Trechos do Workshop realizado na Fundação para Um Curso em Milagres – Temecula CA – Ministrado pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
Artigo: “Jesus: The Manifestation of the Holy Spirit”
Tradução livre Projeto OREM®
…Continuação da Parte I…
“Este conjunto de fitas foi originalmente um workshop realizado em dezembro de 1990 na Fundação para Um Curso em Milagres. A apresentação concentrou-se na importância de nós permanecermos fiéis à nossa experiência de Jesus, ao mesmo tempo em que nós reconhecemos que a sua realidade transcende essas experiências individuais. A discussão no workshop também se concentrou em profundidade na relação de Jesus com Helen Schucman, a escriba do Curso e com o próprio Um Curso em Milagres. A nossa experiência e a realidade de Jesus são apresentadas no contexto do símbolo de uma escada, o símbolo usado no panfleto escrito ‘A Canção da Oração’.
A nossa jornada de volta para casa é um processo, com Jesus servindo tanto como nosso guia na ilusão, experienciada nas formas mais significativas para nós, quanto ao mesmo tempo como o final da jornada como lembrete de nossa verdadeira realidade como Cristo. Nas palavras da Lição 302 no livro de exercícios: ‘O nosso Amor nos espera quando vamos a Ele e anda ao nosso lado mostrando-nos o caminho. Ele não falha em nada. Ele é o fim que buscamos e o meio pelo qual vamos a Ele.’
O que se segue são excertos da transcrição editada do workshop.
Jesus: A Manifestação do Espírito Santo
Parte III
Parágrafo 6 – Sentença 1: ‘O Espírito Santo serve ao propósito de Cristo em tua mente, de modo que o objetivo do especialismo possa ser corrigido onde está o erro.’
O erro está no sonho, no mundo dos símbolos. O Curso nos ensina que o ego falou primeiro e está errado (T-5.VI.3:5;4:2) e que o Espírito Santo é a Resposta – nós voltaremos a esse ponto mais tarde. Em nosso Gráfico, a coluna com o ego no topo tem um conceito de um Deus contra-o-qual-pecamos. Isso leva a uma crença em um Deus que é vingativo, odioso e insano, Que faz barganhas conosco, Que é irado e assassino, etc. Esse é um Deus Que percebeu que nós O roubamos, O matamos, O estupramos, O abandonamos e criamos um mundo como um substituto para Ele. E Ele não gosta nem um pouco disso! Esse é o Deus do ego — e a história do ego.
Todos os traços que nós atribuímos a Deus, todas as palavras e conceitos que nós usamos para pensar em Deus são igualmente ilusórios. A Bíblia é uma enciclopédia virtual da versão de Deus do ego, tanto o lado negativo quanto o aparentemente positivo de Deus. Esse Deus é muito uma pessoa. Ele pensa como um ser humano, planeja e trama como um ser humano, mata como um ser humano, é ciumento e ama como um ser humano. Ele não ama como Deus. Ele ama como um ser humano. É amor especial: ‘Eu te amarei quando você fizer o que eu lhe pedir e o céu o ajudará se você não fizer’. E é claro que o Céu não vai nos ajudar se nós não o fizermos. Não há escapatória.
O conceito de Deus do ego e o seu grupo de símbolos para Deus são os símbolos que nós entendemos, porque esses são os símbolos que nós transformamos em realidade. Nós sabemos que os tornamos realidade, quer estejamos conscientes disso ou não, em virtude de estarmos nesse mundo. Como o Curso explica, esse mundo foi feito literalmente para ser uma defesa contra a ira de Deus e um ataque à Sua soberania, ao Seu poder e ao Seu papel como Criador. O corpo foi então feito como a fortaleza individual para manter Deus do lado de fora. O fato de nós acreditarmos estar alojados e vivermos dentro dessa fortaleza significa que nós acreditamos na necessidade de ter o corpo e o mundo como defesa. Como defesa contra o quê? Como uma defesa contra esse Deus contra-o-qual-pecamos que agora se tornou tão insano quanto nós.
Todos nós acreditamos nisso. Esse é o nosso sonho, o nosso conjunto de símbolos que começa com a premissa de que Deus está irado porque nós pecamos contra Ele e por isso Ele vai retaliar. Nós fizemos esse conjunto de símbolos e assim a correção usará os mesmos símbolos mas virados de cabeça para baixo. Então Deus ainda é visto como um corpo e nós ainda somos vistos como separados Dele. Mas em vez do Deus contra-o-qual-pecamos, Deus é Alguém Que é totalmente amoroso, Que não conhece o pecado. Assim, Jesus nos diz em sua versão da história, o seu mito em oposição ao mito do ego, que nós deixamos a casa de nosso Pai, porque é isso que é o sonho. Ele usa os símbolos do sonho, porque senão nós não saberíamos do que ele está falando. Se Jesus simplesmente dissesse: ‘Deus é’, nós diríamos: ‘Deus é o quê? Deve haver mais nisso’.
Então Jesus diz mais do que isso para nós. Ele diz: ‘Sim, você deixou a casa de seu Pai. No entanto, Deus não está zangado. Deus sente a sua falta. Deus está sozinho. Deus está chorando porque aqui está faltando algo em Sua casa. Deus é incompleto sem você.’ Agora, obviamente, essas três frases – Deus está sozinho, Deus chora, Ele está incompleto – são heresias no que diz respeito à metafísica do Curso. Claramente, Deus não tem um corpo – Ele não tem canais lacrimais dos quais as lágrimas caem. Esses são símbolos que expressam um conceito de que Deus não está zangado e que Deus nos ama. O conceito de um Deus que não está zangado não é realidade. A realidade é que Deus nunca deixou de ser Quem Ele é. E a realidade é que Deus nem sabe disso. O amor perfeito de Deus que O une perfeitamente com Cristo nunca foi quebrado. Essa é a realidade, mas não faz sentido para nós. Uma vez que o ego fala primeiro – e o símbolo do ego para Deus é que Ele é um Deus contra-o-qual-pecamos e é irado – então Jesus fala conosco usando símbolos nesse nível também.
“A realidade é que Deus nunca deixou de ser Quem Ele é.”
A versão de Jesus da história ainda vem a nós no mundo dos símbolos, no mundo das aparências, sonhos e ilusões, não no mundo da realidade. Mas esse sonho é o que o Curso chama de sonho feliz. Então Jesus nos diz que Deus não está zangado. E sim, ele nos diz, Deus nos enviou o Espírito Santo. Mas Ele não enviou o Espírito Santo atrás de nós para nos punir e nos arrastar de volta para a Sua casa para que Ele possa nos bater e nos destruir – isso é apenas o que nós acreditamos. E é por isso que nós fugimos de casa e ficamos longe. Na verdade, não apenas nós ficamos longe de casa, mas nós construímos a nossa própria casa – tudo isso ainda está dentro do mundo dos símbolos. Nós acreditamos que nós fugimos de casa, nos sentimos terrivelmente culpados e então ficamos com medo da extensão de Deus no sonho – que na realidade é apenas a memória do Amor de Deus. Mas o ego virou de cabeça para baixo.
