..…Continuação da Parte I…..

O perdão como correção dentro do sonho da dualidade

Os destaques em negrito, sublinhado ou itálico são por minha conta.

Dr. Kenneth Wapnick prossegue de maneira didática:

“Isso é porque os estudantes de Um Curso em Milagres não entendem a estrutura dualística da forma do Curso em oposição à estrutura não dualística de seu conteúdo, que eles entendem mal o significado do perdão, acreditando que é um processo que realmente ocorre entre duas pessoas; ou seja, em uma realidade dualística.

Para ter certeza, a linguagem de Jesus no Curso sugere isso, pelas razões que nós já exploramos, e, portanto, Um Curso em Milagres parece em muitos lugares ser semelhante a outros caminhos espirituais ou religiosos que enfatizam o perdão aos outros.

Mas, como nós vimos, os ensinamentos de Um Curso em Milagres seriam seriamente distorcidos, para não mencionar mal aplicados na prática, se não fosse reconhecido por seus estudantes que o perdão só pode realmente ocorrer na mente do estudante, embora seja experienciado dentro do sistema de crenças e sonho perceptivo que diz que há alguém fora de nós para perdoar.

O mesmo é verdade, é claro, com um relacionamento santo, que só pode existir na mente de quem percebe o relacionamento. Os relacionamentos não são santos na forma, mas apenas no propósito. E o propósito existe, mais uma vez, na mente do indivíduo, a sua fonte vindo ou do ego ou do Espírito Santo.

No entanto, nós muitas vezes encontramos a expressão da arrogância inconsciente do ego quando os estudantes afirmam que um relacionamento específico é santo.

Eles não sabem o que dizem, pois é provável que os seus egos tenham conseguido mais uma vez reprimir o seu verdadeiro propósito de esconder a culpa atrás de um escudo de aparente santidade, expresso aqui na forma de especialidade espiritual.

Nunca se deve subestimar essa necessidade de nos defendermos da impiedade reprimida que nós acreditamos ser a nossa verdadeira realidade. É tão grande que nós necessitamos não apenas negar a sua presença, mas afirmar o seu oposto. E então nós buscamos nos convencer (e aos outros) de como os nossos relacionamentos são santos.

O erro tem a sua raiz na confusão da natureza da Filiação. No Texto, citado no Capítulo anterior, Jesus explica que, ao contrário do famoso axioma da geometria Euclidiana, “A Filiação [o todo], em sua Unicidade, transcende a soma de suas partes” (T-2.VII.6:3).

Em outras palavras, não se pode apreciar a pura totalidade e a unicidade de Cristo simplesmente somando os bilhões e bilhões de fragmentos que o mundo pensa ser o Filho de Deus, como se a Filiação fosse como uma enorme torta, uma entidade quantificável consistindo de uma certa quantidade de fragmentos separados.

Cristo em Sua própria natureza é um Alguém perfeito e indiviso, como Mente e Ele perde aquela característica essencial que define o Seu Ser se a fragmentação em qualquer de suas formas for reconhecida como real.

Assim, acreditar que um fragmento da Filiação – por exemplo, um ser humano – é Cristo, o verdadeiro Filho de Deus, seria um erro tão grosseiro quanto um dos cegos examinando a perna do elefante e proclamando que o elefante é uma árvore! (a parábola dos cegos e o elefante)

Blind_men_and_elephant – Wikipedia

Cristo em Sua própria natureza é um Alguém perfeito e indiviso, como Mente e Ele perde aquela característica essencial que define o Seu Ser se a fragmentação em qualquer de suas formas for reconhecida como real.

Novamente, embora a linguagem de Um Curso em Milagres sugira que o Filho é um membro do homo sapiens, um entendimento adequado do significado de Jesus além de suas palavras impediria os estudantes de chegar a essa conclusão errônea.

Relembrando a declaração da Lição 93 do Livro de Exercícios:

“O ser que tu fizeste não é o Filho de Deus.” (LE-pI.93.5:1)

Portanto, para resumir esse pensamento essencial, nós podemos dizer que o perdão é mediado pelo processo que é o relacionamento santo e ocorre dentro de uma estrutura dualística de relacionamento com os outros.

Deve ser assim, caso contrário, como alguém seria capaz de corrigir as percepções equivocadas que foram projetadas de dentro da mente não-humana carregada de culpa em outra pessoa?

Visto que a experiência é a falta de perdão que nós projetamos nos outros, a correção – o perdão – também parecerá estar entre a pessoa e esse outro.

Não se pode pular os “pequenos passos” e relembrar o nosso verdadeiro Ser como Cristo, pois o medo de perder a nossa identidade especial e singularidade individual é muito avassalador.

Como nós acabamos de ver, em primeiro lugar nós temos que experienciar os sonhos gentis do perdão antes de sermos capazes de despertar dos sonhos de terror do pesadelo do ego.

Assim, a correção dualística do perdão do Espírito Santo desfaz os pensamentos dualísticos de ataque do ego. Só então o mundo da dualidade é capaz de desaparecer e o seu lugar será ocupado pela verdade de Deus que sempre esteve presente em nossas mentes.”

Dr. Wapnick então enfatiza que nessa próxima passagem muito importante, Jesus expressa com mais profundidade o papel da correção dualística – isto é, perdão – em ajudar a restaurar o Filho de Deus à sua Identidade não dualística.

Não há escolha possível em um estado não dualista, por definição, no entanto, há a ilusão de escolha dentro do mundo dualístico dos sonhos de medo que nós acreditamos ser a nossa realidade.

E assim, por meio do Espírito Santo, o perdão é aquela escolha disponível para nós dentro do sonho dualístico que desfaz todas as outras escolhas e restaura à nossa consciência [awareness] a realidade não dualística do Céu.

O que se segue são trechos da Lição 138: ‘O céu é a decisão que eu tenho que tomar‘, que expressa a natureza inerentemente ilusória da escolha:

Nesse mundo, o Céu é uma escolha porque aqui acreditamos que há alternativas entre as quais escolher. Pensamos que todas as coisas têm um oposto e que escolhemos aquilo que queremos. Se o Céu existe, também tem que haver um inferno, pois a contradição é o modo como fazemos o que percebemos e o que pensamos ser real.

