Nós estamos destacando e transcrevendo trechos do artigo Edgewalker Organizations [Organizações Edgewalker; Organizações Caminhante da Fronteira], visando o conhecimento e o entendimento sobre o sistema de pensamento das Organizações Baseadas na Espiritualidade – OBE.

Artigo:

Edgewalker Organizations [Organizações Edgewalker; Organizações Caminhante da Fronteira]

Site:

file:///C:/Users/sfern/OneDrive/%C3%81rea%20de%20Trabalho/Edgewalker%20Organizations%20-%20Judi%20Neal.pdf

Autores:

Judi Neal – Tyson Center for Faith and Spirituality in the Workplace [Centro Tyson para Fé e Espiritualidade no Local de Trabalho].

Sam M. Walton – College of Business University of Arkansas. [Faculdade de Administração da Universidade do Arkansas].

Capítulo em Handbook on Spirituality in the Workplace [Manual sobre Espiritualidade no Local de Trabalho], (orgs.) – Luk Bouckaert e Laszlo Zsolnai

Tradução livre Projeto OREM® (PO)

Organizações Edgewalker [Organizações Caminhante na Fronteira]

“Isso é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os que são peças redondas nos buracos quadrados. Aqueles que veem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras e eles não têm respeito pelo status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou difamá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Eles inventam. Eles imaginam. Eles curam [healing]. Eles exploram. Eles criam. Eles inspiram. Eles impulsionam a raça humana para frente. Como você pode olhar para uma tela em branco e ver uma obra de arte? Ou sentar em silêncio e ouvir uma música jamais composta? Ou olhar para um planeta vermelho e ver um laboratório sobre rodas? E enquanto alguns podem vê-los como aqueles loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para pensar que elas são capazes de mudar o mundo, são aquelas que, de fato, o fazem.” (Jack Kerouac, On the Road. – Também usado pela Apple Computer em um de seus anúncios. Observação PO: versão original da propaganda “Think Different” [Pense Diferente]. Fonte Wikipédia)

Uma Organização Edgewalker (Caminhante da Fronteira] é uma organização que busca estar na vanguarda, é curiosa sobre o que está surgindo no horizonte, apoia a criatividade e a inovação e nutre o espírito humano. A organização desenvolve métodos coletivos para conhecer o futuro. Ela incentiva a tomada de riscos. Os líderes sabem como usar visão, imagens e inspiração para pintar um quadro do futuro desejado. Os funcionários são imaginativos, empoderados e sabem como criar o que nunca foi criado antes.

A Organização Caminhante da Fronteira possui grande diversidade em seus líderes e funcionários. As diferenças são valorizadas em um grau muito maior do que em uma organização tradicional, simplesmente porque os Edgewalkers [Caminhantes da Fronteira] são curiosos e estão sempre desejando aprender sobre as visões de mundo de outras pessoas.

Existem cinco orientações diferentes que as pessoas são capazes de assumir em uma organização e essas afetam a extensão em que a organização é capaz de realmente estar na vanguarda. Essas cinco orientações são as seguintes:

(1) Edgewalkers [Caminhantes da Fronteira ou Caminhantes do Limiar]

(2) Flamekeepers [Protetores da Chama ou Guardiões/Zeladores da Chama]

(3) Hearthtenders [Cuidadores do Lar ou Zeladores do Lar]

(4) Placeholders [Mantenedores do Lugar ou Ocupantes do Lugar]

(5) Guardians [Guardiões]

Cada uma dessas será definida e, em seguida, nós examinaremos as implicações para a cultura organizacional e o desempenho. Essas orientações baseiam-se em dois fatores:

(1) Relacionamento com o Tempo, e

(2) Relacionamento com a Mudança.

O fator Relacionamento com o Tempo (Time) é um continuum entre o foco no passado (past) e o foco no futuro (future).

O fator Relacionamento com a Mudança (Change) é um continuum entre estar fechado (closed) à mudança e estar aberto (open) à mudança.

