Em artigos anteriores nós temos buscado conhecer e entender o processo de resolução de problemas através do Ho’oponopono como sendo utilizado notadamente em situações de direito da família e propostas de utilização do processo em situação de direito penal.

Esse novo artigo compartilha diversas outras práticas inovadoras do processo de resolução de problemas através do Ho’oponopono, utilizadas com efetividade, como também em potencial de utilização, para o nosso pleno conhecimento e entendimento do sistema de pensamento dos antigos Kahunas, de todos os tempos.

Para tal, nós estamos transcrevendo trechos do didático artigo “Current Use of a Hawaiian Problem Solving Practice: Ho’oponopono”, de autoria da pesquisadora Victoria Shook. Preparado por “The Sub-Regional Child Welfare Training Center School of Social Work – University of Hawaii.”

31 de julho de 1981 – Honolulu, Hawaii

Fonte Primária de Informação – Pesquisadora Victoria Shook

Tradução livre Projeto OREM® (PO)

Uso Contemporâneo de uma Inovadora Prática Havaiana de Resolução de Problemas: Ho’oponopono Traditional

Prospecto

Esse estudo surgiu do crescente interesse e preocupação dos prestadores de serviços humanos por conclusões mais definitivas no aumento do aconselhamento intercultural no bem-estar infantil. Essa preocupação e apelo foram ouvidos pelos diretores de “Region 9 Centers of Child Welfare Training and Child Abuse and Neglect” [“Centros de Formação em Bem-Estar Infantil e Abuso e Negligência Infantil – Região 9”]. A ideia de que as sociedades do Pacífico desenvolveram estratégias e métodos para lidar com questões sociais no contexto de cada uma dessas sociedades estimulou ainda mais a necessidade de recursos documentados que fossem capazes de ajudar na formação de profissionais que trabalham com crianças e as famílias delas.

Nós esperamos que as informações contidas nesse estudo sejam úteis para os profissionais do bem-estar infantil, bem como para aqueles que trabalham com famílias e outros grupos minoritários. “Esteja onde o cliente está” [“be where the client is”] é básico no serviço social. Portanto, esperemos que as nossas mentes estejam abertas aos caminhos de outras culturas e nos desafiem a buscar alternativas que sejam mais relevantes culturalmente.

[Observação PO: Os Assistentes Sociais usam a frase “be where the client is” (“esteja onde o cliente está”). Isso significa ensinar como envolver inicialmente o cliente, conhecendo-os onde eles estão, ao invés de dizer-lhes como e onde estar. Esteja você liderando uma reunião, um treinamento ou um workshop, esse conceito é igualmente importante para uma facilitação efetiva. Para isso, a meta, desde o início, é começar interagindo com os participantes de uma maneira que os faça sentirem-se valorizados e empoderados. Fonte: pesquisas na internet].

Aloha,

Lynette Paglinawan, Coordenadora Sub-Regional do Centro de Treinamento em Bem-Estar Infantil, Região 9

Barbara Yamashita, Coordenadora do Centro de Recursos para Abuso e Negligência Infantil do Escritório 9 do Havaí

31 de julho de 1981

Honolulu, Havaí

Reconhecimentos

Esse estudo não teria sido possível sem a generosidade das pessoas com quem eu conversei e entrevistei. O meu mais profundo apreço e respeito se estende à essas pessoas. Muitos outros têm enriquecido essa pesquisa prestando pessoal apoio e incentivo e, embora eu agradeça a todos, há alguns em particular que eu gostaria de agradecer: Joyce Winn pela sua dádiva de Nana I Ke Kumu e por sua fé inspiradora; Lynette Paglinawan, por proporcionar a oportunidade de participar de discussões estimulantes e por ser professora e amiga; Richard Brislin por fornecer um olhar crítico para ajudar a esclarecer o desenho e a redação da pesquisa; Tom Maretski pelas perguntas e sugestões instigantes; Barbara Yamashita e Shelley Asao por me apoiarem com café, donuts e conforto. Outros que deram orientação acadêmica incluem Stan Harms, Gerry Dykstra e Sarah King. Pelos inestimáveis ​​serviços administrativos e de apoio, agradeço a Mary Lau e Hisae Tachi. E finalmente, a todos os meus queridos familiares, amigos e conhecidos, que na sua inocência perguntaram: “O que é Ho’oponopono” e obtiveram uma resposta entusiasmada para lá do que elas queriam saber, eu agradeço a vocês por vossa paciência e entendimento .

Capítulo 1: Introdução

Um rico corpo de conhecimento sobre o bem-estar físico, emocional e espiritual de um indivíduo em relação à família, comunidade e meio ambiente existe na cultura Havaiana há séculos. Uma das práticas específicas é um sistema complexo para manter relacionamentos harmoniosos e resolver conflitos dentro da família extensa ou ampliada chamado Ho’oponopono, que significa “colocar (alguma coisa) de volta à condição normal ou adequada” [“setting to right”] (Pukui, Haertig & Lee, 1972, p.60). Nos últimos dez anos, esse conceito tem se tornado popularizado e um número de indivíduos, incluindo profissionais de bem-estar infantil, têm tentado utilizar esse tradicional conceito e prática familiar. O propósito desse estudo é ilustrar como alguns indivíduos em Oahu têm adaptado o Ho’oponopono para uso nas agências social deles e, em alguns casos, em seus serviços de consultoria privada.

É provável que existem muitas variações na descrição e prática do Ho’oponopono. Esse estudo foca-se na difusão da prática descrita por Mary Kawena Pukui (Pukui, et. all., 1972). Além de fornecer detalhes sobre as variações do uso contemporâneo do Ho’oponopono, o estudo irá delinear um modelo de Ho’oponopono usado por dois indivíduos no estudo que são treinados em assistência social e têm a mais ampla experiência no uso do Ho’oponopono de todos os profissionais contemporâneos.

Há duas questões subjacentes ao propósito desse estudo que necessitam ser brevemente exploradas a fim de colocar a pesquisa em um contexto mais amplo. A primeira ilustra como essa inovação está relacionada com uma tendência nacional nos serviços humanos que incentiva a utilização de estratégias programáticas alternativas para satisfazer as necessidades dos grupos minoritários. A segunda questão investiga algumas noções básicas sobre o processo de mudança cultural para que o leitor seja capaz de entender melhor os diversos pontos de vista dos indivíduos nesse estudo sobre o uso do Ho’oponopono hoje.

Rumo a Serviços Culturalmente Apropriados

Vários profissionais têm reconhecido que os grupos étnicos não têm recebido serviços de saúde mental e de bem-estar social adequados e/ou apropriados no passado, especialmente em locais que servem uma população substancial não-branca e não pertencente à classe média. Esse reconhecimento estende-se aos serviços humanos, incluindo assistência social e educação. Uma vez que esse projeto é especificamente destinado a trabalhadores do bem-estar infantil, a literatura citada abrange a ampla área de “saúde mental e bem-estar social”. Essas rubricas servem como um guarda-chuva geral sob o qual se enquadram campos mais específicos, como o bem-estar infantil e os serviços de proteção à criança.

Vários profissionais da saúde mental têm reconhecido que grupos étnicos não têm recebido serviços adequados e/ou apropriados no passado (Atkinson, Morten & Sue, 1979; Marsella, 1980; Pande, 1968; Pedersen, 1979; Sue & Sue, 1977; Sue e McKinney, 1977; Os Relatórios de Tarefas da Comissão Presidencial de Saúde Mental de 1978 também nomearam o racismo como o problema de saúde mental mais difundido (Vol. III, p.786).(1) Os relatórios também sugerem que muitos programas de saúde mental têm sido responsáveis ​​por sublinhar latentemente o racismo, favorecendo métodos e procedimentos adequados para uma clientela predominantemente branca e de classe média.

(1) Eu reconheço que o termo “racismo” tem se tornado excessivamente utilizado e, portanto, tem uma conotação ampla. Nesse uso, eu acredito que se aproxima mais da definição: a crença ou prática de que um ou mais grupos de pessoas são superiores a outros grupos, sendo as características físicas o principal determinante da diferenciação. Um significado mais suave do termo incluiria atitudes preconceituosas e tratamento discriminatório dado por alguns grupos a outros devido a fatores como ignorância e/ou insensibilidade. As diferenças visadas nesse caso podem incluir crenças, valores e práticas culturais, bem como características físicas.

Marsella (1980), Pedersen (1979) e Torrey (1972), todos salientam que a maioria dos modelos de saúde mental atuais se baseiam num modelo médico de saúde e doença derivado de tradições filosóficas Ocidentais que valorizam o pensamento racional e científico. Eles sugerem que os programas alternativos incluem abordagens mais “holísticas” que não separam os fatores físicos, emocionais e espirituais na saúde e na doença. Essa última abordagem pode ser o modo predominante de cura [healing] cultural fora dos Estados Unidos e da Europa Ocidental.

Alguns dos mesmos investigadores e outros têm recomendado que os programas de saúde mental utilizem sistemas de ajuda natural existentes que já possam funcionar na comunidade (Frank, 1971); Higginbotham, 1976; S.Sue, 1978; Speck & Ruevini, 1969) e métodos indígenas de ajuda e cura [healing] (Pederen, 1980; Marsella, 1980; Tseng & Hsu, 1979; Torrey, 1972). O Ho’oponopono tem sido citado como um exemplo de sistema de ajuda indígena por Tseng e McDermott (1975, p.382) e Pedersen (1979, p.88).

Além disso, alguns autores (Atkinson, Morten e Sue, 1979; e Higginbotham, 1979) têm recomendado esboços para avaliar as necessidades, definições e expectativas dos grupos culturais em relação aos serviços de saúde mental. Os modelos derivados de tais avaliações seriam, teoricamente, mais sensíveis culturalmente do que a maioria dos modelos de serviços que não levam em conta variáveis ​​culturais. E, concebivelmente, os programas derivados de modelos culturalmente aceitáveis seriam vistos como legítimos pela comunidade, na medida em que eles refletissem alguns dos valores, crenças e práticas do grupo. Por sua vez, essa legitimação seria capaz de levar a uma maior consciência no nível da realidade [awareness] e utilização de serviços.

