Série de artigos A Ética Budista nos Negócios.

Nós estamos destacando trechos de um artigo denominado “What is Vipassana?” [“O que é Vipassana?”], da autora Cynthia Natalee Thatcher, visando o conhecimento e o entendimento sobre o sistema de pensamento (ética, princípios e valores), o sistema organizacional (ambiente de trabalho, de relacionamentos e de políticas) e o sistema de tomada de decisões (propósitos, resultados e metas) de uma Organização Baseada na Espiritualidade (OBE), sendo esse tipo de Organização uma tendência global irreversível para as pequenas, as médias e as grandes Empresas, em quaisquer mercados de atuação, que visam a agregação de valor para todos os envolvidos nos negócios, assim como a sua própria perenidade.

Fonte

Fonte What is Vipassana?

Esse ensaio Copyright © 2006 – 2008 por Cynthia Thatcher

Tradução livre Projeto OREM® (PO)

Sobre a Autora

Cynthia Natalee Thatcher (1966-2013) obteve o Bacharelado dela em Filosofia, trabalhando com os orientadores Marvin Levich e C.D.C. Reeve. Em 2000, ela concluiu o seu Mestrado em escrita criativa na Universidade do Colorado em Boulder.

Ele se tornou professora Budista e foi uma contribuinte para diversos recursos online para o estudo Budista. Em 2008, ela publicou “Just Seeing: Insight Meditation and Sense-Perception” pela Buddhist Publication Society. O livro explorou em profundidade o importante ensinamento do Buda “Ao ver, apenas veja; ao ouvir, apenas ouça”, relacionado à prática da meditação do insight.

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O que é Vipassana?

Conteúdo

  • O que é Vipassana ou Meditação do Insight?
  • Os Dois Tipos de Meditação: Atenção Plena e Concentração
  • O que é Atenção Plena? / O País do Agora
  • Abandonando Memórias e Nomes
  • Verdade Convencional vs. Realidade Suprema
  • Nama e Rupa / A Ausência do “Eu” / Objetos / Persistência
  • Bolhas de Sabão
  • Os Quatro Fundamentos da Atenção Plena / A Velocidade da Realidade
  • O Malabarista / Os Cinco Sentidos
  • Separe A Si Mesmo
  • Pare a Roda
  • Desenterrando a Raiz

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O que é Vipassana ou Meditação do Insight?

Vipassana (meditação do insight) é a expressão máxima do ditado de Sócrates: ‘conhece-te a ti mesmo’. O Buda descobriu que a causa do sofrimento pode, de fato, ser apagada quando nós vemos a nossa verdadeira natureza. Esse é um insight radical. Isso significa que a nossa felicidade não depende da manipulação do mundo externo. Nós precisamos apenas nos ver com clareza — uma proposição muito mais simples (entretanto, em última análise, conhecer a si mesmo com clareza revela que não existe um eu (ser, self) permanente, como ensinou o Buda).

A meditação Vipassana é um método racional para purificar a mente dos fatores mentais que causam angústia e dor. Essa técnica simples não invoca a ajuda de um deus, espírito ou qualquer outro poder externo, mas depende de nossos próprios esforços.

Vipassana é um insight que rompe com a percepção convencional para perceber a mente e a matéria como elas realmente são: impermanentes, insatisfatórias e impessoais. A meditação do insight purifica gradualmente a mente, eliminando todas as formas de apego. À medida que o apego é eliminado, o desejo e a ilusão são gradualmente diluídos. O Buda identificou esses dois fatores — desejo e ignorância — como as raízes do sofrimento. Quando eles são finalmente removidos, a mente tocará alguma coisa permanente além do mundo em transformação. Essa ‘alguma coisa’ é a felicidade imortal e supramundana, chamada ‘Nibbana’ em Páli.

A meditação Vipassana é um método racional para purificar a mente dos fatores mentais que causam angústia e dor. Essa técnica simples não invoca a ajuda de um deus, espírito ou qualquer outro poder externo, mas depende de nossos próprios esforços.

A meditação do insight se preocupa com o momento presente — com permanecer no agora no grau mais extremo possível. Ela consiste em observar o corpo (rupa) e a mente (nama) com atenção concentrada.

A palavra ‘vipassana’ tem duas partes. ‘Passana’ significa ver, ou seja, perceber. O prefixo ‘vi’ tem vários significados, um dos quais é ‘através’. Vipassana-insight literalmente rompe a cortina da ilusão na mente. ‘Vi’ também pode funcionar como o prefixo Inglês ‘dis’, sugerindo discernimentoum tipo de visão que percebe componentes individuais separadamente. A ideia de separação é relevante aqui, pois o insight funciona como um bisturi mental, diferenciando a verdade convencional da realidade suprema. Por fim, ‘vi’ pode funcionar como um intensivo, nesse caso ‘vipassana’ significa visão intensa, profunda ou poderosa. Ela é um insight imediato experienciado diante dos próprios olhos, sem ter nada a ver com raciocínio ou pensamento.

A meditação do insight se preocupa com o momento presente — com permanecer no agora no grau mais extremo possível. Ela consiste em observar o corpo (rupa) e a mente (nama) com atenção concentrada.

A meditação do insight é uma religião?

Não. Embora ela tenha sido descoberta pelo Buda, a meditação do insight não é Budismo. Ela é o método pelo qual o Buda e os seus discípulos se libertaram de toda forma de sofrimento e alcançaram o despertar. Essa técnica simples é um método democrático, aberto a pessoas de qualquer fé ou àquelas que não professam nenhuma.

A meditação do insight é uma fuga da realidade?

Não. Pelo contrário, é o confronto supremo com a realidade.

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Dois Tipos de Meditação: Atenção Plena e Concentração

O termo completo para meditação do insight é ‘vipassana-bhavana’. ‘Bhavana’ significa um sistema de treinamento mental que cultiva sabedoria ou concentração.

Todas as técnicas de meditação podem ser classificadas em dois tipos: meditação do insight (vipassana bhavana) e meditação da tranquilidade, ou da concentração (samatha-bhavana). Na prática da tranquilidade, você fixa a atenção em um único objeto até que a mente entre em uma quietude profunda, semelhante a um transe. Você desenvolve concentração suficiente para aquietar a mente e suprimir impurezas mentais, como a raiva. Quando você para de meditar, no entanto, as emoções negativas eventualmente retornam.

A prática do insight, por outro lado, cultiva a sabedoria. O estudante desenvolve a atenção plena sistemática para ver as verdadeiras características da existência: insatisfação, impermanência e impessoalidade. Todas as atividades da vida diária podem ser objetos de atenção plena: ações corporais, sentimentos, pensamentos e emoções — mesmo as dolorosas. Nada é suprimido.

Na prática da atenção plena, o meditador observa e abandona diferentes objetos à medida que eles aparecem e desaparecem, ao invés de manter a mente fixada exclusivamente em uma coisa. Embora alguma concentração seja necessária para a prática de vipassana, trata-se apenas do nível chamado ‘concentração momentânea’, que é mais fraco do que o requerido para estados profundos de tranquilidade (jhana).

O caminho da concentração resulta em calma de curto prazo, bem-aventurança e, quando totalmente aperfeiçoado, poderes psíquicos. O caminho do insight, por outro lado, leva à sabedoria e à libertação permanente do sofrimento. Essa liberdade é chamada de ‘Nibbana’, o imortal.