Orientação Organizacional (Organizational Orientation)

Figura 1

Caminhantes da Fronteira (Edgewalkers)

Os Caminhantes da Fronteira são pessoas que transitam entre mundos e têm a capacidade de construir pontes entre diferentes visões de mundo. Eles possuem uma forte vida espiritual e também são muito pragmáticas e eficazes no mundo material do dia a dia. Os Caminhantes da Fronteira são muito mais orientados para o futuro do que para o passado, a ponto de, às vezes, eles atropelarem a tradição e ignorarem o que tem funcionado no passado. Eles também estão no topo da escala de mudança, com uma filosofia básica de “Se isso não está quebrado, conserte isso mesmo assim”.

Eles são inquietos e estão sempre em busca de novidades e mudanças. Por esse motivo, às vezes eles podem ser difíceis de gerenciar, especialmente para um gerente tradicional. O Caminhante da Fronteira pode estar mais focado nas ideias criativas dele ou dela do que no que é mais necessário na organização.

Os Caminhantes da Fronteira são pessoas que transitam entre mundos e têm a capacidade de construir pontes entre diferentes visões de mundo. Eles possuem uma forte vida espiritual e também são muito pragmáticas e eficazes no mundo material do dia a dia.

Uma empresa chamada Yankee Gas adotou uma abordagem interessante para valorizar os seus Caminhantes da Fronteira. Eles pediram aos seus líderes que identificassem, em suas unidades de trabalho, as pessoas que eram “radicais e rebeldes” e as convidaram para fazer parte de um grupo que pudesse fornecer conselhos e orientações à liderança da organização. A maioria das organizações tende a reprimir pessoas com ideias radicais ou incomuns, mas essa organização de visão e criativa valorizou e ouviu pessoas que normalmente estariam à margem.

Protetores da Chama (Flamekeepers)

Os Protetores da Chama são aquelas pessoas que mantêm viva a visão e os valores originais da organização. Elas são como o portador da tocha Olímpica, mantendo a chama acesa a todo custo; ou como o guardião da chama em um templo: aquele que mantém as velas sagradas acesas de manhã, ao meio-dia e à noite.

A Divisão de Programas Estratégicos da Xerox em Rochester, Nova York, foi a primeira organização a criar a primeira copiadora verdadeiramente ecológica com “zero resíduos para aterro sanitário”, a Document Center 265DC. A organização passou por uma grande transformação cultural de seis anos para apoiar o desenvolvimento de uma nova série de produtos. Para sustentar a sua visão mais ampla de uma cultura que priorizasse as pessoas, criaram o Conselho dos Guardiões da Sabedoria. Um comitê de indicação selecionou dezesseis pessoas, duas de cada um dos oito grupos funcionais.

Os Protetores da Chama são aquelas pessoas que mantêm viva a visão e os valores originais da organização.

O papel dos Guardiões da Sabedoria era percorrer o ambiente, avaliando o andamento do programa de mudança cultural, atuando como mediadores (ombudsmen), agilizando processos burocráticos quando necessário e identificando quaisquer problemas significativos que pudessem passar despercebidos. Algumas de suas responsabilidades oficiais incluíam o seguinte (Ott, R., Kelly, C. e Hotchkiss, M. 1997, p. 235):

1. Apoiar a Empresa com a sabedoria adquirida anteriormente, tanto na área da engenharia quanto na área de recursos humanos.

2. Manter as pessoas e a visão dos produtos nos mais altos ideais e padrões.

3. Defender o bem-estar e a qualidade de vida de todos os funcionários da empresa.

4. Reunir-se periodicamente, conforme julgarem necessário, para levar questões importantes ao conhecimento das pessoas apropriadas.

Os Protetores da Chama focam-se no que há de melhor no passado e em preservar os valores essenciais da organização. Ao mesmo tempo, estão abertos à mudança e dispostos a analisar como a organização pode construir sobre o que foi desenvolvido no passado. Eles podem não ser os seus maiores inovadores, mas, uma vez que eles percebem como um novo produto, serviço ou estratégia se encaixa nos valores essenciais e está alinhado com a visão dos fundadores, eles se tornarão os maiores apoiantes da mudança.