Outros autores oferecem conselhos para trabalhar com grupos étnicos específicos, incluindo Americanos Nativos (Lewis & Ho, 1979; Trimble, 1976; Youngman & Sadongei, 1979), Pretos (Bryson & Bard, 1979); Asiáticos (Sue, D. & Sue, S., 1979; Brown, Stein, Huang & Harris, 1973) e Hispânicos (Abad, Ramos & Boyce, 1974; Christensen, 1979; Ruiz & Padilla, 1979; Gonzales, 1976). Infelizmente, há muito menos literatura detalhando programas reais desenvolvidos, implementados e avaliados a partir de tais sugestões.(2)

(2) Uma breve descrição dos programas concebidos para grupos étnicos específicos pode ser encontrada no Apêndice A. Esse é fornecido como um recurso para agências que queiram incorporar outras estratégias, além do Ho’oponopono, na sua gama de serviços.

Talvez o caso do Ho’oponopono seja distinto de qualquer outra inovação em saúde mental por duas razões. Em primeiro lugar, embora ele fosse tradicionalmente utilizado no ambiente familiar, ele tem sido agora utilizado numa ampla variedade de ambientes com pessoas não relacionadas. Em segundo lugar, é intrigante que a sua utilização se tenha estendido para além da comunidade Havaiana e esteja sendo liderada e utilizada por indivíduos de muitas outras origens étnicas. O que há nesse processo que transcende as fronteiras culturais? Os indivíduos que partilham as suas percepções e experiências nesse artigo dão algumas pistas, embora eu suspeite que um tratamento completo dessa questão exigirá ainda mais tempo e investigação.

A Mudança Individual e Cultural

Bem no início do processo de pesquisa, eu tive que lidar com a reação da comunidade à premissa do estudo-exame das “adaptações” do Ho’oponopono. Um indivíduo, que foi abordado para ser entrevistado sobre a utilização do processo, recusou-se a fazê-lo, em parte devido à sua objecção à utilização da palavra “adaptação”. Na sua opinião, qualquer desvio a partir da forma e do contexto do Ho’oponopono ensinado por Mary Kawena Pukui (também referida no artigo como “Tutu” e “Kawena Pukui”) provavelmente não era Ho’oponopono e deveria ser chamado de outra coisa. Essa preocupação em preservar a integridade do processo foi partilhada por quase todos os participantes no estudo, embora as definições sobre o que constituía essa “integridade” variassem. Em minha mente, eu comecei a me referir a isso como o dilema “forma versus essência”. Isso me levou a examinar os pressupostos que sustentam o estudo e a investigar mais profundamente a natureza da cultura e da mudança cultural – descobrindo como determinar os “limites” das unidades culturais.

Por exemplo, uma questão que poderia ser colocada para esse estudo a fim de investigar os limites do Ho’oponopono é: “Quando as mudanças no Ho’oponopono vêm a ser significativas o suficiente para produzir uma prática qualitativamente diferente?” A minha investigação também me levou a aprender mais sobre as atitudes dos indivíduos em relação à mudança cultural, especialmente quando essa mudança faz parte de um movimento de revitalização. Isso é pertinente para esse estudo porque a popularização do Ho’oponopono coincidiu com um movimento geral no Havai para desenterrar, reconhecer e sustentar os valores, crenças e práticas culturais Havaianas. Algumas pessoas têm identificado esse movimento como um período de renascimento Havaiano. Obviamente, essas são questões enormes na ciência comportamental que estão além do escopo desse artigo. No entanto, como as questões permearam a investigação, ainda que implicitamente na maioria dos casos, parece valer a pena pelo menos apontar como estão relacionadas com a tarefa em questão.

Em primeiro lugar, uma suposição quase a priori nesse estudo é que a cultura é um processo dinâmico, complexo e em constante mudança. Edward Tylor, em 1874, deu o que tem se tornado uma definição clássica de cultura: “…um todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costumes e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade” (Tylor, p. 1).(3) Tylor não especifica a mudança como uma característica da cultura, talvez por ser tão fundamental para o conceito. A mudança está implícita: Ela é o processo básico envolvido na transmissão da cultura. Talvez a omissão da qualidade dinâmica da cultura nas definições de cultura ajude a explicar por que algumas pessoas percebem a cultura como uma coleção estatística de coisas e ideias.

(3) Para uma revisão mais completa dessa definição, ver Tylor, 1874.

Homer Barnett (1953) contribuiu enormemente para o entendimento da mudança cultural em sua obra Innovation: The Bases of Cultural Change [Inovação: As Bases da Mudança Cultural]. A definição dele de uma inovação é “qualquer pensamento, comportamento ou coisa que seja novo porque é qualitativamente diferente das formas existentes” (p.7). O uso contemporâneo do Ho’oponopono representa uma inovação nesse sentido? Nós temos que examinar mais de perto o trabalho de Barnett para entender por que isso procede. “Em um aspecto, ideias antigas que são recuperadas ou emprestadas para enfrentar uma crise têm que ser classificadas como inovações. Se elas foram emprestadas ou retiradas de outros contextos de tempo e lugar, elas têm que quase inevitavelmente ser modificadas para se conformarem aos modos e requisitos existentes.”(4) (p.81). Todos os exemplos de uso do Ho’oponopono nesse estudo têm sido adaptados pelo menos para um novo ambiente e, em muitos casos, também têm sido usados ​​para públicos não originalmente previstos.

(4) O sublinhado é a ênfase do autor.

Capítulo 2: A Prática do Ho’oponopono e Material de Base Relacionado

A inovação não surge do nada. Eles são padrões mentais criados quando duas ou mais configurações mentais pré-existentes são recombinadas. O processo de recombinação ocorre na mente de um indivíduo e é limitado pelas experiências culturais, biológicas, psicológicas e ambientais dessa pessoa. Para ilustrar isso de uma forma geral, pode-se dizer que cada um dos indivíduos nesse estudo que decidiu usar o Ho’oponopono tinha em mente um modelo ou um protótipo de resolução de problemas em grupo ou padrões de interação de ajuda. Essa configuração mental familiar pode tê-los ajudado a reconhecer o Ho’oponopono como uma estratégia semelhante que eles poderiam utilizar no trabalho deles com grupos.

A prosperidade dos indivíduos por serem inovadores parece ser inerente à natureza humana, segundo Anthony Wallace (1970). Não é tão comum que os indivíduos aceitem inovações. De acordo com Wallace, uma série de variáveis ​​afetam a adoção ou não de inovações. As variáveis ​​incluem: a natureza da inovação, os atributos do indivíduo ou grupo que defende a mudança e a personalidade e as experiências do indivíduo que contempla a mudança. Esse estudo apresenta algumas das atitudes dos indivíduos em relação aos vários usos, reais e potenciais, do Ho’oponopono. Embora possa não haver provas suficientes em cada estudo de caso para entender plenamente as atitudes, o leitor deve ter em mente que as atitudes são baseadas numa interação bastante complexa de variáveis, como sugere Wallace.

Uma das variáveis ​​que está um pouco mais aberta à análise é o grau em que a recente popularização do Ho’oponopono está ligada, nas mentes das pessoas, a um renascimento mais geral das crenças e práticas culturais Havaianas. Na verdade, dois dos entrevistados nesse estudo acreditam que o trabalho realizado para reviver o Ho’oponopono pode ter sido uma das faíscas iniciais desse movimento renascentista. A história dos Estados Unidos e das nações em desenvolvimento do mundo nas décadas de 1960 e 1970 documenta mudanças importantes no papel dos grupos minoritários na sociedade.

O termo “grupos minoritários” pode referir-se à etnia, por exemplo, qualquer grupo não-branco. Ele também pode referir-se, num sentido mais amplo, a fatores como a impotência; isso é, as mulheres, os pobres; ou “não é a norma” [PO: “not the norm”; você pode usar esse termo para significar que algo ou alguém é incomum ou excepcional em comparação com o que é geralmente aceito como padrão]; isso é, alto, baixo, gordo, magro, velho, jovem, meditador, Católico, Judeu, etc. Os sociólogos caracterizam essas mudanças de papéis como movimentos de revitalização e os descrevem em etapas. Inicialmente, o grupo está enraizado num período de estado estacionário onde há aceitação do status quo. Então, a emergência de períodos crescentes de dissonância e insatisfação leva a uma rejeição dos padrões do grupo dominante e à aceitação dos padrões minoritários, por exemplo, em grupos étnicos, um redespertar para a cultura indígena. A aceitação de um novo estado estacionário reorganizado limita o processo.

Vários outros autores têm caracterizado esse processo de maneiras ligeiramente diferentes. Em termos mais políticos, Hussein Bulham (1980) articulou uma teoria de “intermediário cultural” na qual ele nomeou três etapas que refletem as reações de um grupo à dominação por outros: (1) Capitulação (à cultura dominante); (2) Revitalização (da cultura indígena); (3) Radicalização (uma nova síntese de ambas as culturas (pp. 105-106). No campo da saúde mental e do bem-estar social, Atkinson Morten e Sue (1979) delinearam um modelo de desenvolvimento de identidade que não apenas listou as etapas, mas deu informações adicionais sobre as atitudes que muitas vezes acompanham essas etapas e recomendações aos ajudantes sobre como trabalhar com indivíduos nas várias etapas. O Modelo deles de Desenvolvimento de Identidade Minoritária tem cinco etapas: (1) Conformidade (caracterizada por uma preferência pela cultura dominante); Dissonância (quando reinam a confusão e o conflito); (3) Resistência e Imersão (rejeição da cultura dominante e afirmação completa da visão da cultura minoritária); (4) Introspecção (a busca pela autonomia individual e o desconforto com total adesão à postura minoritária); (5) Etapa Sinérgica de Articulação e Consciência No Nível da Realidade [Awareness] (uma integração da identidade pessoal e cultural que permite flexibilidade individual e também rejeição de qualquer forma de opressão de um grupo por outro) (pp. 194-197).