Na prática da atenção plena, o meditador observa e abandona diferentes objetos à medida que eles aparecem e desaparecem, ao invés de manter a mente fixada exclusivamente em uma coisa.

Nós praticamos a meditação vipassana para ver a mente, para conhecê-la ao invés de controlá-la, como diz Bhikkhu Sopako Bodhi. Ver a própria mente com clareza é ver a realidade suprema.

Muitos de nós encontramos desculpas para evitar cultivar a mente. Existe a conhecida objeção: ‘Eu não tenho concentração suficiente para meditar’. Mas uma forte concentração, como nós dissemos, não é um requisito para a meditação do insight.

Pergunte a si mesmo: uma pessoa doente necessita de uma aptidão especial para tomar penicilina? Não — ela a toma porque está doente. Assim como a medicina, a meditação não é alguma coisa para a qual se necessita de aptidão, mas sim uma receita para a doença; e quanto pior o sabor, mais provavelmente ela é necessária. O Buda disse que todos nós sofremos da doença mental do desejo, da aversão e da ilusão. Mas qualquer pessoa — repito, qualquer pessoa — é capaz de alcançar saúde mental e felicidade ‘tomando’ vipassana.

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O que é Atenção Plena?

A prática de Vipassana cultiva a atenção plena. A atenção plena na meditação do insight refere-se à consciência no nível da realidade [awareness] pura dos fenômenos físicos e mentais que ocorrem no momento presente. Esses fenômenos incluem os movimentos do seu corpo, visões, sons, cheiros, sabores, sensações de tato, dor ou sensação agradável, pensamentos, etc.

O momento presente refere-se ao instante inicial em que um fenômeno (chamado um ‘objeto’), como um som, visão ou movimento, entra em contato com a consciência no nível da percepção [consciousness]. Imagine um fósforo riscando a lateral da caixa, resultando em uma chama. É assim que se parece o contato do momento presente. A mente é uma coisa, o objeto outra. Quando eles se acendem juntos, um momento de experiência acontece: um momento de ouvir, ver, cheirar, mover, tocar, saborear, sentir ou pensar.

A atenção plena é o fator mental consciente desse contato de um momento para o outro. Além disso, a atenção plena sabe o início e o fim de cada instância de contato. Ou seja, ela vê cada visão ou som surgir e então desaparecer imediatamente.

Com a atenção plena, você não julga nem reage a fenômenos passageiros, mas apenas os observa imparcialmente, sem atração ou repulsa. Nós devemos enfatizar que a atenção plena ao corpo, aos pensamentos, aos sentimentos, às impressões sensoriais e assim por diante não significa pensar sobre essas coisas, mas simplesmente conhecê-las com a atenção concentrada assim que elas surgem (ou seja, no momento do contato) e, em seguida, deixá-las ir. A técnica de simplesmente conhecer e abandonar as sensações sem reagir a elas, eventualmente, purifica a mente de todos os traços prejudiciais.

O País do Agora

Estar atento ao momento presente é permanecer no agora supremo, estar intensamente ciente do que está acontecendo no corpo e na mente no instante presente. Em tais momentos, você não se lembra de eventos passados ​​nem antecipa o futuro. Falando a verdade, o último suspiro está no passado. Ele se foi. O próximo suspiro ainda não aconteceu. Apenas o suspiro presente (ou visão, som, movimento, etc.) é real.

No entanto, como nós somos capazes de sobreviver no mundo permanecendo no presente a tal ponto? Para funcionar na vida cotidiana, é claro, nós temos que planejar e lembrar. Nós temos que avaliar visões e sons. Na maioria das vezes, nós temos que usar a linguagem e o pensamento abstrato. Nesse caso, nós não somos capazes de permanecer precisamente no momento presente, embora nós sejamos capazes de usar a atenção plena geral e a compreensão clara para estarmos mais conscientes de nossas atividades e pensamentos.

Porém, nós somos capazes de reservar uma hora especial ou mais todos os dias para cultivar a atenção plena. Durante esse tempo, nós podemos nos desapegar de conceitos, pensamentos e ‘modelagens’ mentais de todos os tipos. Seja uma hora todas as manhãs ou um retiro de um ano, durante esse período não há necessidade de pensar na crise de ontem ou dar um salto mental em direção ao futuro, nem mesmo para a próxima respiração.

O que às vezes é mal entendido, no entanto, é o grau em que o ‘agora’ deve ser assumido durante a prática de vipassana. É mais extremo e preciso do que a maioria de nós pensa. E é bem diferente da atenção plena que nós podemos usar na vida cotidiana.

As pessoas significam coisas diferentes pelos termos ‘agora’ ou ‘o presente’. Em um sentido prático, nós podemos pensar no agora como tendo graus. Imagine que você está em uma colina alta, olhando para uma floresta através das lentes de uma câmera. À medida que você aproxima o zoom, os detalhes das árvores individuais emergem com clareza. À medida que você afasta o zoom, as árvores parecem menos distintas.

Aqui, nós estamos usando a distância como uma metáfora para o tempo. Para aqueles que estão longe da floresta, viver no presente pode significar aproveitar a vida dia após dia sem planejar a aposentadoria. Para uma pessoa que se aproxima, permanecer no agora pode significar prestar atenção enquanto lava a louça — mantendo a mente na tarefa ao invés de deixá-la vagar para a discussão da manhã anterior.

Mas será que isso é o mais perto que se pode chegar das árvores? É isso que significa permanecer no presente em seu grau máximo? Na verdade, isso não é. Nós podemos acreditar que esse é o limite apenas porque nós não temos cultivado a atenção plena sistematicamente. Entretanto, com uma atenção plena intensa, nós somos capazes, na verdade, de nos aproximar muito mais. Então, nós descobrimos que o ‘agora’ se abre para muitos outros níveis.

Gradualmente, percebe-se que a nossa anterior falta de consciência no nível da realidade [awareness] distorceu a nossa percepção da paisagem interna e externa. À medida que a atenção plena se torna mais aguçada, nós seremos capazes de perceber muito mais detalhes, sutilezas que nunca haviam sido notadas antes, até que nós sejamos capazes de perceber claramente o momento em que a mente faz o contato inicial com um objeto.

Se nós fizermos isso sistematicamente, nós começaremos a ver as coisas de forma diferente — como o reflexo no espelho do que nós pensávamos que elas fossem. O que nós acreditávamos ser permanente acaba sendo momentâneo. O que nós pensávamos desejável não parece mais ser assim. O que nós acreditávamos ser o eu (ser, self) é claramente visto como uma questão de componentes impessoais. Isso significa cruzar a fronteira da verdade convencional para a esfera da realidade suprema e ver as coisas como elas realmente são. É enxergando essas características com clareza que nós seremos capazes de nos livrar do apego e nos libertar do sofrimento.

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Abandonando Memórias e Nomes

Como levar a prática do agora para o próximo nível, de modo a ver a realidade suprema com clareza? A resposta é: abandonando temporariamente o conhecimento convencional, o que inclui abandonar a memória. Não apenas as memórias da infância, de ontem ou de um minuto atrás; não apenas a memória do nosso último suspiro.