Cuidadores do Lar (Hearthtenders)

Os Cuidadores do Lar são as pessoas que fazem o trabalho diário da organização acontecer. São eles que mantêm a chama acesa enquanto os Caminhantes da Fronteira estão fora, explorando novos territórios. Eles garantem que tudo funcione sem problemas e estão comprometidos com um senso de família na organização, criando uma atmosfera acolhedora e familiar. Os Cuidadores do Lar são aqueles que se lembram dos aniversários das pessoas e que apreciam as comemorações de marcos importantes da organização. São eles que pensam em maneiras criativas de celebrar conquistas e unir as pessoas.

Eles gostam de trabalhar na melhoria contínua e, se tiverem a oportunidade, apresentarão ideias criativas sobre como otimizar o fluxo de trabalho em suas áreas ou atender melhor os clientes.

Os Cuidadores do Lar são as pessoas que fazem o trabalho diário da organização acontecer.

Os Cuidadores do Lar estão no meio do modelo da Figura 1. Em termos de orientação temporal, eles tendem a estar focados no presente e eles são moderadamente abertos a mudanças. Essas pessoas geralmente estão satisfeitas com os seus trabalhos e com a organização e ficam felizes em manter as coisas como estão, a não ser que alguém tenha uma ideia de como tornar o trabalho deles mais eficiente e menos estressante.

Janice Tarasevich é uma cuidadora do lar na Sennheiser USA. O departamento de Janice recebe pedidos e trabalha com o departamento de vendas para garantir que os clientes recebam o que encomendaram em tempo hábil. Ela queria que os membros de sua equipe entendessem melhor todo o processo de vendas, então enviou os seus funcionários a campo com representantes de vendas e para feiras comerciais. Isso permitiu que eles desenvolvessem melhores relacionamentos com pessoas com quem normalmente interagiam apenas por telefone. O foco dela é na eficiência e em relacionamentos positivos.

Os Cuidadores do Lar desempenham uma função muito importante na organização, proporcionando estabilidade e mantendo os sistemas funcionando sem problemas. Dependendo do clima e da cultura da organização, os Cuidadores do Lar podem se encaixar em qualquer um dos outros quadrantes. Se você está tentando criar uma organização mais orientada por valores e mais inovadora, você irá querer encontrar ativamente maneiras de ajudar os Cuidadores do Lar a se tornarem mais voltados para o futuro, movendo-os assim para a orientação de Caminhantes da Fronteira, ou mais voltados para o passado, movendo-os assim para a orientação de Protetores da Chama. Muitas vezes, os Cuidadores do Lar são Caminhantes da Fronteira ou Protetores da Chama disfarçados e são capazes de serem incentivados a serem mais orientados para a mudança se eles forem ouvidos, apoiados, encorajados e recompensados.

Mantenedores do Lugar (Placeholders)

Em contraste com os Caminhantes da Fronteira, que tendem a ser raros, praticamente todas as organizações têm Mantenedores do Lugar. Tom Brown (2006) define Mantenedores do Lugar como as pessoas que impedem o progresso e a inovação organizacional. São pessoas que enxergam limites ao invés de possibilidades, que se concentram no passado ao invés do futuro, que consomem recursos ao invés de buscarem renovação e que valorizam a ação em detrimento do ideal. São aquelas que querem empregar o mínimo de pessoas possível, em contraste com os líderes que envolvem toda a humanidade e buscam por maneiras de expandir a empresa.

Mantenedores do Lugar são pessoas que enxergam limites ao invés de possibilidades, que se concentram no passado ao invés do futuro, que consomem recursos ao invés de buscarem renovação e que valorizam a ação em detrimento do ideal.

Os Mantenedores do Lugar são motivados principalmente pelo medo e pelo ego. Eles são avessos ao risco porque temem perder o que eles conquistaram. Eles sentem que não podem se dar ao luxo de falhar e, por isso, ficam paralisados, lutando bravamente para manter o status quo. Eles podem até falar em apoio à mudança, mas logo em seguida, fazem declarações tais como:

• Você precisa me mostrar de onde virá o dinheiro.