A criação desconhece opostos. Mas aqui, a oposição é parte do que é ‘real’. É essa estranha percepção da verdade que faz com que escolher o Céu pareça ser a mesma coisa que abandonar o inferno. Isso não é realmente assim. No entanto, o que é verdadeiro na criação de Deus não pode entrar aqui até que seja refletido de alguma forma que o mundo possa compreender. A verdade não pode vir aonde só poderia ser percebida com medo. Pois isso seria o erro de que a verdade pode ser trazida às ilusões. A oposição faz com que a verdade não seja bem-vinda e ela não pode vir.

Tu precisas ser lembrado de que pensas que mil escolhas te confrontam, quando realmente há apenas uma. E mesmo essa, apenas parece ser uma escolha. Não te confundas com todas as dúvidas que milhares de decisões iriam induzir. Só fazes uma escolha. E, uma vez feita, perceberás que não havia absolutamente nenhuma. Pois a verdade é verdadeira e nada mais é verdadeiro. Não há nenhum oposto a ser escolhido em seu lugar. Não há nenhuma contradição para a verdade.

A escolha depende do aprendizado. E a verdade não pode ser aprendida, só reconhecida. A sua aceitação está em reconhecê-la e ao ser aceita, ela é conhecida. Mas o conhecimento está além das metas que buscamos ensinar no escopo deste curso. As nossas são metas de ensino a serem atingidas através do aprendizado de como é possível alcançá-las, do que são e do que te oferecem. As decisões são o resultado do teu aprendizado, pois se baseiam no que aceitaste como a verdade do que és e de quais são as tuas necessidades…

O Céu é escolhido conscientemente. A escolha não pode ser feita enquanto as alternativas não forem cuidadosamente vistas e compreendidas. Tudo o que está velado nas sombras tem que ser erguido à compreensão, para ser novamente julgado e, dessa vez, com o auxílio do Céu…

A escolha consciente do Céu é tão certa quanto o fim do medo do inferno, quando esse é retirado do escudo protetor da inconsciência e é trazido à luz. Quem pode decidir entre o que é visto claramente e o que não é reconhecido? No entanto, quem pode falhar em fazer uma escolha entre alternativas, se apenas uma é vista como valiosa e a outra como uma coisa inteiramente sem valor, que não passa de uma fonte imaginária de culpa e dor? Quem hesita em fazer uma escolha como essa? E nós hesitaremos em escolher hoje? ‘(LE-pI.138.1-2, 4-5, 9:1-3)

Essa escolha entre verdade e ilusão (Céu e inferno), reflete-se na pergunta retórica que fecha o Capítulo 23. Na verdade, todo o Curso é a tentativa de Jesus de se unir a nós para que nós pudéssemos fazer, finalmente, essa escolha que nos salvaria e todo o mundo:

‘Quem, sustentado pelo Amor de Deus, poderia achar a escolha entre os milagres e o assassinato difícil de fazer?’ (T-23.IV.9:8)

A próxima passagem do Texto fornece ainda outro exemplo muito claro de como Jesus contrasta a realidade não dualista de Deus e a Sua criação com o mundo da realidade refletida do Espírito Santo, ‘o mundo real’.

É uma passagem importante, pois ajuda a resumir a discussão sobre a necessidade dos estudantes de Um Curso em Milagres reconhecerem a natureza intransigente [inflexível] de sua metafísica não dualista, porém uma metafísica que é integrada com uma abordagem suave às nossas experiências dentro do sonho de dualidade.

Ele começa com uma reafirmação de dois parágrafos desse fundamento não dualista: Somente Deus é real e são; tudo o mais é ilusório e insano. Essas linhas, aliás, têm que ser lidas com atenção e reflexão, repetidamente, por todos os estudantes do Curso:

Vamos voltar ao que dissemos anteriormente e pensar nisso com mais cuidado. Necessariamente ou Deus é louco ou esse mundo é um lugar de loucura. Nenhum dos Seus Pensamentos faz sentido algum dentro desse mundo. E nada daquilo que o mundo acredita que é verdadeiro tem qualquer significado na Sua Mente. O que não faz sentido e não tem significado é insanidade. E o que é loucura não pode ser a verdade. Se uma só crença profundamente valorizada aqui fosse verdadeira, então, qualquer Pensamento que Deus jamais teve seria uma ilusão. E se apenas um dos Seus Pensamentos é verdadeiro então todas as crenças às quais o mundo dá qualquer significado são falsas e não fazem qualquer sentido. Essa é a escolha que fazes. Não tentes vê-la de modo diferente, nem distorcê-la em algo que ela não é. Pois só essa é a decisão que podes tomar. O resto depende de Deus e não de ti.

Justificar um só valor que o mundo mantenha é negar a sanidade do teu Pai e a tua. Pois Deus e o Seu Filho amado não pensam de modo diferente. E é a concordância do seu pensamento que faz do Filho um co-criador com a Mente Cujo Pensamento o criou. Assim, se ele escolhe acreditar em um único pensamento oposto à verdade, decidiu que não é o Filho de seu Pai, porque o Filho é louco e a sanidade tem que estar à parte tanto do Pai quanto do Filho. Nisso tu acreditas. Não penses que essa crença depende da forma que ela tome. Quem acha que o mundo é são sob qualquer aspecto, que ele tem justificativa para qualquer coisa que pense ou é mantido por qualquer forma de razão, acredita que isso é verdadeiro. O pecado não é real porque o Pai e o Filho não são insanos. Esse mundo não tem significado porque se baseia no pecado. Quem poderia criar o imutável se não se baseia na verdade?’ (T-25.VII.3-4)

Apesar de seu tratamento intransigente (inflexível) da diferença entre realidade e ilusão, como temos observado repetidamente, Um Curso em Milagres é prático e gentil em sua defesa da aplicação específica desses princípios dentro do sonho. E assim as palavras de Jesus encontram os seus estudantes no mundo irreal da dualidade, onde eles acreditam que estão.

Os próximos parágrafos, da mesma seção que nós acabamos de citar, tratam apenas de nossa percepção do mundo dualista, mas agora corrigidos pelo Espírito Santo para refletir apenas a verdade.

