Buscando conhecer e entender a Organização Baseada na Espiritualidade (OBE), nós estamos destacando, em tradução livre, trechos do artigo abaixo referenciado, para a nossa reflexão de como é possível medir a saúde espiritual ou bem-estar espiritual, individual ou corporativo.

O artigo esclarece que não há restrições ao uso do Personal Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar Pessoal] ou de qualquer material contido nesse Manual para fins de ensino, pesquisa ou prática. O Personal Wellbeing Index não deve ser comercializado.

Artigo: “Personal Wellbeing Index – Adult (PWI-A)” [“Índice de Bem-Estar Pessoal – Adulto (PWI-A)”]

MANUAL 2024

Inglês – 6ª Edição: Versão 2

International Wellbeing Group

Editor: Robert A. Cummins

Não há restrições ao uso do Personal Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar Pessoal] ou de qualquer material contido nesse Manual para fins de ensino, pesquisa ou prática. O Personal Wellbeing Index  não deve ser comercializado.

Citação:

International Wellbeing Group (2024) Personal Wellbeing Index Manual: 6th Edition, Version 2, 190624, pp. 1 55. Cummins, R. A. (Ed.). Geelong: Australian Centre on Quality of Life, School of Psychology, Deakin University – Melbourne Campus. http://www.acqol.com.au/publications#Open-access 

Autores dos Capítulos que contribuíram (em ordem alfabética):

Anna L. D. Lau [email protected];

Catherine Emerson [email protected];

Celine Jona [email protected];

Courtney McLean [email protected];

Delyse Hutchinson [email protected];

Lindsay Tunbridge [email protected];

Mark Stokes [email protected];

Matthew Fuller-Tyszkiewicz [email protected];

Melissa Weinberg [email protected];

Nova Hartanty [email protected];

Robert Cummins [email protected];

Sangeetha Thomas [email protected];

Sarah Khor [email protected];

Tanja Capic [email protected];

Para obter mais informações sobre esse Manual: Robert A. Cummins, Ph.D., F.A.Ps.S. Escola de Psicologia Universidade Deakin 221 Burwood Highway Melbourne, Victoria 3125 AUSTRÁLIA

e-mail: [email protected]

Agradecimentos: Esse manual foi compilado em nome do International Wellbeing Group pelos Editores e Autores Colaboradores. Nós agradecemos o apoio da Australian Unity (http://www.australianunity.com.au) como nossa parceira do setor que, em colaboração com a Deakin University, tem apoiado o desenvolvimento desse Índice nos últimos 23 anos. Nós agradecemos especialmente o importante incentivo fornecido pelo Australian Unity Board of Management [Conselho de Administração da Unidade Australiana].

Nós agradecemos também a assistência de Gessica Misuraca ([email protected]) na produção do documento e os comentários de edição fornecidos pelos seguintes membros da ACQOL: Peter Achterberg (PW Achterberg, [email protected]); Georgie Frykberg ([email protected]); Veljko Jovanović ([email protected]); Kate Lycett ([email protected]); Stephen Palmer ([email protected]); Paul Thompson ([email protected]); Adrian Tomyn ([email protected]); David Webb ([email protected]);

Publicado pelo Centro Australiano de Qualidade de Vida, Universidade Deakin – Campus de Melbourne ISBN nº: (em processo de aprovação)

Data da revisão: 19/06/2024

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Prefácio:

Esse manual está em desenvolvimento desde 1995 e um relato histórico está disponível na seção 1.3.2.2. As muitas versões anteriores que levaram à forma atual atestam a operação de um processo evolutivo. À medida que novas informações confiáveis ​​e válidas se tornam disponíveis para o Grupo Internacional de Bem-Estar, o manual é editado para refletir o entendimento contemporâneo. Planeja-se continuar esse processo e registrar a progressão das mudanças. O método é o seguinte:

Assim que cada mudança potencial for levada ao conhecimento do Editor, um novo texto ou texto de substituição será discutido e, se for considerado adequado, um novo texto será gerado. Essa proposta será então publicada em uma edição do Boletim ACQol (Australian Centre on Quality of Life), com uma chamada para comentários dos membros. Qualquer discussão resultante será apresentada em Boletins subsequentes. A versão final da mudança será então adicionada ou substituída no formato do Boletim existente naquele momento. As mudanças serão identificadas em azul.

Em um momento determinado pelo Editor, uma nova versão do Manual será declarada. Isso será sinalizado pela remoção de todas as cores do texto e pelo aumento gradual do número da versão do manual. Assim, o manual atual passa a ser a ‘6ª Edição: Versão 2’.

Os membros que contribuíram para essa evolução do texto são reconhecidos na seção ‘Agradecimentos’ do manual. Essa lista é cumulativa. Versões anteriores do manual continuarão disponíveis com o Editor.

1. Definindo e Medindo a Qualidade de Vida

Citação:

International Wellbeing Group (2024). Defining and Measuring Quality of Life. In: Personal Wellbeing Index Manual: 6th Edition, Chapter 1, Version 1, 290224, pp 1-1 to 1-8. Editor, Cummins R. A. Geelong: Australian Centre on Quality of Life, Deakin University – Melbourne Campus.

http://www.acqol.com.au/publications#Open-access

1.1 Introdução

O conceito de qualidade de vida QV (QOL – quality of life) possui uma composição complexa, portanto, não é surpreendente que a QV não tenha uma definição consensual nem uma forma padrão de mensuração. Essa falta de consenso se reflete na abundância de ideias relevantes. O Diretório de Instrumentos (http://www.acqol.com.au/instruments#measures), produzido pelo Centro Australiano de Qualidade de Vida (ACQoL), descreve mais de 1.200 instrumentos que pretendem medir a qualidade de vida de alguma forma, cada um contendo uma mistura peculiar de variáveis.