Para obter o conhecimento supremo, você tem que abandonar, por um tempo, os rótulos e conceitos do conhecimento convencional. Alguns chamam isso de ‘mente de iniciante’. Isso significa que, para alcançar um alto nível de insight vipassana, você tem que abandonar temporariamente os nomes das coisas, porque nomear é, na verdade, uma forma muito sutil de lembrar, um pequeno reflexo de volta ao passado. No entanto, você não precisa se preocupar com a perda de nada — as memórias e os nomes retornarão assim que você necessitar deles ou assim que você interromper o período de prática intensiva.

O que significa ‘abandonar os nomes’? Para entender isso, vamos dar uma olhada no processo de percepção descrito na filosofia Budista. O processo perceptivo tem duas partes. Digamos que você esteja olhando para um piano. A princípio, você vê uma forma colorida não identificada (esse é o momento inicial de contato com o objeto, ao qual nós nos referimos anteriormente). Uma fração de segundo depois, a mente reconhece o nome do objeto: ‘piano’. Esses dois momentos ocorrem um após o outro, tão rapidamente que, na vida cotidiana, são indistinguíveis. Entretanto, com forte atenção plena e insight, é possível perceber o momento inicial da visão concentrada antes que a memória crie o nome.

Os mesmos estágios de percepção ocorrem sempre que você experiencia um som, cheiro, sabor ou toque. Ondas sonoras puras são reconhecidas em primeiro lugar; no momento seguinte, você reconhece o som. Uma fragrância é sentida antes de ser nomeada. O mesmo se aplica a toques, sabores e fenômenos mentais.

A verdade é que, embora você possa ter atenção plena geral, sempre que você reconhecer uma visão, som, etc., você não é capaz de dizer que você esteja exatamente no momento presente, no mais alto grau possível. ‘Se nós pudéssemos nos concentrar precisamente no momento presente’, escreveu Achan Sobin, ‘… o olho não seria capaz de identificar objetos que entram na área de percepção. O som, que tem apenas a função de entrar no tímpano e fazê-lo vibrar, não se concretizaria como fala ou música, etc. Na verdade, é possível se concentrar na fração de segundo entre ouvir o som e reconhecê-lo da maneira convencional.’ (Wayfaring: Um Manual para Meditação Insight).

Embora possa parecer impossível estar claramente ciente de uma forma antes de reconhecê-la, esse evento acontece naturalmente durante a prática de vipassana, quando a atenção plena e o insight estão muito fortes. Com experiência em meditação, você não precisará acreditar ou desacreditar, pois você saberá disso em primeira mão. Conhecer um fenômeno com atenção plena antes que ele seja sobreposto por conceitos é experienciar a realidade como ela realmente é, em seu estado original.

Isso não significa que, na vida cotidiana, você esbarrará em objetos que não reconhece. Novamente, a percepção convencional, juntamente com todos os nomes e conceitos necessários para o funcionamento diário, estará lá assim que você necessitar deles. Isso pode ser acessado a qualquer momento.

Mas, em relação à memória, alguém pode pensar: ‘Eu prezo as minhas memórias felizes. Por que eu deveria abrir mão delas?’ Novamente, as suas memórias não serão apagadas permanentemente. Você será capaz de se lembrar de um determinado evento sempre que você quiser. Mas quanto mais você treinar a mente para permanecer no momento presente, mais você verá que se apegar ao passado e viver no futuro, na verdade, causa sofrimento. O apego a memórias agradáveis ​​nos faz ansiar por algo que se foi e esse anseio é, em si, doloroso. O que desaparece na prática de vipassana não são as memórias em si, mas a angústia que advém do apego a elas.

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Verdade Convencional vs. Realidade Suprema

O Buda distinguia entre verdade convencional e verdade suprema. A primeira se refere aos nomes e conceitos pelos quais nós interpretamos a nossa experiência. A verdade convencional é relativa e conceitual. Ela muda de pessoa para pessoa. Entretanto, a verdade suprema é a mesma para todos. Ela é verdadeira em sentido absoluto.

Um nome é um conceito; ele não é, em última análise, real. É apenas uma convenção que nós impomos a alguma coisa. Lembrar o nome de uma coisa, seja nos referindo a uma visão, som, cheiro, paladar, tato, sensação ou alguma outra forma, não é o mesmo que experienciá-la diretamente.

A verdade convencional é relativa e conceitual. Ela muda de pessoa para pessoa. Entretanto, a verdade suprema é a mesma para todos. Ela é verdadeira em sentido absoluto.

A realidade suprema se refere aos dados sensoriais brutos da experiência a cada momento: as instâncias reais de cor, ondas sonoras, sensação tátil, fragrância e assim por diante, que o cérebro registra continuamente. Essas sensações existem independentemente de pensarmos nelas ou não. Elas não são afetadas pelos nomes ou associações que lhes são dados.

A maioria das culturas tem um nome para o fenômeno chamado ‘thunder’, em Inglês. Os Brasileiros dizem ‘trovão’, os Franceses, ‘tonerre’. Embora os nomes sejam diferentes, o fenômeno não é diferente. O evento denotado por ‘trovão’ é o mesmo, independentemente de como nós o chamemos. Na verdade, é impossível ouvir um trovão. O que realmente nós ouvimos é som. Embora um som específico possa ser chamado por muitos nomes, as ondas sonoras em si têm as mesmas propriedades e seguem as mesmas leis físicas em todas as culturas.

A meditação do insight se preocupa apenas com a realidade suprema, não com a verdade convencional. A realidade suprema tem dois componentes: nama e rupa.

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Nama e Rupa

Achan Sobin disse certa vez: ‘Não há vipassana sem nama e rupa’. Eles são meditação do insight destilada em sua essência. ‘Nama’ significa mente. A mente é composta por duas coisas: 1) consciência no nível da percepção [consciousness] e 2) fenômenos mentais ou fatores mentais, como intenção, sentimento, desejo, atenção plena e assim por diante. A palavra geral ‘nama’ inclui tanto a consciência no nível da percepção [consciousness] quanto os fatores mentais.

‘Rupa’ significa matéria. Na prática, rupa refere-se às impressões sensoriais puras: cor, som, paladar, aroma e sensação tátil (a sensação tátil é experimentada como temperatura, pressão e movimento). Embora normalmente não pensemos nelas dessa forma, na filosofia Budista as impressões sensoriais são consideradas um tipo de matéria. Elas são, de fato, a nossa única experiência direta dessa última.

Nama e rupa são as duas coisas que restam quando nós abandonamos nomes e conceitos. Estritamente falando, eles são os únicos objetos apropriados da atenção plena.

Nama e rupa desempenham duas funções em nossa experiência a cada momento: 1) a função de conhecer e 2) a função de ser conhecido.

A faculdade que conhece é nama, a mente. Ela está ciente de algo. Vamos chamá-la de ‘conhecedor’ (mas esse ‘conhecedor’ não deve ser equiparado a um eu (ser, self); ele é impessoal, anatta). O x sendo conhecido é chamado de ‘objeto’. Um objeto, por definição, carece de consciência no nível da realidade [awareness].

Rupas, formas materiais, são sempre objetos, não conhecedores. Rupa não está consciente. O som não pode ouvir. A cor não pode ver. Os fenômenos materiais têm que ser ‘tocados’ pela mente para serem experienciados. Quando a mente está ciente da cor, a visão acontece. Quando ela está ciente do som, a audição ocorre. Cor e som são objetos.