Então, novamente, Jesus fala conosco em nosso nível e diz: ‘Não, Deus não está zangado. Sim, Deus enviou o Espírito Santo atrás de você, mas não para bater em você. Ele enviou o Espírito Santo para despertá-lo do sonho e ensiná-lo a se alegrar por ser um sonho.’ Perto do início do Texto, Jesus se refere ao Espírito Santo como ‘o chamado para despertar e ser contente’ (T-5.II.10:5). Jesus fala sobre o Espírito Santo como Alguém que Deus criou em resposta à separação e enviou ao sonho, porque o ego falou primeiro. O ego disse: ‘Deus está zangado com você pelo que você fez. Ele criou o Espírito Santo e O enviou à sua mente para trazê-lo de volta para casa para que Deus possa destruí-lo’. Já que esse é o conceito de Deus no qual nós temos crido, Jesus nos dá a correção para isso em termos semelhantes.
A correção é uma ilusão tanto quanto o sistema de pensamento do ego. A diferença é que a ilusão do ego leva a mais culpa e medo e aprofunda a nossa identificação com o sonho. A ilusão que Jesus nos dá nos despertará de nossa culpa e medo, para que o sonho acabe. Mas precisamos de um trampolim. O Curso explica que nós não vamos dos pesadelos do ego para a realidade de Deus, porque isso seria muito aterrorizante para nós. Em vez disso, nós vamos dos pesadelos do ego aos sonhos felizes do Espírito Santo. E dos sonhos felizes, nós então despertamos gentilmente e com alegria. (T-27.VII.13)
Então o Curso está falando no nível do símbolo. É extremamente importante, enquanto nós lemos o Curso, não confundir realidade e ilusão, não confundir símbolo com a realidade além do símbolo. A realidade além do símbolo não pode ser expressa em palavras nem ensinada. Então, nós precisamos de um conjunto de símbolos. Mas nós não queremos tornar os símbolos realidade. Isso é o que as igrejas têm feito por mais de dois mil anos. Nós não queremos transformar os símbolos em realidade e cultuar o símbolo — então nós ficamos presos no símbolo. Mais tarde, nós veremos a passagem de ‘A Canção da Oração’ a que me referi anteriormente, que deixa tudo isso muito claro.
“A correção é uma ilusão tanto quanto o sistema de pensamento do ego. A diferença é que a ilusão do ego leva a mais culpa e medo e aprofunda a nossa identificação com o sonho. A ilusão que Jesus nos dá nos despertará de nossa culpa e medo, para que o sonho acabe.”
Retornando para o Texto:
Parágrafo 6 – Sentenças 2-3: ‘Como o Seu [do Espírito Santo] propósito é ainda uno com ambos, o Pai e o Filho, Ele conhece a Vontade de Deus e o que é realmente a tua vontade. Mas isso é compreendido pela mente que se percebe una, ciente de que é una e assim vivenciada.’
Este é o mundo real. A unidade de Deus, ou a Unicidade de Deus e Cristo, não é percebida no Céu. Se nós falamos de percepção, estamos falando de alguém que percebe e de um objeto que é percebido. O Curso repetidamente contrasta conhecimento e percepção. O conhecimento é usado quase exclusivamente para denotar o estado do Céu. Não é conhecimento de algo. É o conhecimento que é a consciência da unidade de Deus e Cristo – não há ‘eu’ que esteja ciente de outro.
A formulação da relação Eu-Tu por Martin Buber, o grande teólogo e filósofo Judeu, ainda seria parte da ilusão. Ela seria um conceito de um Deus: Existe um Deus lá fora e existe uma pessoa aqui que se relaciona com Ele. Na realidade (acima da linha roxa), no Céu, o ‘Eu’ e o ‘Tu’ são um só e o mesmo – não há diferença. A única maneira de nós entendermos que a Vontade de Deus é a mesma que realmente nós queremos é estarmos no mundo real. Alguém como Jesus está perfeitamente em contato com o amor e a unicidade do Céu. Ao mesmo tempo, ele está ciente de que os seus irmãos ainda estão dormindo. Esse é o estado conhecido como mundo real — eu ainda estou dentro do sonho. Eu ainda sou um pensamento dentro da mente separada da Filiação, mas eu estou totalmente consciente de que é um sonho. E eu estou totalmente ciente de que eu sou parte de Cristo, junto com todos os outros e que Cristo é parte de Deus.
Mas isso não pode ser entendido a partir desse nível. Aqui nós podemos entender que todos nós compartilhamos um propósito comum – que nós podemos ser ensinados, que podemos aprender e que podemos entender. Novamente, o objetivo do Curso é que nós reconheçamos que todos compartilhamos um propósito comum. O nosso propósito comum é que, como todos nós fazemos parte desse sonho equivocado, todos ansiamos voltar para casa. O fim da jornada e o objetivo do Curso é para nós estarmos no mundo real, onde nós reconhecemos que todos fazemos parte da mesma mente.
Parágrafo 6 – Sentença 4: ‘É função do Espírito Santo ensinar-te como é vivenciada essa unificação, o que tens que fazer para que ela seja vivenciada e aonde deves ir para fazer isso.’
Essas constituem basicamente as nossas lições de aprendizagem. E a sala de aula onde os nós aprendemos é cada um dos relacionamentos em que nos encontramos – todos os nossos relacionamentos especiais. O Espírito Santo nos ensina como olhar para eles de forma diferente. Esse é o Curso – esse é o método do Curso. Eu sou uma ilusão, unindo-me a você como uma ilusão. Eu sou uma ilusão deixando de lado as minhas queixas contra você que é uma ilusão de uma pessoa lá fora, separada de mim. Mas porque eu acredito que isso é real, é por aqui que eu preciso começar.
Parágrafo 7 – Sentença 1: ‘Tudo isso leva em consideração o tempo e o espaço como se fossem distintos, pois enquanto pensas que parte de ti é separada, o conceito de uma Unicidade unida como Um Só não tem significado.’
Enquanto nós acreditarmos que nós somos corpos – o que significa que nós acreditamos que somos separados – a ideia da Unicidade de Cristo que todos nós compartilhamos não faz absolutamente nenhum sentido para nós. Como eu poderia experienciar que todos nós somos um só se eu sou um corpo que tem necessidades e vejo o seu corpo lá fora e você tem necessidades? E nós temos que fazer uma barganha uns com os outros para que as nossas necessidades possam de alguma forma ser atendidas sem matar uns aos outros. Portanto, não há como entender a unicidade. É por isso que no Curso Jesus fala sobre tempo e espaço como se fossem distintos. Há um espaço onde eu estou e há um espaço onde você está. Há um espaço onde estive ontem, um espaço onde estarei amanhã. E há um espaço onde estou agora. Existe um ontem, um amanhã e um hoje.
Ao longo do Curso, Jesus fala sobre tempo e espaço como se fossem reais. Ele fala de um lugar dentro da mente onde o Espírito Santo está – ou onde ele está, como se houvesse um lugar. O céu é frequentemente descrito como se fosse um lugar, embora obviamente não seja. E o Curso fala sobre a nossa união uns com os outros, cada um de nós percebendo os outros como separados de nós mesmos. Essa passagem é a maneira de Jesus explicar por que ele fala assim – não que seja real. Nada aqui é real. Nada aqui no mundo da forma é real. Nada é real dentro da mente separada da Filiação.