• Vamos formar um comitê juntos e eu quero um relatório em três meses.

• Onde mais isso já foi feito?

• Como você pode provar que nós teremos sucesso?

• A matriz nunca aceitará (nem o RH, nem a Gerência, nem o sindicato, nem ninguém mais que possa ser o vilão).

Os Mantenedores do Lugar possuem uma memória organizacional enorme e talvez até alguma sabedoria. Um Mantenedor do Lugar é, em muitos aspectos, como um Guardião da Chama pessimista, raivoso e cínico. Provavelmente, em algum momento, eles acreditaram profundamente na visão e nos valores da organização e talvez tenham tido a sua fé e os seus ideais pisoteados vezes demais. Então, eles se refugiam em suas conchas protetoras e anseiam pelo passado. E eles tentam bloquear quaisquer novas iniciativas que os afastem ainda mais de seu passado idealizado.

Lidar com Mantenedores do Lugar exige muito trabalho, um alto nível de habilidades interpessoais e inteligência espiritual. Se você está tentando criar uma cultura mais voltada para um Caminhante na Fronteira em sua organização, é provável que você crie ainda mais medo nos Mantenedores do Lugar, a não ser que você encontre uma maneira de lidar diretamente com os motivos deles para serem pessimistas. De uma perspectiva espiritual, é importante lembrar que existe bondade em todas as pessoas e, se você está em uma posição de agente de mudança, você quer encontrar uma maneira de libertar essa bondade em seus Mantenedores do Lugar.

Programas que aumentam a autoconsciência no nível da realidade [self-awareness], que focam em valores e que ajudam as pessoas a redescobrir o senso inato de serviço delas e propósito maior são capazes de ser muito eficazes para aqueles em níveis hierárquicos mais baixos. O acompanhamento individual, seja com um coach profissional ou com um chefe competente, também é capaz de ajudar os Mantenedores do Lugar a se tornarem mais abertos à mudança, principalmente se lhes for demonstrado que eles terão alguma influência na nova direção.

Mas se os seus líderes de topo são Mantenedores do Lugar, a sua organização está essencialmente atolada na lama. Os Caminhantes na Fronteira e os Protetores da Chama acabarão eventualmente por sair por frustração e você ficará com pessoas que mantêm a engrenagem funcionando, mas que se esqueceram do propósito e da missão maior da organização.

Guardiões

Existem pessoas nas organizações que tendem a ser orientadas para o futuro, mas, ao contrário dos Caminhantes da Fronteira, elas têm medo e pressentimentos sobre o que pode acontecer a seguir. Elas têm um forte senso de proteção e uma predileção por prevenir problemas. Em meus primeiros trabalhos sobre Caminhantes da Fronteira, eu os chamei de “Profetas do Apocalipse”. O Dicionário Online Merriam-Webster (2006) define um Profeta do Apocalipse como “alguém propenso a pressentimentos e previsões de calamidades iminentes”. Mais do que os Mantenedores do Lugar, eles podem ser um enorme entrave para a energia organizacional se forem fortemente baseados no medo. Essas pessoas não são apenas aquelas que pensam “o copo está meio vazio”, elas são aquelas que pensam “o copo está quebrado, a água vai manchar tudo e eu provavelmente irei sangrar até a morte”. Elas se preocupam muito com o futuro, mas sempre preveem a pior calamidade possível e passam o tempo se preparando para o apocalipse. Ou então, em seu medo, elas simplesmente ficam paralisadas e impotentes. Em níveis mais saudáveis, são elas que conseguem perceber o que pode dar errado e alertar as pessoas certas, com delicadeza, para que façam as mudanças necessárias para que a equipe ou a organização continue avançando.

Normalmente, os Guardiões ficam bastante marginalizados nas organizações porque os líderes não gostam de ouvir notícias potencialmente ruins e eles podem ser vistos como reclamões. Eles tendem a se inclinar para funções como segurança, engenharia ambiental, contabilidade de custos, auditoria e outras que, por natureza, se concentram no que está errado. O objetivo desses tipos de trabalho é prevenir que problemas graves aconteçam e lidar rapidamente com uma crise, caso ela ocorra. Muitas pessoas nessas profissões lidam com o trabalho de prevenção e o de gestão de crises de maneira calma e profissional.

