“Existe um lugar em ti onde todo esse mundo foi esquecido, onde nenhuma memória de pecado e nenhuma ilusão ainda paira. Existe um lugar em ti que o tempo deixou, no qual os ecos da eternidade são ouvidos. Existe um lugar de descanso tão quieto que nenhum som, a não ser um hino ao Céu, se eleva para alegrar Deus Pai e Deus Filho. Onde Ambos habitam, Eles são lembrados. E onde Eles estão, está o Céu e a paz.” (T-29.V.1:1-5)
“No Céu a realidade é compartilhada, não refletida.” (T-14.X.2:1)
Do livro “Introdução Básica a Um Curso em Milagres”, de autoria do Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D., nós extraímos a descrição didática do que o Curso quer dizer com Mentalidade Una e Céu, que estamos transcrevendo a seguir:
Dr. Wapnick nos esclarece que uma forma útil de apresentar o material em Um Curso em Milagres é dividi-lo em três partes, já que o Curso realmente representa três sistemas de pensamento diferentes: Mentalidade Una, que representa o mundo do Céu, mentalidade errada, que representa o sistema de pensamento do ego e mentalidade certa, que representa o sistema de pensamento do Espírito Santo.
“Também é útil no início que se note que Um Curso em Milagres é escrito em dois níveis.
- O primeiro nível representa a diferença entre a Mente Una e a mente dividida.
- O segundo nível contrasta a mentalidade errada com a mentalidade certa.
No primeiro nível, por exemplo, o mundo e o corpo são considerados como ilusões feitas pelo ego. Assim simbolizam a separação de Deus.
O segundo nível tem relação com esse mundo onde nós acreditamos estar e nesse nível o mundo e o corpo são vistos como neutros e podem servir a um dos dois propósitos. Para a mente errada do ego, são instrumentos usados para reforçar a separação. Para a mente certa, são as ferramentas de ensino do Espírito Santo, através das quais nós aprendemos as Suas lições de perdão. Portanto, nesse segundo nível, as ilusões se referem às percepções equivocadas do ego; por exemplo: ver ataque ao invés de um pedido de amor, pecado ao invés de erro.”
Com isso em mente, o Dr. Wapnick, em seu livro supracitado, leva-nos a entender os três sistemas de pensamento do Curso.
“O objetivo desse artigo e focar o nosso entendimento do primeiro sistema, que é na realidade o único e é descrito no começo do Texto como a Mentalidade-Una do Cristo ou de Deus.
A Mentalidade-Una é o mundo do Céu, o que Um Curso em Milagres descreve como conhecimento.
Uma das coisas difíceis, quando se chega ao Curso pela primeira vez, é que ele usa as palavras de um modo diferente daquele que é usado na linguagem comum. Se você impuser o seu próprio entendimento a uma palavra no Curso, você terá muita dificuldade. Palavras tais como ‘pecado’, ‘mundo’, ‘realidade’, ‘Deus’, ‘Jesus’, ‘conhecimento’ etc., são usadas de modo um pouco diferente daquele usado normalmente. Se você fizer justiça ao Curso e quiser entender o que ele está dizendo, quer concorde com ele ou não, terá que entender também o significado das palavras e como ele as emprega em seu próprio contexto. Uma dessas palavras é ‘conhecimento’.
O Curso não usa a palavra ‘conhecimento’ como nós a usamos normalmente. O conhecimento se refere apenas a Deus e o mundo do conhecimento não tem nada a ver com esse mundo. O conhecimento não é uma crença ou um sistema de pensamento. E uma experiência e uma experiência que transcende todas as coisas desse mundo.
Assim, o mundo do Céu ou o mundo do conhecimento ou o mundo espiritual de Deus são a mesma coisa.
Quando Um Curso em Milagres fala do mundo espiritual, isso não tem nada a ver com o mundo material.
O espírito é a nossa verdadeira realidade, o nosso verdadeiro lar e mais uma vez não tem nada a ver com a nossa experiência com a realidade aqui.
O conceito central no Céu, ou o mundo do conhecimento, é a Trindade.
Uma questão que muitos que chagam ao Curso fazem a si mesmos é por que ele veio em um formato especificamente Cristão, embora o seu pensamento em geral seja de natureza universal?”
Dr. Wapnick nos esclarece que isso faz sentido à luz de um dos princípios fundamentais do Curso:
Você tem que desfazer o erro onde ele se encontra.
Não há dúvida de que a influência dominante no mundo Ocidental é o Cristianismo. Não existiu ainda um sistema de pensamento mais poderoso no mundo, quer você se identifique como um Cristão ou não. Não há ninguém nesse mundo, certamente não no mundo Ocidental, que não tenha sido profundamente afetado pelo Cristianismo. Quer nós nos identifiquemos com o Cristianismo ou não, nós vivemos num mundo Cristão. O nosso calendário é baseado no nascimento e na morte de Jesus. No entanto, a Cristandade não tem sido muito Cristã, o que não necessita sequer ser mencionado ao considerarmos a história das igrejas.
Como o Cristianismo teve impacto tão forte no mundo e ainda tem – e não tem sido um impacto muito Cristão – era essencial que os erros do Cristianismo fossem desfeitos em primeiro lugar, antes que qualquer outra coisa fosse capaz de ser feita para mudar radicalmente o sistema de pensamento do mundo.
É por isso que Um Curso em Milagres veio nessa forma especificamente Cristã. Assim sendo, qualquer um que leia o Curso, tendo tido uma base Cristã, reconhecerá de início que o Cristianismo ao qual o Curso se refere não tem nada a ver com o Cristianismo que lhe foi ensinado.
O marido de Helen, Louis, um homem muito identificado com o Judaísmo, disse ao Dr. Wapnick certa vez que ele sabia que se o Cristianismo tivesse sido como o Curso, o antissemitismo nunca teria existido. Não há dúvida a respeito disso.
O Curso, portanto, veio na forma que veio para corrigir os erros introduzidos pelo Cristianismo. Ao longo de todo o Curso, especialmente nos primeiros capítulos do Texto, há numerosas referências a Bíblia e muitas foram reinterpretadas. Os Capítulos 6 (seção I – A mensagem da crucificação) e 27 (seção I – O retrato da crucificação) apresentam parágrafos esclarecedores sobre a crucificação nos quais Jesus coloca claramente o que estava errado na forma das pessoas entenderem a sua crucificação. Ele explica porque isso aconteceu e como todo um sistema de pensamento se desenvolveu a partir desse erro. A discussão de Jesus não é tradicionalmente Cristã, apesar dos seus princípios serem Cristãos no sentido que ele lhes deu originalmente.
Devido então ao seu propósito de corrigir o Cristianismo, o Curso usa palavras Cristãs para a Trindade que são masculinas. Essa é uma outra objeção que muitas pessoas fazem ao Curso. A razão para isso é dupla. Uma é que a linguagem do Judaísmo e do Cristianismo têm sido masculinas e o Curso simplesmente a adota; a segunda parte tem a ver com a forma poética na qual a maior parte do Curso é escrita. Ter que dizer ‘dele ou dela‘ seria um pouco pesado. Isso faz parte das limitações da gramática Inglesa [minha opinião: o mesmo vale para a língua Portuguesa]. “
Dr. Wapnick enfatiza que esse é um aspecto estilístico da língua Inglesa e o Curso simplesmente segue essas regras. Portanto o autor do Curso não faz distinções baseadas em sexo; Jesus não é machista.
A primeira Pessoa da Trindade, obviamente, é Deus. Deus é a Fonte de tudo o que é. O Curso frequentemente refere-se a Ele como o Pai, que mais uma vez é claramente parte da tradição Judaico-Cristã. Ele também é chamado de Criador e tudo vem d’Ele. A natureza de Deus, em essência, é puro espírito e, porque Deus é imutável, sem forma, eterno e espiritual, nada que não compartilhe esses atributos pode ser real.
É por isso que o Curso diz que o mundo não é real e não foi criado por Deus. O mundo é mutável; não é eterno e a sua forma é material. Portanto, não pode ser de Deus.
A segunda Pessoa da Trindade é Cristo. O que aconteceu na criação é que Deus naturalmente estendeu a Si mesmo. O estado natural do espírito é estender-se e fluir.
A extensão de Deus é criação e a criação é conhecida como o Filho de Deus ou Cristo. O que é difícil para o nosso entendimento nisso é que as únicas palavras ou conceitos que nós somos capazes de usar são aqueles do nosso próprio mundo, um mundo feito de percepção, que é limitado por tempo e espaço. Esse é o universo material que nós fizemos para substituir o Céu. Contudo, a elaboração dessa ideia está além do escopo desse artigo.
No Céu, todavia, não há tempo ou espaço. Quando nós pensamos em Deus estendendo a Si mesmo, a única imagem que nós somos capazes de ter é baseada em espaço e tempo, que não seria correta. Como o Curso nos diz nessas ocasiões, não vale a pena nem tentar entender algo que não pode ser entendido.
O Livro de Exercícios usa a expressão ‘devaneios sem sentido’ (LE-pI.139:5) e isso realmente é assim. Como Um Curso em Milagres declara, nós só somos capazes de apreender a verdade através de uma experiência de revelação e nós não poderíamos colocar isso em palavras; as palavras são apenas símbolos de símbolos — são, portanto, duplamente afastadas da realidade
O Filho de Deus ou Cristo também estende a Si mesmo. A extensão de Deus é Seu Filho e Ele é chamado Cristo. Cristo é um só: existe apenas um Deus e apenas um Filho. Em outras palavras, o Filho de Deus também estende o Seu espírito de modo similar a Deus estendendo Seu espírito.
Isso nos leva a um dos termos mais ambíguos no Curso: ‘criações‘. Quando o Curso se refere às criações, ele está se referindo as extensões do espírito de Cristo. Assim como Deus criou Cristo, Cristo também cria. E as extensões de Cristo no Céu são conhecidas como criações. Essa é uma área que o Curso não tenta explicar. Quando nós encontramos essa palavra é suficiente entendermos que ela apenas significa o processo natural de extensão do espírito.
Um Curso em Milagres faz com que seja muito claro e esse é um ponto muito importante, que apesar de nós, enquanto Cristo, criarmos como Deus, nós não criamos Deus. Nós não somos Deus. Nós somos extensões de Deus, nós somos Filhos de Deus, no entanto, não a Fonte. Existe apenas uma Fonte e essa é Deus.
Acreditar que nós somos Deus, que nós somos a Fonte do ser, é fazer exatamente o que o ego quer e isso é acreditar que nós somos autônomos e nós podemos criar Deus assim como Deus nos criou.”
