi chamada a enviar os seus mensageiros para contemplá-lo e retornar com a notícia do que viram. Os mensageiros do medo são treinados através do terror e tremem quando o seu patrão os chama para servi-lo. Pois o medo não tem misericórdia nem mesmo para com os seus amigos. Seus culpados mensageiros saem às escondidas em busca sedenta de culpa, pois são mantidos no frio e famintos e seu patrão, que só lhes permite festejar em cima do que devolvem a ele, faz com que sejam cruéis. Nenhum pequeno farrapo de culpa escapa de seus olhos famintos. E, em sua selvagem busca do pecado, lançam-se sobre qualquer coisa viva que vêem e carregam-na aos gritos a seu patrão para ser devorada. (T-19.IV.A.12:1-7)
Não envies ao mundo esses selvagens mensageiros para se banquetearem com ele e pilharem a realidade. Pois eles te trarão notícias de ossos, pele e carne. Foram ensinados a buscar o que é corruptível e a retornar com as gargantas cheias de coisas decadentes e apodrecidas. Para eles, essas coisas são belas, porque parecem aplacar seus selvagens acessos de fome. Pois eles são frenéticos com a dor do medo e querem evitar a punição daquele que os envia oferecendo-lhe aquilo que valorizam. (T-19.IV.A.13:1-5)
O Espírito Santo te deu os mensageiros do amor para enviar no lugar daqueles que treinaste através do medo. Eles estão tão ansiosos para te devolver o que valorizam quanto estão os outros. Se os envias, só verão o que é irrepreensível e belo, gentil e benigno. Eles terão o mesmo cuidado para não deixar escapar à sua atenção o menor ato de caridade, a mais diminuta expressão de perdão, o mais leve sopro de amor. E retornarão com todas as coisas felizes que acharem, para compartilhá-las amorosamente contigo. Não tenhas medo deles. Eles te oferecem a salvação. As suas mensagens são de segurança, pois vêem o mundo como algo benigno. (T-19.IV.A.14:1-8)
…o Espírito Santo te dá, não querendo outras mensagens senão as suas, não mais verás o medo. O mundo será transformado diante da tua vista, limpo de toda a culpa e suavemente escovado com beleza. O mundo não contém nenhum medo que tu não tenhas colocado sobre ele. (T-19.IV.A.15:1-3)
Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino … (LE-pI.51.5:1)
O transtorno pode parecer ser medo, preocupação, depressão, ansiedade, raiva, ódio, ciúme ou inúmeras outras formas, das quais todas serão percebidas como diferentes. Isso não é verdadeiro … (LE-pI.5:3-4)
Eu estou transtornado porque vejo algo que não existe. (LE-pI.6.Título)
Eu vejo só o passado. (LE-pI.7.Título)
Eu estou transtornado porque vejo um mundo sem significado. (LE-pI.12.Título)
Um mundo sem significado gera medo porque eu penso que estou em competição com Deus. (LE-pI.13.4:7)
Eu posso escapar do mundo que vejo desistindo dos pensamentos de ataque. (LE-pI.23.Título)
Pensamento
Pensamentos podem representar o nível mais baixo ou corporal da experiência, ou o nível mais alto ou espiritual da experiência. Um faz o físico e o outro cria o espiritual. (T-1.I.12:2-3)
Por que serias condescendente com pensamentos insanos? Há uma confusão aqui que farias bem em olhar com clareza. Tu podes acreditar que és responsável pelo que fazes, mas não pelo que pensas. A verdade é que és responsável pelo que pensas, porque é só nesse nível que podes exercitar a escolha. O que fazes vem do que pensas. Tu não podes separar-te da verdade “dando” autonomia ao comportamento. Isso é automaticamente controlado por mim, tão logo coloques o que pensas sob a minha orientação. Sempre que sentes medo, é um sinal seguro de que permitiste que a tua mente criasse de forma equivocada e não me permitiste guiá-la. (T-2.VI.2:3-10)
Não faz sentido acreditar que controlar o resultado de um pensamento equivocado pode resultar na cura. Quando estás amedrontado, escolheste errado. Essa é a razão de sentir-te responsável por isso. Tens que mudar a tua mente, não teu comportamento e isso é uma questão de disponibilidade. Tu não precisas de orientação exceto ao nível da mente. O único lugar da correção é o nível onde a mudança é possível. A mudança nada significa ao nível dos sintomas, onde não pode funcionar. (T-2.VI.3:1-7)
A correção do medo é tua responsabilidade. Quando pedes a liberação do medo, estás deduzindo que não é. Deverias pedir, ao invés disso, ajuda nas condições que trouxeram o medo. Essas condições sempre acarretam uma disponibilidade para estar separado. Nesse nível podes evitar isso. Tu és por demais tolerante em relação às divagações da mente e condescendes com passividade às criações equivocadas da tua mente. O resultado particular não importa, mas o erro fundamental sim. A correção é sempre a mesma. (T-2.VI.4:1-8)