As diversas reações à ideia de “adaptar o Ho’oponopono” podem refletir uma orientação de valores inerente a uma fase particular do desenvolvimento das minorias. Embora eu [a autora do artigo] não esteja familiarizada com qualquer literatura sobre o assunto, seria certamente interessante propor estágios corolários na cultura dominante, correspondentes a cada etapa da cultura minoritária em qualquer movimento de revitalização. Seria interessante estudar mais a fundo como a maior consciência no nível da realidade [awareness] social dos “Havaianos” pode ter influenciado os não-Havaianos nesse estudo a adotarem o Ho’oponopono, uma prática que está fora do seu repertório cultural. A especulação sobre esse assunto fornece outra pista para pesquisas futuras.(5)

(5) Um lugar interessante para começar tal investigação seria um artigo fascinante de Peter Adler sobre “Beyond Cultural Identity: Reflection on Cultural & Multicultural Man” in intercultural Communication: A Reader (Samovar & Porter, eds.) Belmont, Califórnia : Wadsworth Publishing Company, Inc., 1976, pp.

As questões nas páginas anteriores levantam muito mais questões do que esse estudo pretende considerar, no entanto, elas são as questões que permeiam sutilmente a pesquisa e têm que ser justamente permitidas como uma viga estrutural para os detalhes da pesquisa que se seguem.

Prévia de Outros Capítulos

O restante do estudo será detalhado em cinco Capítulos adicionais. O Capítulo 2 fornecerá as informações necessárias para contextualizar a prática do Ho’oponopono. Os tópicos incluirão: valores e crenças Havaianos relacionados, um esboço da evolução recente da prática do Ho’oponopono de 1963 até o presente [1981?] e uma descrição básica do Ho’oponopono. O Capítulo 3 descreverá a metodologia e as características do estudo. Serão fornecidos os detalhes gerais dos casos dos oito indivíduos entrevistados. Um exame de como esses indivíduos realmente variaram no uso do Ho’oponopono será apresentado no Capítulo 4. O Capítulo sobre conclusões e implementações para pesquisas futuras completará o artigo científico ou acadêmico [paper].

Para entender o significado do uso contemporâneo do Ho’oponopono em Oahu, é necessário ver como ele está relacionado com as características específicas, tanto tradicionais como modernas, da cultura Havaiana. Essa perspectiva fornecerá informações básicas que são tanto interculturais quanto específicas de cada cultura. Essas duas perspectivas referem-se a um arcabouço analítico conhecido como “êmica” e “ética” [emics e etics]. Os termos, emprestados a partir da linguística, têm se tornado linguagem familiar na antropologia e em outras disciplinas interculturais. Êmica (Emics) refere-se ao ponto de vista dentro da cultura, enquanto ética (etics) se refere a construções generalizáveis ​​que são capazes de ser usadas entre culturas.(1) Qualquer tentativa de entender o lugar do “Ho’oponopono” dentro da matriz cultural Havaiana-Americana tem que começar com descrevendo algumas características salientes de “Hawaiian-ness” [“A qualidade, estado ou características de ser Havaiano”]. O tratamento completo desse tema foge ao escopo deste artigo,(2) embora seja possível depreender dos estudos disponíveis uma configuração de valores e práticas, particularmente sobre a família e a criação dos filhos, que sugerem complementaridade com o Ho’oponopono.

Ao contrário de muitas outras práticas Havaianas, como hula (dança), luaus (festas), hanai (adoção) e outras características que têm tido uso contínuo, o uso atual do Ho’oponopono é resultado de tentativas específicas durante os últimos 18 anos para reanimá-lo para a prática do serviço social. Essa é uma história interessante que pode ser particularmente útil para outras comunidades do Pacífico que estão contemplando a investigação de processos de ajuda indígena para possível utilização na prática do bem-estar infantil. Será apresentada uma breve reconstrução dos acontecimentos do ressurgimento do Ho’oponopono. Finalmente, o Capítulo concluirá com uma definição básica de Ho’oponopono, com ênfase principal na descrição da versão de Ho’oponopono que evoluiu no relato acima.

(1) Um exemplo de uma categoria ética seria “estratégias de resolução de conflitos”, enquanto “Ho’oponopono” seria uma construção êmica. Para uma discussão mais aprofundada sobre a questão da êmica e da ética na pesquisa intercultural, ver Lonner (1979) e Berry (1980).

(2) Para informações mais detalhadas sobre a vida familiar tradicional, consulte The Polynesian Family System in Ka’u, Hawaii, de Handy e Pukui (1972). Uma descrição das crenças e práticas Havaianas mais diretamente relacionadas às questões contemporâneas de saúde mental e bem-estar social é encontrada em Nana I Ke Kumu, de Pukui, Haertig & Lee (Vol. I e II); 1972 e 1979. Outro recurso contemporâneo sobre o Havaiano pode ser encontrado em People and Cultures of Hawaii: A Psycho-cultural Profile, de McDermott, Tseng & Maretzki, 1980.

Definindo “Havaiano”

Numa sociedade multicultural como o Havai, tem havido confusão sobre como estabelecer fronteiras étnicas e culturais. Como pode ser definido “Havaiano” para esse estudo? Nesse momento, o número de Havaianos puros é estimado em muito pequeno, em 7.574. O número de parcialmente-Havaianos é muito maior, 167.180(3), o que totaliza 19,9% da população do estado. Existem numerosos problemas na determinação da principal afiliação cultural de indivíduos com ascendência mista. Não parece haver acordo entre as agências no Havai sobre como a etnicidade deve ser determinada.(4) No seu livro sobre estratégias de sobrevivência Havaiano-Americanas, Howard (1974) apresentou uma distinção útil entre variáveis ​​étnicas e culturais.

“… padrões ‘étnicos’ podem ser conceitualmente diferenciados de padrões ‘culturais’; os primeiros são perpetrados por reforços que lhes são dados por pessoas externas ao grupo, ou categoria, enquanto os últimos, uma vez aprendidos, são autossustentáveis: Assim, por um lado, uma pessoa pode ser legalmente definida como Havaiana, mesmo que tenha sido criada por uma família Caucasiana (ou Filipina, ou Chinesa) sem nunca ter sido exposta à herança cultural Havaiana… Por outro lado, um indivíduo criado como Havaiano pode ser fortemente influenciado pelas tradições culturais Havaianas, embora etnicamente definido como haole ou Japonês.” (pág. 91)

(3) Esses números são do Livro de Dados de Resumos Estatísticos do Estado do Havaí de 1980, conforme relatado em 1979 pelo Programa de Vigilância de Saúde do Havaí do Departamento de Saúde. Os números do censo de 1980 ainda não foram divulgados, entretanto, os funcionários do Departamento de Planejamento e Desenvolvimento Econômico estimam que a população total do estado é de 964.624, o que representa um aumento em relação aos 880.051 números atualmente utilizados. Ainda não se sabe como o censo de 1980 irá alterar os números específicos da composição étnica.

(4) Recentemente eu trabalhei numa proposta de subvenção que tentava resolver o dilema de obter categorias étnicas fiáveis. O investigador principal relatou que havia pouco consenso entre as agências em Honolulu sobre os métodos para determinar a etnia. O Departamento de Polícia usa auto definição verbal e o Departamento de Educação depende de uma forma de auto definição com 14 opções. A auto definição parece estar ganhando terreno.

Esse estudo cita trabalhos que enfocam um padrão cultural Havaiano, que pode, portanto, incluir crenças, valores e práticas de pessoas de diversas etnias. Nos trabalhos sobre “Havaianos”, entretanto, presume-se que a maioria é etnicamente pelo menos parcialmente Havaiana.

Grande parte da cultura tradicional Havaiana tem sido deixada para trás e não pode ser considerada uma característica definidora de “Hawaiian-ness” [A qualidade, estado ou características de ser Havaiano] contemporâneo. Alguns exemplos desses vestígios do passado incluem: a cultura material do Havai pré-contato, que tem sido largamente relegada a exposições em museus e a língua, um dos principais veículos de transmissão da cultura, que é utilizada por um número cada vez menor de pessoas. O conhecimento da medicina popular tradicional, que parece ser detido principalmente pelos membros mais velhos da comunidade, é outra medida da identificação Havaiana (Howard, 1974). Hoje, os conhecimentos e competências dos mais velhos estão sendo suplantados pelas práticas Ocidentais, à medida que a exposição às ideias e práticas Americanas vem a ser generalizada.

O que resta então? Apesar da perda dramática da organização social do sistema ali’i (chefe), da língua, da terra e de muitas tradições culturais, parece haver um padrão reconhecível de interação social, identificado como “Havaiano”, ou talvez mais precisamente , Havaiano-Americano. Algumas das características proeminentes e observáveis ​​incluem o uso de pidgin, uma língua Havaiana-Crioula, a importância contínua da música, da dança e do canto em reuniões sociais e, talvez o mais importante para esse estudo, uma preferência pela interação social que enfatiza harmonia interpessoal e evitação de conflitos abertos.

Examinar tanto o significado da família Havaiana como as crenças e práticas que constituem um sistema de ordem social pode ilustrar como funciona essa ênfase complementar na manutenção da harmonia/evitando conflitos. Uma vez lançada essa base, o Ho’oponopono, como método Havaiano de resolução de conflitos interpessoais, começa a repousar com segurança.