Dr. Wapnick nos alerta que se nós acreditarmos nisso, estamos construindo um círculo fechado do qual não há saída. O Curso se refere a isso, como o problema da autoridade. Nós não somos o autor da nossa realidade; Deus é. Uma vez acreditando que nós somos Deus, nós estamos nos colocando em competição com Ele e, nesse caso, realmente nós teremos problemas.
No começo, que transcende o tempo, havia apenas Deus e o Seu Filho. Era como uma grande família feliz no Céu. Em um estranho momento, que na realidade nunca ocorreu, o Filho de Deus acreditou que ele podia se separar de seu Pai. Esse foi o momento no qual a separação ocorreu. Na verdade, como nos diz o Curso, isso nunca poderia ter acontecido, pois como seria possível uma parte de Deus se separar de Deus? Contudo, o fato de nós estarmos todos aqui, ou de pensarmos que estamos todos aqui, pareceria indicar outra coisa. O Curso não explica realmente a separação; apenas diz que é assim. Não tente perguntar como o impossível poderia ter acontecido, porque não poderia. Se perguntar como isso aconteceu, você cai de novo no erro.
No nosso modo de pensar, pareceu ter acontecido e a separação efetivamente [para nós] ocorreu. Naquele mesmo instante em que nós acreditamos ter separado a nós mesmos de Deus, estabelecemos todo um novo sistema de pensamento e Deus enviou a Sua Correção para desfazer esse erro. Ele é a terceira Pessoa da Trindade. É a primeira vez que Jesus fala especificamente do Espírito Santo e explica o papel do Espírito Santo: Ele é a Resposta para a separação. No Curso, sempre que vocês encontrarem a palavra “Resposta” com letra maiúscula, podem substituí-la por “Espírito Santo”.
Um Curso em Milagres descreve o Espírito Santo como o elo de comunicação entre Deus e os Seus Filhos separados… (T-8.VII.2:2). Já que nós acreditamos que estamos separados de Deus – Deus está lá e nós estamos aqui – o Espírito Santo é a Resposta e desfaz a separação pois atua como um elo entre o lugar onde nós pensamos estar e onde nós estamos verdadeiramente, que é de volta em Deus. O fato de existir um elo nos diz que nós não estamos separados. Assim, no momento que nós acreditamos existir uma separação, naquele mesmo instante Deus a desfez.
E assim o desfazer da separação é o Espírito Santo.
Esse é o sistema de pensamento conhecido como Mentalidade Una e é a base de sustentação para tudo o que nós iremos abordar ao estudarmos o Curso. Não é algo que seja capaz de ser entendido, tem que ser aceito. Quando nós estivermos de volta no Céu, nós entenderemos e não teremos mais perguntas.”
Dr. Wapnick ainda acrescenta em seu artigo intitulado “The Metaphysics of Separation and Forgiveness” (tradução livre: “A Metafísica da Separação e Perdão”):
“Deixe-me dizer algo mais sobre esse ponto, porque será importante quando nós entendermos o que o perdão realmente significa. Dizer que Deus e Cristo são perfeitamente um só é dizer que não há consciência no nível da percepção [consciousness] separada em Deus para que ele possa observar A Si Mesmo em relação à Sua criação, assim como não há consciência no nível da percepção [consciousness] separada em Cristo para que ele possa observar A Si Mesmo ou experienciar a Si Mesmo. Ele Mesmo em relação ao Seu Criador. Falar de dois seres, Deus e Cristo, é uma formulação com a qual nós nos sentimos confortáveis em um mundo de dualidade ou separação. No entanto, eles são termos que nunca seriam usados no Céu. Novamente, Deus não se identifica como Deus o Criador e Fonte e Cristo não se identifica como o Efeito de Deus ou Sua criação.
Outro termo que poderia ser usado para caracterizar o Céu é que ele é um estado de não dualidade perfeita. Não há dois seres interagindo um com o outro. Uma linha importante no Livro de Exercícios diz:
“… e em lugar algum o Pai chega ao fim para dar início ao Filho como algo separado de Si Mesmo.” (LE-pI.132.12:4)
Há outra passagem na Lição 169 que fala sobre esse estado de unicidade:
“A Unicidade é simplesmente a ideia de que Deus é. E no Que Ele É, ele abrange todas as coisas. Não há mente que contenha algo que não seja Ele. Dizemos: ‘Deus é’ e então deixamos de falar, pois nesse conhecimento as palavras são sem significado. Não há lábios para pronunciá-las e nenhuma parte da mente é distinta o suficiente para sentir que agora está ciente de algo que não seja ela mesma.” (LE-pI.169.5:1-5)
É a mesma ideia: não há lugar onde o Pai acaba e o Filho começa. Não há consciência separada no Filho para que Ele possa se observar em relação ao Seu Criador.
A passagem continua:
“Ela se uniu à sua Fonte. E, como a própria Fonte, meramente é. Não podemos falar, escrever ou mesmo pensar sobre isso de modo algum.” (LE-pI.169.5:6-7 e 6:1)
Jesus não gasta muito tempo no Curso sobre esse tema. Obviamente, é impossível para as nossas mentes e os nossos cérebros separados conceber uma realidade na qual não haja absolutamente separação.
Novamente, não há nenhum lugar onde Deus termina e o Seu Filho começa. Portanto, o estado de Céu é de perfeita unicidade. Outra forma de caracterizar isso é dizer que a Mente de Deus e a Mente de Cristo são totalmente uma só. O estado do Céu é unicidade absoluta e perfeita.”
No livro “O Desaparecimento do Universo”, de autoria de Gary R. Renard, nas palavras da Mestre Ascensionada Pursah, nós temos que o Céu é unicidade real, ao contrário da ideia de ser um só com o universo, ou até um só com a mente que está fora do tempo e do espaço e que criou o universo. Essas ideias ainda estão aparentemente fora de Deus. Com a verdadeira unicidade, existe apenas Deus e nunca pode haver nada mais. É por isso que o Próprio Deus dá o último passo e também é por isso que não é possível haver concessões a essa ideia. A ideia do Curso sobre Deus é tão grandiosa quanto é possível ser, porque é a verdade. A unicidade não pode ser perfeita se existir qualquer outra coisa sobre a qual estar ciente.
“Não há nada fora de ti. Isso é o que tens que aprender em última instância, pois é o reconhecimento de que o Reino do Céu foi restaurado para ti. Pois Deus criou apenas isso e não foi embora nem te deixou separado de Si Mesmo. O Reino do Céu é a morada do Filho de Deus. O Céu não é um lugar nem uma condição. É meramente uma consciência [no nível da realidade (awareness)] da perfeita unicidade e o conhecimento de que nada além disso existe, nada fora dessa unicidade e nada mais dentro dela.” (T-18.VI.1:1-6)
Pursah prossegue dizendo que no Céu não existem obstáculos e ele é alegre; quando na terra, aquilo que é citado como vida é um pouco mais do que um curso de obstáculos constantes. Considere essas ideias da seção do Curso chamada “As dádivas da Paternidade”:
“Não existem princípios nem fins em Deus, Cujo universo é Ele próprio.” (T-11.I.2:3)
A sua alma já é perfeita, ou, de outra forma, não seria uma alma; seria apenas algo que você estaria confundindo com uma alma – como a sua mente, que as pessoas realmente confundem com a alma, ou uma projeção da mente, o que inclui imagens corporais de fantasmas que as pessoas pensam serem almas. A evolução é algo que parece acontecer no nível da forma, entretanto, isso é apenas um sonho. Uma vez que a sua mente tenha aprendido todas as suas lições de perdão, então, ela desperta para o espírito ou alma e tudo o mais se vai, exceto o Céu.
A maioria das pessoas pensam sobre as suas almas como algo individual porque não são capazes de evitar em pensar em si mesmas como indivíduos. Quando a crença falsa se vai, então, você sabe que existe apenas uma alma – que é a nossa unicidade ilimitada como espírito.”
“Não vais te lembrar de mudança e deslocamentos no Céu. Só aqui tens necessidade de contrastes. Contrastes e diferenças são recursos de ensino necessários, pois através deles aprendes o que evitar e o que buscar. Quando tiveres aprendido isso, acharás a resposta que faz com que a necessidade de diferenças desapareça.” (T-13.XI.6:1-4)
No livro “Um Retorno ao Amor”, de Marianne Williamson, nós temos a seguinte passagem inspiradora:
“O Paraíso não é nem uma condição e nem um lugar, mas a ‘consciência [no nível da realidade (awareness)] da perfeita unicidade’. Pai e Filho são um só, então amar um significa amar o outro. O amor de Deus não está fora de nós. Amar outra pessoa é ver a face de Deus. A ‘face de Cristo’ representa a inocência e o amor que existem por trás das máscaras que todos nós usamos e ver essa face, tocá-la e amá-la em nós mesmos e nos outros é a vivência de Deus. É nossa compaixão divina, é o barato que todos nós buscamos.”
