A projeção faz a percepção (T-21.in.1:1).

Contempla a grande projeção, mas olha-a com a decisão de que ela tem que ser curada e não com medo. Nada do que fizeste tem qualquer poder sobre ti, a não ser que ainda queiras estar à parte do teu Criador e com uma vontade oposta à Sua (T-22.III.10:1-2).

Projeção significa raiva, raiva fomenta agressão e agressão promove medo (T-6.I.3:3).

A projeção sempre vê os seus desejos em outros (T-7.VIII.9:4).

O conceito de Projeção surge com muita frequência no Curso porque ele explica o seu sistema de pensamento, razão pela qual a sua compreensão é muito importante para o nosso despertar espiritual, uma vez que nós tenhamos escolhido o caminho proposto por Um Curso em Milagres para tal.

Buscamos inspiração para este artigo da OREM3 no livro “Introdução Básica a Um Curso em Milagres“, de autoria do Dr. Kenneth Wapnick, que transcrevemos trechos didáticos sobre o tema para o nosso entendimento e reflexão.

NEGAÇÃO E PROJEÇÃO

Dr. Wapnick inicia o capítulo afirmando que ele deveria dar uma mãozinha a Freud, que tem recebido más críticas nos dias de hoje. As pessoas gostam muito de Jung e dos psicólogos não tradicionais e com certa razão, mas Freud foi varrido para o pano de fundo. Contudo, a compreensão básica do ego no Curso se baseia diretamente nos ensinamentos de Freud.

“Ele era um homem brilhante e se não fosse por Freud, Um Curso em Milagres não teria existido. O próprio Jung nos diz, apesar de todos os problemas que tinha com Freud, que ele estava sendo levado nas costas de Freud.

E isso é verdade para todas as pessoas que vieram depois de Freud. Freud descreve de modo muito sistemático e muito lógico exatamente como o ego funciona.

Deixe-me apenas mencionar que Freud usa a palavra ‘ego’ de um modo diferente daquele usado pelo Curso.

No Curso, ‘ego’ é usado basicamente com a mesma conotação que existe no Oriente. Em outras palavras, o ego é o ser com letra minúscula.

Para Freud, o ego é apenas uma parte da psiquê, que consiste do id (o inconsciente), o superego (o consciente), e o ego, que é a parte da mente que integra tudo isso.

O Curso usa a palavra ‘ego’ de formas que seriam basicamente equivalentes a psiquê total de Freud. Vocês simplesmente têm que fazer essa transição para trabalhar com o Curso.

Incidentalmente, o único erro de Freud foi monumental! Ele não reconheceu que toda a psiquê era uma defesa contra o nosso verdadeiro Ser, a nossa verdadeira realidade.

Freud tinha tanto medo da sua própria espiritualidade que ele teve que construir todo um sistema de pensamento que era virtualmente impregnável à ameaça do espírito. E ele, de fato, fez exatamente isso.

Mas foi brilhante ao descrever como a psiquê ou o ego trabalha. O seu erro, mais uma vez, foi não reconhecer que a coisa toda era uma defesa contra Deus.

Basicamente, o que se diz hoje a respeito do ego está baseado no que Freud havia dito. Nós todos temos para com ele um tremendo débito de gratidão. Particularmente notáveis foram as contribuições de Freud na área dos mecanismos de defesa, ajudando-nos a compreender como nós nos defendemos contra toda a culpa e medo que nós sentimos.

Quando nós vamos ao ego em busca de ajuda, nós abrimos um livro de Freud e achamos duas coisas que nos vão ajudar muito.

A primeira é repressão ou negação. (O Curso nunca usa a palavra “repressão”; ele usa a palavra “negação”. Mas vocês podem usar uma ou outra.)

O que nós fazemos com essa culpa, esse senso de pecado e com todo esse terror que nós sentimos é fazer de conta que não existem. Nós apenas os empurramos para o fundo, fora da consciência e esse empurrar para baixo é conhecido como repressão ou negação.

Apenas nós negamos a sua existência para nós mesmos. Por exemplo, se nós estamos com muita preguiça de varrer o chão, nós varremos a sujeira para baixo do tapete e então fazemos de conta que não está ali; ou um avestruz que quando tem medo apenas enfia a cabeça na areia para não ter que lidar com o que o ameaça tanto, nem sequer se defrontar com isso.

Bem, isso não funciona por razões óbvias. Se continuamente nós varrermos a sujeira para baixo do tapete, ele vai ficar cheio de caroços e nós eventualmente vamos tropeçar, enquanto o avestruz pode se ferir muito continuando com a sua cabeça virada para baixo.

Mas, em algum nível, nós sabemos que a nossa culpa está lá. Assim, nós vamos ao ego mais uma vez para lhe dizer que ‘negar foi ótimo, mas você vai ter que fazer alguma outra coisa. Esse negócio vai subir e eu vou explodir. Por favor, ajude-me.’

E aí o ego diz: ‘Eu tenho a coisa certa para você.’ Ele nos diz para procurar na página tal e tal na Interpretação dos Sonhos de Freud e lá nós achamos o que se conhece como projeção.

Provavelmente não há nenhuma ideia em Um Curso em Milagres que seja mais crítica para a nossa compreensão do que essa. Se vocês não compreenderem a projeção, não compreenderão uma única palavra no Curso, nem em termos de como o ego funciona, nem em termos de como o Espírito Santo vai desfazer o que o ego tem feito.

Projeção muito simplesmente significa que você tira alguma coisa de dentro de si mesmo e diz que realmente isso não está aí; está fora de você, dentro de outra pessoa.

A palavra em si literalmente significa jogar fora, atirar algo a partir de, ou em direção a alguma outra coisa ou pessoa e isso é o que todos nós fazermos na projeção.

Nós tomamos a culpa ou o pecado que nós acreditamos estar dentro de nós e dizemos: Isso não está realmente em mim, está em você. Eu não sou culpado, você é culpado. Eu não sou responsável por ser miserável e infeliz, você sim é culpado pela minha infelicidade.

Do ponto de vista do ego, não importa quem seja o ‘você’. Para o ego, não importa em cima de quem você projeta, contanto que ache alguém para descarregar a sua culpa. É assim que o ego nos diz para nos livrarmos da culpa.”

Dr. Wapnick então esclarece que uma das melhores descrições que ele até então conhecia desse processo de projeção se encontra no Velho Testamento, no Levítico, onde é dito aos filhos de Israel o que fazer no dia do perdão, Yom Kippur.

“Eles devem reunir-se e no centro do campo está Arão que, como Sumo Sacerdote, é o mediador entre o povo e Deus. Ao lado de Arão está um bode e Arão coloca a sua mão sobre o bode e transfere simbolicamente todos os pecados que o povo acumulou durante todo o ano para esse pobre bode. Eles, então, chutam o bode para fora do campo. Esse é um relato perfeito e gráfico do que é exatamente a projeção e, como não poderia deixar de ser, é daí que vem a expressão ‘bode expiatório’.

Assim, nós tomamos os nossos pecados e dizemos que eles não estão em nós, estão em você. Com isso nós colocamos uma distância entre nós mesmos e os nossos pecados.

Ninguém quer estar perto de seus próprios pecados e assim nós os tiramos de dentro de nós e os colocamos em outra pessoa e depois banimos essa pessoa de nossa vida.

Há duas formas básicas de fazermos isso. Uma é nos separarmos fisicamente dela; a outra é nos separarmos psicologicamente. A separação psicológica é realmente a mais devastadora e também a mais sutil.

O modo de nos separarmos de outras pessoas, uma vez tendo colocado os nossos pecados sobre elas, é atacá-las ou ficar com raiva. Qualquer expressão da nossa raiva—seja na forma de um leve toque de aborrecimento ou fúria intensa (não faz nenhuma diferença; elas são a mesma)— é sempre uma tentativa de justificar a projeção da nossa culpa, não importa qual pareça ser a causa da nossa raiva.

Essa necessidade de projetar a nossa culpa é a raiz da causa de toda a raiva. Você não tem que concordar com o que as outras pessoas dizem ou fazem, mas no minuto em que você experimenta uma reação pessoal de raiva, julgamento ou crítica, isso vem sempre porque você viu naquela pessoa alguma coisa que negou em Si mesmo.