Em uma passagem próxima ao início do Texto, Jesus basicamente se desculpa por falar sobre o ego como se fosse separado (o único lugar no Curso onde ele faz isso, aliás). Ele explica: ‘Eu tenho falado do ego como se fosse uma coisa separada, agindo por conta própria. Isso foi necessário para persuadir-te de que tu não podes despedi-lo facilmente…’ (T-4.VI.1:3-4). Jesus também fala do Espírito Santo como Alguém que é separado. Na realidade, cada um (o ego e o Espírito Santo) representa uma voz ou um pensamento dentro de nossas mentes. Eles não estão separados de nós, assim como nós não estamos separados uns dos outros, ou separados de Deus. Mas porque nós criamos um mundo de separação, então nós temos a ilusão de separação.
Assim, nós temos a ilusão de escolher entre o ego e o Espírito Santo, porque isso é extremamente significativo para nós. Nós temos criado um mundo de separação e um mundo de escolhas — um mundo de boas e más escolhas. Assim, Jesus fala conosco dessa maneira, não porque seja verdade – a verdade é apenas a perfeita Unicidade de Deus e Cristo – mas porque ele deve falar conosco na linguagem que nós entendemos. E essa é a linguagem do mundo da ilusão e dos símbolos – onde nós acreditamos que nós estamos.
“Na realidade, cada um (o ego e o Espírito Santo) representa uma voz ou um pensamento dentro de nossas mentes. Eles não estão separados de nós, assim como nós não estamos separados uns dos outros, ou separados de Deus.”
Parágrafo 7 – Sentença 2: ‘Está claro que uma mente tão dividida nunca poderia ser o professor de uma Unicidade Que une todas as coisas dentro de Si Mesma.’
E cada um de nós é uma parte dessa mente que está tão dividida, porque nós acreditamos que estamos divididos entre Deus e o ego, entre o ego e o Espírito Santo e nós acreditamos que estamos separados de tudo o mais. Obviamente, enquanto a mente estiver dividida, nós nunca poderemos entender e nunca poderemos ensinar a nós mesmos que nós somos todos um só. A mente dividida – e o corpo que surgiu da mente dividida – foi feito especificamente para esconder de nós a Unicidade de Deus e Cristo. O ego sabe – nós estamos falando novamente dentro de um mundo de símbolos – que se ouvirmos a Voz da Unicidade, o Espírito Santo, nós despertaremos do sonho e não haverá mais ego. Assim, o ego formou uma mente dividida – separada do Amor do Espírito Santo – que se tornou um símbolo de separação do Amor de Deus. O ego então fez um corpo dividido – um corpo cheio de pensamentos de estar separado – e um mundo no qual todos e tudo parecem estar separados uns dos outros. E o corpo e o mundo são uma cortina de fumaça que camufla a presença de amor, luz e unidade na mente. Portanto, é impossível que a mente dividida possa ser o professor. Nós precisamos de um símbolo para a unicidade que possa falar conosco dentro de nossas mentes, mas que não seja limitado pela mente dividida. E esse símbolo é o Espírito Santo.
Parágrafo 7 – Sentença 3: ‘E assim, O Que está dentro dessa mente e de fato une todas as coisas tem que ser o seu [da mente] Professor’.
‘O que’ é capitalizado, então nós sabemos que se refere à Unicidade de Cristo ou Deus, que o Espírito Santo representa. Já que nós temos a ilusão de estarmos separados e de ter ouvido a voz do ego – o que basicamente significa que nós temos a ilusão de que o ego é o nosso professor – nós precisamos corrigir ou desfazer essa ilusão. E, novamente, esse é o papel do Espírito Santo. Aqui está provavelmente a frase mais importante nessa passagem:
Parágrafo 7 – Sentença 4: ‘No entanto, Ele tem que usar uma linguagem que essa mente possa compreender, na condição na qual ela pensa que está.’
O Espírito Santo precisa falar a linguagem da separação, usando conceitos e símbolos, porque é isso que nós entendemos, pois nós acreditamos estar separados de Deus. Nós ensinamos a nós mesmos, escolhendo o ego como o nosso guia, que Deus é irado, cruel e vingativo e, portanto, tem de ser defendido contra. Portanto, nós precisamos de um conjunto oposto de símbolos para desfazer isso, representado pelos símbolos da história da Expiação do Espírito Santo – Deus não está zangado, Deus está perdoando e Ele nos ama. Não que Deus nos ame ou que Jesus nos ame da maneira como a experienciamos. Mas essa é a única maneira de nós aceitarmos um amor que está além de nossas mentes divididas. Assim, o Espírito Santo precisa falar conosco – e Um Curso em Milagres, como uma expressão da Palavra do Espírito Santo, precisa falar conosco – em um nível que nós possamos aceitar e entender.
Parágrafo 7 – Sentença 5: ‘E Ele tem que usar todo o aprendizado para transferir ilusões à verdade, tomando todas as ideias falsas quanto ao que tu és e conduzindo-te para além delas, para a verdade que está além das ilusões.’
Esse é o propósito do Espírito Santo, esse é o propósito de Jesus e do seu Curso – nos levar além de todas as ideias falsas. Então, primeiro nós pegamos a falsa ideia – que nós estamos separados e que o ataque e a especialização são justificados – e a corrigimos. Nós temos uma ilusão – a ilusão do perdão – que corrige e desfaz a ilusão da separação e ataque. Quando todas as ilusões de separação e ataque forem desfeitas pela ilusão do perdão, ambas desaparecem. O que resta é a verdade. O Curso é único como um sistema espiritual porque é muito claro sobre a pureza absoluta de Deus e Seu Amor – Deus não tem nada a ver com nada irreal ou ilusório. Ao mesmo tempo, o Curso nos dá um sistema de pensamento muito prático e um caminho espiritual muito prático que nos encontra onde acreditamos que estamos – no mundo da forma.
“Este é o propósito do Espírito Santo, esse é o propósito de Jesus e do seu Curso – nos levar além de todas as ideias falsas. Nós temos uma ilusão – a ilusão do perdão – que corrige e desfaz a ilusão da separação e ataque.”
A ideia é nos levar para além do mundo da forma para um pensamento que, embora ainda seja um pensamento de separação, não tem conceitos de ataque ou assassinato ou particularidades associadas a ele. Portanto, nós ainda temos uma experiência de um Jesus ou um Espírito Santo em nossas mentes para quem nós vamos. Quando nós nos tornamos esse pensamento perfeito da Expiação, nós nos tornamos como Jesus. Jesus desaparece, nós desaparecemos e tudo o que resta é o Amor do Espírito Santo, que nesse ponto também desaparece.
“Nós temos uma ilusão – a ilusão do perdão – que corrige e desfaz a ilusão de separação e ataque.”
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Dentro da estrutura do ego em que o Curso chega até nós, há alguns pontos que merecem comentários adicionais. Primeiro, embora o ego seja realmente parte de nossa mente dividida, há valor em falar dele como se estivesse separado de nós. É útil pensar que existem duas vozes dentro da mente. Às vezes, eu tenho falado sobre a mente dividida como tendo três partes — o ego, o Espírito Santo e a parte de nossas mentes que escolhe entre elas. Na realidade, é tudo um só, porque não há tempo – nenhum passado linear, presente ou futuro – e nada realmente separado. Mas porque nós acreditamos que estamos separados e nós acreditamos que há um passado, presente e futuro, é útil pensar na mente como uma sala de aula na qual nós escolhemos qual professor nós vamos ouvir.
“A ideia é nos levar para além do mundo da forma para um pensamento que, embora ainda seja um pensamento de separação, não tem conceitos de ataque ou assassinato ou particularidades associadas a ele.”