No Livro de Exercícios, lição 138, título “O Céu é a decisão que eu tenho que tomar”, nós temos:
“Nesse mundo, o Céu é uma escolha porque aqui acreditamos que há alternativas entre as quais escolher. Pensamos que todas as coisas têm um oposto e que escolhemos aquilo que queremos. Se o Céu existe, também tem que haver um inferno, pois a contradição é o modo como fazemos o que percebemos e o que pensamos ser real.” (LE-pI.138.1:1-3)
“A criação desconhece opostos. Mas aqui, a oposição é parte do que é ‘real’. É essa estranha percepção da verdade que faz com que escolher o Céu pareça ser a mesma coisa que abandonar o inferno. Isso não é realmente assim. No entanto, o que é verdadeiro na criação de Deus não pode entrar aqui até que seja refletido de alguma forma que o mundo possa compreender. A verdade não pode vir aonde só poderia ser percebida com medo. Pois isso seria o erro de que a verdade pode ser trazida às ilusões. A oposição faz com que a verdade não seja bem-vinda e ela não pode vir.” (LE-pI.138.2:1-5)
“Escolher é obviamente o modo de escapar do que os opostos parecem ser. A decisão permite que uma das metas conflitantes venha a ser alvo do esforço e do dispêndio do tempo. Sem decisão, o tempo é apenas um desperdício e o esforço é dissipado. Gasto sem nenhum retorno, o tempo passa sem resultados. Não há nenhum senso de ganho, pois nada é realizado, nada é aprendido.” (LE-pI.138.3:1-5)
“Tu precisas ser lembrado de que pensas que mil escolhas te confrontam, quando realmente há apenas uma. E mesmo essa, apenas parece ser uma escolha. Não te confundas com todas as dúvidas que milhares de decisões iriam induzir. Só fazes uma escolha. E, uma vez feita, perceberás que não havia absolutamente nenhuma. Pois a verdade é verdadeira e nada mais é verdadeiro. Não há nenhum oposto a ser escolhido em seu lugar. Não há contradição para a verdade.” (LE-pI.138.4:1-6)
“A escolha depende do aprendizado. E a verdade não pode ser aprendida, só reconhecida. A sua aceitação está em reconhecê-la e ao ser aceita, ela é conhecida. Mas o conhecimento está além das metas que buscamos ensinar no escopo deste curso. As nossas são metas de ensino a serem atingidas através do aprendizado de como é possível alcançá-las, do que são e do que te oferecem. As decisões são o resultado do teu aprendizado, pois se baseiam no que aceitaste como a verdade do que és e de quais são as tuas necessidades.” (LE-pI.138.5:1-6)
“Nesse mundo insanamente complicado, o Céu parece tomar a forma de uma escolha ao invés de ser simplesmente o que é. De todas as escolhas que tentaste fazer, essa é a mais simples, a mais definitiva e o protótipo de todo o resto; aquela que resolve todas as decisões. Se pudesses decidir o resto, essa permaneceria sem solução. Mas, ao resolvê-la, todas as outras são resolvidas com ela, pois todas as decisões apenas ocultam essa única sob diferentes formas. Essa é a escolha única e final em que a verdade é aceita ou negada.” (LE-pI.138.6:1-5)
“Assim, hoje começamos considerando a escolha para a qual o tempo foi feito a fim de nos ajudar a fazê-la. Tal é o seu propósito santo, agora transformado, pois não tem mais a intenção que tu lhe deste: de que fosse um meio para demonstrar que o inferno é real, que a esperança vem a ser desespero e que a própria vida, no fim, não pode deixar de ser vencida pela morte. Só na morte é possível dar solução aos opostos, pois acabar com as oposições é morrer. E, assim, a salvação tem que ser vista como morte, pois a vida é vista como conflito. Resolver o conflito é pôr um fim à tua vida também.” (LE-pI.138.7:1-5)
“Essas crenças loucas podem ganhar um domínio inconsciente de grande intensidade e a mente pode ser tomada por um terror e uma ansiedade tão fortes que ela não renunciará às suas ideias sobre a sua própria proteção. Ela tem que ser salva da salvação, ameaçada para estar segura e magicamente armada contra a verdade. E essas decisões são feitas sem que se esteja ciente, a fim de mantê-las em segurança e sem perturbações, à parte do questionamento, da razão e da dúvida.” (LE-pI.138.8:1-3)
“O Céu é escolhido conscientemente. A escolha não pode ser feita enquanto as alternativas não forem cuidadosamente vistas e compreendidas. Tudo o que está velado nas sombras tem que ser erguido à compreensão, para ser novamente julgado e, dessa vez, com o auxílio do Céu. E todos os equívocos de julgamento que a mente tenha cometido antes são abertos à correção, à medida em que a verdade os descarta por carecerem de causa. Agora não têm efeitos. Não podem ser ocultados, pois o fato de que eles não são nada é reconhecido.” (LE-pI.138.9:1-6)
“A escolha consciente do Céu é tão certa quanto o fim do medo do inferno, quando esse é retirado do escudo protetor da inconsciência e trazido à luz. Quem pode decidir entre o que é visto claramente e o que não é reconhecido? No entanto, quem pode falhar em fazer uma escolha entre alternativas, se apenas uma é vista como valiosa e a outra como uma coisa inteiramente sem valor, que não passa de uma fonte imaginária de culpa e de dor? Quem hesita em fazer uma escolha como essa? E nós hesitaremos em escolher hoje?” (LE-pI.138.10:1-5)
“Escolhemos o Céu ao acordarmos e passamos cinco minutos nos assegurando de que fizemos a única escolha sã. Reconhecemos que estamos fazendo uma escolha consciente entre o que tem existência e o que nada tem, a não ser uma aparência de verdade. O seu pseudo-ser, ao ser trazido ao que é real, mostra-se inconsistente e transparente na luz. Agora, ele não contém nenhum terror, pois o que foi feito para ser enorme, vingativo, impiedoso por estar cheio de ódio, exige a obscuridade para que o medo possa ser investido nele. Agora, é reconhecido como apenas um equívoco tolo e trivial.” (LE-pI.138.11:1-5)
“O Céu é a decisão que eu tenho que tomar. Vou tomá-la agora e não mudarei a minha mente, pois é a única coisa que eu quero.” (LE-pI.138.12:5-6)
Em outra mensagem esclarecedora do Dr. Wapnick é enfatizado que os termos Deus e Cristo que Um Curso em Milagres usa para denotar o estado do Céu são metáforas, porque na verdade não há personagens específicos ou nomeados. O conceito de realidade como o estado de perfeita unicidade significa que não há individualidade ou diferenciação. Tudo no Céu é o mesmo, porque existe apenas uma realidade: o Amor de Deus, ou espírito.
Céu: O Estado de Unicidade
Considerado como um dos melhores workshops sobre Um Curso em Milagres, nós extraímos do artigo-síntese do evento, “Duality as Metaphor in A Course in Miracles” (tradução livre: “Dualidade como Metáfora em Um Curso em Milagres”), escrito e ministrado pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D., importante reflexão sobre o que é o Céu, à luz do sistema de pensamento do Curso, para o nosso entendimento e para meditação.
Dr. Wapnick começa falando sobre o que é o Céu, o que é o estado de Unicidade, o que no início do Texto é chamada de Mente disposta para o que é Uno (Mentalidade Una) (*).
Então, ele fala sobre o que o Curso se refere como mentalidade errada, o sistema de pensamento do ego, que é o início do sistema de pensamento da dualidade, assim como a Unicidade é o sistema de pensamento da não dualidade.
Finalmente, ele fala sobre a correção ou a anulação do sistema de pensamento da mente errada do ego, que é através do sistema de pensamento da mente certa do Espírito Santo que se concentra no ensino do perdão.
Todos esses ensinamentos de perdão têm a ver com o reflexo da verdade. Eles não são verdadeiros. Todos eles pertencem ao mundo da dualidade, o que significa que não devem ser interpretados literalmente. Quando Jesus fala sobre Deus e sobre o estado do Céu, ele deve ser entendido muito literalmente. Quando ele fala sobre o ego, o perdão e o papel do Espírito Santo, ele está falando metaforicamente ou simbolicamente.
Manteremos o foco apenas no que nos ensina o Dr. Wapnick sobre o Céu, a Mentalidade Una e a Unicidade. Trata-se de um dos mais importantes temas a ser amplamente entendido para que o estudante seja capaz de avançar no seu entendimento sobre o sistema de pensamento de Um Curso em Milagres e alcançar o seu despertar espiritual.
(*) Mentalidade Una: O estado celestial de conhecimento. A palavra “Una” implica que não há mente dividida e nenhuma separação, nenhuma distinção entre sujeito e objeto (veja percepção) e nenhum oposto. A Mentalidade Una é alcançada por meio da mentalidade certa, mas também está além dela. Pois a mentalidade certa corrige ou ignora a mentalidade errada, o que nunca aconteceu. Isso o torna inerentemente dual (não una) e, em última análise, ilusório. Consulte C-1.6. https://circleofa.org/
Dr. Wapnick sabiamente se utiliza de um exemplo musical como uma forma de resumir esses três tipos diferentes de mentalidades: mentalidade una, mentalidade errada e mentalidade certa.
Ele se baseia num livro maravilhoso que leu sobre Beethoven, de Marion Scott, escritora e musicista. A autora falou sobre os três estágios de Beethoven, sobre os quais a maioria dos estudiosos da música falam, o estágio inicial, intermediário e tardio.
“O estágio inicial é o período dos primeiros 30 anos da vida de Beethoven, em que a música que ele compôs foi muito baseada na técnica formal que ele aprendeu com Mozart e Haydn. Essas não são as suas maiores obras de forma alguma. Elas estão muito envolvidas com a forma e você pode assistir Beethoven aprendendo a dominar a sua arte.
Então ele entrou na segunda fase com a Sinfonia Eroica. As suas Sinfonias Três a Oito, os seus últimos três concertos para piano, algumas de suas maiores sonatas para piano, os quartetos médios e a sua ópera Fidelio pertencem a esse período. Normalmente, essa é a música mais acessível aos amantes da música e que realmente lhe deu a sua grande reputação.
O seu estágio final, que começa com a Nona Sinfonia e depois vai para as suas últimas sonatas e os últimos quartetos, é claramente a sua grandiosa música e provavelmente a melhor música já escrita. Ele transcendeu todas as formas, todas as convenções e basicamente deu uma expressão maravilhosa ao final da jornada espiritual.
Marion Scott falou sobre o primeiro estágio de Beethoven, quando ele olhava para o mundo material através de olhos materiais, onde basicamente dominava o mundo da forma, o mundo da materialidade.
No segundo estágio, ele olhou para o mundo espiritual através de olhos materiais. Aqui ele estava realmente começando a expressar o desenvolvimento e o aprofundamento de sua jornada espiritual, que podia ser traçada muito claramente em sua música, porém, ele ainda estava fazendo isso dentro da estrutura das formas do mundo.
Foi no final de sua vida que ele rompeu com todas essas formas. Scott falou sobre isso como quando ele olhou para o mundo espiritual com olhos espirituais. É por isso que quando você ouve essa música posterior, especialmente as sonatas e quartetos tardios, você percebe que ele estava habitando um reino totalmente diferente de qualquer outra coisa que ele ou qualquer outra pessoa tivesse composto. É isso que faz com que a sua música seja tão sobrenatural (etérea).
Pode-se fazer o mesmo tipo de declaração sobre esses três níveis em Um Curso em Milagres. A mentalidade errada é olhar para o mundo material através de olhos materiais. É disso que se trata o ego. Então, essas são todas as passagens no Curso que detalham a dinâmica do ego e o que é especialismo, que foi tudo baseado na aparente realidade de nossa culpa, de nossa pecaminosidade, de nossa necessidade de projetar em outras pessoas, de canibalizar outras pessoas e de matar para conseguir o que nós queremos.