Em outras palavras, você está projetando o seu próprio pecado e culpa naquela pessoa e os ataca lá. Mas dessa vez, você não os está atacando em si mesmo e sim naquela outra pessoa, que você quer tão longe quanto possível. O que você realmente quer fazer é conseguir que o seu pecado fique tão longe de si mesmo quanto possível.

Uma das coisas interessantes quando alguém lê o Velho Testamento, especialmente o Levítico ou terceiro livro da Tora, é ver como os filhos de Israel eram minuciosos em suas tentativas de identificar as formas de sujeira que estavam a sua volta e como deveriam manter-se separados de todas elas.

Há passagens bastante detalhadas descrevendo o que é a sujeira, seja nas qualidades das pessoas, nas formas da própria sujeira ou em certas pessoas por si mesmas. Depois, explica-se como os filhos de Israel deveriam manter-se separados dessas formas de sujeira.

Quaisquer que sejam as outras razões que podem ter estado envolvidas, um significado central desses ensinamentos era a necessidade psicológica de tirar a sua própria sujeira de dentro de você e colocá-la do lado de fora em outra pessoa e depois separar-se daquela pessoa.

Quando se tem essa compreensão é interessante entrar no Novo Testamento e ver como Jesus era contra isso. Ele abraçou todas as formas de sujeira que as pessoas tinham definido e viam como parte essencial de sua religião manterem-se separadas daquilo tudo.

Ele fazia questão de abraçar os elementos sociais identificados pela lei judaica como proscritos, como se estivesse dizendo: ‘Você não pode projetar a sua culpa nas outras pessoas. Você tem que identificá-la em si mesmo e curá-la onde ela está.’

E por isso que Os Evangelhos dizem coisas tais como você deve limpar o interior do seu copo e não o exterior; não se preocupe com o argueiro no olho do seu irmão, preocupe-se com a trave no seu; não é o que entra no homem que faz com que ele não seja limpo, mas o que vem de seu interior.

O sentido disso é exatamente o mesmo encontrado no Curso: a fonte do nosso pecado não está fora, mas dentro. Mas a projeção busca fazer com que nós vejamos os nossos pecados fora de nós, procurando então resolver o problema do lado de fora de modo que nunca nós possamos perceber que o problema está dentro da gente.

Quando nós vamos ao ego em busca de ajuda e dizemos: ‘Ajude-me a me livrar da minha culpa,’ o ego diz: ‘Está bem, o meio de você se livrar da sua culpa é em primeiro lugar reprimi-la [negá-la], depois projetá-la para outras pessoas. É assim que você se livra da sua culpa.’

O que o ego não nos diz é que projetar a culpa é um ataque e é a melhor maneira de nós conservarmos a culpa. O ego não é nenhum tolo: ele quer que nós continuemos culpados.

Um Curso em Milagres nos fala da ‘atração da culpa’ (T-19.IV-A.10-17). O ego é muito atraído pela culpa e os seus motivos são óbvios uma vez que você se lembre do que ele é.

A explicação racional do ego para os seus conselhos de negação e projeção é a seguinte: o ego não é nada mais do que uma crença, a crença segundo a qual a separação é real. O ego é o falso ser que aparentemente passou a existir quando nós nos separamos de Deus.

Portanto, enquanto nós acreditarmos que a separação é real, o ego continua em cena. Uma vez que nós acreditarmos que não há nenhuma separação, então o ego está terminado.

Como nos diz o Curso, o ego e o mundo que ele fez desaparecem no nada de onde ele veio (MP-l3.1:2).

O ego não é nada realmente. Enquanto nós acreditarmos que aquele pecado original ocorreu, que o pecado da separação é real, nós estamos dizendo que o ego é real.

É a culpa que nos ensina que o pecado é real. Qualquer sentimento de culpa é sempre uma declaração que diz: ‘Eu pequei’. E o significado último do pecado é que eu me separei de Deus.

Portanto, enquanto eu acreditar que o meu pecado é real, eu sou culpado. Quer eu veja o meu pecado em mim ou em outra pessoa, eu estou dizendo que o pecado é real e que o ego é real. O ego, portanto, tem interesse em nos manter culpados.

Sempre que o ego for confrontado com a impecabilidade, ele vai atacá-la, pois o maior pecado contra o sistema de pensamento do ego é ser sem culpa. Se você é sem culpa, você também é sem pecado e se você é impecável, não há ego.

Há uma frase no Texto que diz: ‘Para o ego, os que não tem culpa são culpados’ (T-13.II.4:2), porque ser sem culpa é pecar contra o mandamento do ego: ‘Tu serás culpado‘.

Se você não tem culpa, você então passa a ser culpado por não ter culpa. Essa, por exemplo, foi a razão pela qual o mundo matou Jesus. Ele nos estava ensinando que nós somos sem culpa e, portanto, o mundo teve que matá-lo porque ele estava blasfemando contra o ego.

Assim sendo, o propósito fundamental do ego é manter-nos culpados. Mas ele não nos pode dizer isso porque, se o fizer, nós não vamos prestar nenhuma atenção a ele então ele nos diz que se nós seguirmos o que ele nos aconselha, nós ficaremos livres da nossa culpa.

E o modo de nós conseguirmos isso, mais uma vez, é negar a sua presença em nós, vê-la em alguma outra pessoa e depois atacar essa pessoa. Assim nós ficaremos livres da nossa culpa.

Mas, o que ele não nos diz é que atacar é o melhor meio de nos manter culpados. Isso é verdade porque, como declara um outro axioma psicológico, sempre que você ataca uma pessoa qualquer, seja na sua mente ou de fato, você se sentirá culpado.

Não há forma alguma de ferir qualquer um, seja em pensamento ou atos, que não acarrete sentimento de culpa. Você pode não experimentar a culpa—por exemplo, psicopatas não experimentam a própria culpa—mas isso não significa que em um nível mais profundo não se sintam culpados.

Nesse ponto, o que o ego faz e de modo muito astuto, é estabelecer um ciclo de culpa e ataque através do qual quanto mais culpados nós nos sentimos, maior será a nossa necessidade de negar a culpa em nós mesmos atacando uma outra pessoa por isso.

Contudo, quanto mais atacamos um outro, maior será a nossa culpa pelo que fizemos, pois em algum nível nós reconhecemos que atacamos aquela pessoa falsamente. Isso só nos fará sentir culpa e manterá a coisa toda indefinidamente.

É esse ciclo de culpa e ataque que faz o mundo girar, não é o amor. Se alguém lhe diz que o amor faz o mundo girar, esse alguém não sabe grande coisa sobre o ego.

O amor é do mundo de Deus e é possível refletir esse amor neste mundo. Todavia, neste mundo o amor não tem lugar. O que tem lugar é culpa e ataque e é essa a dinâmica que está tão presente em nossas vidas, seja a nível individual, ou seja a nível coletivo.”

COMO A PROJEÇÃO REALMENTE FUNCIONA?

Para dar continuidade ao nosso estudo sobre Projeção, buscamos inspiração no que nos diz o professor Robert Perry, pesquisador e eminente divulgador de Um Curso em Milagres, em seu artigo “How Does Projection Really Work?” [“Como a Projeção realmente funciona?“], que de maneira didática nos esclarece sobre o sistema de pensamento do Curso e o conceito por trás da Projeção, que transcrevemos a seguir trechos em tradução livre para o nosso conhecimento e entendimento.

O artigo completo em inglês poderá ser acessado no site Circle of Atonement no link https://circleofa.org/library/how-does-projection-really-work/.

Robert Perry enfatiza que a projeção é um daqueles conceitos fundamentais que parece figurar de forma proeminente na compreensão de quase todos sobre Um Curso em Milagres.

“A projeção surge com tanta frequência quando nós falamos sobre o Curso porque ela explica muito sobre o seu sistema de pensamento.

O Curso afirma que o mundo que nós vemos é radicalmente diferente do que realmente existe.

Que melhor maneira de explicar isso do que dizendo que o que nós vemos é a nossa projeção?

Mas como a projeção realmente funciona? O que nós estamos projetando? E o que nós estamos vendo que é o resultado da projeção?

A ‘projeção’ carrega a conotação de que eu estou vendo coisas específicas no mundo, especialmente traços em certas pessoas, que são, bem, apenas a minha projeção.