Família e Socialização

A família extensa ou ampliada na cultura Havaiana é o centro da vida. A palavra para família, ‘ohana, é derivada das palavras ‘oha, para taro e na, a designação para plural. A planta do taro está ligada a mitos sobre a origem das pessoas, além de ser o alimento básico de antigamente. O significado ‘ohana, portanto, assume um significado metafórico. Mary Kawena Pukui afirmou: “Os membros de ‘ohana, como os brotos de taro, vêm todos da raiz” (Pukui, et.al., 1972, p.166). Isso é também:

“um sentido de unidade, envolvimento partilhado e responsabilidade partilhada. É interdependência mútua e ajuda mútua. É apoio emocional, dado e recebido. É solidariedade e coesão. É amor frequente; é lealdade – sempre. É tudo isso, englobado pelos laços de consanguinidade.” (pág.161)

As crianças têm um papel importante na família e são desejadas pela maioria dos adultos. Hanai ou “adoção” é uma prática frequente. Em um estudo de uma comunidade Havaiana na costa de sotavento de Oahu, Gallimore, Boggs e Jordan (1974) relataram que 30% das famílias tinham outros filhos morando na casa. Os autores também listaram duas razões comuns fornecidas pelas informações para a adoção de um filho em um relacionamento hanai [adotivo]: (1) uma mulher incapaz de gerar um filho; ou (2) uma mulher idosa com filhos mais velhos desejando um bebê. Os bebês geralmente são mimados e muitas vezes são o foco das atenções da família. Devido a esse valor e à prática de hanai, as altas taxas de ilegitimidade não são motivo de preocupação na comunidade Havaiana. Uma vez trazidas ao mundo, as crianças devem ser cuidadas e amadas. (Young, 1980).

À medida que o bebê vem a ser uma criança pequena, ocorre uma mudança na atenção. A criança não é mais mimada e espera-se que comece a assumir responsabilidades familiares. Os irmãos mais velhos estão envolvidos no cuidado das crianças mais novas. Assim, o processo de maturação promove a interdependência e aumenta a oportunidade de exercer papéis de tipo adulto, trabalhando e contribuindo para o bem-estar econômico e social da família.

A estrutura da família é caracterizada por um autoritarismo benevolente. Os mais velhos, os kupuna, são respeitados pela sua sabedoria e experiência e muitas vezes são os professores das crianças. Os ditos a seguir ilustram o lugar venerado do kupuna na família.

“Oi ka ‘aka’ a na maka.” (Enquanto os olhos ainda estão abertos.) Isso adverte os jovens a aprenderem com os idosos enquanto ainda estão vivos (“olhos ainda abertos”).

“Make no ke kalo a ola i ka.” (O taro pode morrer, no entanto, vive de seus rebentos jovens.) (Handy & Pukui, 1972, pp. 179-180).

As crianças aprendem as tarefas domésticas através da observação e da experiência. Elas aprendem a ser discretas, pois fazer o contrário é correr o risco de rejeição e punição. Elas podem buscar ajuda e aprovação dos adultos, entretanto, de uma maneira sutil que não se intrometa. As recompensas e punições na família são frequentemente atribuídas a um grupo de crianças e não a um indivíduo. Isso promove o que Gallimore et. al. (1974) tem nomeado como uma das duas principais estratégias utilizadas pelas crianças para se darem bem na família; cooperação entre irmãos. A outra estratégia é evitar o confronto com adultos.

Todas estas práticas de socialização sublinham um padrão de valor predominante de afiliação. A língua Havaiana possui muitas palavras que expressam esse valor. Pukui, Elbert & Mookini (1975) definiram palavras comumente usadas como laulima (“cooperação; grupo de pessoas trabalhando juntas…”) e kokua (“ajuda; cooperação”) que reforçam a ideia de cooperação e interdependência. Generosidade, hospitalidade, partilha e reciprocidade também são valores. O desenvolvimento bem-sucedido de uma pessoa na cultura Havaiana exige, portanto, que o indivíduo cultive uma capacidade precisa de perceber as necessidades de outras pessoas, muitas vezes sem ser solicitado. Esse é um comportamento que ajuda a consolidar as relações entre a ‘ohana e a comunidade.

Ordem Social

Um olhar filosófico sobre os conceitos Havaianos revelaria uma crença profunda num universo que opera com base em princípios de relacionamentos harmoniosos. Mossman e Wahilani (1976) explicam:

“Existe uma ordem natural e harmoniosa em todo o universo. As três forças principais são o(s) Deus(es), a natureza e o homem. Os Havaianos de antigamente perceberam que era necessário que essas forças fossem mantidas em ‘harmonia’ e que estivessem todas de alguma forma inter-relacionadas.”

A evidência da importância dessa tríade de relacionamentos é capaz de ser vista nos valores e crenças sociais que afetam a seleção de estratégias e práticas utilizadas para manter a ordem social.

Em primeiro lugar, as preocupações espirituais permeiam grande parte da interação e cerimônia Havaiana. A recente popularidade da hula tradicional trouxe de volta um forte elemento espiritual na dança. Bênçãos de empreendimentos de trabalho, reuniões sociais e aberturas e encerramentos de cerimônias são comuns. Tanto Paglinawan (1980) como Mossman e Wahilani afirmam que os valores Cristãos coexistem com um profundo respeito pelos deuses antigos.(5)

(5) Esses deuses incluem os aumakua (deuses e espíritos ancestrais) e os deuses mais impessoais, akua, como Kane, o criador; Lono, deus da agricultura: Ku, deus da guerra e Kanaloa, o deus do oceano. (Pukui, Haertig & Lee, 1972, pp. 23 e 25.)

O amor pela natureza também é evidente hoje na frase popular “Aloha ‘Aina” (amor pela terra). Tem havido um ressurgimento dos festivais Makahiki nos últimos anos, ambos com ênfase secular na arrecadação de fundos comunitários e um tema espiritual. Essas celebrações são normalmente realizadas no outono e são uma homenagem a Lono, o deus Havaiano da agricultura. Outro exemplo da centralidade da natureza na experiência Havaiana é o lema do estado: “Ua mau ke ea o ka ‘aina i ka pono”. (A vida da terra é preservada em retidão.)

Finalmente, a importância da harmonia no relacionamento talvez possa ser melhor resumida nos muitos atributos da palavra aloha. Essa palavra Havaiana frequentemente usada expressa amor, é uma saudação e uma despedida. Entretanto, de forma mais sutil, sugere traços de caráter altamente valorizados como generosidade, simpatia, paciência e produtividade. O espírito de aloha traz consigo um entendimento de que a capacidade de acalmar e prevenir conflitos, partilhar e outras ocorrências disruptivas (inovadoras) é importante e que se a harmonia tem sido interrompida, deve-se ter a coragem por pedir e dar perdão.

Um estudo fascinante sobre quantas dessas facetas da filosofia Havaiana se manifestam na ideologia dos Havaianos contemporâneos foi feito por Karen Ito (1976). O seu estudo antropológico sobre as mulheres Havaianas urbanas elaborou um conceito que ela chamou de “retorno retributivo”. Ela sugeriu que as mulheres tinham uma crença em sanções negativas de doença ou infortúnio para si mesmas ou para familiares, caso agissem, sentissem ou pensassem de forma negativa em relação a outra pessoa. O conceito hihia descreve esse estado de relacionamentos emaranhados. Para melhorar essa situação negativa, os indivíduos têm que buscar restaurar o equilíbrio e a harmonia através do autoexame, da admissão de erros, do pedido de perdão e da restituição sempre que possível.

Se o indivíduo não for capaz de pedir perdão, então mudar de atitude ou recorrer à ajuda de um aliado espiritual pode ser suficiente. Aqui está, então, um exemplo da crença na inter-relação entre parentes, ancestrais e o mundo natural. Essa crença na retribuição e o remédio que a acompanha, o autoexame, a confissão e o perdão, são fortemente paralelos às crenças subjacentes e à prática aberta do Ho’oponopono. Talvez a presença dessa “consciência simbólica”, como Ito a chama, nos Havaianos contemporâneos, seja uma das coisas que faz do Ho’oponopono um remédio oportuno e funcional para os Havaianos de hoje.

Ressurgimento do Ho’oponopono

Embora já existissem variações do Ho’oponopono antes da chegada dos Europeus, a prática tinha caído drasticamente no uso popular em meados do século XX. Os elementos do processo que foram influenciados pelas práticas e crenças religiosas Havaianas foram os mais sujeitos ao abandono. Algumas das modificações restantes do Ho’oponopono mantiveram o propósito essencial de resolução de problemas, porém, foram bastante simplificadas. Uma dessas práticas que incorporava valores Cristãos era abrir a Bíblia e apontar para uma passagem que pudesse dar visão e orientação a um indivíduo ou grupo problemático. Ho’oponopono também poderia significar reunir a família para conversar sobre problemas; ou para buscar perdão por uma transgressão. No entanto, foi somente com a publicação de Nana I Ke Kumu em 1972 que um processo detalhado de Ho’oponopono, com exemplos de casos, ficou disponível ao público em geral.

A história que se segue reconstrói uma fascinante odisseia de questionamento e partilha entre um grupo de assistentes sociais, desde uma prática Havaiana que conhece e entende uma prática que agora está disponível para muitos.

Em 1963, um jovem assistente social, Keola Espiritu,(6) que trabalhava no Centro Infantil Queen Liliuokalani (doravante designado por L.T.) recebeu um caso(7) envolvendo um rapaz seriamente delinquente e a sua mãe. Esse caso já havia passado por sete agências. Foi um caso difícil porque envolvia certas crenças e práticas culturais com as quais os anteriores responsáveis ​​pelo caso não conseguiram trabalhar nem entender. Keola recebeu o caso do diretor do L.T. por causa do grande interesse dele pelos Havaianos.

(6) Esse é um pseudônimo de um dos indivíduos que será apresentado posteriormente no artigo como um estudo de caso.

(7) Para obter detalhes mais completos, consulte “Ho’oponopono: A Way to Set Things to Right”, The Sunday Star Bulletin and Advertiser, 18 de julho de 1971, p.B-8.

Ao descobrir os problemas do caso, Keola descobriu que a mãe atribuía a causa dos problemas do menino a uma maldição que o perseguia desde o nascimento. A maldição foi resultado de uma promessa que a mãe fez à mãe moribunda, que mais tarde foi quebrada. Ela havia prometido nunca se casar com uma pessoa divorciada e posteriormente o fez.