A correção para isso, a mentalidade certa, é Jesus olhando para o mundo material, o sistema de pensamento do ego, porém, da perspectiva do espiritual. É aí que ele fala muitas vezes usando o termo reflexão. É aí que ele diz que o amor é impossível nesse mundo, no entanto, o perdão, que é o reflexo do amor, é possível aqui [destaque meu]. Ele fala sobre o reflexo da santidade aqui, que é o que é o relacionamento santo. Ele fala sobre o instante santo. Ele usa a palavra santo embora a santidade não seja possível nesse mundo, entretanto, o instante santo e o relacionamento santo são os reflexos do que é verdadeiro [destaque meu]. Novamente, ele está olhando para o sistema de pensamento do ego, um sistema de pensamento dualista, da perspectiva do espiritual, no entanto, a maneira como ele escreve sobre isso, a maneira como é apresentado e a maneira como nós somos solicitados a praticá-lo é como se estivéssemos aqui. É olhar para o mundo material, porém, com os olhos da visão espiritual. Ainda está dentro do mundo da dualidade, o que significa que ainda é ilusório.
Mentalidade Una é olhar para o mundo espiritual através da visão espiritual. Isso é reconhecido nas passagens que tratam diretamente de como é o estado do Céu. Não são muitas, porque não há como entendê-las. Essas são as passagens em Um Curso em Milagres que nos dizem o que é a verdade, o que é a realidade, o que é a não dualidade.
Quando você entende isso, pelo menos intelectualmente, você tem uma perspectiva pela qual é capaz de entender o que é a ilusão e o que é a dualidade. Isso é o que o ajudaria a não cair no erro de tomar passagens fora do contexto, distorcendo-as de modo que signifiquem o que você quer que signifiquem, que sempre será para afirmar a realidade de seu especialismo em detrimento da verdade.
Quando você realmente entende o que significa unicidade, realidade e não dualidade, você não cometerá esse erro. Você terá então uma perspectiva, um contexto, uma estrutura na qual entender todas as declarações de retidão no Curso, todas as declarações no Curso que lidam com o papel do Espírito Santo e que lidam com o papel do milagre e o papel do perdão. Se você não tiver essa perspectiva, pensará que o que Jesus está falando deve ser considerado literalmente verdadeiro. Não deve ser interpretado como literalmente verdadeiro, no entanto, ele tem que falar conosco nesse nível, porque é onde nós acreditamos que estamos.
Mais tarde, nós veremos passagens que basicamente nos mostram como Jesus estava ciente desse problema e como ele estava ciente do que estava fazendo em seu curso. O problema é que os seus estudantes não estão cientes do que ele está fazendo no Curso e, portanto, de alguma forma, eles pulam (descartam, desconsideram) essas passagens porque não parecem tão importantes e, portanto, eles perdem o ponto principal.
Isso o ajudará a não perder o ponto, de modo que o trabalho de sua vida com o Curso venha a ser verdadeiramente produtivo e o guie verdadeiramente na jornada, que no final o ajudará a transcender seu ego.”
Dr. Wapnick enfatiza que se você é um estudante do Curso, não gostaria de se contentar com menos. Essa seria sempre a questão fundamental que você deveria se perguntar. Por que eu me contentaria com menos quando poderia ter tudo? Por que eu me conformaria com um pequeno vislumbre de amor quando poderia ter essa experiência total de amor? Por que eu iria querer o dedinho do pé de Jesus quando eu poderia ter todo o seu ser? Por que eu iria me contentar com menos do que tudo? No entanto, é isso que as pessoas fazem quando trabalham com o Curso, porque elas não estão cientes do que ele está dizendo.
“O estado de Unicidade ou o estado do Céu é a perfeita Unidade e Unicidade de Deus e Cristo. O Curso fala sobre a Mente de Deus, que é o Criador e a Mente de Cristo, que é o que Deus criou. Isso é sempre escrito com M maiúsculo. A Mente de Deus e a Mente de Cristo são totalmente unificadas. Quando nós falamos de algo não dualístico, significa de fato que não é dual. Não existem dois; há apenas um só.
Esse é o ponto mais importante de ter sempre em mente. Esse é o único nível de realidade. Esse é o único nível de verdade. Qualquer outra coisa que cheire a dualidade é apenas um reflexo da realidade ou um reflexo da verdade, entretanto, não a verdade. A verdade é apenas Deus e Cristo e não há absolutamente nada mais.
Não há como entender isso aqui, como nós veremos. As palavras Deus e Cristo não têm significado no Céu. As palavras Criador e Criado não têm significado no Céu. Elas têm significado para nós aqui, mas esses são termos dualísticos. Obviamente, nós falamos sobre Deus e falamos sobre Cristo. Nós falamos sobre o Pai e falamos sobre o Filho. Nós falamos sobre Deus como a Causa Primeira; falamos sobre Cristo como o Efeito. Essas são palavras importantes para nós aqui porque são significativas para nós. No Céu, não existe estado de dualidade. Não existe Deus como uma consciência no nível da percepção [consciousness] separada que se percebe em relação a Seu Filho, Cristo. Não existe Cristo como uma consciência no nível da percepção [consciousness] separada que se percebe em relação ao Seu Criador. Novamente, esses são termos dualísticos; esses termos são apenas palavras.
O Curso diz:
“Não nos esqueçamos, entretanto, de que as palavras não são senão símbolos de símbolos. Estão, assim, duplamente afastadas da realidade.” (MP-21.1:9-10)
Portanto, as palavras Deus e Cristo simbolizam algo, no entanto, nós que somos criaturas de dualidade e especialismo, não temos como entender o que significa o conceito de unicidade, o que significa o conceito de não dualidade. A ideia de que “em nenhum lugar o Pai chega ao fim para dar início ao Filho como algo separado de Si Mesmo” (LE-pI.132.12:4) não faz sentido para nós. Existem muitas passagens no Curso que refletem isso. Não há muito que nós sejamos capazes de dizer sobre isso, no entanto é, mais uma vez, extremamente importante que você entenda que esse é o ponto crucial. Essa é a única verdade que existe, a única realidade. Tudo o mais é um sonho, tudo o mais é totalmente inventado.
Esse é um dos poucos lugares no Curso onde você é capaz de realmente ver não apenas uma descrição do Céu, mas quase uma definição dele:
“Não há nada fora de ti.” (T-18.VI.1:1)
Essa é uma declaração não dualística perfeitamente clara:
“Isso é o que tens que aprender em última instância, pois é o reconhecimento de que o Reino do Céu foi restaurado para ti.” (T-18.VI.1:2)
Existem muitos lugares no Curso onde Jesus diz coisas assim. Quando ele diz que isso é algo que você tem que aprender, ele está dizendo que isso é muito importante. Se você leu esse Curso com marcadores coloridos prontos, essa é uma das afirmações que você deve sublinhar. Ele está dizendo que é disso que se trata, que você aprende ‘não há nada fora de você’. Isso significa que não há Deus fora de você, não há Espírito Santo fora de você, não há Jesus fora de você, não há mundo fora de você. Se você mantiver afirmações como essa em mente, você não irá cair na armadilha de fazer com que o erro seja real, de acreditar que existe um mundo lá fora que você deve fazer algo, que você deve curar [to heal], salvar, fugir, quer se juntar a ele, ou perdoar.
“Pois Deus criou apenas isso [ou seja, o Reino do Céu] e não foi embora nem te deixou separado de Si Mesmo.“
Essa é uma afirmação clássica não dualística. Esse é um reflexo de outro princípio importante no Curso, as ideias não deixam a sua fonte. Nós somos uma ideia na Mente de Deus e nunca deixamos a nossa Fonte. Isso significa que a separação nunca aconteceu. No início do Texto, Jesus diz que o Reino do Céu não está dentro de você.
“O Reino do Céu és tu.” (T-4.III.1:4)
Você é o Reino do Céu porque você é um só com Deus e Deus é o Reino.
“O Reino do Céu é a morada do Filho de Deus, que não deixou o seu Pai e nem habita à parte Dele. [Mais uma vez, essas são expressões da perfeita Unicidade de Deus e Cristo.] O céu não é um lugar nem uma condição. [E aqui está a definição:] É meramente uma consciência [no nível da realidade (awareness)] da perfeita Unicidade e o conhecimento de que nada além disso existe, nada fora desta Unicidade e nada mais dentro dela.” (T-18.VI.1:4-6)
Se nós realmente pudéssemos entender isso, não necessitaríamos de mais nada no Curso. O Curso diz:
“Dizemos ‘Deus é’ e então deixamos de falar…” (LE-pI.169.5:4)
Não há mais nada a dizer. Deus é. Se Deus é, então o Seu Filho também é e não há mais nada. Isso é provavelmente o mais perto que nós chegaremos no Curso de uma definição de Céu.
É a ‘consciência no nível da realidade [awareness] da Unicidade perfeita e o conhecimento de que não há mais nada….’
Quando Jesus usa o conhecimento, ele não está falando sobre conhecimento no sentido convencional onde você sabe algo, você está ciente de algo. Isso assim é, porque tudo isso ocorre dentro de uma estrutura dualística. Conhecimento no Curso é apenas um sinônimo para aquele estado de Unicidade perfeita. É o estado do Reino, de puro Ser. É o ‘conhecimento de que não há nada mais; nada fora dessa Unicidade e nada mais dentro’.“
Dr. Wapnick menciona trecho de seu livro em parceria com a sua esposa Gloria, intitulado “Awaken from the Dream” (tradução livre: “Desperte do Sonho”), onde há uma descrição adorável dessa unicidade do Céu:
“…no Princípio, antes mesmo de haver um conceito de princípio, existe Deus, a nossa Fonte e a Fonte de toda a criação: uma perfeição e um resplendor cuja magnificência está além do entendimento; amor e gentileza de uma natureza tão infinita que a consciência no nível da percepção [consciousness] não podia nem mesmo começar a sua apreensão; uma imobilidade imaculada de alegria ininterrupta; um fluxo imóvel sem atrito para impedi-lo; uma Totalidade vasta, ilimitada e abrangente, além do espaço, além do tempo, na qual não há começo nem fim, pois nunca houve um tempo ou lugar em que Deus não existisse…“
Criação, como espírito, é abstrata, sem forma e imutável. A sua natureza é a unidade, conhecimento no qual não há nenhum lugar em que o Criador termine e a criação comece. Não há limite, nem diferenciação, nem separação. No entanto, incluído nesse conhecimento está o fato de que nós não somos a Fonte da criação, embora nós permaneçamos Um Só dentro dela.
A Mente de Deus pode começar? A Mente de Deus pode acabar? Um Pensamento que faz parte dessa Mente pode ser algo diferente daquela Mente? Certamente não, visto que não há sujeito ou objeto no estado de Céu; nenhum observador ou observado. Não há percepção, simplesmente apenas o conhecimento total de quem nós somos: uma glória de tal resplendor unificado que os conceitos de dentro e de fora não têm significado (Awaken from the Dream, pp. 3-4).