Já que todos nós crescemos, quer nós tenhamos consciência disso ou não, acreditando apenas no ego e acreditando que é quem nós somos – uma pessoa separada, pecaminosa, culpada, zangada, viciosa, deprimida, pessoa solitária, é útil ter a ilusão de outro pensamento ou outra pessoa dentro de nós que representa outra coisa. Enquanto nós acreditarmos que nós estamos dentro do mundo da ilusão, dos sonhos e dos símbolos, nós temos que trabalhar com isso — mas não porque são reais. No final, nós reconheceremos que tudo é um só.
“É útil pensar que existem duas vozes dentro da mente. Às vezes, eu tenho falado sobre a mente dividida como tendo três partes — o ego, o Espírito Santo e a parte de nossas mentes que escolhe entre elas.
O segundo ponto é entender que o uso da palavra Deus pelo Curso, ao invés de apenas palavras impessoais como verdade, realidade, unicidade, conhecimento, etc., é deliberado. Todo o objetivo do Curso é trazer à nossa consciência todas as associações negativas que nós temos de Deus – Deus como um homem punitivo, como um pai punitivo e coisas semelhantes, para que nós possamos perdoá-los. É por isso que o Curso vem na língua Judaico-Cristã, onde Deus é muito visto como um pai masculino. E a identidade de Jesus é central para o Curso, por causa de toda a falta de perdão que as pessoas – tanto Judeus quanto Cristãos – têm com ele. Assim, o Curso traz à tona todos os preconceitos e vieses, todas as mágoas e todos os medos, para que nós possamos olhar para eles.
“…é útil pensar na mente como uma sala de aula na qual nós escolhemos qual professor nós vamos ouvir.”
Eu poderia acrescentar que o conceito de Deus do qual nós estamos falando não é o que o Deus real é – nós estamos falando sobre o que o ego fez do Deus real. E assim o Curso usa nomes com os quais todos no mundo ocidental – sejam Judeus ou Cristãos – cresceram pensando. Basicamente, é o falso Deus que nós temos que perdoar. No Curso, Jesus, referindo-se a si mesmo em um ponto, fala dos ídolos amargos que foram feitos dele (ET-5.5:7). Quando nós pensamos em Jesus, todos os ídolos amargos surgem – o Jesus que acreditava em perseguição, sacrifício e morte, exclusão e especialidade, etc. quer que você seja crucificado’ (T-24.III.8:13). Basicamente, nós poderíamos dizer a mesma coisa sobre Jesus – perdoe Jesus, não era a sua vontade que fôssemos crucificados.
“Todo o objetivo do Curso é trazer à nossa consciência todas as associações negativas que nós temos de Deus – Deus como um homem punitivo, como um pai punitivo e coisas semelhantes, para que nós possamos perdoá-los.”
Parte IV
Eu gostaria agora de unir o que venho dizendo com o que discutirei a seguir. Outro tema importante desse workshop, implícito no que tenho falado, é a ideia de que o Curso é escrito em muitos níveis diferentes. Na verdade, isso é algo que abordarei explicitamente mais tarde. Como eu tenho dito, certas declarações no Curso devem ser tomadas literalmente, enquanto outras devem ser tomadas metaforicamente ou simbolicamente. A ideia de que Deus chora por nós, ou que Deus está sozinho sem nós, ou que Jesus ou o Espírito Santo realmente fazem coisas por nós no mundo, são declarações que devem ser tomadas como metáforas ou símbolos para corrigir os erros que nós cometemos. Jesus usa o nosso simbolismo, mas dá a ele um significado diferente e um conteúdo diferente.
A razão para discutir tudo isso – e uma das principais razões para esse workshop – é enfatizar que nós não devemos tentar trazer o Curso para o nosso nível, mas sim crescer até o nível de onde o Curso está vindo e alcançar o amor que é a verdadeira fonte do Curso. É tentador sempre tentar trazer a verdade para a ilusão. Um tema principal que Jesus está sempre enfatizando no Curso é que a nossa função é trazer a ilusão para a verdade, não a verdade para a ilusão. Não trazemos o amor ao medo – trazemos o medo ao amor. Nós trazemos as trevas para a luz, não a luz para as trevas.
Já que fomos nós que construímos esse mundo e tudo o que nele há – e nós o fizemos como um ataque a Deus e uma defesa contra o Seu Amor – não faz sentido, então, tentar arrastar Deus para o mundo e dizer: ‘Conserta isso.’ Ele basicamente olharia para nós e diria: ‘Corrigir o quê?’ Não que Deus tenha uma boca para dizer isso – estou falando metaforicamente, é claro. Em vez disso, nós devemos trazer os pensamentos que levaram à criação do mundo a Ele. E a Presença de Deus em nossas mentes separadas é o que o Curso chama de Espírito Santo. Nós somos sempre tentados a resolver os nossos problemas aqui, que na verdade são tentativas de excluir Deus. E então nós queremos arrastar esse Deus mágico para o mundo para que Ele resolva os nossos problemas aqui. Isso, como o Curso explica, está trazendo a verdade para a ilusão. O Curso está nos pedindo ao invés para trazer a ilusão para a verdade. Basicamente, eu estou dizendo que nós devemos abordar o Curso com um grau de reverência e respeito, reconhecendo que ele está chegando a nós em muitos níveis. E o nível mais alto é algo que nós queremos aspirar, algo que nós desejamos alcançar.
“Um tema principal que Jesus está sempre enfatizando no Curso é que a nossa função é trazer a ilusão para a verdade, não a verdade para a ilusão. Não trazemos o amor ao medo – trazemos o medo ao amor. Nós trazemos as trevas para a luz, não a luz para as trevas.”
Um pouco mais tarde, eu falarei sobre a ‘escada da oração’, a imagem usada no Panfleto de A Canção da Oração. Uma escada tem muitos patamares ou degraus e nós estamos no fundo. O topo da escada é a realidade de Deus, que nós discutimos anteriormente (acima da linha roxa no Gráfico). Nós veremos ao discutirmos a abertura do Panfleto que o propósito principal de Jesus é nos dizer que é bom começar pelo degrau mais baixo da escada, porque é onde nós estamos – mas não é onde nós desejamos terminar. Na seção de a República de que eu falei anteriormente, Platão pergunta por que nos contentaríamos com a imitação, ou a cópia, quando nós podemos ter a coisa perfeita?
Eu pensei em ler um breve trecho de uma carta que Franz Liszt escreveu, que é relevante para o ponto que eu estou defendendo. Franz Liszt, é claro, foi uma grande figura musical do século XIX. Ele também se tornou o sogro de Richard Wagner, um grande compositor alemão do século XIX. As óperas de Wagner, ou ‘dramas musicais’, como ele as chamava, sempre tendiam a ser bastante longas. Após a apresentação de uma dessas óperas, Liszt escreveu uma carta a um amigo, na qual fazia referência a uma crítica comum às obras de Wagner – que eram muito longas e difíceis. E isto é o que Liszt escreveu: ‘Grandes obras devem ser abraçadas inteiras, corpo e alma, forma e pensamento, espírito e vida. Não se deve criticar a Wagner por sua extensão. É melhor expandir a escala para a dele. Em vez de tentar arrastar Wagner para baixo, deve-se tentar crescer em seu gênio.’