Nesta visão, se eu vejo você como um crítico, é apenas porque eu estou vendo em você a minha própria tendência de ser crítico.

‘Se você ver um problema em outra pessoa, deve presumir que é porque esse mesmo problema se aplica a você’, como diz a psicologia popular frequentemente repetida.

Mas essa certamente não é a minha experiência do mundo. Em minha experiência, se eu o vejo como um crítico, é mais provável porque você me mostrou muitas evidências desse traço em você, evidências que a maioria das outras pessoas que você conhece provavelmente também viriam e concordariam comigo.

Portanto, a ideia de que eu estou simplesmente criando segmentos do meu mundo por causa de minhas qualidades sempre me pareceu irreal.

Mas se não é assim que a projeção funciona, então como ela funciona?

O que finalmente esclareceu toda a questão para mim foram dois estudos que fiz das referências à projeção no Curso. Ao olhar para essas referências, um padrão claro emergiu que reformulou o conceito e me mostrou que, mesmo que eu consiga ver com mais ou menos precisão as características que os outros exibem, ainda estou projetando – com grande sucesso.

Na verdade, é quase irrelevante o quão precisos nós somos nos detalhes do que nós vemos. É realmente sobre algo mais geral que nós estamos projetando nos detalhes.

O que nós estamos projetando?

Nós podemos explicar todas as referências à projeção que compartilharei dizendo que o que nós estamos projetando é o que chamarei de ‘vontade do mal’.

Esta é a vontade do ego, a vontade com a qual nos identificamos principalmente no momento. Conforme sugerido pela palavra ‘mal’, é uma vontade que é levada a causar o mal para o seu próprio prazer. É uma vontade destrutiva.

O Curso nunca chama isso explicitamente de vontade ‘má’. Em vez disso, prefere o termo ‘vontade alheia‘, o que implica que não é nossa verdadeira vontade – não representa os nossos desejos reais.

No entanto, o Curso certamente não tem vergonha de usar a palavra ‘mal’. Ele fala de nossas más ações (duas referências.), más intenções (uma), pensamentos maus (oito), sonhos maus (quinze) e mau ego (dois).

Claramente, nenhum desses termos está muito longe de ‘vontade do mal’. Claro, esse mal não é um mal real e é por isso que o Curso costuma colocar aspas ao redor da palavra (e o que farei também). Mas ele usa a palavra com bastante liberalidade, a um grau que pode ser um pouco desconfortável para nós.

Esse desconforto é realmente o motivo pelo qual eu quero usar a palavra aqui, pois é nosso extremo desconforto com a nossa vontade do ‘mal’ que nos impele a projetá-la.

Nós não podemos suportar a ideia de que existe em nós um desejo cru de fazer o mal. É como se nós tivéssemos um escorpião em nossa boca – o reflexo imediato seria cuspi-lo. E é isso que nós fazemos com nossa vontade do ‘mal’.

Como Jesus explica no início do ditado (em uma linha que não foi incluída na edição FIP), ‘A projeção ainda tem essa conotação de ‘arremesso’, porque envolve arremessar algo, que você não quer e considera perigoso e assustador, para uma outra pessoa.

Então, o que nós estamos fazendo é lançar a vontade do ‘mal’, que nós ‘consideramos perigosa e assustadora, para uma outra pessoa’.

Nós não literalmente a jogamos para fora; ainda está dentro. Nós apenas vemos como se estivesse lá fora. Nós vemos algo interno como se agora fosse externo. Essa é a essência da projeção.

Esse ato simples tem vários efeitos radicais em nossa percepção do mundo. Vejamos esses efeitos um por um.

Outros parecem culpados – mais do que nós

A percepção de que outras pessoas são pecadoras e culpadas é uma das percepções mais inabaláveis ​​que nós temos. E não só eles parecem culpados, eles parecem mais culpados. Eles têm muita sujeira – até mesmo sangue – em suas mãos que simplesmente nós não temos nas nossas.

Pode ser muito difícil abalar essa crença, mas é uma consequência lógica da projeção. Se a projeção projeta a vontade do ‘mal’, então também projeta o senso de pecaminosidade e culpa que vem com essa vontade, como nós vemos nas seguintes citações do Texto e da Canção da Oração:

O propósito final da projeção é sempre livrar-se da culpa (T-13.II.1:1).

 É impossível perdoar a um outro, pois são apenas os teus pecados que vês nele. Queres vê-los lá e não em ti mesmo (CO-2.I.4:2-3).

O efeito dessa projeção não é difícil de descobrir. O pecado, a culpa e o mal que nós pensávamos estar em nós agora parecem residir nos outros. Agora eles são os pecadores. E, como resultado, o nosso mundo parece realmente muito escuro:

E ao projetá-la [culpa], o mundo parece ser escuro e estar amortalhado na tua culpa (T-13.IX.7:2).

Nós mesmos, em contraste, parecemos completamente limpos agora, pelo menos aos nossos próprios olhos. O mal agora está lá fora, não aqui. O resultado final é precisamente a percepção que todos nós temos – que nós somos inocentes cercados por muitos pecadores.

Os outros parecem diferentes de nós

A maioria de nós carrega a sensação de que nós somos diferentes dos outros. Os nossos problemas são muito mais compreensíveis do que os deles. Os seus desejos podem parecer completamente bizarros. E as suas ações muitas vezes não fazem sentido para nós.

Isso parece ser apenas um fato da vida, mas é exatamente o que esperaríamos se a projeção estivesse em jogo. Se nós mancharmos todos com o pincel de nossa ‘má’ vontade, deixando-nos aparentemente limpos e puros, então eles obviamente parecerão diferentes de nós:

Entretanto, a projeção sempre vai ferir-te… É apenas um instrumento do ego para fazer com que te sintas diferente dos teus irmãos e separado deles (T-6.II.3:1, 3).

Os outros parecem inferiores a nós

Se nós formos honestos, as outras pessoas não apenas parecem diferentes de nós; elas parecem inferiores para nós.

É verdade que existem maneiras em que eles são melhores – talvez eles possam tricotar guardanapos melhor do que nós – mas essas maneiras deixam de perceber que, de alguma forma fundamental, nós somos simplesmente melhores.

Esta imagem um tanto suspeita é outro resultado previsível da projeção. Se nós projetarmos neles o que há de pior em nós, então obviamente eles parecerão inferiores.

O Curso diz que esse senso de superioridade não é apenas um resultado inadvertido; é um objetivo intencional de projeção. É a cenoura na ponta do graveto:

O ego justifica isso alegando que faz com que te sintas ‘melhor’ do que eles, assim obscurecendo ainda mais a tua igualdade em relação a eles (T-6.II.3:4).

Os outros parecem separados de nós

Isso parece ser um fato inegável que outras pessoas estão separadas de nós. Mesmo se nós acreditarmos no Curso quando ele nos diz que não, a experiência de separação ainda permanece. Isso também poderia vir de projeção?

A percepção de separação é, na verdade, um resultado inevitável da projeção. Pense nisso: nós estamos tentando empurrar para fora de nós uma vontade interna, aplicando-a aos outros. Esses outros também não parecerão agora estar fora de nós?

Ao lançar a vontade do ‘mal’ para longe de nós e sobre eles, não os expulsamos naturalmente também? O Curso mostra exatamente este ponto:

O ego usa a projeção só para destruir a tua percepção tanto de ti próprio quanto de teus irmãos. O processo começa com a exclusão de algo que existe em ti, mas que não queres, e te conduz diretamente a excluir-te dos teus irmãos (T-6.II.3:7-8).

Nós podemos assumir que os outros ainda pareceriam separados de nós, mesmo se não estivéssemos projetando, mas será que sabemos disso? Se nós parássemos de usá-los para tirar o nosso lixo de nós, é possível que de repente pareçam muito próximos, tão próximos que não estão realmente do lado de fora?”

Os outros parecem antagônicos para nós

[Obs.: Ser antagônico é ser opositor, é ser contrário, é atuar fazendo oposição diante de qualquer fato. Ser antagonista é ser contra alguém ou algo, é atuar como adversário. Fonte: Site Significados, link: https://www.significados.com.br/antagonico/.]