Cada momento da vida contém um ‘conhecedor’ e um objeto. Quando essas duas coisas se unem, a experiência acontece. Por exemplo, as vibrações sonoras são rupa; a mente percebe o som. Quando você move o braço, o movimento é rupa; nama, a mente, está ciente do movimento. Uma fragrância é rupa; a mente percebe o aroma. A cor é rupa; nama, a mente, reconhece a cor.

Agora é aqui que fica um pouco complicado. Embora rupas sejam sempre objetos, nem todos os objetos são rupas. Um objeto se refere a qualquer coisa da qual a mente esteja ciente. Pode ser corpóreo ou incorpóreo. Fenômenos mentais como pensamentos e sentimentos também podem se tornar objetos, objetos da mente — porque nós podemos estar cientes deles.

Nesse caso, um fenômeno mental é conhecido por outro fenômeno mental. Ter dois namas em um momento pode parecer confuso, como se houvesse dois conhecedores. Mas apenas um nama de cada vez é capaz de ser o conhecedor. Um único momento de nama ou unidade mental é capaz de desempenhar apenas uma função por vez. Não pode ser conhecedor e objeto simultaneamente.

O que acontece em alguns casos de conhecimento de uma forma mental é que a mente no presente toma como objeto o momento anterior de consciência no nível da percepção [consciousness], aquele que surgiu e desapareceu uma fração de segundo antes. Em outras palavras, o fenômeno mental sendo conhecido — o nama servindo como objeto — já terminou. (Tecnicamente, quando o momento anterior de consciência no nível da percepção [consciousness] vem a ser o objeto do presente, nós estamos conhecendo um objeto do passado. Mas ele está tão próximo no tempo que ainda conta como um objeto legítimo para a atenção plena, ainda conta como um objeto ‘presente’. Essa é uma situação diferente de quando a mente se volta para a memória para recuperar o nome de uma forma.)

Simplificando: rupas são conhecidas. Namas conhecem (rupas e outros namas). O conhecedor é sempre nama. O objeto pode ser nama ou rupa.

NAMARUPACONHECEDOROBJETO
FENÔMENO MENTALMATÉRIA        Na meditação: cor, som, cheiro, sabor, tato, movimentoA FACULDADE QUE CONHECE UM OBJETOUM FENÔMENO QUE É CONHECIDO
NAMARUPACONHECEDOROBJETO
FUNÇÃO: CONHECEDOR OU OBJETOFUNÇÃO: OBJETOFUNÇÃO: OBJETONAMA OU RUPA

Embora elas sejam fundamentais, as realidades supremas (namas e rupas individuais) não são permanentes. Na verdade, elas estão em fluxo contínuo, aparecendo e desaparecendo mais rápido que relâmpagos. Em circunstâncias normais, nós somos incapazes de perceber esse fluxo. Mas isso é possível, praticando a meditação do insight, treinar as nossas mentes para vê-lo. Ver nama-rupa surgindo e desaparecendo é conhecer a si mesmo. Conhecer a si mesmo é conhecer o universo.

A Ausência do “Eu”

Ao observar nama e rupa, você não deve pensar em termos de um ‘eu’ (ser, self) ou descrever a sua experiência com palavras. Ao observar o corpo, por exemplo, você não pensaria: ‘Eu sinto uma cãibra na perna’. Você estaria apenas ciente da sensação. Como uma técnica de treinamento, um iniciante pode rotular a sensação de ‘dor’ ou ‘sensação’, porém, sem considerá-la em termos de ‘Eu’ ou vinculá-la mentalmente a uma parte do corpo.

Conhecer a si mesmo é conhecer o universo.

Para dar outro exemplo: durante a meditação andando, o estudante está apenas ciente da mera sensação de movimento, ao invés de pensar ‘agora o meu pé está se movendo’ ou mesmo de conhecer o conceito de ‘pé’. Não importa qual parte do corpo esteja se movendo, cada instância de movimento é rupa, forma física. Em última análise, todos os rupas são iguais. A única diferença é que eles ocorrem em momentos diferentes. Namas e rupas não são eus (seres, selves). Nem pertencem a um eu (ser, self).

O corpo físico é rupa porque é composto de matéria. Ele pode ser movido em diferentes formas chamadas ‘posturas’. Digamos que você coloque o corpo na postura sentada. Normalmente, você pensaria: ‘Eu estou sentando’, o que é verdade no sentido convencional. Mas, de acordo com a realidade suprema, isso é apenas rupa que está sentando, apenas forma material, não um eu (ser, self) ou um ‘eu’. Em última análise, não é nem mesmo um homem ou uma mulher que está sentando, mas apenas elementos físicos.

E quanto a nama? Em última análise, nama, a mente, também não é um eu (ser, self). Nama é a faculdade que reconhece que o corpo está sentando. Mas essa consciência no nível da percepção [consciousness] não é equivalente a um eu (ser, self). Ela é meramente uma impessoal consciência no nível da realidade [awareness] que surge e desaparece de momento a momento.

A vida continua porque, no instante seguinte, um novo momento de consciência no nível da percepção [consciousness] surge. Novas unidades de consciência no nível da percepção [consciousness] continuam surgindo e desaparecendo, uma de cada vez e é todo esse fluxo que normalmente nós consideramos como um ser ou pessoa. Embora geralmente nós pensemos em uma pessoa como uma entidade relativamente permanente, possuindo uma alma ou um eu (ser, self) duradouro, na verdade o continuum mental é composto por unidades de consciência no nível da percepção [consciousness] separadas, mas sequenciais. A noção de um eu (ser, self) permanente, ensinou o Buda, nada mais é do que uma ficção. Ele não existe de fato nem no corpo nem na mente.

A nossa experiência momento a momento em termos de nama-rupa pode ser resumida da seguinte forma:

Movimento é rupa; nama conhece (está ciente de) movimento.
Postura é rupa; nama conhece postura.
Cor é rupa; nama vê cor.
Som é rupa; nama ouve som.
Aroma é rupa; nama sente o cheiro do aroma.
Sensação tátil é rupa; nama conhece sensação tátil.
Sabor é rupa; nama sente sabor.

Objetos

Em qualquer tipo de meditação, nós precisamos dar à mente alguma coisa em que se concentrar. Essa ‘alguma coisa’ é chamada de ‘objeto de meditação’. Na prática de vipassana, os únicos objetos apropriados são aqueles que ocorrem no momento presente. Às vezes, nós geramos esses objetos deliberadamente, como no exercício de movimentos das mãos (veja Movimentos das Mãos). Às vezes, nós apenas observamos o que ocorre naturalmente, tais como os movimentos abdominais que ocorrem quando nós respiramos.

Na verdade, o movimento abdominal que ocorre na respiração é o objeto de meditação mais frequente. O abdômen se expande quando você inspira e se desinfla quando você expira. Em vipassana, esses dois movimentos são chamados, respectivamente, de ‘elevar’ e ‘descer’. O movimento de elevar é um objeto; o movimento de descer é outro.

Como esses movimentos nunca cessam enquanto nós vivemos, eles são objetos extremamente convenientes. Você é capaz de praticar a meditação do insight a qualquer momento simplesmente observando os movimentos abdominais. (Existem muitos outros objetos para a prática de vipassana, explicados com mais detalhes abaixo e em Como Meditar.)