Mais especificamente, a nossa ‘função especial’ de perdão que é discutida abaixo, vem a ser o reflexo do Amor do Céu, expresso nas formas específicas (as salas de aula de nossos relacionamentos) que atendem às necessidades específicas estabelecidas por nossa especialidade:

O Espírito Santo tem o poder de mudar todo o fundamento do mundo que vês em outra coisa: uma base não insana, na qual pode basear-se uma percepção sã e um outro mundo pode ser percebido. E um mundo no qual não se contradiz nada que queira conduzir o Filho de Deus à sanidade e à alegria. Nada atesta a morte e a crueldade, a separação e a diferença. Pois aqui tudo é percebido como um só e ninguém perde para que cada um possa ganhar…

A tua função especial é a forma especial na qual o fato de que Deus não é insano parece mais sensato e significativo para ti. O conteúdo é o mesmo. A forma se adapta às tuas necessidades especiais e ao mesmo tempo e ao local especial no qual pensas que te encontras e onde podes estar livre do tempo e do espaço e de tudo o que acreditas que não pode deixar de limitar-te. O Filho de Deus não pode estar preso pelo tempo nem pelo espaço, nem por coisa alguma que não seja a Vontade de Deus. Entretanto, se a Sua Vontade é vista como loucura, então a forma de sanidade que faz com que ela seja mais aceitável para aqueles que são insanos requer uma escolha especial. Também não é possível que essa escolha seja feita pelos insanos, cujo problema é o fato de suas escolhas não serem livres e feitas com razão à luz do que tem sentido.

Seria loucura confiar a salvação aos insanos. Porque Deus não é louco, Ele designou Alguém tão são quanto Ele para fazer surgir um mundo mais são para se encontrar com o modo de ver de todo aquele que escolheu a insanidade como sua salvação. A esse Alguém é dada a escolha da forma mais adequada a ele, uma forma que não ataque o mundo que vê, mas penetre nesse mundo em quietude e lhe mostre que ele é louco. Esse Alguém apenas aponta para uma alternativa, uma outra maneira de olhar para o que ele já viu antes e reconhece como o mundo no qual vive e que antes pensava compreender.

Agora ele tem que questionar isso, pois a forma da alternativa é tal que ele não pode negá-la, nem deixar de ver, nem falhar completamente em perceber. Para cada um a sua função especial é programada de maneira tal que seja percebida como sendo possível e cada vez mais desejável, à medida em que lhe prova que é uma alternativa que ele realmente quer. Dessa posição, a presença do pecado nele e todo o pecado que ele vê no mundo lhe oferecem cada vez menos. Essa situação continua até que venha a compreender que isso lhe custa a sua sanidade e que isso se interpõe entre ele e qualquer esperança que possa ter de ser são. (T-25.VII.5:1-4, 7:1-6, 8:1-4, 9:1-4)

Os parágrafos anteriores introduzem o importante papel na salvação que o Espírito Santo tem como ‘a Alternativa’, aquela presença dentro da mente dividida do Filho que representa a outra escolha.’

O autor então prossegue nessa nossa discussão sobre os símbolos examinando o papel do Espírito Santo no contexto da tradução dos símbolos de ódio e separação do ego em perdão e união.

As duas passagens seguintes do Texto, por exemplo, expressam muito especificamente a função do Espírito Santo de reinterpretar os símbolos do ego, refletindo assim as leis de Deus.

O Espírito Santo é o Mediador entre as interpretações do ego e o conhecimento do espírito. Sua capacidade de lidar com símbolos faz com que Ele seja capaz de trabalhar com as crenças do ego em sua própria linguagem. Sua capacidade de olhar para o que está além dos símbolos da eternidade, torna-O capaz de compreender as leis de Deus pelas quais Ele fala. O Espírito Santo pode, portanto, desempenhar a função de reinterpretar o que o ego faz, não pela destruição, mas pela compreensão. A compreensão é luz e luz conduz ao conhecimento. O Espírito Santo está na luz porque Ele está em ti que és luz, mas tu mesmo não tens conhecimento disso. Portanto, é tarefa do Espírito Santo reinterpretar-te a favor de Deus. (T-5.III.7:1-7)

Eu tenho dito que o último passo no despertar do conhecimento é dado por Deus. Isso é verdadeiro, mas é difícil explicar em palavras porque as palavras são símbolos e nada do que é verdadeiro precisa ser explicado. No entanto, o Espírito Santo tem a tarefa de traduzir o inútil em útil, o sem significado em significativo e o temporário em intemporal. Ele pode, portanto, dizer-te alguma coisa a respeito deste último passo [o que, claro, é inerentemente ilusório, uma vez que Deus não dá passos]. (T-7.I.6:3-6)

Assim como o perdão permanece uma ilusão porque corrige o pecado que nunca existiu, o Espírito Santo também deve ser uma ilusão, porque Ele corrige (ou traduz) o que é inútil e sem sentido. E eles são inúteis e sem sentido porque não são reais.

A Lição 184, ‘O Nome de Deus é minha herança‘, fornece talvez a descrição mais clara em Um Curso em Milagres da necessidade de símbolos no mundo dualístico, separado e irreal que criamos e no qual nos encontramos. E ainda assim reconhecemos a total irrealidade de tais símbolos quando comparados à pura verdade de nossa realidade não dualística como Cristo.

Tu vives através de símbolos. Inventaste nomes para tudo o que vês. Cada coisa torna-se uma entidade separada, identificada pelo próprio nome. Desse modo, tu a esculpes separando-a da unidade. Desse modo, lhe conferes seus atributos especiais e a isolas das outras coisas, enfatizando o espaço que a cerca. Colocas esse espaço entre todas as coisas às quais dás um nome diferente, todos os acontecimentos em termos de lugar e tempo, todos os corpos que são saudados com um nome…

Que nomes são esses, através dos quais o mundo se torna uma série de eventos distintos, de coisas desunidas, de corpos mantidos à parte, que contêm pedaços da mente como se fossem consciências separadas? Tu lhes deste esses nomes, estabelecendo a percepção como desejavas que fosse. Às coisas sem nome foram dados nomes e assim também lhes foi dada realidade. Pois aquilo que recebe um nome, recebe também um significado e será visto então como significativo; uma causa de um efeito verdadeiro, como uma consequência inerente em si mesma…

Essa é a soma da herança que o mundo lega. E todos aqueles que aprendem a pensar que isso é assim, aceitam os sinais e símbolos que declaram que o mundo é real. É isso o que representam. Não deixam nenhuma dúvida de que o que tem nome esteja presente. Pode ser visto, tal como foi antecipado. Aquilo que nega que isso é verdadeiro é apenas ilusão, pois essa é a realidade suprema. Questioná-lo é loucura; aceitar a sua presença é prova de sanidade.’ (LE-p1.184.1:1-6, 3:1-4, 6:1-7)

Esses parágrafos, então, descrevem claramente o mundo de separação e diferenciação do ego. O adormecido Filho de Deus sonha que quebrou a unidade de Cristo em bilhões e bilhões de fragmentos, cada um dos quais é visto como diferente e então nomeado, assim, cada fragmento é destacado um do outro.