As repercussões dessa promessa quebrada foram reconhecidas logo após o nascimento de seu filho. Quando o bebê nasceu, ele estava estranhamente imóvel, sem chorar ou se mexer. A mãe jejuou (ho’okeai) para adivinhar a natureza do problema. Durante o jejum ela teve uma percepção que ligava a falta de movimento do bebê à sua promessa quebrada. Após essa constatação, o bebê começou a responder com mais normalidade. Alguns anos depois, o pai morreu, deixando a viúva e o filho para trás. O filho havia se tornado delinquente na adolescência e, quando Keola entrou no caso, ele lamentava que o menino estivesse “flertando com a morte”. Provas disso incluíram dois encontros com a polícia. Num caso, o rapaz apontou uma arma calibre 45 descarregada para um agente da polícia; em outro desafiou 15 oficiais para um duelo de caratê.

O caso apresentou um grande dilema para o assistente social, que embora tenha sido criado na zona rural de Oahu, recebeu formação profissional baseada numa orientação cultural Ocidental.

“Como diabos eu irei lidar com esse tipo de coisa cultural? Se você me perguntar como um nativo Havaiano, eu saberia. Eu correria para um avô ou alguém em busca de ajuda.” (entrevista de K.E.).

Quando Keola compartilhou essa preocupação com esse supervisor, ele recebeu autorização para entrar em contato com Mary Kawena Pukui (“Tutu”), a mulher que mais tarde veio a ser uma das autoras de Nana I Ke Kumu. Ele abordou Tutu Pukui e solicitou a ajuda dela para que a agência pudesse aprender como ajudar essa e outras famílias Havaianas “do jeito Havaiano”.

Tutu consentiu e, juntamente com um psiquiatra, psicólogo e assistente social, começou a reunir-se semanalmente como “o Comité de Cultura”. A consulta com uma equipe de psiquiatras/psicólogos era uma parte estabelecida da prática do serviço social, no entanto, a adição de um recurso cultural foi um ponto de partida único, especialmente no início da década de 1960. O pessoal do L.T. envolvido nesse novo comité rapidamente reconheceu que sensibilizar os trabalhadores para as crenças e práticas culturais deveria ser o objetivo principal do trabalho deles, especialmente porque se tratava de uma agência Havaiana que lidava com clientes Havaianos.

O processo em que Keola e os outros se envolveram para articular os conceitos culturais não foi didático. Ao invés disso, o material do caso foi levado ao Comité, onde Tutu pôde “contar histórias” sobre crenças e práticas relacionadas. A chave para entender a complexidade e a profundidade do significado de um conceito estava em fazer perguntas sobre o conceito de “dez mil maneiras diferentes”. Através desse método Keola conseguiu entender a natureza do problema, o seu contexto cultural e todas as ramificações. Além disso, o uso desse processo ao longo dos anos levou à compilação de um conjunto considerável de informações sobre as crenças e práticas Havaianas que eram pertinentes às pessoas nas profissões de ajuda.

Para entender o caso particular apresentado por Keola, o grupo explorou conceitos como ohana (família), ho’okeai (jejum), ho’ohiki (promessas), as consequências de quebrar uma promessa e, finalmente, os métodos de resolução de problemas. Foi nessa área de descoberta dos remédios tradicionais que o tema do Ho’oponopono veio à tona.

Tutu falou sobre uma forma de Ho’oponopono que ela tinha usado durante toda a sua vida e que tinha sido usada por sua família em Ka’u, no Havaí(8). Foi um entendimento do Ho’oponopono baseado na experiência prática. Durante as reuniões do Comitê Cultural, à medida que os conceitos do Ho’oponopono eram explorados através do exame de situações apresentadas por Tutu e outros, foi possível traçar paralelos nos conceitos e práticas Ocidentais. O psiquiatra Dr. Haertig fez contribuições inestimáveis ​​nesse sentido.

(8) É provável que o Ho’oponopono, bem como outras tradições folclóricas Havaianas, tenham permanecido em prática nas tradições familiares nas comunidades de todas as ilhas, embora lhe tenha faltado visibilidade e proeminência social. Também é interessante que o recente movimento em direção à popularização tenha sido originado por indivíduos que ainda não usavam o Ho’oponopono.

Foi o método de Kawena Pukui que Keola utilizou com a mulher e o seu filho para ajudá-los a entender e resolver os seus problemas. Eles também foram ajudados a desvendar a mistura de crenças Havaianas e Cristãs que agravavam os problemas. A intervenção teve um resultado positivo. Segundo Keola, o menino conseguiu terminar o ensino médio e ter sucesso na sociedade.

A excitação gerada pela possibilidade de resultados igualmente benéficos em outros casos, bem como a enorme quantidade de aprendizado que ocorria nas reuniões semanais, levaram L.T. a publicar um livro baseado no trabalho de sete anos do Comitê de Cultura. O livro, Nana I Ke Kumu, Vol. I e II, foi concebido para ser um “livro fonte de práticas, conceitos e crenças culturais Havaianas que ilustra a visão e a dignidade contidas nas raízes culturais de cada criança Havaiana” (1972, p. vii). O Volume I, publicado em 1972, concentrou-se em “definições interpretativas de costumes específicos”, enquanto o Volume II, publicado em 1979, tratou de “conceitos mais amplos e emoções básicas” (1979, p. x).

Alguns anos após o início do Comitê, L.T. decidiu testar mais formalmente a prática do Ho’oponopono no ambiente da assistência social. Um assistente social Havaiano foi contratado para fazer um projeto de pesquisa de um ano usando o Ho’oponopono com famílias Havaianas. O resultado desse projeto foi um relatório denominado Projeto Ho’oponopono II (Paglinawan, 1972), que detalhou os casos de três famílias. Durante esse projeto, o autor refinou e articulou ainda mais o processo de resolução de problemas e esclareceu questões que necessitavam de mais estudo.(9)

(9) As questões levantadas no projeto são algumas das principais questões examinadas nesse documento. O autor perguntou: “O Ho’oponopono pode ser feito por um não-Havaiano? Ele é transferível? Ele pode ser usado de forma eficaz em situações com família monoparental ou situações de órfãos? Ele pode ser usado no trabalho de organização comunitária com comunidades? Ele pode ser usado com não-Havaianos?” A resposta a todas essas perguntas é “sim”, na medida em que tem sido utilizada em todos esses contextos. Contudo, a questão de medir a eficácia relativa em vários contextos permanece para um estudo mais aprofundado.

A descrição do Ho’oponopono a seguir baseia-se principalmente nessas duas fontes de informação. Esse é o mesmo material de recurso que estava potencialmente disponível para os indivíduos desse estudo que adotaram a prática do Ho’oponopono. Todas as pessoas entrevistadas reconheceram Nana I Ke Kumu como fonte primária sobre o assunto.

Uma Descrição do Ho’oponopono

Ho’oponopono é um método para restaurar a harmonia que era tradicionalmente usado na família extensa ou ampliada. De acordo com Pukui, significa literalmente “colocar (alguma coisa) de volta à condição normal ou adequada…restaurar e manter bons relacionamentos entre a família, a família e os poderes sobrenaturais” (1972, p. 60). A metáfora de uma rede emaranhada tem sido usada para ilustrar como os problemas dentro de uma família afetam não apenas as pessoas diretamente envolvidas, mas todos os membros da família. A família é uma rede complexa de relacionamentos e qualquer perturbação numa parte da rede puxará outras partes. Essa metáfora coincide com a filosofia Havaiana da interconexão de todas as coisas.

A reunião (conferência) familiar era tradicionalmente liderada por um membro mais velho da família ou, se necessário, por uma pessoa externa respeitada, como um kahuna lapa’au (médico). O processo de resolução de problemas é complexo e potencialmente demorado e inclui oração, declaração do problema, discussão, confissão de erros, restituição, quando necessário, perdão e liberação. Os seguintes conceitos Havaianos descrevem as condições e as etapas que constituem o Ho’oponopono.

Ho’oponopono é aberto com pule, que é uma oração realizada para pedir a Deus (ou aos antigos deuses aumakua da família Havaiana) assistência e bênção nesse esforço de resolução de problemas. Geralmente [pule] é liderada pela pessoa sênior que conduz a sessão. A confiança na assistência espiritual aumenta e fortalece o compromisso emocional dos participantes. A oração estabelece as bases para a sinceridade e a veracidade, condições necessárias a serem mantidas durante todo o processo.

Nessa fase inicial há um período de identificação do problema geral conhecido como kukulu kumuhana. Essa frase tem dois significados adicionais que fazem parte do Ho’oponopono. Kukulu kumuhana é a união das forças emocionais e espirituais para um propósito comum, a solução do problema da família. Também se refere ao esforço do líder para chegar a uma pessoa que resiste ao processo Ho’oponopono, na esperança de que isso lhe permita participar. Durante essa fase inicial, também são delineados os procedimentos do processo, a fim de familiarizar todos os participantes com ele.

Nesse ponto, com o clima adequado definido, o líder concentra-se no problema específico. O hala, ou transgressão [problema], é declarado. Hala também implica que o perpetrador e a pessoa injustiçada estão ligados numa relação de emaranhamento negativo, chamada hihia. Esse reconhecimento facilita o processo do mahiki, que é descascar as camadas do problema, como se fosse uma cebola.

Devido à natureza da hihia, a maioria dos problemas tem muitas dimensões: mágoa inicial, reações, novos mal-entendidos e assim por diante, até que um nó complexo de questões tenha evoluído. É responsabilidade do líder escolher um desses problemas e resolvê-lo com a família. Com uma parte resolvida, o grupo é capaz de eliminar outra camada de problemas e resolvê-la até que os relacionamentos familiares estejam verdadeiramente claros novamente.