Isso seria ainda mais relevante em termos do Curso. Um dos grandes erros que o Cristianismo cometeu com a mensagem de Jesus há mais de dois mil anos foi que, em vez de tentar crescer no que ele estava ensinando, as Igrejas tentaram trazer Jesus e a sua mensagem para o nível do mundo – o que, é claro, era muito mais uma resposta do ego. E assim a mensagem das Igrejas tornou-se uma mensagem cheia de sofrimento e sacrifício, assassinato e morte, culpa, especialidade, exclusividade, ritual e forma, etc. As pessoas pensavam que entendiam o que Jesus dizia e ensinava. E então eles começaram a pregar a sua mensagem sem reconhecer que haviam perdido todo o seu ponto. E é muito fácil agora fazer a mesma coisa com o Curso.
Uma das principais maneiras pelas quais esse erro ocorre é confundir símbolo com realidade, confundir forma com conteúdo. É de grande importância entender que muito do Curso é escrito em um nível simbólico por causa de onde nós estamos. Se nós crescermos no símbolo, então nós reconheceremos que, ao final, o símbolo desaparece na realidade, no amor que está sempre lá. Esse é um tema importante do workshop que desenvolverei mais adiante.
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Agora vamos voltar para A Canção da Oração e ler alguns parágrafos das duas primeiras seções. Não gastaremos muito tempo com isso, embora o que está contido aqui seja extremamente importante. O nosso foco será nas partes em que, sem realmente usar essas palavras, Jesus fala sobre a diferença entre aparência e realidade, entre símbolo e verdade. Esse também é um lugar onde ele expressa o que parecem ser contradições na linguagem dos Cursos, mas ele continua explicando por que elas não são realmente contradições. Essa discussão nos ajudará a considerar Jesus especificamente, tanto como a realidade quanto como o símbolo e a importância do símbolo.
A metáfora usada nesse Panfleto, especialmente nas páginas iniciais, é a de uma escada. O topo da escada é chamado de ‘a canção da oração’, um estado idêntico ao que é referido na Lição 183: ‘O universo não consiste de nada além do Filho de Deus, que invoca o seu Pai. E a Voz do seu Pai dá a resposta no santo Nome do seu Pai’ (LE-pI.183.11:4).
‘A Canção da Oração’ é a canção de amor e de agradecimento que o Pai canta ao Filho e o Filho canta ao Pai. Mas ela é uma canção sem som, sem notas. A palavra canção aqui é estritamente uma metáfora, assim como é naquela maravilhosa seção do Texto chamada ‘A canção esquecida’ (T-21.I) – é o mesmo símbolo. A canção que nós esquecemos é a canção que liga Deus e Cristo. A canção da oração, ou o topo da escada, é realmente o que é representado pela linha roxa em nosso Gráfico. Quando nós completamos a nossa jornada espiritual, toda a escada desaparece e nós, de fato, desaparecemos na canção da oração – na verdade, nós nos tornamos a canção da oração. Assim, as páginas iniciais do Panfleto apresentam essa metáfora:
Parágrafo 1 – Sentenças 1-3: ‘A oração é a maior dádiva com a qual Deus abençoou Seu Filho na sua criação. Já era então o que deve vir a ser: a única voz que o Criador e a criação compartilham; a canção que o Filho canta ao Pai, que retorna os agradecimentos que ela Lhe oferece ao Filho. A harmonia é sem fim assim como também é sem fim o alegre acordo do amor que eles dão um ao outro para sempre.’
Jesus diz ‘o que deve vir a ser’ porque nós adormecemos, então a oração é um estado que nós temos que alcançar novamente. A canção é uma canção abstrata, um símbolo que Jesus usa, já que canções, melodias e música são uma parte tão importante do nosso mundo aqui. Simboliza o que não pode ser entendido nesse mundo. Como citei anteriormente, ‘em lugar algum o Pai chega ao fim para dar início ao Filho…’ (LE-pI.132.12:4). Essa afirmação não faz sentido para nós aqui porque nós estamos muito em um mundo de separação. Como li anteriormente na primeira Seção do Capítulo 25 do Texto, é por isso que o céu vem a nós como se estivesse separado de nós. É por isso que o Espírito Santo parece ser uma Voz fora de nós que fala conosco. Na verdade, não é assim. Mas dentro do sonho que nós fizemos para excluir Deus, nós precisamos então de um conceito de um Deus que nos inclui, que fala conosco e que nos chama. Na realidade, Deus e Cristo nunca estiveram separados – essa unicidade é o que a canção da oração representa.
Nós pularemos agora para o segundo parágrafo:
Parágrafo 2 – Sentença 1: ‘Para ti que estás no tempo por pouco tempo, a oração toma a forma que mais se adapta as tuas necessidades.’
É sempre útil ter em mente que a visão de Jesus sobre o tempo é muito diferente da nossa. O que para nós pode ser um intervalo de tempo de milhares ou milhões de anos, para ele é apenas ‘por pouco tempo’. Todo o tempo existe e existiu em um pequeno instante. Somente dentro do sonho o tempo parece se estender linearmente por bilhões e bilhões de anos, com passado, presente e futuro. Na verdade, tudo ocorreu em um instante. E enquanto nós acreditarmos que nós estamos dormindo, ainda está ocorrendo naquele instante. O tempo já foi desfeito. E para ser ainda mais preciso, isso nunca aconteceu. Jesus está falando conosco daquele lugar em nossas mentes onde não há tempo, então para ele nós estamos aqui por pouco tempo. Desta forma:
Parágrafo 2 – Sentenças 1-2: ‘Para ti que estás no tempo por pouco tempo, a oração toma a forma que mais se adapta as tuas necessidades. Tu só tens uma.’
Isso é muito importante e será detalhado na próxima Seção, ‘Oração Verdadeira’. Nós temos apenas uma necessidade – lembrar que nós nunca saímos de casa. Uma declaração no Texto diz que ‘a única oração significativa é a que pede o perdão, porque aqueles que foram perdoados têm tudo’ (T-3.V.6:3).
Parágrafo 2 – Sentença 3: ‘O que Deus criou uno tem que reconhecer a própria unicidade e regozijar-se, pois o que as ilusões pareciam separar é uno para sempre na Mente de Deus.’
‘O que Deus criou uno’ é a Filiação. A Filiação agora parece estar fragmentada e, portanto, deve reconhecer essa unicidade. Todos nós permanecemos um Cristo dentro da Mente de Deus. Todos nós permanecemos como uma Voz cantando alegremente aquela canção da oração, mesmo que a pequena e louca ideia de estar separado de Deus parecesse ter o poder de nos separar e nos fragmentar.
Parágrafo 2 – Sentença 4: ‘A oração agora tem que ser o meio pelo qual o Filho de Deus deixa para trás as metas e os interesses separados e se volta em santo contentamento para a verdade da união em seu Pai e nele mesmo.’
A oração é usada aqui de duas maneiras. Por um lado é o topo da escada, a canção da oração que nós cantamos a Deus e que Deus canta para nós. No sonho, por outro lado, a oração é um processo, uma escada. Portanto, é tanto um processo quanto o fim do processo. Em outro contexto, uma linha maravilhosa no Livro de Exercícios fala sobre Deus como Amor: ‘Ele é o fim que buscamos e o meio pelo qual vamos a Ele’ (LE-pI.302.2:3). Deus é tanto o objetivo quanto o meio pelo qual O alcançamos. Da mesma forma, a oração, a canção da oração, é o objetivo, mas a oração também se refere ao processo. Portanto, a oração é tanto a escada que nós precisamos subir quanto o fim da escada.