Os Guardiões (“Profetas do Apocalipse”) tendem a ser orientados para o futuro, mas, ao contrário dos Caminhantes da Fronteira, eles têm medo e pressentimentos sobre o que pode acontecer a seguir. Eles têm um forte senso de proteção e uma predileção por prevenir problemas.

Alguns Guardiões, no entanto, são propensos ao drama como forma de alertar as pessoas sobre coisas que veem e que os outros não veem. Eles entram em um círculo vicioso. Quando eles percebem um problema em potencial surgindo, eles fazem o que for preciso para chamar a atenção das pessoas que podem resolvê-lo. Muitas vezes, isso inclui usar emoções fortes para expressar a preocupação deles. Os Guardiões também usam o exagero para transmitir a sua mensagem. Como muitas coisas lhes parecem uma crise e como tendem a exagerar e dar proporções desproporcionais, eles podem se tornar como o menino que gritou “Lobo!” Os colegas de trabalho podem se tornar insensíveis aos seus gritos de alarme e, então, quando há uma emergência real, ninguém acredita neles.

Foto disponível em sites na internet

Assim como Mantenedores do Lugar, os Guardiões são avessos à mudança. Mas a resistência à mudança deles se baseia na crença de que o futuro reserva perigos. A teoria deles sobre o mundo é que ele não é um lugar seguro e que é preciso se proteger a todo custo de coisas ruins. E como disse Jack Gibb, as nossas teorias criam a nossa realidade. (Gibb, J. 1978) Portanto, se a menor coisa der errado, eles são capazes de dizer: “Viu? Eu avisei você”. Eles tendem a ignorar tudo o que dá certo na maioria das vezes e se você apontar isso para eles, eles dizem: “Bem, nós temos tido sorte até agora, mas espere para você ver”.

Assim como Mantenedores do Lugar, os Guardiões são avessos à mudança.

Os Guardiões são muito difíceis de mudar. No entanto, se você estiver criando uma Organização Caminhante da Fronteira, você terá que encontrar uma maneira de lidar com eles, porque a energia negativa e temerosa deles pode ser muito contagiosa. Faça tudo o que puder para ajudá-los a desenvolver um relacionamento mais positivo com o futuro. Eles já são orientados para o futuro, mas é uma orientação baseada no medo. Se você puder ajudar o Guardião a entender como ele ou ela cria a própria realidade, terá dado um grande passo rumo à transformação. Quando ele ou ela começar a aceitar que pode haver outras maneiras de pensar sobre o futuro, você estará no caminho certo para conduzir os Guardiões ao quadrante de Cuidador do Lar ou até mesmo ao quadrante de Caminhante da Fronteira.

as nossas teorias criam a nossa realidade. (Gibb, J. 1978)

A Investigação Apreciativa é um processo maravilhoso para começar a expandir a consciência no nível da percepção [consciousness] do Guardião. Muitas vezes, eles acham muito difícil mudar a forma de pensar deles dessa maneira, mas é possível. Quando eu ofereço workshops, eu costumo incluir uma busca da visão (vision quest; rito de passagem) de uma ou duas horas na natureza como parte do processo. Esse tipo de experiência também pode ser muito útil para o Guardião. A natureza é uma professora gentil sobre o futuro.

Diretrizes Básicas para Organizações

Aqui estão algumas ações que você pode tomar para começar a criar uma Cultura Caminhante da Fronteira em sua organização:

1. Avalie a sua organização em comparação com outras do seu setor. Você está na vanguarda, na média ou atrasado em termos de inovação, criatividade e tomada de riscos?

2. Decida, como uma equipe de gestão, se vocês gostariam de estar mais na vanguarda do que vocês estão atualmente.

3. Avalie a sua composição atual de Caminhantes da Fronteira, Protetores da Chama, Cuidadores do Lar, Mantenedores do Lugar e Guardiões. Essa composição necessita mudar para atender aos seus objetivos estratégicos e culturais?