A discussão do problema é conduzida e canalizada pelo líder. Essa função intermediária evita que os indivíduos se confrontem diretamente, uma situação que poderia levar a mais explosões emocionais e mal-entendidos. Os Havaianos de antigamente sentiam que a escalada desencorajadora de demonstrações emocionais conduzia à resolução de problemas. Cada participante que tenha sido afetado pelo problema, de alguma forma, direta ou indiretamente, é solicitado a compartilhar os seus sentimentos, ou mana’o. A ênfase está no autoexame e, quando os participantes partilham, são encorajados a fazê-lo de forma honesta, aberta e de uma maneira que evite culpa e recriminação. Se no decurso da discussão os ânimos começarem a exaltar-se, o líder pode declarar um período de silêncio para esfriar, chamado ho’omalu. Isso permite que a família reflita mais uma vez sobre o propósito do processo.

Quando a discussão termina, ocorre o mihi. Essa é a confissão sincera do erro e a busca pelo perdão. Espera-se que o perdão seja concedido sempre que solicitado.(10) Se a restituição é necessária, então os termos da mesma são acertados.

(10) Pukui (1972) relatou que a retribuição a partir do aumakua recairia sobre um indivíduo que não perdoasse quando solicitado (p. 74).

Intimamente relacionado com mihi está kala, ou desatar os emaranhados negativos. Espera-se que tanto a pessoa que confessou quanto a pessoa que perdoou resolvam o problema. Essa liberação mútua é uma parte essencial do processo e o verdadeiro Ho’oponopono não pode ser concluído sem ela. O kala indicou que os conflitos e as mágoas foram liberados e eliminados (oki).

O pani é a fase de encerramento e pode incluir um resumo do que aconteceu e, mais importante, uma reafirmação da força e do vínculo positivo da família. O problema que foi resolvido é declarado encerrado, para nunca mais ser levantado. Se outras camadas do problema necessitam ser resolvidas, o pani final é adiado. Às vezes, o Ho’oponopono pode exigir muitas sessões. Cada sessão traz um pani [resumo] do que foi resolvido e inclui uma oração final, pule ho’opau. Tradicionalmente, após as sessões, a família e o líder partilham um lanche ou uma refeição para a qual todos contribuíram, demonstrando assim o empenho e vínculo de todos os que participaram.

Capítulo 3: Metodologia

O Capítulo que segue terá dois propósitos principais. O primeiro será descrever o desenho de pesquisa do estudo, incluindo os participantes, métodos e como o material coletado foi analisado. O segundo propósito será apresentar os estudos de caso dos oito participantes principais da pesquisa. Informações gerais sobre os indivíduos serão comparadas a fim de perceber a amostra como um todo. Isso será seguido no Capítulo IV por uma descrição mais detalhada de cada indivíduo, que inclui as suas atitudes gerais sobre o significado e o uso do Ho’oponopono.

Projeto de Pesquisa

Participantes

O critério principal, por estar incluído nesse estudo, foi que o indivíduo tivesse experiência recente na condução de sessões de Ho’oponopono como parte de trabalho deles. Oito indivíduos que foram convidados a participar consentiram e um outro declinou.

A razão apresentada para que esse último indivíduo não quisesse participar do estudo estava relacionada com a sua objeção à premissa de “adaptação” que está implícita no estudo. Ele acreditava que fazer parte do estudo poderia ser visto por outros como uma sanção tácita dos vários usos do Ho’oponopono descritos. Ele tinha muitas reservas sobre as variações porque elas poderiam não fazer justiça à forma e à essência da prática tradicional do Ho’oponopono.

Nomes de outras pessoas que tiveram experiência no uso do Ho’oponopono chamaram a minha atenção, entretanto, eu senti que a amostra selecionada era uma representação suficiente do uso predominante do Ho’oponopono em ambientes de trabalho em Oahu.

Além dos oito indivíduos entrevistados para os estudos de caso, foram realizadas inúmeras discussões com outros indivíduos conhecedores do assunto que foram mais úteis no esclarecimento de questões e na partilha das suas ideias sobre o assunto.(1) As suas contribuições foram integradas no formulário e conteúdo do artigo.

(1) Eu gostaria de agradecer particularmente a Grace Oness, David Lucas e Charles Nakoa do Centro Infantil Queen Liliuokalani, ao Dr. Tom Maretzki da Universidade do Havai e ao Dr. Richard Brislin do East-West Center.

Método

O método primário (principal) de coleta de informações dos oito indivíduos foi a entrevista não estruturada ou aberta [pergunta com muitas respostas possíveis]. O valor da entrevista intensiva ou não estruturada em estudos descritivos de interação social foi delineado por Lofland (1971 e 1976), Bogdan e Taylor (1975) e Spradley e McCurdy (1972) com base na experiência de sociólogos e antropólogos em suas pesquisas de campo. Alguns dos benefícios desse tipo de método incluem a oportunidade aprimorada dos pesquisadores de: 1) envolver-se em interação face a face, que é a forma mais abrangente de conhecer outra pessoa e/ou situação; 2) obter uma perspectiva do ponto de vista dos sujeitos e receber informações nos próprios termos do sujeito; 3) explorar conceitos detalhadamente; 4) examinar as contradições e paradoxos que fazem parte da experiência de uma pessoa; e 5) atribuir significado humano a uma situação que poderia fornecer o contexto e a base para estudos estatísticos posteriores de natureza mais generalizável. Os parágrafos seguintes descrevem o processo utilizado nesse estudo para preparar e conduzir a entrevista e para analisar os materiais a partir deles.

Antes de contatar os indivíduos para a entrevista, foi elaborado um roteiro de entrevista. O principal objetivo desse guia era preparar o entrevistador, fornecendo uma lista de verificação dos principais tópicos que deveriam ser abordados na entrevista. Dois Havaianos reconhecidos como especialistas em conceitos Havaianos relacionados à saúde mental, incluindo o Ho’oponopono, ajudaram na construção do guia. Com a ajuda deles, componentes tópicos importantes, especialmente aqueles pressupostos culturais com maior probabilidade de serem ocultados pelo escrutínio de um não-Havaiano, foram incluídos no guia. Uma justificativa para esse tipo de trabalho pré-entrevista é fornecida por Hunt (1964), que concluiu que os entrevistadores necessitam ser inteligentes e bem informados sobre o tópico da entrevista antes da entrevista. Outros autores, Pareek e Venkateswara Rao (1980), escreveram sobre a “autenticidade” das respostas nas entrevistas e descobriram que a probabilidade de entrevistas transculturais eficazes aumenta muito quando o entrevistador está bem familiarizado com os tópicos da entrevista. Uma cópia do guia de entrevista que foi preparado e utilizado nesse estudo encontra-se no Apêndice B. Mais informações sobre como ele foi realmente utilizado nas entrevistas serão fornecidas mais adiante nessa seção.

A próxima etapa do processo foi começar a contatar indivíduos para participação no estudo. Eu comecei com cinco indivíduos específicos que usaram o Ho’oponopono. Além disso, eu tinha os nomes de duas agências da comunidade que tinham a reputação de usar o Ho’oponopono. Os contatos feitos com indivíduos dessas agências resultaram na obtenção dos nomes das três pessoas que completariam a minha amostra.(2)

(2) Como eu mencionei anteriormente, outros nomes de indivíduos me foram sugeridos, entretanto, por limitações de tempo eu não pude incluí-los na amostra. Após consultar diversas pessoas sobre a questão de determinar uma amostra suficiente, eu fiquei satisfeita em manter o total em oito.

Pelo menos uma reunião preliminar foi marcada com cada indivíduo para explicar o propósito do estudo, explicar a estrutura da entrevista e marcar um horário para a entrevista. Essa reunião ocorreu com todos, exceto um participante. Devido a uma agenda extremamente ocupada, ele não pôde participar dessa reunião adicional, então a primeira parte da entrevista foi dedicada à cobertura das informações preliminares.

As entrevistas aconteceram em diversos ambientes. O mais comum foi o local de trabalho dos participantes. Uma entrevista ocorreu no meu local de trabalho e outra foi realizada na casa de um participante. Geralmente eram reservadas duas horas para a entrevista, mas na verdade variavam de 11/2 horas a 31/2 horas, incluindo as fases de saudação e despedida.

Cada entrevista foi gravada em fita. Em sete casos, os participantes responderam a perguntas abertas sobre as suas experiências com o uso do Ho’oponopono, ou seja, o que significa, como passaram a usá-lo e quaisquer comentários pessoais sobre o seu uso. Uma participante sentiu que isso era demasiado desestruturado para ela e perguntou se nós poderíamos usar o guia de entrevista para estruturar a entrevista, o que nós o fizemos.

Em todos os outros casos, após a parte aberta da entrevista, eu segui com perguntas a partir do guia de entrevista. Em alguns casos, embora o material do guia já tivesse sido abordado, o tema foi retomado de forma resumida. Isso deu ao participante a oportunidade de elaborar o assunto, se inspirado a fazê-lo. Em outros casos, os tópicos do guia eram novos para os participantes e deram-lhes a oportunidade de olhar para a sua experiência de Ho’oponopono a partir de uma nova perspectiva. Como a maioria dos tópicos do guia estavam em formato aproximado, as respostas dos participantes foram inestimáveis ​​para me ajudar a esclarecer e especificar formas úteis e articuladas de expressar o tópico. Dessa forma, o guia assumiu uma forma um tanto orgânica e evolutiva que me deu pistas sobre quais seriam as características relevantes para análise. Cada entrevista gravada foi revisada e foram feitas anotações extensas sobre cada uma delas, incluindo muito material literalmente.

Foram feitas anotações adicionais sobre todos os contatos com os participantes antes, durante e após as entrevistas e registradas em caderno de campo. Nesse registro foram incluídas reconstruções de conversas, observações metodológicas, notas analíticas e reações pessoais às entrevistas. A observação-participação também foi feita em um programa onde dois dos participantes trabalharam e usaram o Ho’oponopono. Também foram feitas anotações sobre essa experiência.

Essas duas fontes, as notas de entrevista e as notas de campo compuseram um conjunto de notas de trabalho que foram codificadas e analisadas. As categorias de análise foram sugeridas a partir de três fontes. A primeira fonte foi um conjunto de perguntas que eu tinha formulado quando eu comecei a pesquisa.