Notavelmente, muitos desses instrumentos têm sido desenvolvidos para grupos altamente selecionados da população. Isso é particularmente evidente nas escalas criadas para monitorar a QV no contexto de condições médicas ou deficiência. Essas escalas geralmente não são adequadas para uso com a população em geral, pois incluem itens específicos para determinadas condições. Por outro lado, a maioria das escalas criadas para uso com a população em geral não pode ser usada com alguns subconjuntos importantes da população em geral, como pessoas com deficiência cognitiva e crianças. Essas são limitações importantes, pois significam que os resultados dessas medidas de QV não podem ser referenciados à norma da população em geral.

Outra preocupação com a mensuração é que muitos instrumentos de QV não fazem uma distinção clara entre as dimensões objetivas e subjetivas da qualidade de vida. Isso viola o princípio fundamental de que as dimensões objetivas e subjetivas são entidades separadas, que não podem ser inferidas uma da outra e, portanto, têm que ser medidas separadamente (Andrews & Withey, 1976; Lehman, 1983).

Com essas questões em mente, o Centro Australiano de Qualidade de Vida recomenda as seguintes definições:

1.2 Qualidade de Vida

‘A qualidade de vida é tanto objetiva quanto subjetiva. Cada uma dessas duas dimensões compreende vários domínios que, juntos, definem o construto total. Os domínios objetivos são medidos por meio de índices culturalmente relevantes de bem-estar objetivo. Os domínios subjetivos são medidos por meio de questões de satisfação.’

A mensuração objetiva da qualidade de vida é guiada pela noção de que tudo o que for empregado para esse fim tem que ser considerado valioso pelo grupo cultural em questão. Na sociedade contemporânea, o dinheiro é o fator que mais contribui para a qualidade de vida objetiva (R. A. Cummins, 2000b).

A qualidade de vida subjetiva só pode ser mensurada de forma válida e empírica por meio da solicitação da opinião do indivíduo sobre os sentimentos deles.

1.3 Subjective Wellbeing (SWB) [Bem-Estar Subjetivo]

‘Subjective Wellbeing (SWB) é um termo amplo que se refere à sensação geral de bem-estar, felicidade e satisfação com a vida de uma pessoa. É um conceito subjetivo e pessoal, baseado nas percepções e sentimentos individuais de cada pessoa sobre a sua vida. O SWB inclui componentes emocionais, cognitivos e afetivos. O componente cognitivo está inserido na emoção, enquanto o componente afetivo está presente na consciência no nível da percepção [consciousness] tanto como um estado de curto prazo quanto como um estado de humor de longo prazo. O SWB é normalmente influenciado mais fortemente por fatores subjetivos do que por fatores objetivos. As três influências mais fortes na satisfação geral com a vida são um relacionamento emocionalmente íntimo, um senso de propósito na vida e ter segurança financeira. O nível de SWB de cada pessoa está normalmente sob controle homeostático. (R. A. Cummins, 2023j).

1.3.1 Medindo o Bem-Estar Subjetivo

1.3.2 Criando unidades de medida padronizadas para variáveis ​​subjetivas

1.3.2.1 Visão Geral

Essa seção descreve uma fórmula (Percentage of Scale Maximum: %SM) [Porcentagem do Máximo da Escala] pela qual as pontuações de qualquer escala de classificação podem ser convertidas em unidades padrão (pontos percentuais: pp) em uma escala de 0 a 100.

1.3.2.2 Histórico

O primeiro procedimento conhecido para a criação de unidades de medida padronizadas para um indicador social composto/índice de bem-estar foi criado para o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) (Land, 2015). O objetivo do IDH é classificar os países em uma escala de desenvolvimento humano, conceituada em termos de capacidades humanas funcionais. Essa medida é formada pela combinação de três estatísticas em nível nacional: expectativa de vida, educação e renda. O IDH e o seu respectivo Relatório são publicados anualmente desde 1990 pelo United Nations Human Development Programme [Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano] (https://www.undp.org/).

O IDH transforma cada uma das três estatísticas medidas em um índice adimensional (índice sem unidade; unit-free index). Por exemplo, para transformar a expectativa de vida (LE – Life Expectancy) de um país em um índice adimensional, escalonado entre 0 e 1, aplica-se a seguinte fórmula:

Onde LE é a expectativa de vida média medida para um determinado país, min(LE) e max(LE) são os valores mínimo e máximo que a expectativa de vida pode atingir.

No entanto, a fórmula do IDH apresenta um problema. Como não existe um valor absoluto para a Expectativa de Vida (LE), o valor a ser utilizado necessita ser estimado. Land (2015) descreve a metodologia como:

A expectativa de vida ao nascer, componente do IDH, é calculada utilizando um valor mínimo arbitrário. Na fórmula original do IDH, esse mínimo era de 25 anos. O valor máximo de 83,4 anos foi o valor máximo observado nos indicadores dos países da série temporal do IDH, de 1980 a 2010. Portanto, se um país dessa série tivesse uma expectativa de vida medida de 70 anos,

Assim, o componente de longevidade do IDH para um país onde a expectativa de vida ao nascer é de 70 anos seria de 0,77 (p. 11). Esse valor é então adicionado a valores calculados de forma semelhante para Educação e Renda e a média linear geral se torna o IDH desse país. Uma descrição mais detalhada dessa metodologia está disponível em (Land, 2015), pp. 10-14.