4. Identifique e compare Organizações Caminhante da Fronteira. Visite-as e converse com líderes e funcionários da linha de frente. Descubra o que faz a organização funcionar. Discuta o que você aprendeu com a sua equipe de gestão e tome decisões sobre ações que você é capaz de implementar.

5. Estude as organizações que têm recebido o Prêmio Internacional Spirit at Work. Participe da conferência anual do Prêmio Internacional Spirit at Work para aprender com os CEOs e executivos das organizações que têm recebido o prêmio.*

6. Explore programas de treinamento, práticas de contratação, práticas de recompensa e outros sistemas de recursos humanos para ver o que pode ser feito para mudar as orientações de pessoas com perfil de Mantenedor do Lugar e Profeta do Apocalipse para Cuidador do Lar, Protetor da Chama e Caminhante da Fronteira.

7. Não se esqueça de que a natureza é a nossa melhor professora. Planeje uma jornada de busca da visão para a sua equipe principal e, em seguida, agende uma para todos os outros na organização.

* Detalhes sobre o Prêmio Internacional Spirit at Work e estudos de caso sobre os homenageados estão disponíveis no site da Association for Spirit at Work em http://www.spiritatwork.org.  

A natureza é uma professora gentil sobre o futuro.

Procure as Dádivas

Lembro-me de um desenho animado de anos atrás que mostrava um garotinho alegremente limpando um estábulo cheio de esterco. Quando alguém lhe perguntou por que ele estava tão feliz com a tarefa, ele respondeu: “Com todo esse esterco aqui, deve haver um pônei em algum lugar!”

Às vezes, ser um Caminhante da Fronteira pode parecer que você está atolado até o pescoço em esterco de cavalo. Ser um Caminhando da Fronteira é um caminho difícil, mas com muitas recompensas. É sempre emocionante desbravar novos territórios e explorar novas fronteiras. E você conhece tantas pessoas interessantes pelo caminho! Você nunca fica entediado e ninguém jamais o acusaria de ser entediante. Mas, acima de tudo, você tem a oportunidade de fazer uma diferença positiva no mundo.

Se você está tentando criar uma Organização Caminhante da Fronteira, é útil entender as diferentes orientações que as pessoas têm em relação ao tempo e à mudança. E, como o menino no estábulo, é valioso procurar a dádiva em cada uma dessas orientações. Quando você se concentra nos pontos fortes das pessoas e no que elas trazem para a organização, aquilo em que você se concentra crescerá.

“O que a lagarta chama de fim do mundo, o mestre chama de borboleta.” (Richard Bach)

Referências

Brown, T. 2006: Anatomy of Fire (Lexington, KY: Management General), e-book retrieved from http://www.anatomyoffire.com, 4/23/06, chapter 2, p. 3.

Gibb, J. 1978: Trust: A New View of Personal and Organizational Development (Los Angeles, CA: Guild of Tutors Press, 1978).

Merriam-Webster Online Dictionary 2006: retrieved from http://www.m-w.com/cgi bin/dictionary?va=doomsayer on 4/23/06.

Ott, R., Kelly, C. and Hotchkiss, M. 1997: LAKES: A journey of heroes. Webster, NY: Xerox Corporation and Living Systems, p. 235.

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Nós estamos destacando e transcrevendo trechos do artigo Blessings at Work [Bênçãos no Trabalho], visando o conhecimento e o entendimento sobre o sistema de pensamento das Organizações Baseadas na Espiritualidade – OBE.

Artigo:

Blessings at Work [Bênçãos no Trabalho]

Autora:

Judi Neal, Ph.D.

Site:

Blessings at Work – Judi Neal.pdf

Tradução livre Projeto OREM® (PO)

Esse artigo foi originalmente publicado na coluna Faith Matters do Northwest Arkansas Times e usado com permissão.