“Quem não sentiu que o mundo está contra eles? Como o Curso diz:

Tu vês a ti mesmo como vulnerável, frágil, facilmente destruído e à mercê de inúmeros agressores mais poderosos do que tu (T-22.VI.10:6).

Você se vê ‘em um mundo percebido como perigoso, com forças concentradas contra a tua confiança e a paz da tua mente’. (T-29.VIII.2:3). Se nós formos honestos, nós não podemos nos identificar com essas descrições? Estranhamente, esse também é o resultado lógico da projeção.

Lembre-se de que a vontade do ‘mal’ é uma vontade de causar o mal. Essa vontade é lançada contra outros, aparentemente para o nosso benefício. Mal nós sabemos, porém, que também se opõe a nós. Tem como objetivo destruir não apenas o mundo, mas também a nós. Se nós, então, projetarmos essa vontade no mundo, que tipo de mundo nós veremos?

Tu entraste em conflito com o mundo conforme o percebes, porque pensas que ele te é antagônico. Isso é uma consequência necessária do que tens feito. Tens projetado para fora o que é antagônico ao que está dentro e, portanto, terias que perceber as coisas desse modo. É por isso que tens que reconhecer que o teu ódio está em tua mente e não fora dela antes de poderes livrar-te dele; e é por isso que tens que livrar-te do teu ódio antes de poderes perceber o mundo tal como realmente é (T-12.III.7:7-10).

Esta passagem importante descreve porque nós vemos um mundo que está contra nós. O nosso ódio (outra forma de falar sobre a vontade do ‘mal’) é na verdade antagônico a nós; é um ataque ao que está realmente dentro (‘o que está para dentro’).

Portanto, imagine que você toma dentro de si uma vontade que é antagônica a você e a projeta no mundo. Agora, a vontade que está contra você, que o ataca, está (aparentemente) lá fora no mundo, animando tudo o que você olha. Que tipo de mundo você verá agora? Exatamente – um mundo que está contra você.

O fato de o mundo ser um lugar inseguro e hostil parece um fato verdadeiramente objetivo. No entanto, não é estranho que isso seja exatamente o que nós veríamos se estivéssemos projetando?

O Curso sugere que, sem projeção, não nos ocorreria que o mundo está contra nós, que as pessoas estão atrás de nós. Claro, os nossos olhos veriam corpos realizando comportamentos de ataque, mas tudo o que as nossas mentes veriam é um mundo que clama por nossa ajuda e amizade, um mundo que está nos dando uma chance de ajudar.

Os outros parecem estar tirando coisas de nós

A perda é uma parte central da condição humana. Nós estamos constantemente tentando nos proteger contra coisas que estão sendo tiradas de nós – desde as nossas carteiras até as nossas próprias vidas – muitas vezes por outras pessoas.

Um dos ensinamentos mais interessantes e mais repetidos do Curso sobre a projeção é que essa experiência de perda é outra ilusão conjurada pela mágica da projeção.

O ataque [de outros] jamais poderia promover ataque a não ser que tu o tenhas percebido como um meio de privar-te de alguma coisa que queres. No entanto, não podes perder coisa alguma a não ser que a valorizes e, portanto, não a queiras. Isso te faz sentir-te privado dessa coisa e através da projeção da tua própria rejeição, acreditas então que os outros estão tirando-a de ti. Tens que estar amedrontado se acreditas que o teu irmão está te atacando com o fim de arrancar-te o Reino do Céu. Essa é a base fundamental para toda a projeção do ego (T-7.VII.8:1-5).

Isso é perfeitamente lógico, não é? O ‘mal’ vai jogar fora as coisas intangíveis que realmente nós queremos – como alegria, inocência e união – porque ele não as valoriza.

Então nós projetamos essa vontade em outra pessoa e agora, em vez de uma vontade interna jogando coisas fora, nós vemos uma vontade externa tirando coisas.

O Curso reitera este princípio mais tarde:

A projeção da causa do sacrifício [a causa de nossa perda] está na raiz de todas as coisas que percebes como injustas e não como as recompensas que te são devidas (T-26.X.3:4).

Portanto, nós causamos a nossa própria perda, mas depois nós projetamos essa causa para fora, de modo que agora nos parece que a perda foi injustamente imposta a nós por outras pessoas.

A passagem acima se aplica à maior perda de todas: a perda de Deus. E não é verdade que nós culpamos outras pessoas por essa perda? ‘Você tirou a minha paz’, ‘Você tirou o meu amor’, ‘Você tirou a minha segurança’ são todas formas de dizer ‘Você tirou Deus’.

Será que nada disso é verdade? E se ninguém realmente puder tirar nada real de nós? E se o seguinte for uma descrição literal do que realmente acontece?

A projeção sempre vê os seus desejos em outros. Se escolhes separar-te de Deus é isso o que pensarás que os outros estão fazendo contigo (T-7.VII.9:4-5, redação original).

Os outros parecem causar os nossos ataques e o nosso ego em geral

Todos nós fazemos coisas desamorosas, não há como contornar isso. Ou existe? Talvez nós não possamos negar o que nós fizemos, mas nós podemos negar a responsabilidade por isso.

Nós podemos alegar que nós fomos provocados, que nós não tivemos escolha, que nós éramos perfeitamente justificados. Em outras palavras, nós podemos ver a outra pessoa como a causa de nosso próprio comportamento.

O Curso caricatura esta esquiva familiar:

Assim os culpados protestam em favor de sua ‘inocência’. Se não tivessem sido forçados a este vil ataque pelo comportamento inescrupuloso do inimigo, eles teriam respondido apenas com benignidade (T-23.II.10:2-3).

Obviamente, nós estamos lidando com a projeção novamente. Lembre-se da passagem citada acima: ‘A projeção sempre vê os seus desejos em outros‘. Se você atacar, esse ataque foi causado por sua própria vontade do ‘mal’.

No entanto, a projeção então vê essa vontade nos outros. Agora parece estar fora de você, causando o seu ataque de uma posição fora de você, aparentemente fazendo de fora o que realmente está fazendo de dentro.

Como outras pessoas, não você, agora são responsáveis ​​pelo seu ataque, o ataque em si parece desculpável, inocente e até correto.

É por isso que o Curso diz que “…a projeção é sempre um meio de justificar o ataque” (T-6.II.3:5).

Apenas projete em seu irmão a responsabilidade por seu mau comportamento e pronto! o seu comportamento foi justificado.

O Curso estende este princípio ainda mais longe, dizendo que nós culpamos os outros não apenas por erros específicos, mas por toda a nossa crença no ego.

Agora, aquele ego desagradável que envenena os nossos relacionamentos e amarra as nossas mentes é culpa deles, não nossa.

Na passagem a seguir, Jesus nos exorta a retirar essa projeção:

Não projetes a responsabilidade pela tua crença nele em mais ninguém, ou preservarás a crença. Quando estiveres disposto a aceitar sozinho a responsabilidade pela existência do ego, terás deixado de lado toda a raiva e todo o ataque, pois esses vêm de uma tentativa de projetar a responsabilidade pelos teus próprios erros (T-7.VIII.5:3-4).

Projeção: a causa de toda a nossa percepção do ser e do mundo

Agora nós podemos dar um passo atrás e examinar tudo o que essa projeção produziu. O resultado geral é realmente impressionante. Vai muito, muito além de projetar características específicas em outras pessoas. O resultado final da projeção é a ‘realidade’ na qual nos vemos como experienciando.

Agora nós podemos ver que a projeção não é realmente sobre eu ver algum traço específico em você que está realmente em mim, embora isso possa acontecer e realmente aconteça.

A projeção que nós temos visto pode operar perfeitamente bem, mesmo que eu veja os seus traços com extrema precisão, não influenciada por quaisquer traços em mim. A projeção opera principalmente no nível do significado que atribuo às suas características.

Por exemplo, se você exibir o traço de ser crítico, a projeção atribuirá a isso o significado de que esse traço em você é pecaminoso, que o torna diferente de mim, inferior a mim e separado de mim e que esse traço em você tem poder sobre mim: ele me ataca, tira coisas de mim e me faz atacar de volta – nada disso é realmente verdade.

É como se eu estivesse desenhando um retrato seu – mesmo se eu obtiver os contornos mais ou menos em proporção, a projeção ainda virá e colorirá esses contornos com as cores do ‘mal’.