É bastante óbvio que essa fórmula não produz uma medida verdadeiramente padronizada. Ela não está limitada por mínimos e máximos de medição rígidos. Ao invés disso, esses valores podem mudar de uma aplicação para outra. Por exemplo, versões posteriores definem o máximo para a expectativa de vida em 83,6 anos, que é a expectativa de vida nacional máxima observada para o Japão em 2012, enquanto a expectativa de vida mínima é arbitrariamente definida em 20 anos. Isso significa que a fórmula do IDH produz valores que variam de tempos em tempos, à medida que os valores máximo e mínimo mudam.

Assim, a utilidade científica do IDH fica principalmente restrita aos dados de séries temporais que foram criados utilizando as mesmas premissas do IDH.

1.3.2.3 Criação de unidades padronizadas para medidas subjetivas

Cerca de quatro anos após o primeiro relatório do IDH, R.A. Cummins (1995) (R. A. Cummins, McCabe, Romeo e Gullone, 1994a) desenvolveu independentemente uma fórmula semelhante, chamada ‘Percentage of Scale Maximum’ (%SM) [‘Porcentagem do Máximo da Escala’], que converte dados empíricos e subjetivos de pesquisas em uma escala padrão de 0 a 100 pontos. Essa escala é destinada a ser uma medida universal e padronizada de bem-estar subjetivo, onde as unidades de medida são chamadas de ‘pontos percentuais’ (pp). O cálculo da fórmula %SM possui três componentes, conforme descrito a seguir:

a) A escala de medição é definida por dois valores. A opção de resposta Mínima (Rmin) é a menor opção de resposta disponível para o respondente. Para escalas que medem o Bem-Estar Subjetivo (Subjective Wellbeing – SWB), o Rmin é tipicamente 0 (por exemplo, nenhuma satisfação). A opção de resposta Máxima (Rmax) é tipicamente 10 (por exemplo, satisfação completa) (consulte o Índice de Bem-Estar Pessoal). Essa construção de escala fornece 11 níveis de escolha e um nível médio de 5.

b) A “Pontuação” refere-se ao valor médio de uma amostra de pessoas que avaliaram um objetivo comum (por exemplo, ‘Quão satisfeito você está com a sua vida como um todo?’), todas usando a mesma escala de resposta prescrita.

c) O espaçamento entre Rmin e Rmax abrange 11 opções de resposta, cada uma separada por 10 pontos. No entanto, os respondentes são solicitados a indicar o seu nível de satisfação usando apenas as 11 opções de resposta. Assim, os dados brutos representam respostas em uma escala de 0 a 10. A fórmula então multiplica cada média por 100 para representar cada Pontuação na escala %SM (Percentage of Scale Maximum: %SM).

1.3.2.4 Demonstrando a escala %SM em termos de pontuações brutas

A resposta do ponto médio nessa escala é 5 pp. Ou seja, existem 5 níveis de resposta abaixo dessa média (0, 1, 2, 3, 4) e 5 níveis acima (6, 7, 8, 9, 10). Para demonstrar como a fórmula %SM funciona, a conversão mais simples de pontuações brutas em pontos percentuais (pp) ocorre quando Rmin = 0 e o número de pontos de escolha da escala é 11. Isso é obtido através da fórmula: (raw score) x 100/(number of choice points in the scale – 1) [(pontuação bruta) x 100/(número de pontos de escolha na escala – 1)].

Esse procedimento pode ser representado como:

Um exemplo prático:

Considere a conversão de uma pontuação bruta de 5. Isso deve resultar na porcentagem média de acertos (%SM) de 50 pontos percentuais:

Conclusão: Essa transformação funciona conforme o esperado. Agora, uma demonstração diferente utiliza uma pontuação bruta média de 7,5. Aqui está o resultado:

Em conclusão, esse valor de 7,5 pp (pontos percentuais) é uma aproximação do nível normativo populacional medido tanto para a Satisfação Global com a Vida (77,2 pontos percentuais) quanto para o Índice de Bem-Estar Pessoal (75,4 pontos percentuais) (Khor, Hutchinson e Cummins, 2023e). É importante destacar que, embora o ponto médio da escala seja 50 pontos percentuais, o nível médio de bem-estar subjetivo na população Australiana é de 75 pontos percentuais. De fato, em todo o mundo, ‘a maioria das pessoas é feliz’, como observado por Andrews e Withey (1976b) e Diener (1984).

Observação: A fórmula e os resultados acima são aplicáveis ​​somente quando a escala de resposta tem um Rmin de zero e um Rmax de 10. Se algum desses valores mudar, a fórmula para %SM necessita ser ajustada e existe uma forma genérica da fórmula para %SM:

Substituindo esses novos valores:

Conclusão: A fórmula genérica de %SM produz o mesmo resultado que a fórmula simples. A próxima demonstração abordará se a fórmula genérica funciona quando a escala de resposta é de 1 a 4 e a pontuação média a ser convertida é 2,5.

A próxima demonstração aborda uma escala onde Rmin é -5 e Rmax é +5 e a pontuação a ser convertida é 0.

A demonstração final diz respeito às pontuações brutas derivadas de uma escala de 4 opções, onde as porcentagens relativas dos respondentes são registradas para cada categoria como: muito satisfeito (12,1%), satisfeito (48,2%), pouco satisfeito (29,7%) e nada satisfeito (10,0%).