Persistência

Outro requisito é a persistência. Se você já tentou praticar a meditação do insight, você sabe que manter a mente no presente não é tão fácil quanto parece. Perversamente, a mente sempre divaga. Tudo bem. É preciso paciência para mudar o hábito de uma vida inteira. Mas é importante não se aborrecer consigo mesmo. Você deve considerar a divagação da mente como uma oportunidade para ver a impessoalidade, o não-eu (não-ser, não-self).

Não-eu (não-ser, não-self) significa que todos os fenômenos no universo surgem devido a condições que não são passíveis de controle pela vontade de ninguém. Nós ainda somos capazes de efetuar mudanças, mas apenas criando as causas certas, não por pura força de vontade. E criar essas causas leva tempo.

Então, como você deve reagir quando a consciência no nível da percepção [consciousness] se afasta do objeto de meditação? Simplesmente observe ‘pensando’, dizendo a palavra silenciosamente na mente e, em seguida, traga a sua atenção de volta para o objeto de meditação. Assim que notar a mente deslizando para o passado ou sonhando com o futuro, traga-a de volta para o momento presente, onde um novo objeto, um novo som, pensamento ou movimento já está emergindo.

A persistência é fundamental, pois você terá que trazer a mente de volta repetidamente — literalmente milhares de vezes, até que se torne um hábito. Não tente suprimir quaisquer emoções ou pensamentos que possam surgir. Permita que esses fenômenos apareçam naturalmente. Simplesmente esteja ciente deles quando ocorrerem.

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Bolhas de Sabão

Imagine um frasco de bolhas de sabão infantil. Antes de você soprar na vareta de plástico, não existe bolha. Assim que você sopra, no entanto, alguma coisa começa a se formar. Uma fina película se expande em uma bolsa e forma uma bolha que se solta — uma esfera independente e flutuante. Uma forma surgiu que não existia alguns segundos antes. Você a viu ‘nascer’.

Então, diante dos seus olhos, a bolha estoura. Agora ela não existe mais. Você não consegue encontrar nenhum vestígio dela. Mas, durante esse processo, você testemunhou toda a ‘existência’ da bolha, desde o seu nascimento até a sua morte. Esse é o conceito geral de observar um objeto em vipassana.

Em termos supremos, todo fenômeno, tal como um movimento ou um som, surge, persiste e estoura como uma bolha, tudo no espaço de um momento. Na prática correta da meditação do insight, o estudante observa um objeto através de todas essas três fases.

Por exemplo, digamos que um meditador esteja observando os movimentos abdominais. Durante uma elevação do abdômen, o estudante acompanharia atentamente o movimento durante toda a sua duração, do início ao fim.

A atenção deve estar igualmente alerta durante todas as fases do movimento. O movimento de elevação tem um começo e um fim. (Assim como o movimento de descida.) Não basta apenas observar o desenvolvimento no meio. Nós devemos observar o início — e também os pontos finais.

Depois que o abdômen para de subir, ele recua. Esse movimento é uma nova ‘bolha’, por assim dizer, um novo objeto, diferente do movimento de subida. O estudante então observa o movimento de descida em todas as três fases: início, meio e fim.

Na verdade, os movimentos de subida e descida não formam um ciclo contínuo. O abdômen tem que parar de se expandir por uma fração de segundo antes de começar a descer, antes que a expiração comece. Pense no movimento de elevação como o arco ascendente de uma pedra lançada ao ar. Ao atingir o ponto mais alto, a pedra para  por uma fração de segundo antes de descer. Da mesma forma, o abdômen precisa parar de se expandir antes de recuar.

Permanecer no momento presente significa que, quando o abdômen desce, você não está pensando no último movimento de elevação, uma vez que ele já desapareceu. Pensar nisso então seria recuar ao passado, continuar a se deter em um objeto que não existia mais.

Quando você está expirando, onde está a inspiração anterior? Ela não existe. Ela é apenas uma memória, não mais um objeto real do momento presente. Então, após um ou dois segundos, a expiração termina e ocorre uma nova inspiração. Agora, a expiração está no passado e a nova inspiração (ou seja, o novo movimento ascendente) é o objeto presente.

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Os Quatro Fundamentos da Atenção Plena

O Buda identificou quatro classes de objetos adequados para cultivar o insight: o corpo, a sensação, a consciência no nível da percepção [consciousness] e os objetos do Dhamma. Esses são chamados de ‘Quatro Fundamentos da Atenção Plena’.

Objetos corporais referem-se ao movimento e à postura; objetos sensoriais incluem sensações de dor, prazer ou neutralidade. ‘Consciência no nível da percepção [Consciousness]’ refere-se aos pensamentos e aos fatores mentais que colorem a mente, fatores como desejo, ilusão, atenção plena, etc.

A última categoria, objetos do Dhamma, é um grupo variado que inclui fenômenos mentais e materiais. Objetos do Dhamma incluem emoções como luxúria, raiva, preguiça, inquietação e dúvida (os ‘cinco obstáculos’ à meditação). Esse grupo também inclui emoções prazerosas, como a alegria. Do lado material, objetos do Dhamma referem-se às cinco impressões sensoriais: visões, sons, odores, tatos e paladares.

Para construir um edifício, você necessita de uma fundação. Com esses quatro tipos de objetos como material, você é capaz de construir uma base sólida para a atenção plena. A sabedoria surgirá automaticamente quando a fundação for lançada. A beleza disso é que você não precisa procurar os materiais de construção. Eles estão literalmente à mão, não mais distantes do que o seu próprio corpo e mente. Mas eles precisam ser observados no momento presente para serem considerados como base. Os fundamentos da atenção plena são descritos em detalhes no Satipatthana Sutta, a ‘Bíblia’ do meditador do insight.

A Velocidade da Realidade

Quanto tempo leva para um relâmpago brilhar? Um instante? Agora, reduza esse instante cada vez mais e você terá uma ideia da duração da mente. Em última análise, a nossa experiência é composta de momentos cognitivos individuais que ocorrem um após o outro. Mente e objeto surgem e desaparecem juntos em frações de segundo. A velocidade de seu nascimento e morte é incrível. Diz-se que, na duração de um único relâmpago, ocorrem milhões de momentos-pensamento.

Em outras palavras, embora nós tendamos a pensar na consciência no nível da percepção [consciousness] como uma linha ininterrupta que remonta ao nosso nascimento, a consciência no nível da percepção [consciousness], na verdade, ocorre como uma série de eventos cognitivos separados e extremamente breves, chamados ‘momentos mentais’. Cada momento mental desaparece completamente antes que o próximo surja. O Buda ensinou que nada é transferido de um instante para o outro, nem mesmo um núcleo chamado ‘alma’ ou ‘eu’.

No entanto, como os momentos mentais surgem e morrem tão rapidamente, nós não podemos vê-los individualmente. Elas se confundem em um fluxo contínuo, assim como as pás de um ventilador girando parecem se confundir. Isso é significativo porque a confusão da experiência momento a momento cria a ilusão de continuidade e durabilidade. Isso nos impede de perceber a verdade da impermanência.

Normalmente, a nossa atenção plena é muito fraca para acompanhar as mudanças que ocorrem a cada momento. É por isso que nós necessitamos desenvolvê-la treinando a mente. Para enxergar claramente a impermanência da consciência no nível da percepção [consciousness], nós necessitamos tornar a nossa atenção plena mais rápida e forte.

Mas como nós somos capazes de perceber alguma coisa que se move tão rápido? Mesmo se nós olhássemos para um ventilador em movimento por muitos dias, nós não saberíamos se ele tem três ou cinco pás, já que nós veríamos apenas um borrão de cor. A solução seria desligar o ventilador da tomada.