Assim, embora a projeção certamente influencie e distorça a forma do que nós vemos, o seu resultado real é colocar em prática o significado que nós vemos.

Aquele significado, embora eu o tenha apresentado em termos de muitas categorias, realmente se divide em duas.

Primeira, nós vemos a nossa vontade do ‘mal’ existindo nos outros, fazendo-os parecer pecadores, diferentes, inferiores e separados.

Segunda, nós vemos a nossa ‘maldade’ aparentemente agindo sobre nós de seu lugar lá fora, ‘fazendo-nos’ sentir atacados e roubados e ‘forçando-nos’ a atacar de volta.

Todas essas coisas estão realmente sendo causadas em nós de dentro, mas a projeção nos dá a ilusão de que a sua causa está do lado de fora.

Esse princípio de algo em nós que nós causamos, mas depois atribuímos a uma causação externa, pode soar um tanto estranho, mas nós podemos ver exemplos disso em todas as partes de nossas vidas.

Quem de nós não apareceu atrasado porque não tinha motivação para chegar lá a tempo, mas deu todos os tipos de circunstâncias externas como o verdadeiro motivo do nosso atraso?

Com base nessas duas categorias, o escopo dos efeitos da projeção é impressionante.

A projeção é responsável pela vontade indigna de confiança, perigosa e pecaminosa que nós vemos espreitar em um grau ou outro em todos lá fora.

Também é responsável por nossa experiência que todas essas vontades do ‘mal’ exerçam poder sobre nós – nos ferindo, privando-nos e fazendo-nos agir contra as nossas melhores intenções.

E não para por aí, pois a projeção aparentemente nos purificou dessa vontade do ‘mal’, de modo que agora nós vemos um mundo em que o mal se esconde em todos os lugares, exceto em nós.

Não é essa a nossa percepção macro do ser e do mundo? Todos nós, em algum grau, percebemos a vida através das lentes do ser bom versus o mundo mau.

Nesta história, nós somos o mocinho abrindo caminho por um mundo escuro, cercado por pessoas pecadoras que querem tirar vantagem de nós.

Sim, às vezes nós atacamos, mas apenas quando as nossas costas estão contra a parede. O Curso capta de maneira irônica essa percepção egoísta em sua descrição da face da inocência:

É essa face que sorri e cativa, e até mesmo parece amar. Ela busca companheiros e às vezes olha com pena para os que sofrem e às vezes oferece alívio. Acredita que é boa dentro de um mundo mau (T-31.V.2:7-9).

Esse aspecto pode ter raiva, pois o mundo é ruim e não é capaz de prover o amor e o abrigo que a inocência merece. E assim, frequentemente, essa face se banha de lágrimas pelas injustiças que o mundo faz para com aqueles que querem ser generosos e bons. Esse aspecto nunca ataca em primeiro lugar. Mas a cada dia, uma centena de pequenas coisas constituem pequenos ataques à inocência, provocando-a à irritação e, afinal, abertamente ao insulto e ao abuso (T-31.V.3:1-4).

A face da inocência que o autoconceito veste com tanto orgulho pode tolerar o ataque em autodefesa, pois não é fato bem conhecido que o mundo trata com dureza a inocência indefesa? (T-31.V.4:1)

Em minha experiência, todos se relacionam com esta passagem. Todos se sentem descritos por ela de forma tão pessoal que é quase como se Jesus fosse um leitor de mentes. Esta história de um ser bom cercado por um mundo mau é, até certo ponto, a história de todos.

E, no entanto, nós temos visto que cada elemento desta história simplesmente passa a ser um resultado lógico e inevitável da projeção.

Se estivermos usando a projeção, certamente nós esperaríamos ver um mundo no qual:

  • os outros parecem culpados – mais do que nós
  • os outros parecem diferentes de nós
  • os outros parecem inferiores a nós
  • os outros parecem separados de nós
  • os outros parecem antagônicos para nós
  • os outros parecem estar tirando coisas de nós
  • os outros parecem causar os nossos ataques e o nosso ego em geral

Cada uma dessas coisas é exatamente como nós veríamos o mundo se nós tivéssemos uma vontade do ‘mal’ dentro e lançá-la fora de nós no mundo, onde a vemos existindo e agindo sobre nós.

Poderia a projeção, então, ser a causa de nossa história central de ser bom em um mundo mau? Certamente explicaria por que todo mundo pensa que é o mocinho, embora isso seja logicamente impossível – quem então constituiria o ‘mundo do mal’?

No entanto, para realmente considerar que a projeção evocou toda a nossa percepção da realidade, nós temos que estar genuinamente abertos à ideia de que essa vontade do ‘mal’ está realmente lá em nós.

Nós devemos estar dispostos a considerar que nós assumimos uma vontade que nos horroriza tanto que nós temos uma necessidade visceral de expulsá-la de dentro de nós, assim como quando o corpo sente algo nocivo no estômago e o expele pelo poderoso reflexo do vômito.

Nós podemos considerar a possibilidade de que o mundo que nós vemos é o resultado de ‘vomitar’ a vontade do nosso ego em tudo ao nosso redor?

Ponderar sobre isso pode não parecer exatamente agradável, mas a recompensa de retirar a projeção é considerável. Quem realmente gosta de ser o único cara bom em um mundo ruim? Você consegue se sentir justo, mas o que você não consegue se sentir é feliz.

Se o mundo que nós vemos é o resultado da projeção, então nós estamos vendo um mundo que existe apenas em nossa imaginação e o mundo real é, na verdade, um lugar totalmente diferente.

Não queremos saber como o mundo realmente se parece? Não poderia ser incomensuravelmente mais brilhante do que o que temos visto? Não poderia ser que, sem projeção, as pessoas em nossas vidas ficariam mais bonitas do que jamais imaginamos?

O Curso oferece esta motivação para ver o mundo livre de projeções:

Como o mundo me parecerá seguro quando eu puder vê-lo [sem projeção]! Não se parecerá com nada do que imagino ver agora. Tudo e todos que eu vejo se inclinarão para mim para abençoar-me. Reconhecerei em cada um o meu mais caro Amigo. O que poderia haver para temer em um mundo que eu perdoei e que perdoou a mim? (LE-pI.rI.60.3:2-6)

Se este é o mundo que nos espera, como não desistir da projeção?

AS IMPLICAÇÕES PRÁTICAS DA PROJEÇÃO

Transcrevemos trechos de um resumo de uma apresentação de aula ministrada pelo professor Robert Perry, sobre as implicações práticas da projeção, que seguem em tradução livre para a nossa reflexão sobre o tema.

O artigo completo em inglês denominado “The Practical Implications of Projection: Summary of a Class Presentation” [tradução livre: “As Implicações Práticas da Projeção: Resumo de uma Apresentação de Aula”] poderá ser acessado no site Circle of Atonement através do link  https://circleofa.org/library/practical-implications-projection/

Evidências para essa visão

“O preconceito é um fator tão importante na percepção. Nós sabemos que o preconceito destrói a nossa visão do mundo. A projeção é apenas uma forma desse preconceito.

A nossa autopercepção é muito importante para nós. Faz sentido que minha autopercepção colorisse tudo. Faz sentido que eu usasse minha percepção de tudo e de todos para aprimorar a minha autopercepção.

A vontade do ‘mal’ existe em nós. Nós vemos isso em ação em outras pessoas e no mundo. Pessoas normais são capazes tanto de crueldade comum quanto de extraordinária brutalidade.

Em raros momentos nós temos vislumbres para o fato de que nós temos uma enorme quantidade de culpa em nós. Por que nós não vemos isso o tempo todo? Onde isso vai?

Se tal vontade do ‘mal’ existisse em nós, é claro que nós faríamos tudo o que pudéssemos para negá-la, não a veríamos em nós.

Você já tentou fazer com que alguém assumisse a responsabilidade por algo irresponsável ou destrutivo em suas ações ou personalidade? Isso geralmente é recebido com negações ferozes – e projeção.

A primeira forma dessa projeção – ver a vontade do ‘mal’ existente lá fora – nós podemos pegar em fragrante até certo ponto. Quando acusado, o impulso de desviar a culpa para outro lugar é quase irresistível. Também podemos sentir prazer em identificar os bandidos, em condenar aqueles que são ‘dignos’ disso – nos sentimos mais inocentes e justos.