A conversão utiliza os seguintes passos:

(a) Converta a escala de 4 opções para um formato numérico (4, 3, 2, 1). O valor de cada nível de escolha pode então ser expresso em unidades percentuais como: (4 x 12,1), (3 x 48,2), (2 x 29,7), (1 x 10,0).

(b) O valor total da escala pode então ser calculado como: (4 x 12,1) + (3 x 48,2) + (2 x 29,7) + (1 x 10,0) = 262,4 % unidades.

(c) Esse valor percentual é então convertido em unidades de escala dividindo-se o total por 100: 262,4 / 100 = 2,62 unidades de escala. Em outras palavras, a pontuação média da amostra, na escala de 4 a 1, é de 2,62 unidades de escala.

(d) Agora, use a fórmula %SM.

Conclusão: A fórmula genérica %SM fornece uma conversão confiável de pontuações brutas da escala em pontos percentuais.

1.3.3 Vantagens da utilização da conversão de dados %SM

1. Ela produz resultados confiáveis ​​e consistentes ao longo do tempo, uma vez que os valores mínimos e máximos são definidos exclusivamente pela escala de medição. Essa unidade de saída é em ‘pontos percentuais (pp)’. ATENÇÃO: NÃO SE TRATA DE UMA SIMPLES ‘PERCENTAGEM’.

2. Essa conversão para pp oferece a vantagem de que os resultados de diferentes escalas, como médias e desvios padrão, podem ser comparados diretamente entre si.

3. Essa conversão não altera as propriedades estatísticas dos dados, pois o processo é uma simples conversão linear.

A adoção da conversão de dados %SM, de dados brutos para pontos percentuais, produz resultados padronizados para dados subjetivos, que são então representados em uma escala de 0 a 100 pontos percentuais (pp).

1.4 Criação de escalas de medição

1.4.1 Escalas de item único

As pessoas podem ser solicitadas a avaliar a sua global life satisfaction (GLS) [satisfação global com a vida]. Normalmente, isso assume a seguinte forma:

‘Quão satisfeito(a) você está com sua vida como um todo?’

Embora essa pergunta seja uma excelente medida de Subjective Wellbeing (SWB) [Bem-Estar Subjetivo], essas medidas de item único são estatisticamente menos confiáveis ​​do que as escalas de múltiplos itens devido aos efeitos de média. Um exemplo é fornecido pelas normas da população Australiana para respondentes individuais apresentadas no Capítulo 5. O desvio padrão para GLS é de 16,98 pontos percentuais (pp), enquanto para o Personal Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar Pessoal] é de 12,64 pp.

1.4.2 Escalas com múltiplos itens

Existem duas abordagens para a construção de uma escala com múltiplos itens, cada uma baseada em uma conceitualização diferente do construto de SWB [bem-estar subjetivo]. São elas: a ‘Reflexiva’ e a ‘Formativa’ (ver Diamantopoulos & Winklhofer, 2001).

Em uma Escala Reflexiva, os itens (variáveis ​​observadas) são percebidos como indicadores reflexivos do construto subjacente (variável latente). Ou seja, o construto (SWB) determina a natureza dos itens que refletem o seu caráter. Assim, os itens da escala compartilham variância e formam um fator relativamente homogêneo que reflete o construto. Se um item individual em uma escala reflexiva compartilha variância com um item que não faz parte da escala, então os outros itens da escala também devem compartilhar essa variância com esse item. Um exemplo de escala reflexiva é a Satisfaction With Life Scale (SWLS) [Escala de Satisfação Com a Vida] (Diener, Emmons, Larsen, & Griffin, 1985), que “tem um foco restrito na avaliação da Satisfação Global com a Vida (GLS)” (resumo).

Em um Índice Formativo (como é chamado, ao invés de uma escala), a variável latente é causada pelos itens compostos, ao invés de refletir esses itens. Ou seja, os itens determinam a natureza do que o índice mede. Embora os itens devam compartilhar variância entre si para formar um fator que represente o construto latente (SWB), cada item também tem um caráter único. Essa variância única pode fazer com que ele compartilhe variância com itens que não fazem parte do índice; uma propriedade que os outros itens do índice não compartilham.

Muitos instrumentos de SWB têm adotado a abordagem formativa para a construção de escalas. Aqui, os itens individuais se referem a domínios de vida específicos (aspectos da vida) e as pontuações dos domínios são calculadas em média para produzir uma medida de SWB. Para uma revisão desses índices, consulte R. A. Cummins e Weinberg (2015). O Personal Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar Pessoal] é uma dessas escalas formativas e os domínios representam a desconstrução de primeiro nível da Global Life Satisfaction (GLS) [Satisfação Global com a Vida].

1.5 A Construção de Medidas de Domínios da Vida

1.5.1 Escolha de domínios

Uma variedade de técnicas, como a análise fatorial, pode ser empregada para reduzir o número quase infinito de domínios potenciais a um conjunto gerenciável. No entanto, o Personal Wellbeing Index é único por empregar o princípio teórico da ‘desconstrução’ para esse propósito. Usando esse princípio, o SWB (Bem-Estar Subjetivo) é medido pelo conjunto mínimo de domínios que representam a desconstrução de primeiro nível da satisfação com a ‘Vida como um Todo’ (GLS).

1.5.2 Nomes de domínio e características

Não existe nenhuma teoria conhecida que possa orientar a seleção inicial de nomes de domínio. Assim, três critérios foram empregados para restringir o foco da busca aos nomes de domínio com maior probabilidade de resultar em uma escala com a construção conceitual mais simples.