Andrew Harvey, autor de The Hidden Journey and A Journey in Ladakh [A Jornada Oculta e Uma Jornada em Ladakh], teve uma experiência mística nos estágios iniciais de sua jornada espiritual. Ele sentiu o seu corpo se encher de uma luz suave e, em seguida, começou a ouvir uma voz. Ele sabia que era a voz da Mãe Meera, a mestra dele. Ela disse:

Você não pode transformar o que você não abençoou. Você nunca poderá transformar o que em primeiro lugar você não aceitou e abençoou.

Quantos de nós estamos tentando transformar as nossas vidas, o nosso trabalho e as nossas organizações sem em primeiro lugar abençoá-los? O que significa abençoar alguma coisa ou alguém?

Uma definição de bênção é “tornar santo”. No seu trabalho, você se vê como santo, como conectado ao Divino? Você vê Deus nos outros? Você vê algum tipo de propósito maior ou energia transcendente atuando na organização? Uma das minhas práticas espirituais é tentar ver todos, inclusive a mim mesmo, como filhos de Deus. Nos meus melhores momentos, eu consigo perceber que cada pessoa está em sua própria jornada de fé e que ela está fazendo o melhor que ela é capaz de fazer.

Para abençoar alguém, nós temos que em primeiro lugar suspender os nossos pensamentos negativos sobre essa pessoa. Isso não significa tolerar comportamentos antiéticos ou inadequados, mas simplesmente evitar rotular e xingar, mesmo que apenas em nossas mentes. O ambiente de trabalho é capaz de oferecer desafios e oportunidades reais para praticar esse tipo de não julgamento.

“Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mateus 7:1).

Quando alguém faz alguma coisa que o incomoda ou frustra, a reação instintiva costuma ser julgar e rotular essa pessoa. Mas e se nós pudéssemos respirar fundo e lembrar que essa pessoa também é um filho de Deus? Eu tento lembrar de dizer a mim mesmo:

“Assim como eu, essa pessoa já sofreu.” “Assim como eu, essa pessoa quer ser feliz.”

Na tradição Hindu, quando as pessoas se cumprimentam, elas dizem “Namastê”. O significado literal é “Eu me curvo diante de você” e é frequentemente interpretado como “Eu honro o Divino dentro de você”. Essa é uma forma de bênção, de reconhecimento da santidade do outro.

Para abençoar alguém, nós temos que em primeiro lugar suspender os nossos pensamentos negativos sobre essa pessoa.

Frequentemente, no ambiente de trabalho, assim como em outras áreas da vida, nós desejamos poder mudar as pessoas que parecem nos impedir de alcançar os nossos objetivos. Se nós ocupamos algum tipo de posição de liderança, espera-se que nós promovamos mudanças e transformações nos indivíduos e em nossa esfera de influência organizacional. A primeira transformação precisa começar em nós mesmos. Essa transformação exige a mudança de uma mentalidade de julgamento para uma mentalidade de bênção.

Como um experimento, pense em uma pessoa no seu local de trabalho que seja levemente irritante. Não comece esse experimento pensando em alguém que realmente deixa você com raiva. Comece com alguém fácil. Veja essa pessoa como um filho de Deus. Imagine-a como santa, como alguém que possui uma centelha Divina interior. Tenha compaixão por qualquer coisa que possa estar acontecendo na vida dela que a faça agir de uma maneira que irrita você ou perturba você. Então, abençoe-a. Talvez você possa fazer uma oração ou simplesmente desejar o bem a essa pessoa. Veja o que acontece. Essa pessoa pode mudar ou não, mas se você mudar a sua mentalidade, os seus sentimentos em relação a ela podem se tornar mais amenos e isso pode ter efeitos surpreendentes no seu relacionamento.

Certa vez, eu trabalhei com alguém que era muito desagradável em reuniões. Ele batia na mesa, olhava ameaçadoramente para quem discordava dele e levantava a voz com raiva quando queria que as coisas tomassem um rumo diferente. A maioria dos outros membros da nossa equipe se sentia muito intimidado por ele. Nós estávamos todos irritados com a maneira como ele nos tratava e também ressentidos porque ele parecia faltar muito ao trabalho.