A mente então programa os órgãos sensoriais do corpo para perceber essa fragmentação e o cérebro para interpretar e classificar esses dados em um mundo que parece ser compreensível e certamente muito real.

A lição do Livro de Exercícios continua descrevendo a interpretação diferente do Espírito Santo de tais dados ou símbolos, como o Seu uso dos símbolos ou nomes do mundo, por sua própria natureza dualística e ilusória, é capaz de ainda nos levar de volta à unidade do único Nome com o qual nós compartilhamos Deus:

Seria, de fato, estranho se te fosse pedido para ir além de todos os símbolos do mundo, esquecendo-os para sempre; e que ainda assim te fosse pedido que aceitasses a função de ensinar. Tu precisas usar os símbolos do mundo por algum tempo. Mas não te deixes também ser enganado por eles. Não representam nada em absoluto e, na tua pratica, é esse pensamento que te libertará. Tornam-se apenas meios pelos quais podes te comunicar de modo que o mundo possa compreender, mas reconheces que não são a unidade na qual a verdadeira comunicação pode ser achada.

Assim, precisas de intervalos a cada dia em que o aprendizado do mundo se torne uma fase transitória, uma prisão da qual sais para a luz do sol e esqueces da escuridão. Aqui tu compreendes o Verbo, o Nome Que Deus te deu; a única Identidade Que todas as coisas compartilham; o único reconhecimento do que é verdadeiro. E, então, dá um passo para trás, para a escuridão, não porque penses que ela seja real, mas apenas para proclamares a sua irrealidade em termos que ainda têm significado para o mundo que a escuridão governa.

Usa todos os pequenos nomes e símbolos que delineiam o mundo da escuridão. Mas não os aceites como tua realidade. O Espírito Santo usa todos eles, mas Ele não se esquece de que a criação tem um único Nome, um Significado e uma única Fonte Que unifica todas as coisas em Si Mesma. Usa todos os nomes que o mundo lhes dá, apenas por conveniência, mas não te esqueças de que eles compartilham o Nome de Deus junto contigo.’ (LE-pI.184.9:1-5, 10:1-3, 11:1-4)

E assim nós reconhecemos, por um lado, a irrealidade básica do mundo e ainda nós somos ensinados por Jesus em Um Curso em Milagres como operar dentro de um mundo de forma a ser capaz de ensinar a sua irrealidade nos termos do mundo, compreensível para nós mesmos e para os outros. Assim, a metafísica não dualística do Curso está unida com a sua aplicação amorosa e gentil no mundo dualista de separação e forma.

O nosso exemplo final nessa seção do uso de símbolos do Curso vem do final do Texto. Essa passagem incisiva de “Autoconceito versus Ser” discute o papel que os conceitos (símbolos) desempenham no sistema de pensamento dualista do ego e a importância de, em última análise, ir além de todos os pensamentos sobre nós mesmos – que são inerentemente dualistas – para a verdade não-dualística: a nossa Identidade como Cristo, o nosso Ser real.

Conceitos [símbolos] são aprendidos. Eles não são naturais. À parte do aprendizado, não existem. Eles não são dados, portanto, têm que ser feitos. Nenhum deles é verdadeiro…

Um autoconceito não tem significado, pois ninguém aqui pode ver para que serve e portanto não é capaz de retratar o que ele é. Mesmo assim, todo o aprendizado que o mundo dirige começou e terminou com o simples objetivo de ensinar-te esse conceito de ti mesmo para que escolhas seguir as leis desse mundo e nunca busques ir além das suas estradas nem compreender o modo como vês a ti mesmo. Agora, o Espírito Santo, tem que achar um modo para ajudar-te a ver que esse autoconceito tem que ser desfeito, se é que queres que alguma paz seja dada à tua mente. Tampouco pode ele ser desaprendido, a não ser através de lições que tenham o objetivo de te ensinar que és uma outra coisa. Pois de outro modo, te seria pedido que trocasses aquilo em que agora acreditas pela perda total do ser e terror ainda maior surgiria em ti…

Assim, precisamos primeiro trocar os conceitos [símbolos] do Espírito Santo de perdão e cura ao invés de culpa e ódio do ego, os precursores gentis para nos movermos totalmente além dos conceitos.’

A seção continua:

A salvação pode ser vista como nada além do escapar de conceitos. Ela não se preocupa com o conteúdo da mente [ou seja, as diferentes formas que a dualidade assume], mas com a simples declaração de que ela pensa [isto é, que a mente tem escolhido dualidade em vez de não dualidade, ilusão em vez de verdade]…

Não busques o teu Ser em símbolos. Não pode existir nenhum conceito para representar o que tu és…

O mundo não é capaz de ensinar nenhuma imagem de ti, a não ser que tu queiras aprendê-las. Um tempo virá em que todas as suas imagens terão desaparecido e verás que não sabes o que és. É para essa mente aberta e sem lacres que a verdade retorna, sem impedimentos e sem limites. Ali, onde os autoconceitos foram postos de lado, a verdade é revelada exatamente como é. Quando todos os conceitos tiverem sido erguidos à dúvida e ao questionamento e quando tiverem sido reconhecidos como tendo sido feitos com base em hipóteses que não podem fazer face à luz, então, a verdade está livre para entrar no seu santuário, limpa e livre de culpa. Não há declaração que o mundo tenha mais medo de ouvir do que essa:

Eu não sei o que sou e, portanto, não sei o que estou fazendo, onde estou ou como olhar para o mundo ou para mim mesmo.

Entretanto, é aprendendo isso que nasce a salvação. E O Que tu és te falará a Si Mesmo.” (T-31.V.7:1-5, 8:1-5, 14:3-4, 15:1-2, 17:1-8)

Dr. Kenneth Wapnick também destaca que “em outra parte do Curso, Jesus enfatiza que essa experiência do Ser não pode ser ensinada (por exemplo, LE-pl.157.9), pois está além de todos os símbolos e conceitos do mundo. Assim, esse Ser só pode ser mostrado como o produto final do uso do símbolo do perdão para desfazer os símbolos de separação do ego.”