(a) Cada nome de domínio tem que descrever um amplo aspecto da vida que seja passível de mensuração tanto objetiva quanto subjetiva. Isso se baseia no princípio fundamental de que a Qualidade de Vida existe como dimensões objetiva e subjetiva separadas. Embora o PWI se preocupe apenas com a dimensão subjetiva, esse critério permite a possibilidade teórica de que uma escala objetiva paralela possa ser construída. Esse critério também exclui adjetivos afetivos (por exemplo, Felicidade).

(b) Cada domínio tem que descrever uma variável Indicadora inequívoca, que reflita ou indique indiretamente um aspecto específico da QOL (qualidade de vida) em oposição a uma variável Causal, que influencia ou causa diretamente mudanças na QOL (para essa distinção, consulte Fayers, Hand, Bjordal e Groenvold (1997)). Uma variável indicadora pode ser definida como aquela que nunca pode atuar sozinha como mediadora (para uma descrição da distinção mediador-moderador, consulte Baron e Kenny (1986)). Um exemplo de variável indicadora é “Satisfação com sua Saúde” e um exemplo de variável causal é “Satisfação com o seu controle sobre a sua vida”. Como a percepção de controle pode mediar a influência da deficiência física na satisfação com a vida, o controle não é uma variável Indicadora inequívoca. Para uma descrição mais detalhada da distinção entre Variável Causal e Indicadora em relação ao SWB e à QOL relacionada à saúde, consulte R. A. Cummins, Lau e Stokes (2004).

(c) A possível adição de qualquer novo domínio tem que atender a ambos os dois critérios relacionados a sua contribuição de variância única para a ‘Satisfação com a vida como um todo’ do GLS. São elas: (1) Em uma regressão hierárquica que prevê o GLS, onde os 7 domínios são inseridos como etapa 1, quando o novo domínio suposto é inserido na etapa 2, ele tem que contribuir com variância única significativa. (2) O novo domínio suposto não deve reduzir sistematicamente a contribuição de variância única feita por qualquer um dos domínios existentes, a ponto de sua contribuição se tornar não significativa.

Essa abordagem para a construção de escalas apresenta as seguintes vantagens:

i. O produto final é teoricamente delimitado e determinado. Portanto, os itens da escala formarão um único fator coeso com alta validade de construto.

ii. Trata-se de uma abordagem parcimoniosa, que resulta no conjunto mínimo de domínios necessário para atender ao critério de “desconstrução de primeiro nível”.

iii. Devido à natureza ampla e semiabstrata dos domínios, o conteúdo da escala provavelmente terá validade transcultural.

A aplicação dessa abordagem tem levado ao desenvolvimento do Personal Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar Pessoal].

1.6 A trajetória do Personal Wellbeing Index (PWI)

O Personal Wellbeing Index (PWI) [Índice de Bem-Estar Pessoal] foi criado a partir da Comprehensive Quality of Life Scale (ComQol) [Escala Abrangente de Qualidade de Vida] (R. A. Cummins, McCabe, Romeo e Gullone, 1994). A ComQol compreendia uma medida objetiva e subjetiva da qualidade de vida e detalhes sobre o desenvolvimento desse teste foram publicados (R. A. Cummins, 1991; R. A. Cummins et al., 1994; Gullone e Cummins, 1999; Marriage e Cummins, 2004). Os domínios da ComQol foram inicialmente identificados por meio de uma revisão dos nomes de domínio utilizados na literatura. Isso foi seguido por um processo de três fases (Cummins et al., 1994) e validação empírica para gerar os sete domínios amplos que compunham a escala (R. A. Cummins, 1997).

Em 2001, a ComQol foi abandonada devido a duas falhas principais. Uma das falhas era que, apesar das repetidas modificações, a escala objetiva nunca se agrupou em sete domínios não complexos, como pretendido. Outra falha era a multiplicação da importância e da satisfação do domínio. Um artigo seminal de Trauer e Mackinnon (2001) demonstrou de forma convincente que tais cálculos multiplicativos são psicometricamente inválidos. Como resultado, a ComQol foi abandonada. A justificativa detalhada para essa decisão é descrita por R. A. Cummins (2002d).

A partir das cinzas da ComQol surgiu o Personal Wellbeing Index. Essa escala reteve apenas as questões sobre satisfação e seis dos sete domínios. O domínio original do ComQol, “Quão satisfeito você está com a sua própria felicidade?”, foi substituído por “Quão satisfeito você está com a sua segurança futura?”. O domínio “felicidade” foi removido para cumprir o princípio da construção da escala de domínio de vida do PWI (ver 1.4.2a), de que qualquer domínio tem que ser passível de medição tanto objetiva quanto subjetiva. O novo título do domínio foi proposto ad hoc pela reunião inaugural do Comitê Diretivo da Unidade Australiana. Surpreendentemente, dada a sua origem qualitativa, o domínio provou ser psicometricamente robusto.

Outra grande diferença entre o PWI e o ComQol é uma mudança no formato da escala de resposta. Isso envolveu a substituição da escala de resposta original de 7 opções (consistindo em descritores adjetivos) por uma End-Defined Response Scale [Escala de Resposta Definida Final] de 11 opções (0-10) (Jones & Thurstone, 1955). Havia várias razões para essa decisão, cujos detalhes foram descritos em R. A. Cummins e Gullone (2000b). Dentre elas, a questão mais importante é evitar a confusão psicométrica causada pela aplicação de descritores adjetivos a uma escala numérica intervalar. Tais descritores não são separados por intervalos psicométricos iguais e, portanto, fornecem informações enganosas e redundantes. Além disso, a escala de resposta de 11 opções (0-10) é preferível, pois otimiza a capacidade discriminativa do respondente (Miller, 1956) e é simples de entender.