Não há como entender o que é isso, no entanto, você poderia pelo menos começar a entender que nada nesse mundo tem absolutamente nada a ver com isso, de qualquer maneira, formato ou forma. Nós estamos falando sobre um conceito de unicidade e unidade que transcende totalmente qualquer coisa nesse mundo. Isso transcende o papel do Espírito Santo. Isso transcende o perdão. Isso transcende o milagre. Ele transcende Um Curso em Milagres.”
Dr. Wapnick menciona o seu livro sobre a vida de Helen, “Absence from Felicity” (tradução livre: Ausência de Felicidade”), onde está referenciado que obviamente Helen tinha um relacionamento muito próximo com Jesus e certamente o considerava muito real e que em certa ocasião ela mencionava uma experiência que ela teria de uma voz que era basicamente silenciosa e que transcendia a voz de Jesus. É disso que nós estamos falando. Essa experiência transcendeu a experiência dualística de ter um relacionamento com Jesus. Foi algo além até mesmo do que o Curso trata, porque o Curso diz que não é sobre o Céu e não é sobre a verdade. Trata-se de remover as interferências que nós colocamos entre nós e a verdade.
“Repetidamente Jesus diz, de uma forma ou de outra, que o conhecimento não é o objetivo desse curso, a unicidade não é o objetivo desse curso. A paz é o objetivo desse curso. E a paz em Um Curso em Milagres é alcançada por meio do desfazer do especialismo do ego. Não é preciso entender ou saber o que é essa unicidade. No entanto, novamente, se você irá realmente entender esse curso, então você tem que entender que há algo além do que você pensa que essas palavras estão lhe dizendo.
Essas palavras estão dizendo a você uma coisa no nível da forma, porém no nível do conteúdo, se você as seguir sem julgá-las previamente, você será conduzido por elas além de tudo nesse mundo, como o Curso diz, imediatamente para o portão do Céu e então o Curso para. Ele cumpriu o seu propósito.
“O que a Vontade de Deus determina que seja para sempre uno ainda será uno quando o tempo tiver chegado ao fim e não será mudado ao longo do tempo, permanecendo como era antes que tivesse início a ideia do tempo.” (LE-pII.11.2:4)
“Nós somos a criação, nós, os Filhos de Deus. Parecemos ser separados e inconscientes da nossa eterna unidade com Ele. Entretanto, por trás de todas as nossas dúvidas, depois de todos os nossos medos, ainda há Certeza. Pois o Amor permanece com todos os Seus Pensamentos e a Sua segurança pertence a eles. A memória de Deus está em nossas mentes santas, que conhecem a sua unicidade e a sua unidade com o seu Criador.” (LE-pII.11.4:1-5)
Aqui nós vemos outra declaração muito clara de que o mundo da separação, das personalidades separadas, das individualidades, o mundo da discrição não tem nada a ver com o Céu. Tudo isso faz parte da ilusão. Tudo faz parte do sonho e permanecemos, como diz o Curso, em casa em Deus, mas sonhando com o exílio T-10.I.2:1. Nós permanecemos em casa em Deus naquele estado de perfeita Unicidade com Ele.
“Deve-se notar especialmente que Deus só tem um Filho. Se todas as Suas criações são Seus Filhos, cada um tem que ser uma parte integral de toda a Filiação. A Filiação, em sua unicidade, transcende a soma de suas partes.” (T-2.VII.6:1-3)
Essa última linha é extremamente importante. É repetido várias vezes no Curso de maneiras diferentes. O que Jesus está dizendo é que o que constitui Cristo, o que constitui o único Filho de Deus, não é somar todos os fragmentos aparentemente separados. O que constitui Cristo é a sua unidade e integridade perfeitas. A Unicidade transcende a soma de suas partes [destaque meu]. O que define Cristo é essa Unicidade perfeita, não o conglomerado ou a soma total de todos os fragmentos aparentes. É assim que nós pensamos aqui.
É por isso que todo o pensamento da ideia do centésimo macaco, que muitos estudantes do Curso adotam e pensam que é disso que o Curso está falando, perde totalmente o ponto. Esse é um exemplo maravilhoso do tipo de coisa que eu estava discutindo antes, onde as pessoas pegam coisas do Curso fora do contexto e basicamente as entendem dentro do contexto de seu sistema de pensamento particular, ou de sua forma de espiritualidade.
Se você entende que o que define Cristo é a Sua integridade e unicidade perfeitas, então você não pode somar um certo número de membros da Filiação, obter um número mágico que inclina o resto da Filiação e todos caem no colo de Deus. Se você entender e não aceitar nenhum compromisso no qual a dualidade desempenha um papel, você não cairá nessa armadilha.
As pessoas pegam a seção chamada “O Círculo da Expiação”, que fala sobre como os professores da inocência são reunidos e a implicação dessa seção é que você tem mais e mais pessoas dentro da Filiação – as pessoas interpretam isso como dizendo que têm que fazer com que mais e mais pessoas estudem o Curso; governos, líderes nacionais e mundiais devem estudar o Curso. Assim, nós colocamos mais e mais pessoas nesse círculo e, quando nós tivermos pessoas suficientes, todos serão puxados para dentro dele e, novamente, cairemos no Céu.
Essa é uma espiritualidade muito boa. Pode funcionar para as pessoas. Isso não é Um Curso em Milagres. Por favor, não caia nessa armadilha. Se você não aceitar nenhum compromisso no qual a dualidade desempenha um papel, você nunca poderia cair nessa armadilha porque essa é uma afirmação dualística, que você pega pessoas que estão aparentemente separadas e você simplesmente consegue o suficiente delas em um só lugar e algo mágico acontecerá. Não é disso que trata esse Curso.
Se Cristo é totalmente um só, se como Jesus diz no Manual de Professores, é verdade que apenas um professor de Deus é necessário para salvar o mundo (MP-12.1:1), então você não adiciona números. Não se trata de conseguir convertidos. É sobre cada estudante individual de Um Curso em Milagres aprendendo esse Curso, aceitando a Expiação para si mesmo e, então, percebendo que eles são aquele um só.”
Dr. Wapnick explica mais adiante como isso funciona psicologicamente, como realmente funciona, como todos realmente fazem parte de um só.
“Quando você começa a adicionar pessoas, está fazendo com que o erro seja real, fazendo com que a separação seja real e está dizendo que um certo número de pessoas é necessário para salvar o mundo. O Manual deixa bem claro que apenas um só é necessário e Jesus não está falando sobre si mesmo. Ele seria um exemplo de um só, no entanto, todos nós somos exemplos de um só. Jesus é um exemplo de alguém que aceitou a Expiação para si mesmo, cuja mente está perfeitamente curada [healed], mas nessa consciência no nível da realidade [awareness], nessa cura [healing], nessa aceitação da Expiação, ele sabe que não há Filhos separados. Ele vem a ser o Cristo porque agora ele percebe que ele é o Cristo. Ele, como uma personalidade separada, desaparece porque nós somos todos Cristo, nós somos todos parte desse todo.
Não há maneira de alguém nesse mundo ser capaz de entender como isso funciona e Jesus de fato não nos pede para entender como funciona, no entanto, o que ele nos pede para fazer é entender como nada mais funciona. Se você entender como nada mais funciona, então deixará a porta aberta para o que realmente funciona e, na verdade, é a única coisa que funciona.
Isso é muito, muito importante. Se você tentar sobrepor em Um Curso em Milagres o seu próprio caminho espiritual, que pode ter milhares, centenas de milhares e até milhões de devotos, você nunca aprenderá o que esse Curso está dizendo. Não há nada mais nesse mundo como esse Curso. Ele não está dizendo que você não achará Deus em outros caminhos, porém, você não achará Deus se tentar fazer aquele outro caminho com o Curso. E você certamente não o achará com o Curso. Você pode construir a sua própria espiritualidade baseada em pequenos fragmentos do Curso e pequenos fragmentos desse e pequenos fragmentos daquele e isso é capaz de funcionar para você, no entanto, isso não tem nada a ver com Um Curso em Milagres. Se você mudar um ensino nesse Curso, se você omitir um ensino nesse Curso, você omitiu todo o Curso. É por isso que Jesus diz:
“Acreditarás inteiramente nesse Curso ou não acreditarás em absoluto.” (T-22.II.7:4)
Esse não é um Curso que você seja capaz de escolher. Não é pecaminoso, perverso ou ruim, se você fizer isso, mas então não é mais Um Curso em Milagres. É outra coisa. É espiritualidade eclética. Não há absolutamente nada de errado em alguém fazer isso, promulgá-lo ou ensiná-lo, entretanto, eles devem ter a humildade, o bom senso e o respeito próprio para deixar claro para o mundo que eles não estão mais ensinando Um Curso em Milagres. Misture isso com qualquer outra coisa e você terá perdido o que isso é.
Assim como Cristo é definido por ‘o todo é maior do que a soma das partes’, esse Curso é da mesma forma. Ele é maior do que a soma de seus ensinamentos individuais. Os seus ensinamentos individuais formam um todo perfeitamente integrado que transcende qualquer declaração ou princípio. Isso é o que você tem que entender. Isso é o que é esse nível oculto do Curso, que você percebe a totalidade perfeita que esse sistema de pensamento representa.
Novamente, você não necessita ser capaz de aceitá-lo totalmente. Você não tem que vivê-lo totalmente. Você não necessita entendê-lo totalmente, mas entenda que não há nada igual e nada mais que você pense que o que você está dizendo é o que você está dizendo. Isso deixará a porta aberta.
Esse Curso, assim como Cristo, é maior do que a soma de suas partes e se você quiser saber o que ele está ensinando, você tem que se entregar totalmente a ele. E a maneira como você se entrega a ele totalmente é percebendo o quanto você não quer se entregar a ele totalmente, o quanto você deseja se abster disso. Não há nada de errado em fazer isso. Na verdade, há algo de errado em você não fazer isso, porque se você pensa que não está fazendo isso, então você é um mentiroso. Você deve presumir que irá fazer isso. Você irá se abster dele; você removerá certas coisas com as quais não se sente confortável; você o misturará com outras coisas; e você fará do Curso uma declaração de pensamento dualista ao invés de pensamento não dualista. Não se surpreenda ao fazer isso, mas não seja arrogante ao pensar que você não o faz. É ao perceber que você está tentando mudar o Curso, assim como tentou mudar o Céu, que ajudará você a superar toda a sua culpa pelo seu aparente pecado.