O relacionamento santo também é usado nos dois sentidos. Às vezes, Jesus claramente e especificamente se refere ao relacionamento santo como um processo em que nós vamos e voltamos entre o relacionamento especial e o santo. Outras vezes, ele a usa para significar o fim do processo. Nós devemos ler o Curso como se fosse um grande poema, onde nós não analisamos cada palavra e tentamos deduzir todo o contexto a partir dela. Em vez disso, simplesmente nós deixamos as palavras falarem conosco.
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Agora vamos nos voltar para o Primeiro Parágrafo da próxima Seção, ‘Oração Verdadeira’.
Parágrafo 1 – Sentenças 1-2: ‘A oração é o caminho que nos é oferecido pelo Espírito Santo para chegarmos a Deus. Não é meramente uma pergunta ou uma súplica.’
Jesus está falando agora sobre a oração como um processo. Em outras palavras, a oração não é simplesmente pedir a Deus que faça coisas por nós. Essa é a base da escada – um Deus, ou um Jesus, ou um Espírito Santo que responde às orações, que nos diz o que fazer, para onde ir, com quem falar, o que dizer, etc.
Parágrafo 1 – Sentenças 3-5: ‘[A oração] Não pode ter sucesso até que compreendas que ela nada pede. De que outra forma poderia servir ao seu propósito? É impossível orar por ídolos e esperar chegar a Deus.’
A oração não pede nada porque nós temos tudo. Orar por ‘ídolos’ inclui qualquer coisa para a qual nós pedimos ajuda – conseguir uma vaga no estacionamento, ser curado de um câncer, acabar com o conflito no Oriente Médio, conseguir um emprego que nós queremos, proteger um ente querido de ser ferido etc., são ídolos porque são substitutos do Amor de Deus.
Parágrafo 1 – Sentença 6: ‘A verdadeira oração tem que evitar a armadilha de pedir para suplicar favores.’
A verdadeira oração é o topo da escada. Nenhum de nós está lá e Jesus não está exigindo que nós estejamos lá. Basicamente, ele está fazendo a mesma observação que fiz anteriormente em relação ao comentário de Franz Liszt sobre Wagner. Jesus não está dizendo que nós devemos estar onde ele está. Ele está simplesmente nos lembrando que esse é o nosso objetivo e que nós não devemos nos contentar com muito menos do que realmente nós podemos ter. Esse é o ponto de tudo isso. Na verdadeira oração nós não pedimos nada, porque nós sabemos não só que nós temos tudo, mas que nós somos tudo. Ter e ser são a mesma coisa no Reino. O que nós temos é o que nós somos – o que nós somos é o que nós temos. Nós somos o Amor de Deus – nós temos o Amor de Deus. Nós temos o Amor de Deus porque nós somos o Seu Amor. Nós não podemos entender isso de nossa perspectiva como indivíduos separados, então Jesus fala sobre a oração como uma escada.
No degrau inferior, a oração é pedir por ajuda. E para adiantar um pouco, pedir por ajuda não é errado. Um dos principais temas do Curso é que nós devemos pedir ajuda a Jesus ou ao Espírito Santo. Mas esse pedido é uma correção para o fato de que logo no início nós dissemos ao Espírito Santo que nós não precisávamos de ajuda. Assim, o Curso nos encontra onde nós estamos com a ideia de nos elevar para onde ele realmente está.
Parágrafo 1 – Sentença 7: ‘Pede, em vez disso, para receber o que já foi dado, para aceitar o que já está presente.’
Como nós veremos nos parágrafos a seguir, esse é o verdadeiro significado da oração – é isso que Jesus está realmente nos pedindo para fazer. Ele está nos pedindo para lembrar o amor que já temos e que nós somos. Eu darei exemplos disso um pouco mais adiante.
Parte V
Continuação de ‘A Oração Verdadeira’ (The Song of Prayer, S-1.1)
Parágrafo 2 – Sentença 1: ‘Foi dito a ti que peças ao Espírito Santo a resposta para qualquer problema específico, e receberás uma resposta específica se tal for a tua necessidade.’
Isso deve ser entendido em dois níveis. O Panfleto começou originalmente como uma mensagem especial de Jesus para Helen – então, em certo nível, ele estava falando direta e pessoalmente com ela. E muitas vezes antes da mensagem, ele disse a ela: ‘Peça-me ajuda.’ Da mesma forma, no Texto, mas em outro nível, ele disse a mesma coisa para todos nós: ‘O Espírito Santo responderá a todo problema específico na medida que acreditares que os problemas são específicos’ (T-11.VIII.5: 5). Essa é a referência sobre a qual ele está falando aqui em A Canção da Oração – o Espírito Santo responderá a todas as nossas necessidades e pedidos específicos. No Panfleto, ele continua:
Parágrafo 2 – Sentença 2: ‘Também te foi dito que existe apenas um problema e uma resposta.’
Essa ideia é claramente expressa em duas lições do Livro de Exercícios: ‘Que eu reconheça esse problema para que ele possa ser resolvido’ (LE-pI.79.10:3) e ‘Que eu reconheça que esse problema foi resolvido’ (LE-pI.80.6:5). Em ambas as lições, Jesus deixa muito claro que há apenas um problema – a crença na separação – e há apenas uma resposta – aceitar o Espírito Santo. Na lição de revisão baseada nessas lições, Jesus afirma isso de maneira um pouco diferente – o único problema é guardar uma queixa e a única resposta é o perdão, ou o milagre (LE-pI.90). Mas essa é a mesma ideia.
Claramente, essas parecem então ser declarações contraditórias. Em um lugar, Jesus nos diz que nós temos muitos problemas e, portanto, haverá muitas respostas – o Espírito Santo nos dará a resposta específica para atender ao nosso problema ou necessidade específica. Então, em outro lugar, ele nos diz que há apenas um problema e apenas uma solução para ele. Assim ele explica:
Parágrafo 2 – Sentença 3: ‘Na oração, isso não é contraditório.’
Com isso ele quer dizer que está novamente se referindo à oração como um processo. O topo da escada da oração é a canção da oração, o fim do processo em que nós reconhecemos que há apenas uma necessidade – a necessidade de desfazer aquele único erro, quando nos afastamos do Espírito Santo e nos voltamos para o ego. Esse foi o nosso único erro. Já que esse é o problema, a resposta é afastar-se do ego e voltar-se para o Espírito Santo. À medida que nós subimos a escada, fica cada vez mais claro para nós que todos os nossos problemas são os mesmos. Essa é a experiência de muitas pessoas que trabalham com o Curso durante um período de tempo. Como diz a primeira lição do Livro de Exercícios: ‘Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino’ (LE-pI.5). Eu não estou transtornado porque acabei de descobrir que tenho AIDS ou que o meu ente querido tem AIDS, ou porque os Estados Unidos declararam guerra a outro país, ou porque há uma recessão, ou porque perdi o meu emprego ou o meu ente querido me abandonou, ou eu peguei um resfriado e não me sinto bem, etc. Eu tenho todos os tipos de motivos para estar transtornado. Mas eles não são realmente porque eu estou transtornado. Eu estou transtornado porque acredito que me separei de Deus. E mais especificamente, dentro do sonho, eu estou transtornado porque fiquei com medo do Amor de Deus na pessoa de Jesus e me afastei dele. Eu virei as costas para o amor mais uma vez e é por isso que eu estou transtornado. Se eu tivesse sentido a sua proximidade, se eu tivesse sentido o seu amor, se eu tivesse sentido a sua paz e o seu conforto, nada nesse mundo me incomodaria. Essa, é claro, é a lição da crucificação.