1) Quais foram os motivos que levaram o indivíduo a decidir usar o Ho’oponopono?

2) Como o indivíduo aprendeu a usar a prática?

3) Havia diretrizes em operação que foram usadas para determinar como e sob quais circunstâncias o Ho’oponopono deveria ser usado? Se sim, quais elas foram?

4) Quais foram as mudanças percebidas que ocorreram no Ho’oponopono como resultado de seu uso em um ambiente não tradicional?

5) Qual a avaliação do indivíduo sobre a eficácia do Ho’oponopono?

6) Que dificuldades foram encontradas ao utilizar a prática e quais são as recomendações para outras pessoas que queiram utilizá-la?

Outra fonte de categorias específicas foram os tópicos do roteiro de entrevista. Informações específicas sobre os detalhes do próprio processo do Ho’oponopono surgiram aqui. Finalmente, durante o processo de revisão das notas de trabalho, novas categorias empíricas foram sugeridas.(3) O modelo específico de Ho’oponopono apresentado no Capítulo V foi construído a partir das notas de trabalho de dois participantes, bem como de conferências (reuniões) adicionais com um participante. As conferências (reuniões), que não foram gravadas, foram concebidas para verificar a fiabilidade da informação contida nas notas e análises, bem como para elaborar detalhes específicos do processo Ho’oponopono que possam ser úteis para os assistentes sociais.

(3) Essa última fonte é recomendada por Glaser e Strauss (1967) no seu trabalho que discute o uso da construção da “teoria fundamentada” nas ciências sociais.

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…..Continua Parte II…..

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Imagem: little-plant-Hw20NFra2ok-unsplash – Honolulu, HI, USA – 22.07.2024

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André Biernath – repórter na Revista Saúde – Grupo Abril  – artigo sobre o filme “Divertida Mente”, que aborda inteligentemente a questão das memórias armazenadas;

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Dr. Serge Kahili King – Artigo: “The Aka Web of Healing” [tradução livre “A Teia [Web] Aka de Cura [Healing]]. Site: https://www.huna.org/html/healingweb.html;

Dr. Serge Kahili King – Artigo: “Energy Healing” [tradução livre: Cura [Healing] Energética. Site: https://www.huna.org/html/energyhealing.html;

Dr. Serge Kahili King – Artigo: “How To Heal A Situation” [tradução livre: “Como Curar [To Heal] Uma Situação]. Site: https://www.huna.org/html/HealASituation-SKK1121.pdf;

Dr. Serge Kahili King – Artigo: “Healing Bad Memories” [tradução livre: Curando [Healing] Memórias Ruins]. Site: https://www.huna.org/html/healmemories.html;

Dr. Serge Kahili King – Artigo: “Healing Shapes” [tradução livre: “Formas de Cura [Healing]. Site: https://www.huna.org/html/4symbols.html;

Dr. Serge Kahili King – Artigo: “Healing Shapes Revisited” [tradução livre: “Formas de Cura [Healing] Revisitado. Site: https://www.huna.org/html/4symbols2.html;

Dr. Serge Kahili King – Artigo “A Living Philosophy, by Serge Kahili King” Site: https://www.huna.org/html/living_phil.html;

Dr. Serge Kahili King – Artigo “Principles of Shamanic Practice” – Huna Article – Huna International. Site: https://www.hunahawaii.com/Serge/shamanpractice.htm

Dr. Serge Kahili King, livreto “The Little Pink Booklet of Aloha” [Tradução livre “O Pequeno Livreto Rosa de Aloha”], em tradução livre Projeto OREM®

Dr. Serge Kahili King, artigo “Bless Your Way To Success,” [tradução livre “Abençoe O Seu Caminho Para O Sucesso”.

Francisco Cândido Xavier – livro “No Mundo Maior” (ditado pelo espírito Dr. André Luiz);

Francisco do Espírito Santo Neto – livro “Os Prazeres da Alma” (ditado pelo espírito Hammed);

Gerald Zaltman – Professor da Harvard Business School – livro “How Customers Think” (tradução livre: “Como Pensam os Consumidores”);

Henry Thomas Hamblin – livro “Within You Is The Power” (tradução livre: “Dentro de VOCÊ Está O Poder”);

Hermínio C. Miranda – livro “O Evangelho de Tomé”;

Igor I. Sikorsky, Jr. – Jurista – Artigo Jung & Huna – Fonte: https://www.maxfreedomlong.com/huna-bulletins/hv-newsletter-30-spring-1979/

James A. Wall, Jr. e Ronda Roberts Callister – Artigo “Ho’oponopono: Some Lessons from Hawaiian Mediation” – Negotiation Journal – Published: 01 January 1995;

James Redfield – livro “A Profecia Celestina”;

Jens Weskott – artigo “Bem-vindo Subconsciente – Graças ao Ho’oponopono”, site da Associação de Estudos Huna disponível no link https://www.huna.org.br/wp/?s=jens;

Jim Fallon – Artigo: “Aka Threads and Quantum Entanglement” [Cordões Aka e Emaranhamento Quântico] – Artigo completo em inglês no site: https://www.huna.org/html/akathreads.html;

Joe Vitale – livro “Limite Zero”;

Joel S. Goldsmith – livro “O Despertar da Consciência Mística”;

John Assaraf – artigo ratificando que somos todos seres perfeitos de Luz está disponível no site http://in5d.com/the-world-of-quantum-physics-everything-is-energy/;

John Curtis – Webinario sobre Ho’oponopono – site Sanación y Salud http://www.sanacionysalud.com/;

Joseph Murphy – livro “The Power of Your Subconscious Mind” (tradução livre: “O Poder de Sua Mente Subconsciente”);

Kalikiano Kalei – Artigo: “Quantum Physics and Hawaiian Huna…” [Física Quântica e Huna do Havaí] – Artigo completo em inglês através do site: https://www.authorsden.com/visit/viewarticle.asp?catid=14&id=45582;

Kealani CookUniversity of Hawaiʻi – West O’ahu DSpace Submission – Artigo: “Burning the Gods: Mana, Iconoclasm, and Christianity in Oceania.” [tradução livre: “Queimando os Deuses: Mana, Iconoclastia e Cristianismo na Oceania”] Site: https://dspace.lib.hawaii.edu/server/api/core/bitstreams/addb3121-d4bb-476d-8bbe-ed2a8a1a08d7/content;

Kenneth E. Robinson – livro “Thinking Outside the Box” (tradução livre: “Pensar Fora da Caixa”);

Krishnamurti – artigo “Early Krishnamurti” (“Inicial Krishnamurti”) – Londres, 7-3-1931.  Site: https://www.reddit.com/r/Krishnamurti/comments/qe99e1/early_krishnamurti_7_march_1931_london/

Krishnamurti  – livro “O Sentido da Liberdade”, publicado no Brasil em 2007, no capítulo “Perguntas e Respostas”, o tema “Sobre a Crise Atual”; experienciamos, para a nossa reflexão e meditação à luz do sistema de pensamento do Ho’oponopono.

Kristin Zambucka, artista, produtora e autora do livro “Princess Kaiulani of Hawaii: The Monarchy’s Last Hope” (tradução livre: “Princesa Kaiulani do Havaí: A Última Esperança da Monarquia”);

Leonard Mlodinow – livro “Subliminar – Como o inconsciente influencia nossas vidas” – do ano de 2012;

Louise L. Hay – livro “You Can Heal Your Life – (tradução livre: “Você Pode Curar Sua Vida”);

Malcolm Gradwell – livro “Blink: The Power of Thinking without Thinking” (Tradução livre: “Num piscar de olhos: O Poder de Pensar Sem Pensar”);

Manulani Aluli Meyer – artigo “Ho’oponopono – Healing through ritualized communication”, site https://peacemaking.narf.org/wp-content/uploads/2021/03/5.-Hooponopono-paper.pdf

Marianne Szegedy-Maszak – edição especial sobre Neurociência publicada na multiplataforma “US News & World Report”, destacando o ensaio “Como Sua Mente Subconsciente Realmente Molda Suas Decisões”;

Mary Kawena Pukui, E.W. Haertig – M.D. e Catherine A. Lee – Livro “NĀNĀ I KE KUMU – LOOK TO THE SOURCE” [“RECORRER À FONTE”] – VOLUME I, publicado por Hui Hānai – A Queen Lili’uokalani Children’s Center, Honolulu, Hawaii – 1972;

Matt Tomlinson e Ty P. Kāwika Tengan – Livro “New Mana: Transformations of a Classic Concept in Pacific Languages and Cultures” [Tradução livre: “Novo Mana: Transformações de um Conceito Clássico nas Línguas e Culturas do Pacífico”], em seu capítulo 11 – Mana for a New Age, publicado em 2016 pela ANU Press, The Australian National University, Canberra, Austrália.

Matthew B. James. Estudo Acadêmico , para um Programa de Doutorado da Walden University, Minneapolis, Minnesota, USA, 2008, doutorando em Psicologia da Saúde, denominada “Ho’oponopono: Assessing the effects of a traditional Hawaiian forgiveness technique on unforgiveness”. O estudo completo pode ser acessado no site da Walden University no link:  https://scholarworks.waldenu.edu/dissertations/622/#:~:text=The%20results%20demonstrated%20that%20those,the%20course%20of%20the%20study.