1.7 The International Wellbeing Group (IWbG) [O Grupo Internacional de Bem-Estar]

Em 2002, Cummins e Lau iniciaram o Grupo Internacional de Bem-Estar (IWbG) (R. A. Cummins & Lau, 2003a). O principal objetivo do IWbG é desenvolver o PWI em um instrumento transcultural válido. No momento da elaboração dessa 6ª edição, mais de 700 pessoas, abrangendo uma ampla gama de afiliações profissionais, são membros do Australian Centre on Quality of Life [Centro Australiano de Qualidade de Vida] (para a lista de membros, consulte https://www.acqol.com.au/members#acqolmembers). Todos os membros recebem o Boletim Semanal do ACQol. Muitos membros também são afiliados ao International Wellbeing Group [Grupo Internacional de Bem-Estar], facilitando o uso do PWI em seus respectivos países. Por meio desses processos de troca de informações, o PWI passa por uma evolução controlada, baseada em evidências empíricas. As alterações recentes ao PWI foram aprovadas pelo Grupo da seguinte forma:

1. Em 2004 (Pesquisa 11), foi feita uma alteração no texto do terceiro domínio “…o que você está conquistando na vida” para garantir que a resposta se refira ao tempo presente. O efeito dessa mudança de redação (do original “…o que você conquista na vida”) foi reduzir significativamente a pontuação média para esse domínio (ver Relatório do Australian Unity Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar da Australian Unity] 16.0, 2006: https://www.acqol.com.au/publications#reports). O valor médio da redação antiga, da Pesquisa 1 à Pesquisa 10, é de 74,47 pontos percentuais (DP = 0,45). O valor médio usando a nova redação atualmente, da Pesquisa 11 à Pesquisa 16, é de 72,75 pontos percentuais (DP = 0,59). Em resumo, a nova redação criou um item que manteve a sua confiabilidade e se estabilizou cerca de 2 pontos percentuais abaixo da versão original. A sua contribuição para “A vida como um todo” na regressão múltipla não se alterou.

2. Em novembro de 2006, o Grupo concordou em adicionar um novo domínio ao PWI. A redação desse novo domínio gerou muita discussão. A versão adotada é: “Quão satisfeito(a) você está com a sua espiritualidade ou religião?” Em abril de 2013, o Grupo concordou em tornar esse domínio Espiritual/Religioso opcional e, portanto, ele não faz parte do conjunto principal de domínios do PWI.

3. Em 2010, na Pesquisa 24, a escala de resposta bipolar original foi substituída por uma escala de resposta unipolar. Essa escala de resposta de 11 opções (0-10) otimiza a capacidade discriminativa do respondente (Miller, 1956).

4. Em 2016, após discussão entre os membros, foi feita uma alteração na escala de classificação, renomeando o ponto de ancoragem inferior de “Nada satisfeito(a)” para “Nenhuma satisfação”.

1.7.1 Desenvolvimento futuro e um convite

O IWbG, como uma comunidade de acadêmicos, está engajado no processo de entendimento do SWB e do papel que o Personal Wellbeing Index é capaz de desempenhar em sua mensuração. O Personal Wellbeing Index não é um instrumento fixo. Ao invés disso, ele evolui à medida que novos dados e teorias se tornam disponíveis. As alterações no Índice são determinadas por votação da maioria simples dos membros do IWbG.

A adesão ao IWbG é uma opção oferecida aos membros do Australian Centre on Quality of Life [Centro Australiano de Qualidade de Vida]. O formulário de adesão está disponível em http://www.acqol.com.au/members#acqol-members.

1.8 Referências

Andrews, F. M. and S. B. Withey (1976). Social indicators of well-being: American’s perceptions of life quality. New York, Plenum Press.

Baron, R. M. and D. A. Kenny (1986). “The moderator-mediator variable distinction in social psychological research: Conceptual, strategic, and statistical considerations.” Journal of Personality and Social Psychology 51: 1173-1182.

Cummins, R. A. (1991). Comprehensive Quality of Life Scale: Manual. Melbourne: , Victoria University, Psychology Research Centre.

Cummins, R. A. (1995). “On the trail of the gold standard for life satisfaction.” Social Indicators Research 35(2): 179-200.

Cummins, R. A. (1997). Comprehensive Quality of Life Scale – Adult. Melbourne, School of Psychology, Deakin University.

Cummins, R. A. (2000b). “Personal income and subjective well-being: A review.” Journal of Happiness Studies 1(2): 133-158.

Cummins, R. A. (2002d). Vale ComQol: Caveats to using the Comprehensive Quality of Life Scale. Welcome: The Personal Wellbeing Index. Melbourne, Australian Centre on Quality of Life http://www.acqol.com.au/publications#publications.

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2. Administração do Personal Wellbeing Index

Citação:

International Wellbeing Group. 2024. Personal Wellbeing Index administration.  Em: Personal Wellbeing Index Manual: 6th Edition, Chapter 2, Version 1.0: 290224, pp 2-1 to 2-8. Editor, Cummins R. A. Australian Centre on Quality of Life, School of Psychology, Deakin University, Geelong – Melbourne Campus.

http://www.acqol.com.au/publications#Open-access.