À medida que nós crescemos e subimos a escada, fica cada vez mais claro para nós que todos os nossos problemas são os mesmos. Há apenas um problema e uma resposta. Mas na base da escada, essa não é a nossa experiência. Na base da escada – onde nós acreditamos estar – nós experienciamos a ajuda de Deus na pessoa do Espírito Santo ou Jesus suprindo as nossas necessidades conforme as percebemos. Essa é uma maneira extremamente importante pela qual Jesus nos oferece correção no nível em que nós nos vemos. Nós acreditamos que o Espírito Santo nunca nos ajudaria depois do que fizemos a Ele. Nós lhe dissemos que Ele é um mentiroso. Nós dissemos: ‘Eu não confio em você. Eu não quero você perto de mim’. E nós criamos o mundo para que nós pudéssemos fugir Dele. Nós formamos um corpo que tem necessidades como um ataque a Ele. Então, por que Ele deveria querer nos ajudar? O ego nos diz que não há como Ele nos ajudar, de forma alguma Ele irá suprir as nossas necessidades.
Portanto, nós precisamos de uma correção nesse nível que nos diga: ‘Não, o Espírito Santo não está virando as costas para você. Não é que Ele não queira ajudá-lo. Ele de fato o ajuda.’ Esse é o mesmo tipo de simbolismo de Jesus nos dizendo que Deus derrama lágrimas por nós. O ego nos disse que Deus está tão feliz por estarmos fora de Sua casa porque nós temos sofrido muito. Então Jesus nos diz: ‘Não, Ele não está feliz. Na verdade, Ele derrama lágrimas por você e se sente incompleto e solitário sem você.’ Esse simbolismo serve exatamente ao mesmo propósito que o simbolismo refletido nas declarações do Curso que nos dizem que Jesus ou o Espírito Santo atenderá às nossas necessidades específicas. Eu explicarei um pouco mais adiante como isso funciona em nossa experiência. Então novamente:
Parágrafo 2 – Sentenças 3-4: ‘Na oração, isso não é contraditório. Há decisões a serem tomadas aqui, e elas têm que ser tomadas caso sejam ilusões ou não.’
Não é contraditório, porque a oração é vista como um processo, para declará-lo mais uma vez. Enquanto nós estivermos aqui em um corpo, escolhas precisam ser feitas – por exemplo, todos tiveram que tomar a decisão de participar desse workshop. Cada um de nós teve que tomar uma decisão essa manhã se usaria verde, azul, branco, preto ou qualquer outra coisa. Todos tiveram que tomar uma decisão sobre tomar café da manhã, o que comer e o que não comer, etc. As decisões precisam ser tomadas quando nós acreditamos que nós estamos em um corpo.
Como o Curso explica em outro lugar, nós precisamos escolher se nós tomaremos as decisões de nossas vidas com o ego ou com o Espírito Santo. Enquanto nós tivermos a ilusão de escolher, enquanto nós tivermos a ilusão de estar aqui em um corpo em um sonho, nós teremos a ilusão de escolher o ego ou o Espírito Santo como o nosso professor. É por isso que o Curso está escrito no nível em que ele está. Provavelmente, a mensagem mais importante do Curso é a de ‘escolha mais uma vez’ – isso é apresentado todo o caminho e então termina o Texto.
O tema principal do Curso é devolver às nossas mentes o poder de escolher. Não que as nossas mentes realmente tenham algum poder de escolha – a Mente de Cristo não escolhe, porque não há escolhas a serem feitas no Céu. Mas nós não estamos no Céu – nós acreditamos que nós estamos aqui. Como o Texto nos diz, nós estamos ‘em casa em Deus, sonhando com o exílio…’ (T-10.I.2:1). Assim, dentro do sonho, nós temos uma escolha, que é uma ilusão. Mas enquanto nós tivermos a ilusão de escolher contra Deus e contra o Amor do Espírito Santo e a mensagem da Expiação em nossas mentes, nós precisamos de uma correção nesse nível que diga: ‘Eu fiz uma escolha errada. Agora eu posso fazer uma escolha melhor.’ Esse é o propósito de Jesus e do Espírito Santo – nos ajudar a fazer uma escolha melhor. Portanto, enquanto estivermos neste mundo, há decisões que precisam ser tomadas. O importante – que é um assunto ao qual voltaremos sempre – não é a forma da decisão. O importante é o conteúdo: com quem nós tomamos a decisão.
Agora, isso não significa que nós podemos simplesmente ignorar a decisão. (Eu falarei sobre isso um pouco mais tarde.) Não prestar atenção às nossas decisões seria um exemplo de ‘confusão de nível’ e de tentar acreditar que nós estamos mais acima na escada do que realmente nós estamos. Enquanto nós acreditarmos estar nesse mundo e estivermos brigando com uma decisão, é importante que, dentro do papel que nós escolhemos, nós estejamos atentos à decisão. Mas também é muito útil e aliviador saber que, no final, a decisão em si não importa. O que importa é com quem nós fazemos. E nós podemos dizer com quem tomamos a decisão se estamos em paz ou ansiosos.
“Enquanto nós tivermos a ilusão de escolher, enquanto nós tivermos a ilusão de estar aqui em um corpo em um sonho, nós teremos a ilusão de escolher o ego ou o Espírito Santo como o nosso professor. É por isso que o Curso está escrito no nível em que ele está. Provavelmente, a mensagem mais importante do Curso é a de ‘escolha mais uma vez’ – isso é apresentado todo o caminho e então termina o Texto.”
Então eu faço o melhor que eu posso para decidir, no âmbito da minha sala de aula, que inclui eu e meu corpo e o contexto específico em que eu acredito estar. Eu faço o melhor que posso com isso, mas em outro nível, eu percebo que tudo o que tenho que fazer é o melhor que posso. Jesus fez uma declaração para Helen, que eu penso que é sempre muito útil e reconfortante. Ele disse a ela: ‘Se você fizer a minha vontade, eu a defenderei; e se você não fizer a minha vontade, então eu a corrigirei’. Basicamente, isso significa que nós fazemos o melhor que nós podemos; de qualquer forma, nós não podemos perder. Portanto, as decisões têm que ser tomadas aqui, sejam elas ilusórias ou não. Na verdade, elas são todas ilusórias, porque não há escolhas no Céu. O importante não é a decisão, mas, mais uma vez, aquele com quem a tomamos. É para isso que nós estamos conduzindo. Esta é a importância de Jesus. Ele permanece em nossas mentes divididas como o símbolo brilhante que nos chama de volta – não tanto para ele, mas para o Cristo que está nele e em nós mesmos.
“O importante não é a decisão, mas, mais uma vez, aquele com quem a tomamos.”
Parágrafo 2 – Sentença 5: ‘Não pode ser pedido a ti que aceites respostas que estão além do nível da necessidade que podes reconhecer.’