Todo mundo irá ‘pecar‘ com esse Curso, porque ninguém quer ouvir o que ele diz. Se as pessoas quisessem ouvir o que ele diz, então já saberiam o que ele diz e não necessitariam dele. Ninguém queria ouvir o que Jesus disse há mais de dois mil anos também. Isso não é pecado. Isso é apenas um reflexo do pensamento original quando você também não queria ouvir o que Deus disse, que é a palavra da Unicidade perfeita. Portanto, você deseja estar ciente de sua tentativa de subverter, perverter, distorcer e mudar esse Curso, no entanto, perdoe-se por isso. Apenas não pense arrogantemente que você não está fazendo isso.
Lembre-se de que o todo é maior do que a soma de suas partes. Quantas pessoas estão realmente dispostas a se entregar totalmente a todo esse Curso, a todo o amor de Jesus sem nenhuma reserva? É isso o que você quer ver em si mesmo e ser humilde. Isso é o que permitirá que você perdoe a si mesmo, não pelo que você pensa que fez a Jesus ou Um Curso em Milagres, porém, o que você pensa que fez a Deus e a Cristo.”
Dr. Wapnick destaca em seu artigo as diversas declarações no Curso onde Jesus diz muito claramente como ele não é capaz de nos dizer o que é Unicidade. De todas as passagens no Curso, essas chegam mais perto de uma descrição do que é a Unicidade. No entanto, Jesus também deixa bem claro que nós não somos capazes de entender isso. Esse é Jesus falando na primeira pessoa.
“Eu compartilho com Deus o conhecimento do valor que Ele confere a ti.” (T-8.VI.9:1)
Esse seria um exemplo de afirmação dualística. Faz parecer que Deus valoriza o Seu Filho. Isso porque não há como alguém que seja capaz de entender o que é o estado de perfeita Unicidade.
“Minha devoção a ti procede Dele, tendo nascido do meu conhecimento de mim mesmo e Dele.” (T-8.VI.9:2)
Jesus está dizendo que ele é totalmente um só com Deus e totalmente um só conosco. Não existe separação. Lembre-se de que o conhecimento não é dualístico no Curso. Não é que Jesus conheça a Deus ou nos conheça. Jesus está ciente, de uma forma não dualística – sem sujeito e objeto – da perfeita unidade de Deus e Cristo.
“Nós não podemos ser separados. Quem Deus uniu não pode ser separado [da famosa declaração nos Evangelhos] e Deus uniu todos os Seus Filhos a Si Mesmo. É possível estares separado da tua vida e do teu ser?” (T-8.VI.9:3-5)
Lembre-se, as ideias não deixam a sua fonte, então não há como nos separar de nossa Fonte, que é todo ser e toda vida.
“A jornada de Deus é meramente o redespertar do conhecimento acerca de onde tu sempre estás e do que és para sempre. É uma jornada sem distância para uma meta que nunca mudou. A verdade só pode ser experimentada. Não pode ser descrita e não pode ser explicada.” (T-8.VI.9:6-9)
Essa é uma declaração clara, sucinta e de fácil entendimento. A verdade só pode ser experienciada; ela não pode ser descrita ou explicada. É por isso que esse não é um Curso em verdade, no entanto, o fundamento do Curso é a verdade. Se você deseja entender o reflexo da verdade que constitui o corpo principal dos ensinamentos desse Curso – a saber, o que é o perdão e o que é o milagre – então você tem que entender que ele é um reflexo. Não confunda o reflexo com a verdade. Você não é capaz de entender esse Curso se não reconhecer o que é a não dualidade, o que é um estado de Unicidade perfeita. Todo o resto faz parte do sonho e, portanto, não é real. Agora Jesus diz:
“Eu posso fazer com que estejas ciente das condições da verdade, mas a experiência é de Deus.” (T-8-VI.9:10)
As condições da verdade são o desfazer das barreiras do ego à verdade. Ele diz em uma seção importante sobre relacionamentos especiais que:
“A tua tarefa não é buscar o amor [a verdade], mas simplesmente buscar e achar todas as barreiras que construíste dentro de ti contra ele [a verdade].” (T-16.IV.6:1)
Esse não é um Curso em verdade. Esse não é um Curso em amor. Esse é um Curso em ilusões. Esse é um Curso, no nível dualístico, em ajudá-lo a desfazer a ilusão, porque é isso que o perdão faz. É um Curso em desfazer a ilusão, que permite que você se lembre de quem você é como Filho de Deus.
Novamente, se você de fato não entender o objetivo básico, se você de fato não entender onde você começa e onde você termina, você não entenderá como chegar lá. E você irá continuamente dar uma topada com o dedo do pé, cair e tropeçar, porque você irá pensar que está fazendo esse Curso, mas não o fará. Você deve entender que a dualidade é irreal. E quando, no Curso, Jesus fala sobre dualidade, ele está falando metaforicamente, simbolicamente. Ele não está falando a verdade porque a verdade não pode ser falada; ela não é capaz de ser explicada; ela não pode ser descrita. Então ele diz:
“Eu posso fazer com que estejas ciente das condições da verdade, mas a experiência é de Deus. Juntos, podemos satisfazer estas condições, mas a verdade despontará sobre ti por si mesma.” (T-8-VI.9:10-11)
Novamente, essa é uma declaração muito clara e de fácil entendimento sobre o que ele está fazendo nesse Curso. Ele está dizendo a você que esse Curso não é a verdade. Ele lhe dirá mais tarde em outra passagem que esse curso permanece dentro da estrutura do ego (ET-in.3:1). É dualista – não porque seja a verdade, mas porque é a única maneira de você aprender sobre os seus erros para poder desfazê-los.
Não confunda o método ou os meios com o fim. Essa é aquela camada oculta e subjacente desse Curso, o que quer dizer que se você prosseguir com os olhos abertos e com a mente aberta, sem arrogância e com profunda humildade e gratidão por isso, você começará a entender o que é essa camada mais profunda e você começará a realmente entender que Jesus está falando sobre o que está em sua mente.
Ele diz em uma passagem muito importante perto do final do capítulo 20:
“O que aconteceria se reconhecesses que esse mundo é uma alucinação? O que aconteceria se compreendesses realmente que o inventaste? O que aconteceria se te desses conta de que aqueles que parecem perambular sobre ele, para pecar e morrer, atacar e assassinar e destruir a si mesmos, são totalmente irreais?” (T-20-VIII.7:3-5)
Ele quer dizer isso muito literalmente.
E se você realmente soubesse que nada está aqui? Alucinação é um termo psiquiátrico para um paciente que vê algo que não está ali, que ouve algo que não está ali. Esse não é um estado alterado. Esse não é um estado espiritualmente avançado. Isso é psicose, nascida do terror. Não confunda psicose com espiritualidade.
Ele quer dizer isso muito literalmente. E se você soubesse que esse mundo que foi feito, não estava aqui? Isso é o que ele realmente está dizendo. Se você realmente entendesse isso, entenderia o que é a não dualidade. A não dualidade é tudo o que a dualidade não é.
Novamente, ‘Juntos, nós somos capazes de satisfazer essas condições, mas a verdade despontará sobre ti por si mesma.’ A verdade não é o objetivo do Curso. É para isso que o Curso o levará.
“A comunicação, sem ambiguidades e clara como o dia, permanece ilimitada por toda a eternidade.” (LE-pI.129.4:1)
Comunicação no Curso é um termo que Jesus usa para descrever o estado de conhecimento.
Deus está em perfeita comunicação com o Seu Filho e vice-versa. Isso não tem nada a ver com a comunicação de um corpo com outro corpo. É assim que nós o distorcemos nesse mundo. É assim que nós pegamos um princípio não dualista de perfeita Unicidade e um compartilhamento dessa Unicidade e do Amor que é nosso Ser, Deus em Cristo e Cristo em Deus e o distorcemos para que venha a ser um corpo se comunicando com outro corpo.
“E o próprio Deus fala com o Seu Filho como o Seu Filho fala com Ele.” (LE-pI.129.4:2)
Aqui, obviamente, Jesus está usando um termo dualístico para descrever um estado não dualístico. Assim, no segundo estágio de sua música, Beethoven está olhando para o mundo espiritual com olhos materiais. Jesus está falando sobre um estado imaterial, não dualista – Deus falando com o Seu Filho, o Seu Filho falando com Ele – mas ele está usando palavras dualistas, as palavras da materialidade, porque essa é a única maneira de nós entendermos sobre o que ele está falando.
Nas adoráveis passagens de abertura do panfleto A Canção de Oração, Jesus fala sobre a canção que o Pai canta para o Filho e o Filho canta para o Pai (CO.1.In.1:2). Essa é a Canção da Oração; sem palavras, sem notas. É disso que ele está falando aqui. Ele está usando a linguagem dos corpos.”
Dr. Wapnick nos alerta para não confundirmos a linguagem, com sobre o que ele está falando. Nós não confundirmos o símbolo com sobre o que o símbolo está representando. Nós não aceitarmos nenhum compromisso no qual a dualidade desempenhe um papel. Deus não fala conosco. Na verdade, o Espírito Santo não fala conosco, porque ninguém fala na realidade. No mundo dos sonhos Ele fala conosco. Entretanto, não confundamos a realidade com o reflexo da realidade. Caso contrário, novamente, nós não teremos a menor ideia do que esse Curso está falando e é por isso que praticamente ninguém tem. As pessoas pensam que estão dizendo outra coisa. Não estão. Jesus sabe a diferença entre símbolo e realidade e está pedindo a seus estudantes que entendam isso também.
“A Sua linguagem não tem palavras, pois o que dizem não pode ser simbolizado.” (LE-pI.129.4:3)
Em uma frase ele usa a palavra falar e na próxima frase ele está dizendo que não há palavras. O que Eles dizem não pode ser simbolizado. Essa seria uma declaração onde ele está falando sobre o mundo espiritual através de olhos espirituais, onde ele está dizendo que não há reflexo aqui.
“O Seu conhecimento é direto, totalmente compartilhado e totalmente um só. Como tu, que permaneces preso a esse mundo, estás longe disso!” (LE-pI.129.4:4-5)
Ele não está rebaixando você. Ele está simplesmente dizendo para você não tentar entender isso. No entanto, frases como essa estão aqui para um propósito específico: para que você entenda que o que ele está dizendo nesse Curso não é verdade. É um reflexo da verdade. É o mais próximo que você irá chegar nesse mundo do que é a verdade, no entanto, não é a verdade. Deus não é um conceito. Deus não é um pensamento da maneira como nós definimos pensamento. Ele é um Pensamento com P maiúsculo. Deus não é um amor que está nesse mundo. A realidade de Jesus não é desse mundo. A Sua realidade não é desse mundo. O que você pensa que é e o que pensa que o seu irmão é, a quem você deve perdoar, não são desse mundo. Você realmente deve entender que essa é a base de tudo o que Jesus ensina nesse Curso.