“Nós podemos entender de nossa discussão nesse capítulo, portanto, que as palavras reais de Jesus em Um Curso em Milagres não podem ser tomadas literalmente. Elas em si não são ‘a verdade’, mas ‘apontam para onde a verdade deve estar e dão(dá) direção com a certeza do Próprio Deus’ (LE-pl.198.3:5-6).

As verdadeiras palavras de Jesus, na análise final, são apenas ‘uma ilusão de ajuda’, porque sem elas os seus irmãos e as suas irmãs mais novos não teriam ajuda.

Isso não é diferente de um psicoterapeuta que necessita ir além do simbolismo do sonho do paciente para o significado subjacente, que de outra forma seria inacessível para ambos.

Além disso, o significado do sonho só é capaz de ser verdadeiramente entendido no contexto da vida do paciente, que é também, por assim dizer, um conjunto de símbolos.

Da mesma forma, não se é capaz de entender nenhuma passagem particular do Curso sem uma avaliação adequada do todo. Esse é o mesmo ponto que nós vimos anteriormente na declaração citada duas vezes onde, falando da Unicidade de Cristo, Jesus nos ensina que ‘a Filiação em sua Unicidade transcende a soma de suas partes’ (T-2.VII.6:3).

Mais adiante no Texto, ele acrescenta que a mensagem da Expiação que ele está trazendo para nós, em sua totalidade, transcende a soma de suas partes (T-4.111.1:6).

Assim, para recapitular, um estudante de Um Curso em Milagres nunca será realmente capaz de entender qualquer passagem nele [no Curso] sem primeiro entender o todo, assim como um terapeuta seria irresponsável tentar analisar o sonho de um relativo estranho (muito menos qualquer comportamento), sem primeiro avaliar onde aquele sonho (ou comportamento) em particular se encaixa na vida inteira da pessoa.

Infelizmente, no entanto, como nós vimos antes, muitos estudantes são invariavelmente tentados a remover uma frase ou parágrafo de seu contexto no Curso e, em seguida, declarar que Um Curso em Milagres significa o que as palavras dizem, embora na realidade eles tenham contradito a própria mensagem do Curso em si mesmo.

Isso não seria diferente, por exemplo, de tomar as famosas quatro notas de abertura da Quinta Sinfonia de Beethoven e proclamar que os três sol e mi bemol constituem a sinfonia, ao invés de entender o incrível desenvolvimento desse motivo simples em quatro movimentos que realmente é a sinfonia.

O gênio de Beethoven não residia tanto em suas melodias ou temas, mas sim em seu desenvolvimento ao longo da música, que refletia o seu próprio desenvolvimento interior como artista e pessoa.

Da mesma forma, não se desejaria julgar Hamlet ou Macbeth por suas cenas cômicas do coveiro e do carregador bêbado, respectivamente, cujo objetivo é simplesmente aliviar a tensão enquanto os dramas correm para o seu trágico final. Seria um grande erro considerar essas cenas representativas das próprias peças.

O autor enfatiza que remover uma passagem ou cena musical das obras do gênio, proclamando que elas são o todo, é equivalente a arrancar passagens de Um Curso em Milagres de seu contexto e pensar que elas refletem a verdadeira mensagem de Jesus para nós.

Os efeitos de curto prazo dos bons sentimentos dificilmente compensam a perda dos benefícios de longo prazo de estudar Um Curso em Milagres como ele é.

Ao invés disso, os estudantes têm sempre que se esforçar para entender os ensinamentos do Curso à luz de sua crescente experiência pessoal de abandonar a culpa por meio do perdão.

À medida que menos culpa permanece para distorcer a percepção, a luz da verdade de Um Curso em Milagres brilhará mais e mais, permitindo que o estudante entenda os ensinamentos de Jesus com muito mais clareza.”

Dr. Kenneth Wapnick ainda nos acrescenta, com o seu entendimento do Curso e a sua natural didática, o que para ele é perdão no Curso:

“O que é pecado, exceto uma ideia falsa sobre o Filho de Deus? O perdão apenas vê a sua falsidade e, portanto, o deixa ir. O que então está livre para ocupar o seu lugar agora é a Vontade de Deus.

O perdão é silencioso e silenciosamente não faz nada. Não ofende nenhum aspecto da realidade, nem busca distorcê-la para ter a aparência de que gosta. Apenas olha, espera e não julga.

Aquele que não perdoa deve julgar, pois ele deve justificar a sua falha em perdoar. Entretanto, aquele que deseja perdoar a si mesmo deve aprender a acolher a verdade exatamente como ela é.

Não faça nada, então, deixe apenas que o perdão lhe mostre o que fazer, por meio d’Aquele que é o seu Guia, o seu Salvador e o seu Protetor, forte na esperança e certo de seu sucesso final.

Ele já o perdoou, pois tal é a sua função, dada a Ele por Deus. Agora você deve compartilhar a Sua função e perdoar a quem Ele salvou, cuja impecabilidade Ele vê e a quem ele honra como o Filho de Deus.”

“Perdoa todos os pensamentos que querem se opor à verdade da tua completeza, unidade e paz. Tu não podes perder as dádivas que o teu Pai te deu.” (LE-pI.99.10:1-2)

Como praticar o perdão

Do livro “O Desaparecimento do Universo”, de autoria de Gary R. Renard, nós temos nas palavras dos Mestres Ascensionados Arten e Pursah, importantes dicas de como nós devemos praticar o perdão à luz do sistema de pensamento de Um Curso em Milagres:

“Para colocar isso de maneira ainda mais enfática, o perdão é a única coisa que realmente é capaz de mudar o mundo e esse nem mesmo é o propósito do perdão! Os benefícios reais do verdadeiro perdão vão para aquele que perdoa.

O perdão tem a ver com o que você pensa. O que você faz não é o mais importante, ainda que seja resultado do que você pensa. É o que você pensa que irá ou mantê-lo sonhando, ou irá ajudar a levá-lo para casa, não o que você faz.”

“O perdão nunca irá resultar em violência, no entanto, o julgamento sempre resultará em algum tipo de efeito negativo no nível da forma, ainda que o efeito seja apenas sobre a sua própria saúde. A violência é a extensão última e ilógica do medo, julgamento e raiva.

O sistema de pensamento delusório do ego sempre vai levar a alguma forma de violência ou assassinato no final, porque ele requer que as pessoas vejam o seu inimigo – ou a causa percebida dos seus problemas – como estando fora delas. Revertendo o sistema de pensamento do ego, o seu medo será liberado, não projetado.