Nós podemos ver nesta declaração o quão útil o Curso é e que poderosa ferramenta espiritual ele é. Ele vem a nós em muitos níveis. No nível mais alto, ele nos diz que não há literalmente nada aqui, que nós não estamos aqui. Ao mesmo tempo, o Curso traduz o amor abstrato e a verdade do Céu em uma linguagem e um grupo de símbolos que nós podemos entender e nos relacionar. Então, em um nível, Jesus nos diz que não há problemas. O único problema que nós acreditamos ter e nós acreditamos que somos já foi desfeito para nós e, portanto, não há necessidades. Em outro nível, enquanto nós acreditarmos que estamos aqui e acreditarmos que temos todas essas necessidades, nós experienciaremos a ajuda do Céu com essas necessidades. Não que o Céu esteja realmente nos ajudando com essas necessidades; em vez disso, nós vamos experienciá-las dessa maneira. Novamente, como nós lemos anteriormente, o Céu vem a nós como separado, não porque seja na verdade, mas porque esse é o único nível que nós podemos aceitar e entender (T-25.I).
Parágrafo 2 – Sentenças 6-9: ‘Portanto, não é a forma da pergunta que importa, nem como é feita. A forma da resposta, se dada por Deus, se adequará a tua necessidade tal como a vês. Isso é apenas um eco da resposta da Sua Voz. O som real é sempre uma canção de agradecimento e de amor.”
Deixe-me elaborar sobre isso – Jesus está dizendo que enquanto nós acreditarmos que nós temos muitas necessidades, nós receberemos a resposta nesse nível. Mas a resposta realmente não é a forma – a verdadeira resposta está além da forma. A resposta que nós experienciamos, que nós acreditamos obter, é ’um eco da resposta de Sua Voz’. A Sua Voz é aquela canção silenciosa de ação de graças e amor. A verdadeira resposta é a Presença do Amor que está além de toda forma, que não tem nem ouve palavras. Mas nós experienciaremos esse Amor no nível das palavras e dos símbolos, porque nós acreditamos que nós somos símbolos.
“…o Céu vem a nós como separado, não porque seja na verdade, mas porque esse é o único nível que nós podemos aceitar e entender (T-25.I).”
Deixe-me dar um exemplo concreto que pode ajudar. Nós podemos pensar na água dentro de um copo como uma expressão do Amor de Deus. Para os propósitos desse exemplo, nós podemos pensar na água como sem forma, amorfa e abstrata. Na verdade, é claro que não é, mas nós vamos pensar dessa maneira. O vidro, que tem uma forma e contorno definidos, representa a mente, que é uma mente de medo que se identificou com o ego. Portanto, é uma mente limitada e separada que acredita em culpa, ataque, punição, pecado, etc. O amor dentro de nossas mentes é abstrato e sem forma. Nós estamos aterrorizados com a verdadeira natureza do amor, porque o ego nos disse que se nós voltarmos a esse amor, o amor nos destruirá.
Um dos poemas de Helen inclui o verso: ‘O amor não crucifica, ele… apenas é” (‘Amen’, The Gifts of God, p. 91). Agora, a razão para essa linha é que nós acreditamos que o amor crucifica. Claro, as Igrejas Cristãs foram construídas sobre a ideia de que nós sabemos que Deus nos ama porque Ele crucificou e matou o Seu próprio Filho. É isso que o amor faz: crucifica e castiga. Isso faz todo o sentido dentro do sistema do ego. Lembre-se, este é um ‘Deus contra-o-qual-pecamos’ – esse é o conceito de Deus na caixa do ego no Gráfico. E um Deus contra-o-qual-pecamos se traduz em um Deus Que é vingativo, irado e insano, Que barganha conosco e está zangado. Esse é um Deus que crucifica. Assim nós aprendemos a ter medo do Amor de Deus.
“O amor não crucifica, ele … apenas é”.
Isso explica por que sempre nós fazemos exatamente as coisas que nos impedem de sermos pacíficos e felizes. Não é o mundo que nos mantém ansiosos e em conflito – somos nós que nos mantemos ansiosos e em conflito. E isso se torna a defesa insana do ego contra o amor. É por isso que nós nos apegamos ao passado. É por isso que nós mantemos os nossos pensamentos de ataque em relação aos outros e a nós mesmos, ouvindo os gritos estridentes do ego. Nós temos medo de ser pacíficos. Nós temos medo de ser amor. Uma linha no Texto diz que ‘a memória de Deus vem à mente quieta’ (T-23.I.1:1). Ao que o meu ego diz: ‘Sim, isso é absolutamente verdade. Se a sua mente estiver quieta, se você estiver em paz e quieto, então a memória de Deus retornará a você. Mas você não quer chegar perto dessa memória, porque Deus é irado, violento e cruel.’ Assim, para manter a memória de Deus afastada, eu mantenho a minha mente em um estado de ruído, um estado de inquietação, em vez de um estado de quietude. O grito estridente do ego torna-se um escudo muito reconfortante que me protege da voz mansa e delicada do Espírito Santo.
O ego nos ensinou a não nos aproximarmos desse Amor porque esse Amor nos machucará. Nós poderíamos pensar na totalidade do Amor de Deus como um oceano – é imenso e continua sem fronteiras, sem limites. Esse é o Amor de Deus e é disso que nós temos medo. Não há como nós nos aproximarmos do Amor como ele é, porque o ego nos diz que se nós o fizermos, nós seremos engolidos e aniquilados – Deus está tão irado. Portanto, nós somos capazes de tomar um tanto desse Amor – só o tomamos em pequenas doses. Basicamente, nós vamos a Jesus ou ao Espírito Santo em nossas mentes e dizemos: ‘Eu tenho pavor da imensidão e da infinidade do seu amor, porque tenho medo de desaparecer nele. Eu quero o seu amor mais do que qualquer outra coisa, mas tudo o que posso lidar é a quantidade de um copo cheio.’ Nós vamos a essa Fonte de Amor sem fim, incessante e sem fundo em nossas mentes com um pequeno copo, ou um pequeno dedal, dizendo: ‘Isso é tudo o que posso aceitar. Não posso aceitar o seu Amor, mas eu posso aceitar que você me dê uma estacionamento ou você está me dizendo o que pedir no menu de um restaurante.’ Agora não há nada de errado em nada disso. No entanto, tudo o que nós acabamos é com um dedal em vez do oceano. Novamente, nós estamos falando sobre a base da escada. Certamente é muito melhor para mim pedir ajuda ao Espírito Santo do que ao ego para ajudar com a vaga de estacionamento. Mas se isso é tudo o que eu estou fazendo, eu vou acabar com muito, muito pouco.
Assim, as linhas que nós acabamos de ler estão nos dizendo que não é a forma que nós queremos – não é o contorno do amor – não é a estrutura da minha mente que eu coloco para Jesus preencher. Eu quero o conteúdo – eu quero o amor. O objetivo desse Panfleto é nos lembrar disso. De certa forma, todo o propósito desse workshop é nos ajudar a conhecer a diferença entre a forma que o amor toma para nós e a sua realidade. É a realidade que nós queremos. Então, novamente, isso é o que se entende por: ‘A forma da resposta, se dada por Deus, atenderá à sua necessidade como você a vê. Isso é apenas um eco da resposta de Sua Voz. O som real é sempre uma canção de ação de graças e de Amor.'”
Imagem pexels-tahir-shaw-186980.jpg – 7 de setembro de 2022
…Continua Parte III…
Um milagre é uma correção. Ele não cria e realmente não muda nada. Apenas olha para a devastação e lembra à mente que o que ela vê é falso. Desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem superar a função do perdão. Assim, permanece nos limites do tempo. LE.II.13
Nada real pode ser ameaçado.
Nada irreal existe.
Nisso está a paz de Deus.
T.In.2:2-4