A segunda forma dessa projeção – ver a vontade do ‘mal’ agindo sobre nós de lá fora – é algo que nós podemos definitivamente pegar em fragrante.

Pense em alguém que está cronicamente falecido. Claramente, eles simplesmente não valorizam estar na hora certa, mas atribuem as suas ações a circunstâncias externas.

Há também o cenário na Revisão III do Livro de Exercícios, onde simplesmente nós não queremos dar tempo aos nossos períodos de prática, mas então atribuímos isso a ‘um disfarce feito de situações … que estabeleces para manter uma camuflagem para a tua falta de disponibilidade.

Nós nos adequamos ao perfil. Nossa macro percepção da realidade é que nos vemos como um ser bom em um mundo mal, mas essa percepção – que já é altamente suspeita – é exatamente o que nós esperaríamos se nós estivéssemos utilizando a projeção.

O que há de tão valioso nessa ideia

É uma explicação extremamente razoável; não exige que nós desliguemos os nossos cérebros como ‘se você vir um problema em outra pessoa, deve presumir que é porque esse mesmo problema se aplica a você’, como diz a psicologia popular frequentemente repetida.

Isso nos dá uma explicação verossímil de como a nossa percepção pode estar tão distorcida. E isso nos dá espaço para mudar as nossas percepções. Somente se nossas percepções estiverem erradas, nós teremos espaço para mudá-las.

Isso portanto, abre a possibilidade realista de que as pessoas como realmente são, o mundo como realmente é, possam ser algo totalmente diferente.

Isso nos dá motivação para mudar. Se nós temos enclausurado a nós mesmos em uma bolha muito deprimente, fechando-nos do mundo real, que o Curso nos diz que é uma alegria inacreditável, então quem não gostaria de sair?

Implicações práticas

Como nós podemos aplicar isso?

  1. Compreenda o conceito.
  2. Considere seriamente que isso se aplica a você.
  3. Veja o potencial que isso tem para a sua liberação (libertação).
  4. Encontre maneiras de aplicá-lo, praticar.

Aqui estão algumas ideias para realizar 2 e 3:

Considere que todo o ‘mal’ que você vê como existente lá fora é a projeção do ‘mal’ em você.

Considere que todo o ‘mal’ que você vê agindo sobre você de fora também é a projeção do ‘mal’ em você, que na verdade está agindo sobre você de dentro.

Considere que para onde quer que você olhe, portanto, você apenas verá o filme sujo de sua própria vontade do ‘mal’.

Isso significa que você não está vendo o mundo como ele é.

Um preconceito global está distorcendo tudo o que você vê, cegando você para o que realmente está lá.

Você está preso nesta bolha de sua própria falsa percepção.

Se você pudesse ver o mundo como ele é, ele seria indescritivelmente lindo.

Você simplesmente amaria a todos, sem reservas e amaria a si mesmo.

Você não gostaria de ver isso?

Declarações para praticar

Escolha alguém para dizer cada afirmação. Você pode às vezes dizê-las para o mundo como um todo.

Eu nunca te odeio por seus pecados, mas apenas pelos meus próprios.

Eu vou te perdoar por meus pecados e eu serei realmente perdoado.

A projeção sempre vê a minha vontade em você. Se eu quiser me separar de Deus, é isso que pensarei que você está fazendo comigo.

O propósito final da projeção é sempre livrar-se da culpa.

Eu tiro as minhas projeções de culpa de você e reconheço que não é você quem está me machucando.

Eu vejo em você tudo o que não perdoei em mim mesmo e, portanto, eu tenho outra chance de olhar para isso, desembalá-lo para uma reavaliação e perdoá-lo.

Você é a tela para a projeção dos meus pecados, permitindo-me deixá-los ir.

Só em você posso eu me perdoar, pois o tenho chamado de culpado de meus pecados e em você a minha inocência deve ser encontrada agora.

PROJEÇÃO REVERSA

Trata-se de um conceito novo criado pelo professor Robert Perry que nos amplia ainda mais o entendimento sobre o que significa Projeção no sistema de pensamento de Um Curso em Milagres.

Transcrevemos em tradução livre trechos de seu artigo “Reverse Projection: “As you see him you will see yourself” [tradução livre: “Projeção Reversa: ‘Assim como tu o vires, verás a ti mesmo’”], para nossa reflexão.

O artigo completo em inglês poderá ser acessado no site Circle of Atonement através do link https://circleofa.org/library/reverse-projection-see-him-see-yourself/.

“Nós estamos todos familiarizados com a projeção, por meio da qual a minha autopercepção se torna projetada para fora e se torna a minha percepção dos outros. A linha a seguir captura bem o conceito:

E aceitar os limites de um corpo é impor esses limites a cada irmão que vês. Pois não podes deixar de vê-lo assim como vês a ti mesmo (T-26.I.3:7-8).

Assim, se você aceitar que o seu corpo o limita, então você verá cada irmão como limitado por seu corpo, ‘pois não podes deixar de vê-lo assim como vês a ti mesmo‘. 

O que não é tão conhecida é a dinâmica exatamente oposta, na qual a maneira como vemos os outros determina como nos vemos.

Assim como tu o vires, verás a ti mesmo. Assim como o tratares, tratarás a ti mesmo. Assim como pensares dele, pensarás de ti mesmo (T-8.III.4:2-4).

Observe a reversão direta da projeção. ‘Assim como tu o vires, verás a ti mesmo‘ [minha observação: de ‘dentro para fora’…] é o oposto direto de ‘pois não podes deixar de vê-lo assim como vês a ti mesmo” […de ‘fora para dentro’].

Aqui, a causalidade viaja para o outro lado, de modo que, embora eu decida ver o outro, automaticamente determina a maneira como eu me vejo.

E essa ideia não é apenas retórica floreada. Jesus realmente quis dizer isso, tanto que, em orientação pessoal a Helen e Bill, ele disse que se, por meio de testes psicológicos, eles diagnosticassem um irmão como doente mental e acreditassem na realidade dessa doença mental, eles experimentariam essa doença. dentro de si:

Como você o vê, verá a si mesmo… Se você vir um de seus irmãos, que por acaso é um paciente, exibindo sinais de um distúrbio de pensamento, então você experimentará esse mesmo distúrbio em sua própria percepção. Qualquer que seja o seu pensamento sobre alguém, ele determina como você responderá e reagirá a si mesmo e a todos ao seu redor. (Mensagem especial, 19 de junho de 1968)

Observe a frase de abertura, que é, palavra por palavra, a mesma frase que nós vimos antes. Também nós vemos uma quase duplicata na Lição 250:

Ele é o que eu sou e o vejo assim como vejo a mim mesmo (LE-pII.250.2:3).

Por se repetir tanto esse conceito [no Curso], que eu [Robert Perry] o estou chamando de ‘projeção reversa’, deve ser importante. (Poderíamos chamá-lo de introjeção, mas como o Curso não usa esse termo técnico, eu também não o usarei.)

Na verdade, ele é tão importante que todo o sistema do Curso, em um grau significativo, é construído em torno dele. É por isso que o foco do Curso é perdoar os outros, pois ao perdoar os outros nós passamos a nos ver como perdoados:

Perdoa e sê perdoado. Como dás, assim receberás. Não há outro plano senão esse para a salvação do Filho de Deus (LE-pI.122.6:3-5).

Por que nós falamos muito mais sobre projeção do que sobre este conceito? Minha especulação é que a projeção se encaixa melhor no autofoco que é tão prevalente na espiritualidade contemporânea.

Ela pinta um quadro no qual minhas visões dos outros são, na verdade, apenas visões de mim mesmo, de modo que, para onde quer que eu olhe, vejo apenas a mim mesmo.

Isso às vezes é levado ao extremo absoluto, em que as outras pessoas nada mais são do que as minhas projeções, de modo que nada mais existe realmente além de mim.

Com a projeção, ademais, não há necessariamente qualquer penalidade séria em ver meu irmão sob uma luz negativa. Esse é apenas o espelho que me mostra como eu estou me vendo. ‘Oh, OK, o espelho está me mostrando que eu estou me odiando. Interessante.’