Resumo:

Esse capítulo explica como coletar dados por meio da aplicação do Personal Wellbeing Index (PWI) [Índice de Bem-Estar Pessoal]. Ele também fornece orientações sobre os itens opcionais adicionais de Global Life Satisfaction [Satisfação Global com a Vida] e Satisfação com a Espiritualidade ou Religião. O uso da Versão Reduzida [Short-Form] do PWI também é abordado.

Palavras-chave:

Administration, Personal Wellbeing Index, Global Life Satisfaction, Spirituality and religion, PWI Short-Form.

2.1 Diretrizes para a aplicação do PWI-A

(a) O índice PWI-A destina-se principalmente ao uso com adultos (mínimo de 18 anos). O PWI-SC destina-se ao uso com crianças com idade igual ou superior a 12 anos. A critério do aplicador, o PWI-A pode ser adequado para adolescentes mais velhos.

(b) Os itens do índice têm que ser preenchidos somente e de forma independente pelo próprio respondente. Não é válido que qualquer outra pessoa preencha os itens em nome do respondente.

(c) Os itens do índice podem ser administrados em formato impresso ou verbalmente. A administração verbal pode ser feita presencialmente ou por meio de entrevista telefônica. O formato impresso pode ser em papel ou por meio de pesquisa online.

(d) Se os itens forem administrados verbalmente, o administrador tem que permitir que as respostas sejam dadas de maneira totalmente privada e garantir que os dados de cada respondente permaneçam confidenciais.

(e) Os itens do índice são projetados para avaliar domínios da vida usando uma estrutura de perguntas semiabstratas. Assim, as perguntas são formuladas de maneira ampla e visam permitir que os respondentes formem a sua interpretação e julgamento pessoal sobre cada tópico. Portanto, é importante que a administração do índice siga uma forma estruturada de instrução e interação com o respondente, conforme descrito a seguir:

ei. Instrua o respondente que, se lhe for feita uma pergunta que não entenda, deve-se simplesmente passar para o próximo item.

eii. Se o respondente solicitar esclarecimentos sobre o significado de qualquer pergunta (por exemplo, pedir explicações ou exemplos concretos), o administrador NÃO DEVE tentar fornecer informações adicionais. Ao invés disso, responda dizendo:

“Por favor, pense na pergunta de uma maneira que faça sentido para você. Não há resposta certa ou errada. Você também pode pular essa resposta, se quiser e passar para o próximo item.”

(f) Enfatize que NÃO há limite de tempo.

(g) Se o PWI estiver sendo incluído em um questionário mais longo, a ordem dos itens dentro do questionário mais longo é importante. Isso ocorre porque a natureza semiabstrata dos itens do PWI os torna suscetíveis à influência afetiva negativa e positiva induzida pelas informações dos itens anteriores. Assim, recomenda-se que a ordem dos itens no questionário mais longo seja: Primeiro, Satisfação Global com a Vida. Segundo, os sete (ou oito) domínios do PWI na ordem prescrita. Esses são então seguidos pelos outros itens do questionário.

(h) As respostas são dadas em uma escala de resposta unipolar de 0 a 10, com os extremos definidos, usando os pontos de ancoragem “Nenhuma satisfação” e “Completamente satisfeito”. Escalas de resposta alternativas não são recomendadas.

(i) Se houver diagnóstico ou suspeita de deficiência intelectual ou comprometimento cognitivo, considere o uso do instrumento paralelo PWI-ID.

(k) Informações sobre a pontuação e a interpretação das respostas do PWI são descritas no Capítulo 3.

2.2 Apresentação dos Itens do Índice

2.2.1 O Personal Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar Pessoal]

O PWI pode ser composto por 7 ou 8 itens. As sete questões principais relacionadas à satisfação com os domínios da vida são as seguintes:

2.2.2 Itens Opcionais Adicionais

2.2.2.1 Global Life Satisfaction (GLS) [Satisfação Global com a Vida]

Essa pergunta é:

“Quão satisfeito(a) você está com a sua vida como um todo?”

Esse item NÃO faz parte do PWI. No entanto, pode ser útil adicioná-lo como precedente ao PWI por dois motivos. Primeiro, ele estabelece o contexto para as questões de domínio que se seguem. Segundo, ele pode ser usado para testar a validade de construto do PWI. Isso é alcançado por meio da regressão dos domínios como variáveis ​​preditoras em relação à satisfação com a vida como um todo (DV) do GLS para determinar se cada domínio contribui com variância única (conhecida como correlações semiparciais quadradas’ ou sr2). Esse procedimento também pode ser usado para informar se um novo item deve ser considerado como um domínio adicional (consulte o Capítulo 1.4.2 para obter os requisitos de novos domínios).

O item GLS é rotineiramente incluído em pesquisas realizadas na Austrália (por exemplo, ABS’s General Social Survey [Pesquisa Social Geral de ABS], The ANU Poll [Pesquisa da ANU], Australian Unity Wellbeing Index [Índice de Bem-Estar da Unidade Australiana] e HILDA Surveys [Pesquisas HILDA]; Australian Bureau of Statistics, 2020; Biddle &[ Gray, 2021; Frykberg et al., 2023; N. Watson & Wooden, 2002) e em outros países. Se for utilizado, deve ser administrado como o PRIMEIRO item do questionário, antes dos itens do PWI.