Como a própria Helen experienciou, havia uma parte de sua mente que poderia ir a um lugar que transcendia até mesmo Jesus e ela estava muito perto dele, como você sabe, tanto no amor por ele quanto no ódio por ele. Esse curso veio dessa proximidade, no entanto, ela teria algumas experiências que transcenderiam isso. Essas são as experiências que são reveladoras, que são a experiência direta da Unidade e da Unicidade do Céu. Eles estão além desse curso, porém, quando você conhece sobre isso – se você realmente tem tal experiência ou pelo menos reconhece que é isso que a realidade é – você novamente tem um padrão pelo qual entender quais são as suas experiências aqui e você não irá cair na armadilha de fazer com que a dualidade seja real. Lembre-se de que essa é a única tarefa que ele pede a seus estudantes. Os professores de Deus são realmente os seus estudantes. Essa é a única tarefa. É a mesma coisa que dizer que a única designação é aceitar a Expiação para você mesmo, ou seja, a separação nunca aconteceu. Se a separação nunca aconteceu, não há dualidade.
“Como tu, que permaneces preso a esse mundo, estás longe disso! E, no entanto, como estás perto quando o trocas pelo mundo que queres.” (LE-pI.129.4:5-6)
O “mundo que queres” é o mundo real. Ele está dizendo que você poderia chegar muito perto desse mundo verdadeiro, dessa realidade verdadeira, deixando totalmente esse mundo. Entretanto, você não pode abandoná-lo se primeiro não souber o quanto está se apegando a ele.
Essa é provavelmente a declaração mais clara de como é impossível falar sobre o que é o estado de Unicidade:
“A Unicidade é simplesmente a ideia de que Deus é. E no Que Ele É, ele abrange todas as coisas. Não há mente que contenha algo que não seja Ele. Dizemos: ‘Deus é’ e então deixamos de falar, pois nesse conhecimento as palavras são sem significado.” (LE-pI.169.5:1-4)
Essa é a única afirmação verdadeira que você pode fazer: Deus é. Você ainda está usando palavras, no entanto, não está usando nenhuma referência a nada nesse mundo. Essa afirmação não é útil. Se Jesus começasse esse curso para Helen e dissesse: ‘Este é um curso em milagres. Por favor, anote. Deus é e você terminou’, ela provavelmente teria dito: ‘Deus é o quê?‘ Jesus não faz isso porque esse não é um Curso em Deus. Esse não é um Curso em amor. Esse não é um Curso em verdade. Esse é um Curso em desfazer a nossa versão do que é Deus e do que é o amor. Porém, você não é capaz de falar sobre o que Deus é. Portanto, sempre que você achar que entende esse Curso e está falando sobre ele, perceba que não está falando a verdade. Esse não é um Curso em verdade.
“Esse é um Curso em desfazer a ilusão com uma ilusão útil.”
Dizemos ‘Deus é’ e então paramos de falar, pois nesse conhecimento as palavras não têm sentido.‘ As palavras não significam absolutamente nada quando você as compara com o que é a verdade, porque a verdade está além das palavras. Ela é não dualista.
“Não há lábios para pronunciá-las e nenhuma parte da mente é distinta o suficiente para sentir que agora está ciente de algo que não seja ela mesma. Ela se uniu à sua Fonte. E, como a própria Fonte, meramente é.” (LE-pI.169.5:5-7)
Na verdade, no Céu, na Unicidade, não há lábios que sejam capazes de falar palavras. Novamente, ‘Deus é’ e quando nós despertamos de nosso sonho, também nós somos. Nós não temos uma mente que é capaz de entender isso. Nós não temos palavras que sejam capazes de falar isso. Nós não temos um cérebro que seja capaz de entender isso.
“Não podemos falar, escrever ou mesmo pensar sobre isso de modo algum. Vem a cada mente quando o reconhecimento total de que a sua vontade é a Vontade de Deus tiver sido completamente dado e completamente recebido. [Esse conhecimento, essa consciência no nível da realidade (awareness) vem quando deixamos tudo de lado.] Isso devolve a mente ao presente infinito, em que nem o passado e nem o futuro devem ser concebidos.” (LE-pI.169.6:1-3)
O ‘presente infinito’ é um termo para a eternidade. O instante santo, que é outro conceito chave no Curso, é um reflexo da eternidade. Não é a eternidade, o que significa que não é real. É um reflexo, não a realidade. Todos nós sabemos que nós somos criaturas do passado e do futuro e nossa experiência presente é sempre vista através do filtro do passado e de nossas necessidades que projetamos no futuro. Portanto, como nós poderíamos entender que ‘Deus é’? É por isso que, novamente, Jesus não fala sobre isso.
“Está [a experiência do conhecimento de Deus] além da salvação, depois de todo pensamento de tempo, de perdão e da santa face de Cristo.” (LE-pI.169.6:4)
Jesus está dizendo: ‘O Meu Curso é limitado no que fará. Levará você até a porta do Céu, mas não pela porta.‘ Essa experiência ultrapassou o mundo do tempo e o mundo da dualidade; é o perdão e a face santa de Cristo, que é o grande símbolo do Curso para o perdão.
“O Filho de Deus, meramente desapareceu em seu Pai, assim como o seu Pai nele. O mundo absolutamente nunca foi. A eternidade permanece um estado constante.” (LE-pI.169.6:5-7)
Em outras palavras, nada aconteceu. Para desaparecer no Pai, você não deve ter especialismo. Você não tem identidade individual em Deus. Você não tem um eu pessoal. Você não tem experiência de amor no relacionamento com outra pessoa, mesmo que essa outra pessoa seja Deus ou Jesus. Esse é um amor que transcende a dualidade. Ele transcende sujeito e objeto. Ele transcende pessoas separadas. É isso que faz com que esse Curso seja tão diferente.
Por um lado, Jesus fala sobre isso e deixa claro que esse é o único nível de verdade. Por outro lado, ele nos dá uma maneira dualística de alcançar além da dualidade. No entanto, novamente, o cuidado está claramente implícito e eu o farei muito mais do que apenas claramente implícito, para que você não caia na armadilha de confundir os meios com o fim. É aí que as pessoas se atrapalham com o Curso.
“Isso está além da experiência que tentamos apressar.” (LE-pI.169.7:1)
A experiência que ele está tentando apressar aqui é a experiência do perdão, que ocorre dentro do sonho da dualidade.
“Não há mais necessidade de esclarecer o que ninguém no mundo pode compreender.” (LE-pI.169.10:1)
Agora, isso deve colocar cada estudante do Curso em seu lugar. Se você ler e entender isso, aprenderá o que é humildade. Ele está lhe dizendo que não há como você entender do que ele está falando. Não há como você entender isso, entretanto, ele está pedindo que você saiba que é o que você não entende, então quando você aprender e ensinar esse curso, você não irá ensinar a dualidade e entenderá que não perdoa a pessoa que pensa que está perdoando. Você perdoa uma parte separada de si mesmo. Você não é capaz de perdoar ninguém porque isso não é verdade. Não há ninguém lá fora. A sua experiência será a de que existe alguém lá fora e essa experiência é muito importante. É nisso que o Curso constrói o seu processo. Entretanto, você não irá muito longe na escada da oração, que termina no mundo real e depois além no Céu, se você teimosamente e arrogantemente pensar que está realmente fazendo algo quando não está fazendo. Você deve entender a diferença entre símbolo e realidade.
“Quando vem a revelação da tua unicidade, ela será conhecida e inteiramente compreendida.” (LE-pI.169.10:2)
Ele está dizendo que isso não é da nossa conta. As pessoas que lhe dizem que têm experiências do Amor de Deus estão mentindo para você. Se eles fazem um grande alarido sobre ter uma experiência com Jesus e o Espírito Santo, eles estão falando sobre uma ilusão de qualquer maneira, então eles não devem se gabar sobre isso. Isso não significa que a experiência não seja muito importante e útil. Ela é. É obrigatório progredir nesse Curso, entretanto, por que em nome de Deus você deveria se gabar de algo que é irreal? Quando, semana após semana, as pessoas vêm aos grupos de Um Curso em Milagres e se gabam do que o Espírito Santo fez por elas, estão se gabando de algo que não existe. O que há de tão maravilhoso nisso? Deus é maravilhoso. Deus é realmente maravilhoso. Ele é a única coisa maravilhosa no mundo. Por que você se contentaria com qualquer coisa menor do que isso?
Esse não é um Curso em revelar a dualidade. É um Curso em abrir caminho através da dualidade para o Amor real que está além dela.
No entanto, quando você se envolver com o quão maravilhoso você é por causa do que você está fazendo, do que você está ensinando e do que o Espírito Santo está fazendo por você, você nunca irá tirar os pés do chão. Você mal alcançará o primeiro degrau da escada. É realmente importante que você entenda a diferença entre a dualidade e a não dualidade. Por favor, não dê ouvidos a ninguém que fale com você sobre a dualidade. Não aceite nenhum compromisso no qual a dualidade desempenhe um papel.
É muito fácil saber quando as pessoas estão ensinando dualidade.
- Elas falam sobre o Espírito Santo fazendo coisas por elas.
- Elas falam sobre perdoar outras pessoas.
- Elas falam sobre se unir a outras pessoas como se houvesse algo santo em se unir a outras pessoas.
O que é capaz de ser santo em se unir a alguém que nem mesmo está lá? Isso é psicose porque você está alucinando.
“O que aconteceria se reconhecesses que esse mundo é uma alucinação?” (T-20.VIII.7:3)
E se você entendesse que as figuras são todas inventadas? E se você entendesse isso? Então você não cairia na armadilha de se gabar de ter conseguido vagas de estacionamento, ou amantes, ou conseguido novos empregos, porque você não entende o que é um milagre se é disso que você pensa que esse Curso é. E você certamente não entende do que se trata Jesus.
É extremamente importante que você reconheça a diferença entre realidade e ilusão, entre fato e símbolo, entre a não dualidade e a dualidade. É disso que se trata.
O que faz com que esse Curso seja tão excepcional como um caminho espiritual é que os seus ensinamentos dualísticos vêm claramente dentro da estrutura da não dualidade.