Mas, ao contrário do ventilador, nós não somos capazes de diminuir a velocidade dos fenômenos supremos para a nossa conveniência. Ela é fixa, absoluta. Ainda assim, como observadores, nós podemos tentar alcançá-la. Nós somos capazes de, por assim dizer, acelerar a nossa própria velocidade de observação. Nós podemos cultivar a atenção plena até que ela seja forte o suficiente para vislumbrar os fenômenos supremos com detalhes suficientes para conhecer as características deles.

Digamos que você esteja parado na beira da rodovia e alguém passe a 112 km/h. Você saberia que um carro passou, mas o rosto do motorista não estaria nítido. O carro teria passado rápido demais para você captar qualquer detalhe. Você então entra no seu próprio carro e segue o veículo até alcançá-lo, entrando na faixa ao lado. Agora que você está viajando na mesma velocidade, você é capaz de ver o outro motorista claramente, consegue distinguir a cor dos seus olhos e cabelos.

Quando a atenção plena é forte, ela ‘alcança o carro’. Embora, na verdade, não seja inteiramente ou principalmente uma consideração do tempo, quando a atenção plena é poderosa, ela é capaz de ver muitas das mudanças rápidas da mente e do corpo (mesmo que não consiga captar os momentos mentais individuais; pelo menos não até atingir o nível mais elevado de conhecimento de vipassana). Quando isso ocorre, as três características de impermanência, insatisfação e impessoalidade tornam-se evidentes.

Nós podemos acreditar que é impossível perceber tais mudanças tão rápidas. No entanto, a boa notícia é que mesmo um ou dois momentos em que vemos um fenômeno surgir e desaparecer podem mudar as nossas vidas se essa percepção for muito clara.

Quando a atenção plena e o insight-conhecimento se tornam tão fortes, a sabedoria e outros fatores se unem. Os suttas Budistas nos dizem que, quando todos esses fatores mentais se unem, a mente, em questão de instantes, transcende nama e rupa. Diz-se que a consciência no nível da realidade [awareness] toca alguma coisa imune à mudança, um elemento livre de todo sofrimento. Essa experiência é chamada de ‘despertar’ ou ‘iluminação’.

Mas, para tornar a atenção plena rápida ou forte o suficiente, nós precisamos treiná-la em primeiro lugar, desacelerando — desacelerando as nossas ações, claro. Isso pode parecer paradoxal, mas pense em um estudante de piano. Para tocar como o vento em um concerto, ele precisa passar meses treinando com prática lenta.

Só estar consciente de forma geral não é suficiente se nós quisermos ver a impermanência do fluxo mental. Por essa razão, nós praticamos um método preciso chamado atenção plena ‘momento a momento’.

Isso se refere à observação passo a passo do corpo e da mente, literalmente de um momento individual para o próximo. Na meditação caminhando, por exemplo, cada passo é dividido em seis movimentos separados, cada um constituindo um ‘momento’ distinto. Como em detalhes, a consciência no nível da realidade [awareness] do meditador se torna mais sutil e precisa. Ele é capaz de enxergar momentos cada vez mais curtos com muita clareza. Quanto mais ele pratica, mais impulso a atenção plena ganha, até que consiga ‘captar’ e ver claramente nama e rupa surgindo e desaparecendo no momento presente.

Quando a atenção plena e o insight-conhecimento se tornam tão fortes, a sabedoria e outros fatores se unem. Os suttas Budistas nos dizem que, quando todos esses fatores mentais se unem, a mente, em questão de instantes, transcende nama e rupa. Diz-se que a consciência no nível da realidade [awareness] toca alguma coisa imune à mudança, um elemento livre de todo sofrimento. Essa experiência é chamada de ‘despertar’ ou ‘iluminação’.

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O Malabarista

A maneira de focar em objetos na meditação vipassana difere daquela da prática da tranquilidade (samatha). Imagine um malabarista. O foco de um malabarista é de ponta-cabeça. O mesmo vale para a meditação do insight. ‘Foque e esqueça isso’ é o lema. O estudante precisa aplicar ambas as metades da máxima se quiser obter o máximo benefício da prática.

O malabarista precisa se concentrar para pegar a bola. Ele precisa saber onde colocar a sua atenção e, então, manter a sua mente naquele ponto. Enquanto a próxima bola está vindo em sua direção, ele não consegue pensar na última. Ele falhará se for distraído por um barulho ou se o seu olhar se desviar. O meditador também precisa manter a sua atenção no momento presente ou ele deixará a bola cair — isso é, se distrairá do objeto de meditação.

Agora, para a parte do ‘esqueça isso’: assim que o malabarista pega uma bola, ele a solta — caso contrário, como ele poderia pegar a próxima? A atenção dele não se fixa. Ele a mantém em movimento, saltando de um objeto para o outro. Que tipo de artista pararia para contemplar a bola que acabou de pegar, sem querer entregá-la só porque gostou da cor? Da mesma forma, assim que o meditador observa um objeto, ele deve largá-lo, ou ele não conseguirá captar o próximo fenômeno. A atenção dele, embora ininterrupta, não se apega a nada.

Se o mesmo objeto — um som, por exemplo — reaparecer após ser observado uma vez, o meditador pode observá-lo uma segunda vez e, em seguida, soltá-lo e assim por diante. Ele observaria ‘ouvir… ouvir… ouvir…’ em uma sequência de momentos, soltando-o após cada um.

Os Cinco Sentidos

O estudante de vipassana deve entender como observar as cinco impressões sensoriais — visões, sons, cheiros, tatos e sabores — visto que esses são os objetos que mais frequentemente despertam desejo e ódio.

O Malukyaputta Sutta diz:

‘À medida que os fenômenos são vistos, ouvidos, pensados ​​ou conhecidos, simplesmente deixe-os ser como eles são vistos, ouvidos, pensados ​​ou conhecidos naquele momento. Quando você vir, apenas veja; quando ouvir, apenas ouça; quando pensar, apenas pense; e quando souber, apenas saiba’ (‘conhecer’ inclui olfato, paladar e tato).

Deixar esses fenômenos serem como eles são ‘naquele momento’ significa não identificá-los ou descrevê-los de forma alguma. Assim que você vir, ouvir, cheirar, saborear, tocar, pensar ou conhecer algo, apenas esteja ciente da sensação pura e simples. Não adicione a sua descrição mental, boa ou má. E não continue a pensar na visão ou no som após o momento inicial do contato. Novos contatos com objetos sensoriais ocorrem o tempo todo. Se você se apegar a uma sensação passada, não poderá prestar atenção àquela que está acontecendo no momento presente, pois a mente só consegue conhecer um objeto de cada vez.

Quando a atenção plena e o insight são fortes, eles serão capazes, por assim dizer, de interromper o fluxo mental em um nível muito inicial. Ver as coisas como elas são ‘naquele momento’ significa vê-las como elas são antes do ato de nomeá-las. Uma atenção plena forte é capaz de interromper o fluxo mental no momento em que se recebe um fenômeno puro, antes que a mente rotule o objeto com um nome.