Com a salvação não existe ninguém lá fora para culpar por seu único problema real, dos quais todos os outros são simbólicos. A causa, que é a decisão de acreditar na separação de Deus e a solução, que é o princípio da Expiação, estão ambas em sua mente – onde você agora tem o poder de escolher a Resposta do Espírito Santo.

Vamos examinar os componentes do perdão. Aprenda-os e lembre-os bem, querido estudante. Se você puder se lembrar deles quando for confrontado pelas tentações constantes do ego para se considerar um corpo, você irá entrar para o hall da fama do perdão. Essas ideias são o caminho para a salvação e a sua passagem para casa – se chegar a ponto de aplicá-las regularmente.

Com isso em mente, um componente para praticar o perdão quando você for confrontado com uma oportunidade seria você se lembrar de que você está sonhando. Você é o autor dos sonhos e criou as figuras nele para encenar para você, para que possa ver a sua própria culpa inconsciente fora de si mesmo.

Se você se lembrar de que está sonhando, então não há nada lá fora além da sua própria projeção. Uma vez que acreditar nisso – e a crença vem apenas com a prática e a experiência – então, não há necessidade de que aquilo que você está vendo e agora perdoando, tenha qualquer impacto sobre você. Como o Curso coloca:

‘O milagre estabelece que tu estás sonhando um sonho e que o seu conteúdo não é verdadeiro. Esse é um passo crucial para se lidar com ilusões. Ninguém tem medo delas quando percebe que as inventou. O medo mantinha-se em seu lugar porque ele não havia visto que era o autor do sonho e não uma de suas figuras.’ (T-28.II.7:1-4)

Essa citação está em uma seção do Curso chamada “Revertendo efeito e causa”, que também diz:

‘O milagre é o primeiro passo na devolução à Causa da função da causalidade, não do efeito.’ (T-28.II.9:3)

Lembre-se, isso não quer dizer que não existam mentes aparentemente separadas, que pensem que estão realmente aqui, mas, como você, elas têm que aprender a verdade para que a mente inteira seja capaz de ser uma só novamente.

Tudo isso irá se tornar parte da sua atitude, entretanto, é útil no início pensar sobre isso como sendo formado por componentes diferentes. Uma vez que você é a causa não o efeito, outro componente importante do perdão seria perdoar tanto as suas imagens projetadas quanto a si mesmo por sonhar com elas.

O Curso lhe diz para perdoar o seu irmão pelo que ele não fez.

Isso seria perdão verdadeiro, porque, como o Curso também diz, você não está fazendo com que o erro seja real. Você não está dando realidade às suas ilusões; você está trazendo as suas ilusões à verdade.

Agora chegou a hora de perdoar a si mesmo por sonhar com toda essa confusão para início de conversa. Se nada aconteceu – e se o Curso ensina algo que diz que nada aconteceu – então, você é inocente.

Portanto, enquanto você perdoa os seus irmãos e as suas irmãs, a sua mente percebe simultaneamente que está perdoada. Lembre-se, nós também já citamos o Curso como dizendo que como você vê outra pessoa, verá a si mesmo.

Como exemplo do processo de pensamento do perdão verdadeiro: Você não está realmente ali. Se eu pensar que você é culpado, ou a causa do problema e se eu o criei, então, a culpa e o medo imaginários têm que estar em mim. Uma vez que a separação de Deus nunca aconteceu, eu perdoo a nós ‘dois’ pelo que nós realmente não fizemos. Agora, existe apenas inocência e eu me uno ao Espírito Santo em paz.

Todos os componentes do perdão se encaixam. Se as pessoas que você vê são Cristo, então, você também é. Se você responde com julgamento ao ego e dá realidade aos sonhos dos outros de que eles também são egos, então, é isso que você vai pensar que é. É verdade que não existe ninguém lá fora. Para repetir um ponto importante, as pessoas que você vê pensam que estão lá fora – exatamente como fantasmas. Como o Curso diz, na seção chamada ‘A união maior’:

‘Não te unas aos sonhos do teu irmão, mas une-te a ele e aonde te unes ao Seu Filho, lá está o Pai.’ (T-28.IV.10:1)

E, na próxima seção, ‘A alternativa para os sonhos de medo’:

‘Tu não compartilhas nenhum sonho mau se perdoas o sonhador e percebes que ele não é o sonho que fez. E assim ele não pode ser uma parte do teu, do qual ambos estão livres.’ (T-28.V.3:1-2)

Fazendo isso, o perdão irá fazer com que você acorde gradualmente do sonho. Se você despertasse de uma vez, garanto que não seria prazeroso.

Você tem que ser preparado para uma forma de vida diferente. Mesmo nessa vida, onde as pessoas pensam serem corpos, a mudança não é realmente bem-vinda – ainda que as pessoas queiram fingir que é.”

A Mestre Ascensionada Pursah então acrescenta para o nosso entendimento:

“Nós dissemos que Jesus admirava a história da Caverna de Platão. Ele faz referência a ela nessa citação do Curso, que mostra que tanto você quanto o seu irmão vão ter resistência consciente e inconsciente à verdade. Ele também avisa que você não deveria esperar que alguém concorde com você nessa vida.

‘Prisioneiros amarrados a pesadas correntes por anos, famintos e abatidos, fracos e exaustos, e com os olhos baixos há tanto tempo na escuridão que não se lembram da luz, não pulam de alegria no instante em que são libertados. Leva tempo para que compreendam o que é a liberdade.’ (T-20.IV.9:1-2)

O seu trabalho é perdoar, não implorar pela concordância daquelas mentes aparentemente separadas que está perdoando. Como uma outra forma de olhar para esse mesmo componente do perdão, lembre-se desse parágrafo do Livro de Exercícios:

‘Há uma maneira muito simples de achar a porta do perdão verdadeiro e percebe-la aberta de par em par para dar boas-vindas. Quando te sentires tentado a acusar alguém de haver pecado em qualquer forma que seja, não deixes a tua mente se deter sobre o que pensas que ele fez, pois isso é autoengano. Ao invés disso, pergunta: ‘Eu me acusaria por fazer isso?’ (LE-pI.134.9:1-3)

Ao invés de se acusar, lembre-se de que o chamado deles por amor é o chamado por amor de você mesmo. Você deveria ser grato a eles; você necessita deles tanto quanto eles necessitam de você. Sem aquelas imagens que vê e o milagre, você nunca será capaz de achar a saída. Essas imagens são simbólicas do que está em sua mente inconsciente e, sem elas, a sua culpa inconsciente estaria para sempre oculta de você – não haveria escapatória.