Depois de falar sobre a revelação de sua unicidade, Jesus diz:
“Agora temos um trabalho a fazer, pois aqueles que estão no tempo podem falar das coisas que estão além [que é o que nós temos feito] e escutar as palavras que explicam que aquilo que está por vir, já passou. Mas o que podem significar as palavras para aqueles que ainda contam as horas, que amanhecem e trabalham e vão dormir de acordo com elas?” (LE-pI.169.10:3-4)
Jesus está dizendo a todos os seus estudantes: ‘Enquanto você pensa que é um corpo e enquanto você pensa que é regulado pelas leis de comer, de dormir, de descansar e de brincar do corpo, como você poderia entender o que eu estou falando sobre quando eu digo a você o que é Deus, o que é o Amor e o que é a Eternidade? Portanto, eu não irei gastar muito tempo nisso. Porém, eu irei dizer o suficiente para que você entenda que o que Eu estou falando nesse Curso não é real. É a coisa mais próxima da realidade que você irá chegar nesse mundo, mas isso não é real.
Essa é a camada subjacente desse Curso. Essa é a verdade real que está oculta. Não escondida pelo desígnio de Jesus, porém, escondida por causa do seu próprio medo. Ele diz repetidamente como esse Curso é claro e simples:
“Esse curso é perfeitamente claro.” (T-pI.11.VI.3:1)
“Esse é um curso muito simples.” (T-pI.11.VIII.1:1)
Ele quer dizer exatamente o que diz. ‘A Realidade e a Verdade são não dualísticas. Elas não têm nada a ver com sujeito e objeto, no entanto, não há como você entendê-las, então deixe-me ajudá-lo a sair da confusão em que você está. Deixe-me ajudá-lo a olhar para esse mundo e para você mesmo de maneira diferente e, ao fazer isso, você perceberá que nada está aqui e que você nem mesmo está aqui.'”
Bibliografia da OREM3:
1) Livro “Um Curso em Milagres” – Livro Texto, Livro de Exercícios e Manual de Professores. Fundação para a Paz Interior. 2ª Edição – copyright© 1994 da edição em língua portuguesa.
2) Artigo “Helen and Bill’s Joining: A Window Onto the Heart of A Course in Miracles” (tradução livre: A União de Helen e Bill: Uma Janela no Coração de Um Curso em Milagres”) – Robert Perry, site: https://circleofa.org/
3) E-book “What is A Course in Miracles” (tradução livre: O que é Um Curso em Milagres) – Robert Perry.
4) E-book “Autobiography – Helen Cohn Schucman, Ph.D.” – Foundation for Inner Peace (tradução livre: Autobiografia – Helen Cohn Schucman, Ph.D., Fundação para a Paz Interior).
5) Livro “Uma Introdução Básica a Um Curso em Milagres”, Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
6) Livro “O Desaparecimento do Universo”, Gary R. Renard.
7) Livro “Absence from Felicity: The Story of Helen Schucman and Her Scribing of A Course in Miracles” (tradução livre: “Ausência de Felicidade: A História de Helen Schucman e Sua Escriba de Um Curso em Milagres”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
8) Artigo “A Short History of the Editing and Publishing of A Course in Miracles” (tradução livre: Uma Breve História da Edição e Publicação de Um Curso em Milagres” – Joe R. Jesseph, Ph.D. http://www.miraclestudies.net/history.html
9) E-book “Study Guide for A Course in Miracles”, Foundation for Inner Peace (tradução livre: Guia de Estudo para Um Curso em Milagres, Fundação para a Paz Interior).
10) Artigo “The Course’s Use of Language” (tradução livre: “O Uso da Linguagem do Curso”), extraído do livro “The Message of A Course in Miracles” (tradução livre: “A Mensagem de Um Curso em Milagres”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
11) Artigo Who Am I? (tradução livre: Quem Sou Eu?) – Beverly Hutchinson McNeff – Site: https://www.miraclecenter.org/wp/who-am-i/
12) Artigo “Jesus: The Manifestation of the Holy Spirit – Excerpts from the Workshop held at the Foundation for A Course in Miracles – Temecula CA” (tradução livre: Jesus: A Manifestação do Espírito Santo – Trechos da Oficina realizada na Fundação para Um Curso em Milagres – Temecula CA) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
13) Livro “Quantum Questions” (tradução livre: “Questões Quânticas”) – Ken Wilburn
14) Livro “Um Retorno ao Amor” – Marianne Williamson.
15) Glossário do site Foundation for A Course in Miracles (tradução livre: Fundação para Um Curso em Milagres), do Dr. Kenneth Wapnick, https://facim.org/glossary/
16) Livro Um Curso em Milagres – Esclarecimento de Termos.
17) Artigo “The Metaphysics of Separation and Forgiveness” (tradução livre: “A Metafísica da Separação e do Perdão”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
18) Livro “Os Ensinamentos Místicos de Jesus” – Compilado por David Hoffmeister – 2016 Living Miracles Publications.
19) Livro “Suplementos de Um Curso em Milagres UCEM – A Canção da Oração” – Helen Schucman – Fundação para a Paz Interior.
20) Livro “Suplementos de Um Curso em Milagres UCEM – Psicoterapia: Propósito, Processo e Prática.
21) Workshop “O que significa ser um professor de Deus”, proferido pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D..
22) Artigo escrito pelo escritor Paul West, autor do livro “I Am Love” (tradução livre: “Eu Sou Amor”), blog https://www.voiceforgod.net/.
23) Artigo “The Beginning Of The World” (tradução livre: “O Começo do Mundo”) – Dr Kenneth Wapnick.
24) Artigo “Duality as Metaphor in A Course in Miracles” (tradução livre: “Dualidade como Metáfora em Um Curso em Milagres”) – Um providencial e didático artigo, considerado pelo próprio autor como sendo um dos artigos (workshop) mais importantes por ele escrito e agora compartilhado pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
25) Artigo “Healing the Dream of Sickness” (tradução livre: “Curando o Sonho da Doença” – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
26) Livro “The Message of A Course in Miracles – A translation of the Text in plain language” (tradução livre: “A mensagem de Um Curso em Milagres – Uma tradução do Texto em linguagem simples”) – Elizabeth A. Cronkhite.
27) E-book “Jesus: A New Covenant ACIM” – Chapter 20 – Clearing Beliefs and Desires – Cay Villars – Joininginlight.net© (tradução livre: “Jesus: Uma Nova Aliança UCEM” – Capítulo 20 – Clarificando Crenças e Desejos).
28) Artigo “Strangers in a Strange World – The Search for Meaning and Hope” (tradução livre: “Estranhos em um mundo estranho – A busca por significado e esperança”), escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick e por sua esposa Sra. Gloria Wapnick.
29) Artigo “To Be in the World and Not of It” (tradução livre: “Estar no Mundo e São Ser Dele”), escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick e por sua esposa Sra. Gloria Wapnick.
30) Site https://circleofa.org/.
31) Livro “A Course in Miracles – Urtext Manuscripts – Complete Seven Volume Combined Edition. Published by Miracles in Action Press – 2009 1ª Edição.
32) Tradução livre do capítulo Urtext “The Relationship of Miracles and Revelation” (N 75 4:102).
33) Artigo “How To Work Miracles” (tradução livre “Como Fazer Milagres”), de Greg Mackie https://circleofa.org/library/how-to-work-miracles/.
34) Artigo “A New Vision of the Miracle” (tradução livre: “Uma Nova Visão do Milagre”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/a-new-vision-of-the-miracle/.
35) Artigo “What Is a Miracle?” (tradução livre: “O que é um milagre?”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/what-is-a-miracle/.
36) Artigo “How Does ACIM Define Miracle?” (tradução livre: “Como o UCEM define milagre?”), de Bart Bacon https://www.miracles-course.org/index.php?option=com_content&view=article&id=232:how-does-acim-define-miracle&catid=37&Itemid=57.
37) Livro “Os cinquenta princípios dos milagres de Um Curso em Milagres”, de Kenneth Wapnick, Ph.D..
38) Artigo “The Fifty Miracle Principles: The Foundation That Jesus Laid For His Course” (tradução livre: “Os cinquenta princípios dos milagres: a base que Jesus estabeleceu para o seu Curso”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/the-fifty-miracle-principles-the-foundation-that-jesus-laid-for-his-course/.
39) Artigo “Ishmael Gilbert, Miracle Worker” (tradução livre: “Ishmael Gilbert, Trabalhador em Milagre”), de Greg Mackie https://circleofa.org/library/ishmael-gilbert-miracle-worker/.
40) Blog “A versão Urtext da obra Um Curso em Milagres (UCEM)” https://www.umcursoemmilagresurtext.com.br/.
41) Blog “Course in Miracles Society – CIMS – Original Edition” https://www.jcim.net/about-course-in-miracles-society/.
42) Site Google tradutor https://translate.google.com.br/?hl=pt-BR.
43) Site WordReference.com | Dicionários on-line de idiomas https://www.wordreference.com/enpt/entitled.
44) Artigo “The earlier versions and the editing of A Course in Miracles” (tradução livre: “As versões iniciais e a edição de Um Curso em Milagres), autor Robert Perry https://circleofa.org/library/the-earlier-versions-and-the-editing-of-a-course-in-miracles/.
44) Livro “A Course in Miracles: Completed and Annotated Edition” (“Edição Completa e Anotada”) – Circle of Atonement.
45) Livro “Q&A – Detailed Answers to Student-Generated Questions on the Theory and Practice of A Course in Miracles” – Supervised and Edited by Kenneth Wapnick, Ph.D. – Foundation for A Course in Miracles – Publisher (tradução livre: “P&R – Respostas Detalhadas a Questões Geradas por Alunos sobre a Teoria e Prática de Um Curso em Milagres” – Supervisionado e Editado por Kenneth Wapnick, Ph.D. – Fundação para Um Curso em Milagres – Editora)
46) Artigo “The Importance of Relationships” (tradução livre: “A Importância dos Relacionamentos”), no site https://circleofa.org/library/the-importance-of-relationships/, autor Robert Perry.
47) Artigo: “The ark of peace is entered two by two” (tradução livre: “Na arca da paz só entram dois a dois”) – Robert Perry Site: https://circleofa.org/library/the-ark-of-peace-is-entered-two-by-two/
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Um milagre é uma correção. Ele não cria e realmente não muda nada. Apenas olha para a devastação e lembra à mente que o que ela vê é falso. Desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem superar a função do perdão. Assim, permanece nos limites do tempo. LE.II.13