Quando você capta a sensação antes que o nome apareça, não haverá a sensação de que ela seja boa ou ruim. Todas as formações serão consideradas essencialmente iguais: neutras e sem significado, sem nenhuma diferença essencial entre um som, sentimento ou pensamento. Essa é a realidade. É como as coisas realmente são. Ela é apenas as criações mentais que nós impomos aos fenômenos que lhes atribuem valores como belos ou feios, agradáveis ​​ou desagradáveis.

O objetivo durante a meditação é estar ciente apenas do simples ato de ver, ouvir, cheirar, mover-se, pensar e assim por diante. Quando você se abstém de conceituar sobre um objeto, a ganância, o ódio e a ilusão não terão chance de surgir. Então você verá que cada impressão sensorial dura apenas um instante antes de desaparecer.

[A realidade] é apenas as criações mentais que nós impomos aos fenômenos que lhes atribuem valores como belos ou feios, agradáveis ​​ou desagradáveis.

No entanto, como meditador iniciante ou intermediário, você provavelmente não será capaz de ‘apenas ver’ ou ‘apenas ouvir’. Você ainda estará ciente dos nomes e dos valores presumidos que os assombram. Está tudo bem. Apenas não se concentre nesses rótulos convencionais. Não pense: ‘Agora eu estou vendo uma cadeira, ouvindo um pássaro, movendo o meu pé’. Ao invés disso, isso é apenas: ver, ouvir, mover. Deixe os significados convencionais estarem lá, mas ignore-os. Não se deixe influenciar por julgamentos de bom ou ruim. Ao mesmo tempo, mire no alvo dos fenômenos puros o máximo que você for capaz. À medida que a compreensão clara se desenvolve, você se verá cada vez mais capaz de distinguir a realidade fenomenal pura do que é meramente conceitual.

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Separe A Si Mesmo

Durante a meditação do insight, é possível transformar qualquer fenômeno em um objeto de atenção plena, ao invés de se identificar com ele. Você é capaz de separar o seu eu (ser, self) da demonstração de sensações que surgem e desaparecem continuamente. Ao fazer isso, você protege a mente do sofrimento. Torna-se evidente que pensamentos, emoções e sentimentos não são, de fato, partes do conhecedor. Como eles são, na verdade, objetos impessoais, não o sujeito, você é capaz de direcionar o feixe de consciência no nível da realidade [awareness] e observá-los como se estivessem ‘fora’ de você.

Portanto, sempre que você sentir que algum fenômeno é inseparavelmente parte do conhecedor, está muito próximo para ser observado porque faz parte do seu eu (ser, self), gire a sua consciência no nível da realidade [awareness] cento e oitenta graus e observe exatamente isso. Essa é outra maneira de dizer: ‘não se torne o objeto’.

Torna-se evidente que pensamentos, emoções e sentimentos não são, de fato, partes do conhecedor. Como eles são, na verdade, objetos impessoais, não o sujeito, você é capaz de direcionar o feixe de consciência no nível da realidade [awareness] e observá-los como se estivessem ‘fora’ de você.

Quanto mais você progride na meditação, mais você se livrará das coisas na categoria ‘eu’ (‘ser’, ‘self’); mais você verá que todas as coisas podem ser conhecidas, até mesmo a mente. E quando você conhece um objeto com consciência no nível da realidade [awareness] imparcial, você está separado dele. Você não está envolvido nele. Você acaba de se retirar disso.

Em última análise, até mesmo a mente é outra, é impessoal porque não segue os nossos desejos. Esse é um dos significados do não-eu (não-ser, não-self). Nós podemos continuar voltando a consciência no nível da realidade [awareness] para si mesma para observar o conhecedor cada vez mais, instante após instante. Dessa maneira, a atenção plena varre toda forma de sofrimento para fora da mente. Eventualmente, os suttas nos dizem, nós tocaremos alguma coisa além do mundo condicionado da mente e da matéria.

Mas normalmente nós confundimos objetos — especialmente pensamentos, emoções ou sentimentos — com aspectos de nós mesmos. Nós pensamos: ‘Eu estou com sono’ ou ‘Eu estou entediado’. Observe o ‘eu’ aqui. É uma convenção necessária da fala cotidiana. O problema é que nós acreditamos no eu (ser, self) fictício que o ‘eu’ denota. A identificação com o eu (ser, self) se insinua quase invisivelmente. A mente, em um rápido truque, assume o tédio como parte de si mesma, ao invés de um objeto a ser observado.

Se o tédio, o cansaço ou outros estados mentais surgirem, direcione o feixe de consciência no nível da realidade [awareness] para eles e observe ‘tédio’ ou ‘cansaço’. Não os aproprie como aspectos do seu eu (ser, self) que, de alguma forma, lhe pertencem. Afaste a sua consciência no nível da realidade [awareness] desses objetos e observe-os para ver como eles se parecem, para perceber que tais condições surgem momentaneamente apenas para desaparecer.

A mente, em um rápido truque, assume o tédio como parte de si mesma, ao invés de um objeto a ser observado.

Já que eles surgem e desaparecem tão rapidamente, como eles poderiam ser partes de um eu (ser, self) permanente? Quando você se desvincula do tédio, da sonolência ou da ansiedade, quando você reconhece que isso não está intrinsecamente ligado ao conhecedor e, ao invés disso, o transforma em um objeto de consciência no nível da realidade [awareness], todas as coisas mudam.

Se você for capaz de direcionar o feixe de sua consciência no nível da realidade [awareness] para fenômenos mentais, a sua mente não se enredará com o sofrimento. Você é capaz direcionar esse feixe de atenção plena para qualquer coisa. Não há nada dentro do círculo imaginário do eu (ser, self) que não possa ser transformado em objeto. Seja o que for que apareça, você é capaz de separar mentalmente a sua consciência no nível da realidade [awareness] disso e observá-lo. Se você mantiver isso, então, não importa o que surja, a atenção plena será capaz de manter a mente livre de apego, agitação e angústia.

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Pare a Roda

Embora os benefícios da atenção plena possam ser vistos no presente, é somente no contexto do ensinamento Budista do renascimento que a razão de ser da prática da atenção plena vem a ser totalmente clara. Em última análise, a atenção plena é praticada com o objetivo de melhorar e, eventualmente, prevenir vidas futuras.

O Budismo ensina que todo ser renasce repetidamente em vários reinos, de acordo com as suas ações. Até que a mente de uma pessoa esteja completamente purificada, o ciclo não tem fim. A meta suprema do Budismo e da prática de vipassana é a liberação desse ciclo de nascimento e morte, a liberação do ciclo da existência condicionada, chamado ‘samsara’. É possível que essa liberação, chamada ‘Nibbana’, ocorra na vida presente se nós pudermos desenvolver atenção plena e sabedoria em um grau suficiente.

O Buda ensinou que o nascimento e a morte (e o período entre eles) sempre acarretam algum grau de dukkha, insatisfação. Embora nós possamos estar relativamente felizes agora, a existência é contaminada no nível mais básico porque os seus componentes, mente e matéria, são instáveis ​​e impermanentes, surgindo e desaparecendo continuamente. Qualquer satisfação que nós possamos obter a partir deles é temporária e tingida pelo medo de sua perda. Mesmo em sua melhor forma, a felicidade mundana é uma mistura de prazer e ansiedade. Felicidade e infelicidade são inseparáveis, assim como a cara de uma moeda é inseparável da coroa. Como disse o Rei Jogador em Hamlet: ‘Onde a alegria mais se deleita, a tristeza mais lamenta’.