A projeção reversa, no entanto, realmente não se encaixa com essa orientação narcisista. Nessa visão, ainda eu sou a causa de como vejo o mundo e a mim mesmo, mas o ponto específico de causalidade ocorre em como decido [ou escolho] ver as outras pessoas.

A percepção dos outros torna-se a causa, enquanto a autopercepção torna-se meramente um efeito.

Agora, eu não estou apenas me vendo para onde quer que eu olhe. Pode-se dizer que, de acordo com a projeção reversa, na verdade eu estou vendo os meus irmãos para onde quer que eu olhe, mesmo quando olho para mim mesmo.

Ao ler essa linha, você pode sentir o desafio para o clima espiritual geral lá fora?

Além disso, de acordo com a projeção reversa, se eu devo conceder valor, importância e personalidade genuína a mim mesmo, eu devo primeiro conceder essas qualidades a meus irmãos.

Da mesma forma, se eu devo me ver como um Filho de Deus, eu devo primeiro ver os meus irmãos como o Filho de Deus.

O Curso é bastante explícito sobre isso:

O Teu Filho santo me é mostrado, primeiro no meu irmão; em seguida em mim (LE-pII.357.1:2).

Portanto, enquanto a projeção pode facilmente deslizar para a ideia de que os outros são meramente projeções de nossas próprias mentes, a projeção reversa nos coloca e a eles no mesmo nível.

De acordo com ela […projeção reversa], se nós quisermos nos ver como plena e inabalavelmente reais, nós devemos ver os outros dessa maneira. Se nós considerarmos que são meras projeções, é assim que nós nos veremos.

Se a projeção reversa for verdadeira, as implicações para as nossas vidas serão enormes. Normalmente, a atração gravitacional da minha mente me leva a colocar os outros no chão para que eu possa me sentir elevado, a julgar os outros para que eu possa me sentir inocente e a rejeitar os outros em honra de minha importância cósmica.

Se eu realmente entender a projeção reversa, no entanto, eu vou derramar a minha energia para ver os outros como inestimavelmente valiosos, supremamente importantes e puramente inocentes – como Filhos brilhantes e imaculados do próprio Deus, totalmente dignos de meu amor, meu respeito e de tudo o mais que é meu.

Qual é a base da projeção reversa? Por que a mente tem que funcionar dessa maneira? Se a ideia vai ter poder prático para mim, eu preciso entender isso. Eu não posso simplesmente acreditar. Ao revisar as passagens relevantes, vejo dois fundamentos para esta ideia:

Primeiro, a integridade da mente. Várias das passagens atribuem a ideia à incapacidade da mente de criar compartimentos dentro de si que estão em desacordo com o resto da crença da mente.

O que quer que a mente acredite em uma área, passará por todas as áreas, tornando-se uma decisão geral sobre a natureza de tudo. Aqui está talvez a melhor síntese desta visão:

Tu não podes perpetuar uma ilusão acerca de um outro sem perpetuá-la acerca de ti mesmo. Para isso não há saída, porque é impossível fragmentar a mente (T-7.VIII.4:1-2).

Porque ‘é impossível fragmentar a mente’, qualquer coisa que penso sobre você se generalizará automaticamente e se tornará o que penso sobre mim.

Segundo, a igualdade da Filiação. As passagens que expressam essa visão implicam que todos nós possuímos um reconhecimento inato de que, o que quer que nós sejamos, nós devemos ser fundamentalmente iguais uns aos outros.

Apesar das diferenças superficiais, nós não podemos ser realmente tão diferentes.

Como o Curso diz:

…e o teu irmão é como tu (T-24.II.10:5).

Na passagem a seguir, isso se torna a base para a projeção reversa:

Não podes conhecer a tua própria perfeição enquanto não tiveres honrado todos aqueles que foram criados como tu (T-7.VII.6:6).

A lógica aqui parece ser que, uma vez que, no fundo, você percebe que os outros foram criados como você, você não pode realmente se ver de forma diferente de como você os vê. Portanto, até que você honre a perfeição deles, você não conhecerá a sua.

Finalmente, esses dois fundamentos – a integridade da mente e a igualdade da Filiação – parecem convergir de alguma forma. Em ambos os casos, há um reconhecimento inato de que a parte não pode ser separada e diferente do todo.

Parte da minha crença não pode realmente ser mantida separada de toda a minha crença (integridade da mente). Parte da Filiação não pode realmente ser diferente do resto da Filiação (igualdade da Filiação).

Em outras palavras, existe uma unidade de parte e todo da qual simplesmente não podemos escapar. Aqui está uma passagem que parece incluir tanto a integridade da mente quanto a igualdade da Filiação:

Podes pensar na Filiação apenas como uma. Isso faz parte da lei da criação e, portanto, governa todo pensamento. Podes perceber a Filiação como fragmentada, mas é impossível veres algo à parte dela que não atribuirás a tudo isso (Edição Original T-7.VI.1:1-2).

O que eu entendi disso é que nós possuímos algum conhecimento inato da unidade da parte e do todo. Esse conhecimento é parte da própria estrutura da mente, ‘e, portanto, governa todo pensamento.

Eu estou, portanto, ‘condenado‘ a experimentar a minha decisão sobre cada pequena coisa como uma decisão sobre tudo e, mais ainda, a experimentar a minha percepção de cada pessoa como uma percepção de mim mesmo.

Como eu disse, as implicações práticas da projeção reversa são realmente enormes. Tentei capturar essas implicações em algo que eu escrevi recentemente, um comentário sobre a Lição 359.

O princípio é este: Nós percebemos que nós somos basicamente como os outros; talvez não exatamente o mesmo, mas pelo menos mais ou menos. Portanto, seja o que for que nós decidamos que eles são, também nós decidiremos o que nós somos.

É impossível, portanto, dizer: ‘Você é muito mau. Você é muito mau. E você é muito mau. Vocês todos são muito maus. A natureza humana é muito má. Graças a Deus eu sou a exceção.’

Nós podemos realmente dar a nossa convicção a esse tipo de inconsistência flagrante? Não é mais provável que depois de ‘A natureza humana é muito má’, nós sussurremos para nós mesmos: ‘Eu acho que isso deixa apenas uma opção para a minha natureza’?

Portanto, a nossa estratégia para a felicidade deve ser liberar a todos de sua crença em sua pecaminosidade. Se nós pudermos dizer a eles: ‘Todos os seus pecados foram realmente apenas equívocos’, então nós podemos curar todas as suas dores, nós podemos substituir toda a sua miséria com alegria, nós podemos abrir as portas de todas as suas prisões.

E se nós o fizermos, um dia nós olharemos para dentro de nós mesmos e nós perceberemos que, enquanto nós fazíamos isso, nós estávamos secretamente dizendo a nós mesmos, com alegria crescente: ‘Eu acho que só resta uma opção para a minha natureza‘.

E então nós olharemos para cima e nós encontraremos a porta da nossa prisão aberta, acenando para que nós possamos sair para o ar fresco e o brilho do sol.

Como nós viveríamos se mantivéssemos a verdade da projeção reversa diante de nossos olhos o tempo todo? Se nós percebêssemos que qualquer valor, importância ou bondade que nós quiséssemos ver em nós mesmos, nós precisaríamos primeiro reconhecer nos outros?

A seguinte passagem poderosa nos dá uma dica. É sobre o especialismo, pelo qual nós tentamos nos elevar rebaixando os outros, mas que acaba nos menosprezando também.

Em vez disso, Jesus diz, nós precisamos tomar toda a devoção que nós colocamos em nosso especialismo e derramar sobre o nosso querido irmão, pois só então ela será verdadeiramente nossa:

A santidade em ti pertence a ele. E se a vês nele, ela retorna a ti. Todo o tributo que deste ao especialismo pertence a ele e assim retorna a ti. Todo o amor e todo o cuidado, a forte proteção, o pensamento dia e noite, a profunda preocupação, a poderosa convicção de que aquilo é o que tu és, tudo isso pertence a ele. Tudo o que deste ao especialismo pertence a ele. E nada do que é devido a ele deixa de ser devido a ti (T-24.VII.2:4-9).