Max Freedom Long – livro “Milagres da Ciência Secreta”;

Max Freedom Long – Artigo “Teaching HUNA to the Children – How Everything was made” [Ensinando HUNA para as Crianças – Como Tudo foi feito], site https://www.maxfreedomlong.com/articles/max-freedom-long/teaching-huna-to-the-children/;

Max Freedom Long – Artigo “Huna And The God Within”. Fonte: https://www.maxfreedomlong.com/articles/huna-lessons/huna-lesson-2-huna-theory-of-prayer/;

Max Freedom Long – Artigo “The Workable Psycho-Religious System of the Polynesians” [O Sistema Psico-Religioso Praticável dos Polinésios]. Fonte: https://www.maxfreedomlong.com/articles/max-freedom-long/huna-the-workable-psycho-religious-system-of-the-polynesians/;

Max Freedom Long – Artigo “How to Become a Magician” [Como vir a ser alguém que lida com a Magia]. Site: https://www.maxfreedomlong.com/huna-bulletins/hv-newsletter-vol-1-no-9-winter-1973/;

Max Freedom Long – Artigo “The Lord’s Prayer – a Huna Definition” [tradução livre: “A Oração do Pai Nosso – uma Definição Huna”], editado em 1º de março de 1951, HUNA BULLETIN 50, site https://www.maxfreedomlong.com/huna-bulletins/huna-bulletin-050/;

Max Freedom Long – Artigo “When Huna Prayers Fail” [tradução livre: “Quando as Orações Huna Falham”] – Huna Bulletin 53. Site: https://www.maxfreedomlong.com/huna-bulletins/huna-bulletin-053/;

Max Freedom Long – Artigo “Three Questions” [tradução livre: “As Três Perguntas”], editado em 15 de março de 1951, no Huna Bulletin 51. Site: https://www.maxfreedomlong.com/huna-bulletins/huna-bulletin-051/;

Max Freedom Long – Artigo “Huna Angles on Psychoanalysis” [tradução livre: “Pontos de Vista Huna sobre Psicoanálise”], editado em 15 de maio de 1951, no Huna Bulletin 55. Site: https://www.maxfreedomlong.com/huna-bulletins/huna-bulletin-055/;

Max Freedom Long – Artigo “Living in Cooperation on the Earth” [tradução livre: “Vivendo em Cooperação na Terra”], editado em 1º de maio de 1951, no Huna Bulletin 54. Site: https://www.maxfreedomlong.com/huna-bulletins/huna-bulletin-054/;

Max Freedom Long – Artigo “Huna Lesson #1: Building Your Future” [tradução livre: “Lição Huna #1: Construindo o Seu Futuro”]. Site https://www.maxfreedomlong.com/articles/huna-lessons/huna-lesson-1-building-your-future/;

Max Freedom Long – Artigo: “The Importance of Mana in Prayer-Action, Huna in the New Testament” [tradução livre: “A Importância da Mana (Energia Vital) na Prece-Ação, Huna no Novo Testamento”], editado em 15 de maio de 1950, no Huna Bulletin 32. Site https://www.maxfreedomlong.com/huna-bulletins/huna-bulletin-032/;

Max Freedom Long – Artigo “Huna in The Kabala & Tarot Cards” [tradução livre: “A Huna na Cabala e nas Cartas de Tarô”], editado em outubro-novembro de 1965, no Huna Vistas Bulletin #68. Site https://www.maxfreedomlong.com/huna-bulletins/huna-vistas-bulletin-068/;

Max Freedom Long – Artigo: “Huna Credo” [tradução livre: “O Credo Huna”, editado em outubro de 1961 – inserção com Boletim Huna Vistas 25. Site: https://maxfreedomlong.com/articles/max-freedom-long/the-huna-credo/;

Max Freedom Long – Artigo: “Spiritual Progress & Huna” [“Progresso Espiritual & Huna”]. Reimpresso do HRA BULLETIN 42, pp. 5-8, publicado em 15 de outubro de 1950 por Max F. Long. Site: https://maxfreedomlong.com/huna-bulletins/volume-17-huna-bulletins/hv-newsletter-30-spring-1979/;

Max Freedom Long – Artigo: “Is Huna Spiritual?” [“A Huna é Espiritual?’] Site: https://maxfreedomlong.com/huna-bulletins/volume-17-huna-bulletins/hv-newsletters-vol-1-no-8-fall-1973/;

Max Freedom Long, F.H.F. – Artigo extraído da lição nº. 2, do site de Max Freedom Long. Site: https://maxfreedomlong.com/articles/huna-lessons/huna-lesson-2-huna-theory-of-prayer/;

Max Freedom Long – BOLETIM HUNA 1Primeiro Passo no Uso Experimental da HUNA2 de fevereiro de 1948. Site: https://maxfreedomlong.com/huna-bulletins/volume-01-1948/;

Max Freedom Long – BOLETIM HUNA 2 – Primeiros passos em Huna –Usando a Baixa Mana na Baixa Magia – 1º de maio de 1948. Site: https://maxfreedomlong.com/huna-bulletins/huna-bulletin-002/;

Max Freedom Long – BOLETIM HUNA 3 – Combinando a Alta e a Baixa Magia – Tempo, Emoção – 1º de julho de 1948 Site: https://maxfreedomlong.com/huna-bulletins/huna-bulletin-003/;

Michael Lerner, PhD – Artigo “Difference Between Healing and Curing” [tradução livre “Diferença Entre Cura [Healing] e Cura [Curing]. Site: https://www.awakin.org/v2/read/view.php?op=photo&tid=1066;

Moji Solanke – Journal The Guardian Nigeria – Artigo: “Medical Cure And Spiritual Healing” [tradução livre: “Cura [Cure] Médica e Cura [Healing] Espiritual”]. Site: https://guardian.ng/features/medical-cure-and-spiritual-healing/;

Napoleon Hill – livro “The Law of Success in Sixteen Lessons” (tradução livre: “A Lei do Sucesso em Dezesseis Lições”);

Osho – livro “The Golden Future” (tradução livre: “O Futuro Dourado”);

Osho – livro “From Unconsciousness to Consciousness” (tradução livre “Do Inconsciente ao Consciente”);

Osho – livro “Desvendando mistérios”;

Paul Cresswell – livro “Learn to Use Your Subconscious Mind” (tradução livre: “Aprenda a Usar a Sua Mente Subconsciente”);

Paulo Freire, educador, pedagogo, filósofo brasileiro – livro “A Psicologia da Pergunta”;

Platão – livro “O Mito da Caverna”;

Richard Wilhelm – livro “I Ching”;

Roberto Assagioli, Psicossíntese. Site http://psicossintese.org.br/index.php/o-que-e-psicossintese/

Sanaya Roman – livro “Spiritual Growth: Being Your Higher Self (versão em português: “Crescimento Espiritual: o Despertar do Seu Eu Superior”);

Sílvia Lisboa e Bruno Garattoni – artigo da Revista Superintessante, publicado em 21.05.13, sobre o lado oculto da mente e a neurociência moderna.

Site da Associação de Estudos Huna https://www.huna.org.br/ – artigos diversos.

Site www.globalmentoringgroup.com – artigos sobre PNL;

Site Wikipedia https://pt.wikipedia.org/wiki/Ho%CA%BBoponopono, a enciclopédia livre;

Thomas Lani Stucker – Kahuna Lani – Artigo “The Professional Huna Healer” – Site: https://www.maxfreedomlong.com/articles/kahuna-lani/the-professional-huna-healer/;

Thomas Lani Stucker – Kahuna Lani – Artigo “PSYCHOMETRIC ANALYSIS” [tradução livre: “ANÁLISE PSICOMÉTRICA”], editado no outono de 1982, no Huna Work International #269. Site: https://www.maxfreedomlong.com/articles/kahuna-lani/psychometric-analysis/;

Thomas Troward – livro “The Creative Process in the Individual” (tradução livre: “O Processo Criativo no Indivíduo”);

Thomas Troward – livro “Bible Mystery and Bible Meaning” (tradução livre: “Mistério da Bíblia e Significado da Bíblia”);

Tor Norretranders – livro “A Ilusão de Quem Usa: Reduzindo o tamanho da Consciência” (versão em inglês “The User Illusion: Cutting Consciousness Down to Size”);

“Um Curso em Milagres” – 2ª edição – copyright 1994 da edição em língua portuguesa;

Victoria Shook – Artigo “Current Use of a Hawaiian Problem Solving Practice: Ho’oponopono” [“Uso Contemporâneo de Uma Prática Havaiana de Resolução de Problemas”], Prepared by The Sub-Regional Child Welfare Training Center School of Social Work – University of Hawaii. – 31 de julho de 1981 – Honolulu, Hawaii;

Wallace D. Wattles – livro “A Ciência para Ficar Rico”;

W. D. Westervelt – Boston, G.H. Ellis Press [1915] – artigo: “Hawaiian Legends of Old Honolulu” Site: https://www.sacred-texts.com/pac/hloh/hloh00.htm.

William R. Glover – livro “HUNA the Ancient Religion of Positive Thinking” – 2005;

William Walker Atkinson – livro: “Thought Vibration – The Law of Attraction in the Thought World” (tradução livre: “Vibração do Pensamento – A Lei da Atração no Mundo do Pensamento”) – Edição Eletrônica publicada em 2015;

Zanon Melo – livro “Huna – A Cura Polinésia – Manual do Kahuna”;

Muda…
A chuva de bênçãos derrama-se sobre mim, nesse exato momento.
A Prece atinge o seu foco e levanta voo.
Eu sinto muito.
Por favor, perdoa-me.
Eu te amo.
Eu sou grato(a).
Autor

Graduação: Engenharia Operacional Química. Graduação: Engenharia de Segurança do Trabalho. Pós-Graduação: Marketing PUC/RS. Pós-Graduação: Administração de Materiais, Negociações e Compras FGV/SP. Blog Projeto OREM® - Oficinas de Reprogramação Emocional e Mental que aborda os temas em categorias: 1) Psicofilosofia Huna e Ho’oponopono. 2) A Profecia Celestina. 3) Um Curso em Milagres (UCEM). 4) Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT); A Organização Baseada na Espiritualidade (OBE). Pesquisador Independente sobre a Espiritualidade Não-Dualista como Proposta de Filosofia de Vida para os Padrões Ocidentais de Pensamento e Comportamento (Pessoais e Profissionais). Certificação: “The Self I-Dentity Through Ho’oponopono® - SITH® - Business Ho’oponopono” - 2022.

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