Mas o Buda ensinou que a condição chamada ‘Nibbana’, que transcende nascimento e morte, é uma felicidade superior e pura, livre de qualquer traço de ansiedade. E ela é permanente.

Embora as nossas vidas possam ser relativamente agradáveis ​​agora, todos os seres, disse o Buda, acumularam algum grau de kamma (karma) prejudicial devido à prática passada de ações prejudiciais ou imprudentes (incluindo ações realizadas em vidas anteriores). Essas ações passadas podem dar resultados a qualquer momento. Nós não podemos prever quando. Por isso, sempre existe a possibilidade de renascermos em um estado desagradável ou termos que suportar condições dolorosas, como doenças graves, miséria, etc., em algum momento futuro.

Mas o Buda ensinou que a condição chamada ‘Nibbana’, que transcende nascimento e morte, é uma felicidade superior e pura, livre de qualquer traço de ansiedade. E ela é permanente.

Mas na ausência de nascimento não há perigo. Nenhum sofrimento pode ocorrer. A ausência de nascimento não significa nada no sentido usual. Significa o elemento chamado ‘Nibbana’, a cessação da ganância, do ódio e da ilusão, que o Buda chamou de felicidade mais elevada.

A prática da atenção plena, em última análise, interrompe o ciclo de nascimento-morte-renascimento. Desejo e ignorância são as condições necessárias para o renascimento. A prática da atenção plena elimina gradualmente o desejo, o ódio e a ilusão da mente. Quando a ilusão é eliminada, o renascimento não pode ocorrer, nem pode o sofrimento.

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Desenterrando a Raiz

Eventos externos não são as verdadeiras causas da tristeza. Eles são apenas os galhos. A raiz está dentro de nós. O propósito da prática de vipassana é eliminar a causa raiz do sofrimento, não apenas nos fazer sentir bem temporariamente. Entretanto, para arrancar a raiz, será útil saber como ela se estabeleceu.

A questão é: como o sofrimento surge, em primeiro lugar? Toda forma de sofrimento (mesmo aquelas que parecem acidentais) é o resultado de um processo, um processo gerado na mente. Um exemplo mostrará como dukkha (insatisfação) é gerado por uma sequência de causa e efeito, uma sequência que depende de nossas reações a visões, sons e assim por diante.

Digamos que você entra em uma loja e vê um vaso de prata. Em última análise, a mera recepção cognitiva da visão não é boa nem ruim. A cor em si não é bonita ou feia. Mas, ao invés de parar nessa mera sensação de ver, a sua mente vai além e adiciona o conceito de beleza ou feiura.

Suponhamos que, nesse caso, ele adicione o conceito de beleza. Tendo percebido a visão como bela, você gosta dela e a deseja. Você continua pensando nela mesmo depois de sair da loja, mesmo quando a imagem não está mais diante de você. Quanto mais você pensa nisso, mais o desejo cresce. Motivado pelo desejo, ocorre-lhe o pensamento de roubar o vaso.

No Budismo, pensamentos intencionais são considerados uma forma de ação. O ato físico de roubar o vaso também é uma ação. Ações mentais, verbais e físicas intencionais são chamadas de kamma (karma). O kamma sempre devolve um resultado a quem o realizou.

Quando essas ações mentais e físicas — ou seja, esses kammas — estão enraizadas no desejo, no ódio e na ilusão, elas produzem um resultado desagradável. Esse resultado assume a forma de sensação: visões, sons, cheiros, sabores, sensações táteis ou fenômenos mentais desagradáveis. As nossas várias ações, quando enraizadas na ilusão, também resultam em renascimento. Renascido no samsara, a roda do nascimento e da morte, tem-se que suportar vários tipos de sofrimento.

Mas se nós conseguimos parar as engrenagens em qualquer ponto, toda a sequência terminará. O mecanismo causal que nos liga ao nascimento e à morte entrará em colapso. Em que ponto nós somos capazes de interromper o processo? No ponto entre o contato inicial com um objeto e o ato de gostar ou não gostar dele. Se nos treinamos para conhecer repetidamente e sistematicamente as impressões sensoriais com atenção imparcial, ao invés de reagir com atração ou aversão, o processo que gera sofrimento cessará. Então, nós não precisaremos mais experienciar resultados desagradáveis ​​de kamma.

Mas nós precisamos garantir que nós estamos observando nama e rupa, ou sensação pura, ao invés de coisas convencionalmente nomeadas. Descrições como ‘agora o meu pé está se movendo’ ou ‘Eu estou observando a minha respiração’ ainda estão no nível de nomes e rótulos. Esses objetos — ‘pé’, ‘respiração’ — ainda são conceituais, não reais. O real nesses exemplos é apenas o próprio movimento. Em última análise, não há ninguém — nenhuma pessoa — se movendo. Nem é uma perna ou um braço que se move, apenas elementos físicos. Isso é rupa. O movimento não acontece com você ou dentro de você. Ele apenas aparece e desaparece, por assim dizer, no espaço. Se, durante a prática de vipassana, você conseguir evitar o erro de observar objetos convencionais e, ao invés disso, conhecer nama e rupa, você progredirá constantemente em direção à meta.

Esse é o ‘Caminho do Meio’, um caminho entre os dois extremos do desejo e da aversão. O truque é perceber as coisas cedo o suficiente para experienciar apenas os fenômenos puros no momento do contato, ao invés de Coisas convencionais e nomeadas. Então, é fácil abandonar o desejo e a aversão. Como os fenômenos à mostra, nama-rupa, não são bons nem ruins, não é possível gostar ou não gostar deles. Se você ver nama e rupa com muita clareza, você inevitavelmente pensará: ‘Qual é o problema? Por que diabos eu me apeguei a isso?’ Quando a realidade é vista como ela realmente é, o apego e a aversão desaparecem naturalmente, sem a necessidade de luta intensa. Ao continuar a observar a mente e a matéria imparcialmente, você eventualmente deixará de gerar novo kamma, interrompendo assim o processo mental que resulta em sofrimento. Dizem que nesse ponto a mente experienciará a mais elevada felicidade.

Esse ensaio Copyright © 2006 – 2008 por Cynthia Thatcher

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A Espiritualidade nas Empresas trata-se de uma Filosofia cujos Princípios são capazes de ajudar tanto as Pessoas quanto as Organizações.

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Autor

Graduação: Engenharia Operacional Química. Graduação: Engenharia de Segurança do Trabalho. Pós-Graduação: Marketing - PUC/RS. Pós-Graduação: Administração de Materiais, Negociações e Compras - FGV/SP. Blog Projeto OREM® - Oficina de Reprogramação Emocional e Mental - O Blog aborda quatro sistemas de pensamento sobre Espiritualidade Não-Dualista, através de 4 categorias, visando estudos e pesquisas complementares, assim como práticas efetivas sobre o tema: OREM1) Ho’oponopono - Psicofilosofia Huna. OREM2) A Profecia Celestina. OREM3) Um Curso em Milagres. OREM4) A Organização Baseada na Espiritualidade (OBE) - Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT). Pesquisador Independente sobre Espiritualidade Não-Dualista como uma proposta inovadora de filosofia de vida para os padrões Ocidentais de pensamentos, comportamentos e tomadas de decisões (pessoais, empresariais, governamentais). Certificação: “The Self I-Dentity Through Ho’oponopono® - SITH® - Business Ho’oponopono” - 2022.

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