Depois de ler o que Andrew Harvey disse sobre os ensinamentos da Mãe Meera sobre a bênção, eu decidi experimentar enxergar o divino nesse homem e abençoá-lo. Eu tentei manter essa mentalidade diariamente. Cerca de uma semana depois, quando a nossa equipe estava reunida novamente, o nosso colega compartilhou conosco que, alguns meses antes, a sua irmã e o marido dela haviam falecido em um incêndio e que ele e a esposa acolheram os três filhos dela e os estavam criando junto com os próprios filhos. Ele se desculpou por faltar tanto ao trabalho e pediu o nosso entendimento.

Eu nunca saberei se a minha tentativa de abençoá-lo teve alguma coisa a ver com sua nova abertura, mas eu de fato sei que toda a minha raiva e ressentimento simplesmente desapareceram. A nossa equipe se uniu para doar roupas e brinquedos para essas crianças que haviam perdido todas as coisas. Nós realmente queríamos abençoar esse homem e a sua família.

Não somente nós somos capazes de abençoar os indivíduos em nosso ambiente de trabalho, como também nós somos capazes de abençoar a própria organização. De acordo com uma pesquisa do Gallup, apenas 29% dos funcionários se sentem totalmente engajados em seu trabalho. 54% relatam não se sentirem engajados e outros 17% estão conscientemente desengajados. Isso significa que menos de um terço dos funcionários relata estar apaixonadamente comprometido com o trabalho que realiza, com as pessoas com quem trabalha e para quem trabalha e com os clientes que atende. O clima em muitas organizações é bastante sombrio. Essa negatividade pode ser contagiosa. Segundo a pesquisa do Gallup, essa falta de engajamento tem um impacto negativo na satisfação do cliente, na rotatividade de funcionários e em outros fatores que são capazes de afetar os resultados financeiros.

Não somente nós somos capazes de abençoar os indivíduos em nosso ambiente de trabalho, como também nós somos capazes de abençoar a própria organização.

Observe o que acontece na próxima vez que você ouvir um colega reclamar de alguma coisa no ambiente de trabalho. Outros prontamente se juntam à reclamação e acrescentam as queixas deles e há um verdadeiro desgaste de energia enquanto as pessoas se solidarizam umas com as outras. E então observe o que acontece se você pedir a um grupo de pessoas que contem histórias sobre um momento em que se sentiram realmente orgulhosas de trabalhar para essa organização. Você pode sentir uma mudança real na energia, de uma forma muito positiva. Procurar o que há de bom na sua organização, ou o que faz você sentir orgulho de trabalhar lá, são maneiras de abençoar a organização. Fazer perguntas positivas – conhecido como “Investigação Apreciativa” – é buscar o divino e o santo no seu local de trabalho. Quanto mais você fizer isso, quanto mais você abençoar aquilo que deseja transformar, mais você se sentirá transformado(a). Mais abençoado(a) você se sentirá.

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Imagem criada por ChatGPT: Edgewalker Organization, no dia 13.12.25

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A Espiritualidade nas Empresas trata-se de uma Filosofia cujos Princípios são capazes de ajudar tanto as Pessoas quanto as Organizações.

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Autor

Graduação: Engenharia Operacional Química. Graduação: Engenharia de Segurança do Trabalho. Pós-Graduação: Marketing - PUC/RS. Pós-Graduação: Administração de Materiais, Negociações e Compras - FGV/SP. Blog Projeto OREM® - Oficina de Reprogramação Emocional e Mental - O Blog aborda quatro sistemas de pensamento sobre Espiritualidade Não-Dualista, através de 4 categorias, visando estudos e pesquisas complementares, assim como práticas efetivas sobre o tema: OREM1) Ho’oponopono - Psicofilosofia Huna. OREM2) A Profecia Celestina. OREM3) Um Curso em Milagres. OREM4) A Organização Baseada na Espiritualidade (OBE) - Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT). Pesquisador Independente sobre Espiritualidade Não-Dualista como uma proposta inovadora de filosofia de vida para os padrões Ocidentais de pensamentos, comportamentos e tomadas de decisões (pessoais, empresariais, governamentais). Certificação: “The Self I-Dentity Through Ho’oponopono® - SITH® - Business Ho’oponopono” - 2022.

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