Esse posicionamento da GLS como o primeiro item em um questionário é importante para a sua validade. Como a GLS se baseia em uma pergunta tão abstrata (“satisfação com a sua vida como um todo”), a resposta que as pessoas dão é facilmente influenciada pela apresentação de um objetivo mais tangível imediatamente antes da pergunta sobre a GLS. Assim, padronizar a posição da GLS como o primeiro item que os respondentes encontram ajuda a garantir que os itens anteriores, incluindo os domínios do Personal Wellbeing Index (PWI), não influenciem essa resposta global. Para obter mais informações sobre os efeitos da ordem em relação aos itens PWI e GLS, consulte Weinberg, Seton e Cameron (2018).

Embora a GLS não faça parte do PWI, os dados da GLS podem ser usados ​​de duas maneiras, como segue:

(a) A GLS pode ser usada como a medida mais simples de Subjective Wellbeing (SWB) [Bem-Estar Subjetivo]. Embora seja uma medida válida de SWB (Capic, Li et al. 2018b), ela é menos confiável do que o PWI, pois a escala GLS se baseia em uma única questão. Assim, a partir dos intervalos normativos para indivíduos (Capítulo 5, Tabela 2), o desvio padrão (DP) para a GLS é de 16,98 pontos percentuais, enquanto para o PWI é de 12,64 pontos percentuais.

(b) A GLS também pode ser usada para demonstrar a validade de construto do PWI. Ou seja, os 7 domínios do PWI representam de forma confiável a desconstrução de primeiro nível da GLS. Essa demonstração utiliza regressão múltipla e uma descrição mais completa é fornecida no Capítulo 4, Tabela 4.1. Aqui se revela que, usando dados da população Australiana, apenas três domínios explicam a maior parte da variância compartilhada: Padrão, Realização e Relacionamentos. É por isso que esses três formam a versão abreviada do PWI (ver 2.3). Atualmente, não está claro até que ponto esse agrupamento se aplica a dados de outras culturas e subgrupos populacionais.

2.2.2.2 Espiritualidade ou Religião

Essa pergunta é:

“Quão satisfeito(a) você está com a sua espiritualidade ou religião?”

Esse item pode ser incluído como um oitavo domínio do PWI se ele for considerado relevante para a amostra em investigação. Essa questão de relevância é crucial, pois se esse item for apresentado a uma pessoa que não possui um senso pessoal de espiritualidade ou religião, qualquer resposta fornecida será inválida como indicador de seu bem-estar subjetivo.

Se o item for incluído como um oitavo domínio, um item de “filtro” precedente é necessário para evitar que pessoas sem espiritualidade ou religião respondam ao item. Esse item de filtro é:

“Você tem um senso de espiritualidade ou religião?”

Sim/Não

Se eles responderem “Sim”, então eles passam para o item espiritual/religioso.

Se eles responderem “Não”, eles são orientados a pular o item espiritual/religioso e a prosseguir para o próximo item do questionário.

Se esse domínio estiver incluído no PWI, então ele poderá ser incluído nas pontuações que são somadas para gerar uma medida de SWB (Bem-Estar Subjetivo). Observe, no entanto, que as faixas normativas apresentadas no Capítulo 5 são baseadas na versão principal de 7 itens do PWI.

2.2.3 O PWI-A: Formato escrito

Quando o PWI-A é aplicado em formato impresso, os itens são apresentados com a escala de resposta correspondente e os participantes são solicitados a circular o número que melhor corresponde ao seu nível de satisfação. Por exemplo:

“Por favor, circule o número abaixo que melhor representa o quão satisfeito(a) você se sente. Nessa escala, 0 significa que você apresenta ‘Nenhuma satisfação’ e 10 significa que você está ‘Completamente Satisfeito(a)’”.

2.2.4 O PWI-A: Formato online

Quando o PWI-A é administrado em formato online, os itens são apresentados com a escala de resposta correspondente, sendo solicitado aos participantes que selecionem o número que melhor corresponde ao seu nível de satisfação.

A escala de resposta pode ser apresentada no formato de botões de opção, escala deslizante, lista suspensa ou caixas de seleção. Certifique-se de que os respondentes tenham apenas uma única resposta, utilizando números inteiros entre 0 e 10.

Semelhante ao formato escrito, os participantes recebem as seguintes informações introdutórias ao questionário:

“Por favor, selecione o número abaixo que melhor representa o seu nível de satisfação com cada item. Nessa escala, 0 significa ‘Nenhuma satisfação’ e 10 significa ‘Completamente satisfeito’”.

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—–Continua Parte II—–

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A Espiritualidade nas Empresas trata-se de uma Filosofia cujos Princípios são capazes de ajudar tanto as Pessoas quanto as Organizações.

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Autor

Graduação: Engenharia Operacional Química. Graduação: Engenharia de Segurança do Trabalho. Pós-Graduação: Marketing - PUC/RS. Pós-Graduação: Administração de Materiais, Negociações e Compras - FGV/SP. Blog Projeto OREM® - Oficina de Reprogramação Emocional e Mental - O Blog aborda quatro sistemas de pensamento sobre Espiritualidade Não-Dualista, através de 4 categorias, visando estudos e pesquisas complementares, assim como práticas efetivas sobre o tema: OREM1) Ho’oponopono - Psicofilosofia Huna. OREM2) A Profecia Celestina. OREM3) Um Curso em Milagres. OREM4) A Organização Baseada na Espiritualidade (OBE) - Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT). Pesquisador Independente sobre Espiritualidade Não-Dualista como uma proposta inovadora de filosofia de vida para os padrões Ocidentais de pensamentos, comportamentos e tomadas de decisões (pessoais, empresariais, governamentais). Certificação: “The Self I-Dentity Through Ho’oponopono® - SITH® - Business Ho’oponopono” - 2022.

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