A mente é muito poderosa e nunca perde a sua força criativa. Ela nunca dorme. A cada instante está criando. É duro reconhecer que o pensamento e a crença se combinam em uma onda de poder que pode literalmente mover montanhas. A primeira vista parece que acreditar em tal poder acerca de ti mesmo é arrogância, mas não é essa a razão real pela qual não acreditas nisso. Preferes acreditar que os teus pensamentos não podem exercer influência real porque, de fato, tens medo deles. Isso pode diminuir a tua consciência em relação à culpa, mas a custo de perceberes a mente como impotente. Se acreditas que o que pensas não tem efeito, podes deixar de ter medo do que pensas, mas dificilmente estás propenso a respeitar teu pensamento. Não existem pensamentos vãos. (T-2.VI.9:5-13)
Eu não posso permitir que deixes a tua mente sem vigilância, ou não serás capaz de ajudar-me. Trabalhar em milagres implica na realização plena do poder do pensamento de forma a evitar criações equivocadas. De outro modo, será necessário um milagre para endireitar a própria mente, um processo circular que não promoveria o colapso do tempo para o qual o milagre foi intencionado. O trabalhador de milagres tem que ter respeito genuíno pela verdadeira lei de causa e efeito, como uma condição necessária para que o milagre ocorra. (T-2.VII.2:1-4)
Tanto os milagres quanto o medo vêm dos pensamentos. Se não estás livre para escolher um deles, também não estarias livre para escolher o outro. (T-2.VII.3:1-2)
Eu não tenho pensamentos neutros. A ideia para o dia de hoje é um passo inicial para dissipar a crença de que os teus pensamentos não têm efeito. Tudo o que vês é o resultado dos teus pensamentos. Não há nenhuma exceção para esse fato. Os pensamentos não são grandes ou pequenos, poderosos ou fracos. Eles são apenas verdadeiros ou falsos. Aqueles que são verdadeiros criam à sua própria semelhança. Aqueles que são falsos, fazem à semelhança deles. (LE-pI.16.Título, 1:1-7)
Não existe nenhum conceito mais contraditório em si mesmo do que o de ‘pensamentos vãos’. Aquilo que dá origem à percepção de todo um mundo dificilmente pode ser chamado ‘vão’. (LE-pI.16.2:1-2)
Além de reconheceres que os teus pensamentos nunca são vãos, a salvação requer que tu também reconheças que cada pensamento que tens traz a paz ou a guerra, ou o amor ou o medo. Um resultado neutro é impossível, pois um pensamento neutro é impossível. Há uma tal tentação para descartar os pensamentos de medo como sem importância, triviais e indignos de que te incomodes com eles, que é essencial que reconheças a todos não apenas como igualmente destrutivos, mas também igualmente irreais. (LE-pI.16.3:1-3)
É um equívoco acreditar que um sistema de pensamento baseado em mentiras é fraco. (T-3.VII.1:6)
Se tiveres disposto a renunciar ao papel de guardião do teu sistema de pensamento e abri-lo para mim, eu o corrigirei muito gentilmente e te conduzirei de volta a Deus. (T-4.I.4:7)
Os pensamentos que a mente do Filho de Deus projeta ou estende têm todo o poder que ele lhes confere. Os pensamentos que ele compartilha com Deus estão além da sua crença, mas aqueles que ele fez são a sua crença. E são eles e não a verdade, que ele tem escolhido defender e amar. Eles não lhe serão tirados. Mas ele pode desistir desses pensamentos, pois a Fonte para desfazê-los está nele. (T-14.I.3:3-7)
A ordem dos pensamentos
Não precisas do julgamento para organizar a tua vida e certamente não precisas dele para organizar a ti mesmo. (T-3.VI.3:5)
Ideias delusórias não são pensamentos reais, muito embora possas acreditar nelas. Mas estás errado. A função do pensamento vem de Deus e está em Deus. Como parte do Seu Pensamento, não podes pensar à parte Dele. (T-5.V.6:13-16)
O pensamento irracional é pensamento desordenado. O próprio Deus ordena o teu pensamento porque o teu pensamento foi criado por Ele. Os sentimentos de culpa são sempre um sinal de que não sabes disso. Eles mostram também que acreditas que podes pensar à parte de Deus e queres fazê-lo. Todo pensamento desordenado é acompanhado de culpa na sua concepção e a sua continuação é mantida pela culpa. A culpa é inescapável para aqueles que acreditam que ordenam seus próprios pensamentos e, portanto, têm que obedecer os ditames que eles impõem. Isso os faz sentir responsáveis pelos seus erros sem reconhecer que, ao aceitar essa responsabilidade, estão reagindo irresponsavelmente. Se a única responsabilidade do trabalhador de milagres é aceitar a Expiação para si mesmo e eu te asseguro que é, então, a responsabilidade por o que é expiado não pode ser tua. O dilema não pode ser resolvido a não ser pela aceitação da solução do desfazer. Tu serias responsável pelos efeitos de todos os teus pensamentos errados se eles não pudessem ser desfeitos. O propósito da Expiação é salvar o passado apenas em forma purificada. Se aceitas o remédio para o pensamento desordenado, remédio cuja eficácia está além da dúvida, como podem os seus sintomas permanecer? (T-5.V.7:1-12)