O Espírito Santo usa o mesmo artifício que o ego criou para proteger a si mesmo e o usa para desfazê-lo. Os Seus artifícios só podem ser usados para o bem. Não se preocupe com os resultados do que pode ou não ser visto no nível da forma. Seja grato pelo que o perdão e o Espírito Santo estão fazendo por você.

Perdoando os seus irmãos e as suas irmãs da maneira descrita, você está se reunindo ao que realmente é. Você está dizendo ao mundo e às imagens corporais que vê que o comportamento deles não tem quaisquer efeitos sobre você e, se eles não têm quaisquer efeitos sobre você, então, eles realmente não existem separadamente de você. Portanto, não existe separação de nenhum tipo na realidade – o que nos traz ao principal componente final da atitude do perdão: Confie no Espírito Santo e escolha a Sua força.

A paz do Espírito Santo será dada a você se você fizer o seu trabalho. Ela irá curar [to heal] a mente inconsciente mais ampla que está oculta de você e lhe dar a Sua paz ao mesmo tempo. Essa paz pode nem sempre vir a seguir e algumas vezes ela virá.

Algumas vezes, ela é capaz de surpreendê-lo na forma de algo acontecendo que geralmente iria aborrecê-lo – exceto que dessa vez não o fará. E isso irá levá-lo ao Reino do Céu, pois, junto com o Espírito Santo, você está fazendo o trabalho que leva à condição da paz – que é a condição do Reino.

O perdão realmente está preparando você para reentrar no Reino do Céu! Como o Curso diz:

‘… A capacidade de aceitar a verdade nesse mundo é a contraparte perceptível do que é criar no Reino. Deus fará a Sua parte se fizeres a tua e em troca da tua a Sua retribuição é a troca da percepção pelo conhecimento.’ (T-10.II.3:3-4)

Quando você estiver pronto para aceitar que a única coisa que realmente importa em sua vida ilusória é completar com sucesso as suas lições de perdão, então, você será realmente sábio.

Não peças para ser perdoado, pois isso já foi realizado. Pede, ao contrário, para aprenderes como perdoar e a restaurar o que sempre existiu em tua mente sem perdão.” (T.14.IV.3:4-5)

Bibliografia da OREM3:

  • Livro “Um Curso em Milagres” – Livro Texto, Livro de Exercícios e Manual de Professores. Fundação para a Paz Interior. 2ª Edição –  copyright© 1994 da edição em língua portuguesa.
  • Artigo “Helen and Bill’s Joining: A Window Onto the Heart of A Course in Miracles” (tradução livre: A União de Helen e Bill: Uma Janela no Coração de Um Curso em Milagres”) – Robert Perry, site: https://circleofa.org/
  • E-book “What is A Course in Miracles” (tradução livre: O que é Um Curso em Milagres) – Robert Perry.
  • E-book “Autobiography – Helen Cohn Schucman, Ph.D.” – Foundation for Inner Peace (tradução livre: Autobiografia – Helen Cohn Schucman, Ph.D., Fundação para a Paz Interior).
  • Livro “Uma Introdução Básica a Um Curso em Milagres”,  Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Livro “O Desaparecimento do Universo”, Gary R. Renard.
  • Livro “Absence from Felicity: The Story of Helen Schucman and Her Scribing of A Course in Miracles” (tradução livre: “Ausência de Felicidade: A História de Helen Schucman e Sua Escriba de Um Curso em Milagres”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Artigo “A Short History of the Editing and Publishing of A Course in Miracles” (tradução livre: Uma Breve História da Edição e Publicação de Um Curso em Milagres” – Joe R. Jesseph, Ph.D. http://www.miraclestudies.net/history.html
  • E-book “Study Guide for A Course in Miracles”, Foundation for Inner Peace (tradução livre: Guia de Estudo para Um Curso em Milagres, Fundação para a Paz Interior).
  • Artigo “The Course’s Use of Language” (tradução livre: “O Uso da Linguagem do Curso”), extraído do livro “The Message of A Course in Miracles” (tradução livre: “A Mensagem de Um Curso em Milagres”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Artigo Who Am I? (tradução livre: Quem Sou Eu?) – Beverly Hutchinson McNeff – Site: https://www.miraclecenter.org/wp/who-am-i/
  • Artigo “Jesus: The Manifestation of the Holy Spirit – Excerpts from the Workshop held at the Foundation for A Course in Miracles – Temecula CA” (tradução livre: Jesus: A Manifestação do Espírito Santo – Trechos da Oficina realizada na Fundação para Um Curso em Milagres – Temecula CA) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Livro “Quantum Questions” (tradução livre: “Questões Quânticas”) – Ken Wilburn
  • Livro “Um Retorno ao Amor” – Marianne Williamson.
  • Glossário do site Foundation for A Course in Miracles (tradução livre: Fundação para Um Curso em Milagres), do Dr. Kenneth Wapnick, https://facim.org/glossary/
  • Livro Um Curso em Milagres – Esclarecimento de Termos.
  • Artigo “The Metaphysics of Separation and Forgiveness” (tradução livre: “A Metafísica da Separação e do Perdão”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Livro “Os Ensinamentos Místicos de Jesus” – Compilado por David Hoffmeister – 2016 Living Miracles Publications.
  • Livro “Suplementos de Um Curso em Milagres UCEM – A Canção da Oração” – Helen Schucman – Fundação para a Paz Interior.
  • Livro “Suplementos de Um Curso em Milagres UCEM – Psicoterapia: Propósito, Processo e Prática.
  • Workshop “O que significa ser um professor de Deus”, proferido pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D..
  • Artigo escrito pelo escritor Paul West, autor do livro “I Am Love” (tradução livre: “Eu Sou Amor”), blog https://www.voiceforgod.net/.
  • Artigo “The Beginning Of The World” (tradução livre: “O Começo do Mundo”) – Dr Kenneth Wapnick.
  • Artigo “Duality as Metaphor in A Course in Miracles” (tradução livre: “Dualidade como Metáfora em Um Curso em Milagres”) – Um providencial e didático artigo, considerado pelo próprio autor como sendo um dos artigos (workshop) mais importantes por ele escrito e agora compartilhado pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Artigo “Healing the Dream of Sickness” (tradução livre: “Curando o Sonho da Doença”  – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Livro “The Message of A Course in Miracles – A translation of the Text in plain language” (tradução livre: “A mensagem de Um Curso em Milagres – Uma tradução do Texto em linguagem simples”) – Elizabeth A. Cronkhite.
  • E-book “Jesus: A New Covenant ACIM” – Chapter 20 – Clearing Beliefs and Desires – Cay Villars – Joininginlight.net© (tradução livre: “Jesus: Uma Nova Aliança UCEM” – Capítulo 20 – Clarificando Crenças e Desejos).
  • Artigo “Strangers in a Strange World – The Search for Meaning and Hope” (tradução livre: “Estranhos em um mundo estranho – A busca por significado e esperança”), escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick e por sua esposa Sra. Gloria Wapnick.
  • Artigo “To Be in the World and Not of It” (tradução livre: “Estar no Mundo e São Ser Dele”), escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick e por sua esposa Sra. Gloria Wapnick.
  • Site https://circleofa.org/.
  • Livro “A Course in Miracles – Urtext Manuscripts – Complete Seven Volume Combined Edition. Published by Miracles in Action Press – 2009 1ª Edição.
  • Tradução livre do capítulo Urtext “The Relationship of Miracles and Revelation” (N 75 4:102).
  • Artigo “How To Work Miracles” (tradução livre “Como Fazer Milagres”), de Greg Mackie https://circleofa.org/library/how-to-work-miracles/.
  • Artigo “A New Vision of the Miracle” (tradução livre: “Uma Nova Visão do Milagre”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/a-new-vision-of-the-miracle/.
  • Artigo “What Is a Miracle?” (tradução livre: “O que é um milagre?”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/what-is-a-miracle/.
  • Artigo “How Does ACIM Define Miracle?” (tradução livre: “Como o UCEM define milagre?”), de Bart Bacon https://www.miracles-course.org/index.php?option=com_content&view=article&id=232:how-does-acim-define-miracle&catid=37&Itemid=57.
  • Livro “Os cinquenta princípios dos milagres de Um Curso em Milagres”, de Kenneth Wapnick, Ph.D..
  • Artigo “The Fifty Miracle Principles: The Foundation That Jesus Laid For His Course” (tradução livre: “Os cinquenta princípios dos milagres: a base que Jesus estabeleceu para o seu Curso”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/the-fifty-miracle-principles-the-foundation-that-jesus-laid-for-his-course/.
  • Artigo “Ishmael Gilbert, Miracle Worker” (tradução livre: “Ishmael Gilbert, Trabalhador em Milagre”), de Greg Mackie https://circleofa.org/library/ishmael-gilbert-miracle-worker/.
  • Blog “A versão Urtext da obra Um Curso em Milagres (UCEM)” https://www.umcursoemmilagresurtext.com.br/.
  • Blog “Course in Miracles Society – CIMS – Original Edition” https://www.jcim.net/about-course-in-miracles-society/.
  • Site Google tradutor https://translate.google.com.br/?hl=pt-BR.
  • Site WordReference.com | Dicionários on-line de idiomas https://www.wordreference.com/enpt/entitled.
  • Artigo “The earlier versions and the editing of A Course in Miracles” (tradução livre: “As versões iniciais e a edição de Um Curso em Milagres), autor Robert Perry https://circleofa.org/library/the-earlier-versions-and-the-editing-of-a-course-in-miracles/.
  • Livro “A Course in Miracles: Completed and Annotated Edition” (“Edição Completa e Anotada”) – Circle of Atonement.
  • Livro “Q&A – Detailed Answers to Student-Generated Questions on the Theory and Practice of A Course in Miracles” – Supervised and Edited by Kenneth Wapnick, Ph.D. – Foundation for A Course in Miracles – Publisher (tradução livre: “P&R – Respostas Detalhadas a Questões Geradas por Alunos sobre a Teoria e Prática de Um Curso em Milagres” – Supervisionado e Editado por Kenneth Wapnick, Ph.D. – Fundação para Um Curso em Milagres – Editora)
  • Artigo “The Importance of Relationships” (tradução livre: “A Importância dos Relacionamentos”), no site https://circleofa.org/library/the-importance-of-relationships/, autor Robert Perry.
  • Artigo: “The ark of peace is entered two by two” (tradução livre: “Na arca da paz só entram dois a dois”) – Robert Perry Site: https://circleofa.org/library/the-ark-of-peace-is-entered-two-by-two/
  • Artigo “Living a Course in Miracles As Wrong Minds, Right Minds, and Advanced Teachers – Part 2 of 3 – How Right Minds Live in the World: The Blessing of Forgiveness”, por Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D..
  • Artigo “Living a Course in Miracles As Wrong Minds, Right Minds, and Advanced Teachers – Part 1 of 3 – How Wrong Minds Live in the World: The Ego’s Curse of Specialness”, por Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.

Imagem pablo-heimplatz-EAvS-4KnGrk-unsplash-1.jpg

“Um milagre é uma correção. Ele não cria e realmente não muda nada. Apenas olha para a devastação e lembra à mente que o que ela vê é falso. Desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem superar a função do perdão. Assim, permanece nos limites do tempo.” (LE.II.13)

Nada real pode ser ameaçado.
Nada irreal existe.
Nisso está a paz de Deus.
T.In.2:2-4
Autor

Graduação: Engenharia Operacional Química. Graduação: Engenharia de Segurança do Trabalho. Pós-Graduação: Marketing - PUC/RS. Pós-Graduação: Administração de Materiais, Negociações e Compras - FGV/SP. Blog Projeto OREM® - Oficina de Reprogramação Emocional e Mental - O Blog aborda quatro sistemas de pensamento sobre Espiritualidade Não-Dualista, através de 4 categorias, visando estudos e pesquisas complementares, assim como práticas efetivas sobre o tema: OREM1) Ho’oponopono - Psicofilosofia Huna. OREM2) A Profecia Celestina. OREM3) Um Curso em Milagres. OREM4) A Organização Baseada na Espiritualidade (OBE) - Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT). Pesquisador Independente sobre Espiritualidade Não-Dualista como uma proposta inovadora de filosofia de vida para os padrões Ocidentais de pensamentos, comportamentos e tomadas de decisões (pessoais, empresariais, governamentais). Certificação: “The Self I-Dentity Through Ho’oponopono® - SITH® - Business Ho’oponopono” - 2022.

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