A continuidade da decisão de permanecer separado é a única razão possível para a continuação dos sentimentos de culpa. Nós dissemos isso antes, mas não enfatizamos os resultados destrutivos da decisão. Qualquer decisão da mente vai afetar tanto o comportamento quanto a experiência. O que queres, tu esperas. Isso não é delusório. A tua mente, de fato, faz o teu futuro e o devolverá à criação plena a qualquer momento, se aceitares em primeiro lugar a Expiação. No instante em que tiveres feito isso, ela também retornará à criação plena. Tendo desistido do teu pensamento desordenado, a ordem apropriada do pensamento vem a ser bastante aparente. (T-5.V.8:1-8)
Talvez tenhas estado ciente de que não há competição entre os teus pensamentos, os quais, embora possam entrar em conflito, podem ocorrer juntos e em grande número. Tu podes estar tão habituado a isso que o fato te causa pouca surpresa. No entanto, estás também habituado a classificar alguns dos teus pensamentos como mais importantes, mais amplos ou melhores, mais sábios, ou mais produtivos e valiosos do que outros. Isso é verdadeiro no que diz respeito aos pensamentos que atravessam a mente daqueles que pensam que vivem à parte. Pois alguns são reflexos do Céu, enquanto outros são motivados pelo ego, que apenas parece pensar. (T-14.X.4:1-5)
O resultado disso é uma trama, um padrão mutável, que nunca descansa e nunca fica parado. Move-se sem cessar através do espelho da tua mente e os reflexos do Céu não duram senão por um momento e logo se turvam à medida em que a escuridão os apaga. Onde houve luz, a escuridão em um instante a remove e padrões alternados de luz e de escuridão varrem de forma constante a tua mente. A pouca sanidade que ainda permanece é mantida por um sentido de ordem que tu estabeleces. Entretanto, o próprio fato de poderes fazer isso e trazer alguma ordem ao caos, te mostra que não és um ego e que tem que haver mais do que um ego em ti. Pois o ego é caos e se tudo em ti fosse o ego, absolutamente nenhuma ordem seria possível. Entretanto, embora a ordem que impões à tua mente limite o ego, ela também te limita. Ordenar é julgar e organizar através do julgamento. Contudo, essa não é a tua função, mas a do Espírito Santo. (T-14.X.5:1-9)
Vai te parecer difícil aprender que não tens nenhuma base para ordenar os teus pensamentos. O Espírito Santo ensina essa lição dando-te brilhantes exemplos de milagres para mostrar-te que a tua maneira de ordenar está errada, mas que uma maneira melhor te é oferecida. O milagre oferece exatamente a mesma resposta a todo pedido de ajuda. Ele não julga o pedido. Meramente reconhece o que ele é e responde de acordo. (T-14.X.6:1-5)
É impossível que uma ilusão seja menos passível de ser conduzida à verdade do que as outras. Mas é possível que a algumas seja dado maior valor, e essas tens menos disposição de oferecer à verdade para serem curadas e ajudadas. Nenhuma ilusão contém qualquer verdade em si mesma. No entanto, algumas parecem ser mais verdadeiras do que outras, embora isso claramente não faça sentido algum. Tudo o que uma hierarquia de ilusões pode revelar é preferência, não realidade. Que relevância tem a preferência para a verdade? Ilusões são ilusões e são falsas. A tua preferência não lhes confere realidade. Nenhuma delas é verdadeira em nenhum aspecto e todas têm que se render com a mesma facilidade àquilo que Deus deu como resposta para todas elas. A Vontade de Deus é uma só. E qualquer desejo que pareça ir contra a Sua Vontade não tem fundamento na verdade. (T-26.VII.6:1-11)
Os Pensamentos de Deus estão muito além de qualquer mudança e brilham para sempre. Eles não esperam por nascer. Esperam boas-vindas e serem lembrados. O Pensamento que Deus mantém de ti é como uma estrela, imutável no Céu eterno. Tão elevada no Céu está ela, que aqueles que estão fora do Céu, não sabem que ela está lá. Entretanto, quieta, branca e bela, ela brilhará através de toda a eternidade. (T-30.III.8:1-6)“
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…continua Parte II…
Um milagre é uma correção. Ele não cria e realmente não muda nada. Apenas olha para a devastação e lembra à mente que o que ela vê é falso. Desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem superar a função do perdão. Assim, permanece nos limites do tempo. LE.II.13
Nada real pode ser ameaçado.
Nada irreal existe.
Nisso está a paz de Deus.
T.In.2:2-4