Imagem pim-chu-z6NZ76_UTDI-unsplash.jpg

Bibliografia da OREM3:

  • Livro “Um Curso em Milagres” – Livro Texto, Livro de Exercícios e Manual de Professores. Fundação para a Paz Interior. 2ª Edição –  copyright© 1994 da edição em língua portuguesa.
  • Artigo “Helen and Bill’s Joining: A Window Onto the Heart of A Course in Miracles” (tradução livre: A União de Helen e Bill: Uma Janela no Coração de Um Curso em Milagres”) – Robert Perry, site: https://circleofa.org/
  • E-book “What is A Course in Miracles” (tradução livre: O que é Um Curso em Milagres) – Robert Perry.
  • E-book “Autobiography – Helen Cohn Schucman, Ph.D.” – Foundation for Inner Peace (tradução livre: Autobiografia – Helen Cohn Schucman, Ph.D., Fundação para a Paz Interior).
  • Livro “Uma Introdução Básica a Um Curso em Milagres”,  Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Livro “O Desaparecimento do Universo”, Gary R. Renard.
  • Livro “Absence from Felicity: The Story of Helen Schucman and Her Scribing of A Course in Miracles” (tradução livre: “Ausência de Felicidade: A História de Helen Schucman e Sua Escriba de Um Curso em Milagres”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Artigo “A Short History of the Editing and Publishing of A Course in Miracles” (tradução livre: Uma Breve História da Edição e Publicação de Um Curso em Milagres” – Joe R. Jesseph, Ph.D. http://www.miraclestudies.net/history.html
  • E-book “Study Guide for A Course in Miracles”, Foundation for Inner Peace (tradução livre: Guia de Estudo para Um Curso em Milagres, Fundação para a Paz Interior).
  • Artigo “The Course’s Use of Language” (tradução livre: “O Uso da Linguagem do Curso”), extraído do livro “The Message of A Course in Miracles” (tradução livre: “A Mensagem de Um Curso em Milagres”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Artigo Who Am I? (tradução livre: Quem Sou Eu?) – Beverly Hutchinson McNeff – Site: https://www.miraclecenter.org/wp/who-am-i/
  • Artigo “Jesus: The Manifestation of the Holy Spirit – Excerpts from the Workshop held at the Foundation for A Course in Miracles – Temecula CA” (tradução livre: Jesus: A Manifestação do Espírito Santo – Trechos da Oficina realizada na Fundação para Um Curso em Milagres – Temecula CA) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Livro “Quantum Questions” (tradução livre: “Questões Quânticas”) – Ken Wilburn
  • Livro “Um Retorno ao Amor” – Marianne Williamson.
  • Glossário do site Foundation for A Course in Miracles (tradução livre: Fundação para Um Curso em Milagres), do Dr. Kenneth Wapnick, https://facim.org/glossary/
  • Livro Um Curso em Milagres – Esclarecimento de Termos.
  • Artigo “The Metaphysics of Separation and Forgiveness” (tradução livre: “A Metafísica da Separação e do Perdão”) – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Livro “Os Ensinamentos Místicos de Jesus” – Compilado por David Hoffmeister – 2016 Living Miracles Publications.
  • Livro “Suplementos de Um Curso em Milagres UCEM – A Canção da Oração” – Helen Schucman – Fundação para a Paz Interior.
  • Livro “Suplementos de Um Curso em Milagres UCEM – Psicoterapia: Propósito, Processo e Prática.
  • Workshop “O que significa ser um professor de Deus”, proferido pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D..
  • Artigo escrito pelo escritor Paul West, autor do livro “I Am Love” (tradução livre: “Eu Sou Amor”), blog https://www.voiceforgod.net/.
  • Artigo “The Beginning Of The World” (tradução livre: “O Começo do Mundo”) – Dr Kenneth Wapnick.
  • Artigo “Duality as Metaphor in A Course in Miracles” (tradução livre: “Dualidade como Metáfora em Um Curso em Milagres”) – Um providencial e didático artigo, considerado pelo próprio autor como sendo um dos artigos (workshop) mais importantes por ele escrito e agora compartilhado pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Artigo “Healing the Dream of Sickness” (tradução livre: “Curando o Sonho da Doença”  – Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Livro “The Message of A Course in Miracles – A translation of the Text in plain language” (tradução livre: “A mensagem de Um Curso em Milagres – Uma tradução do Texto em linguagem simples”) – Elizabeth A. Cronkhite.
  • E-book “Jesus: A New Covenant ACIM” – Chapter 20 – Clearing Beliefs and Desires – Cay Villars – Joininginlight.net© (tradução livre: “Jesus: Uma Nova Aliança UCEM” – Capítulo 20 – Clarificando Crenças e Desejos).
  • Artigo “Strangers in a Strange World – The Search for Meaning and Hope” (tradução livre: “Estranhos em um mundo estranho – A busca por significado e esperança”), escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick e por sua esposa Sra. Gloria Wapnick.
  • Artigo “To Be in the World and Not of It” (tradução livre: “Estar no Mundo e São Ser Dele”), escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick e por sua esposa Sra. Gloria Wapnick.
  • Site https://circleofa.org/.
  • Livro “A Course in Miracles – Urtext Manuscripts – Complete Seven Volume Combined Edition. Published by Miracles in Action Press – 2009 1ª Edição.
  • Tradução livre do capítulo Urtext “The Relationship of Miracles and Revelation” (N 75 4:102).
  • Artigo “How To Work Miracles” (tradução livre “Como Fazer Milagres”), de Greg Mackie https://circleofa.org/library/how-to-work-miracles/.
  • Artigo “A New Vision of the Miracle” (tradução livre: “Uma Nova Visão do Milagre”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/a-new-vision-of-the-miracle/.
  • Artigo “What Is a Miracle?” (tradução livre: “O que é um milagre?”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/what-is-a-miracle/.
  • Artigo “How Does ACIM Define Miracle?” (tradução livre: “Como o UCEM define milagre?”), de Bart Bacon https://www.miracles-course.org/index.php?option=com_content&view=article&id=232:how-does-acim-define-miracle&catid=37&Itemid=57.
  • Livro “Os cinquenta princípios dos milagres de Um Curso em Milagres”, de Kenneth Wapnick, Ph.D..
  • Artigo “The Fifty Miracle Principles: The Foundation That Jesus Laid For His Course” (tradução livre: “Os cinquenta princípios dos milagres: a base que Jesus estabeleceu para o seu Curso”), de Robert Perry https://circleofa.org/library/the-fifty-miracle-principles-the-foundation-that-jesus-laid-for-his-course/.
  • Artigo “Ishmael Gilbert, Miracle Worker” (tradução livre: “Ishmael Gilbert, Trabalhador em Milagre”), de Greg Mackie https://circleofa.org/library/ishmael-gilbert-miracle-worker/.
  • Blog “A versão Urtext da obra Um Curso em Milagres (UCEM)” https://www.umcursoemmilagresurtext.com.br/.
  • Blog “Course in Miracles Society – CIMS – Original Edition” https://www.jcim.net/about-course-in-miracles-society/.
  • Site Google tradutor https://translate.google.com.br/?hl=pt-BR.
  • Site WordReference.com | Dicionários on-line de idiomas https://www.wordreference.com/enpt/entitled.
  • Artigo “The earlier versions and the editing of A Course in Miracles” (tradução livre: “As versões iniciais e a edição de Um Curso em Milagres), autor Robert Perry https://circleofa.org/library/the-earlier-versions-and-the-editing-of-a-course-in-miracles/.
  • Livro “A Course in Miracles: Completed and Annotated Edition” (“Edição Completa e Anotada”) – Circle of Atonement.
  • Livro “Q&A – Detailed Answers to Student-Generated Questions on the Theory and Practice of A Course in Miracles” – Supervised and Edited by Kenneth Wapnick, Ph.D. – Foundation for A Course in Miracles – Publisher (tradução livre: “P&R – Respostas Detalhadas a Questões Geradas por Alunos sobre a Teoria e Prática de Um Curso em Milagres” – Supervisionado e Editado por Kenneth Wapnick, Ph.D. – Fundação para Um Curso em Milagres – Editora)
  • Artigo “The Importance of Relationships” (tradução livre: “A Importância dos Relacionamentos”), no site https://circleofa.org/library/the-importance-of-relationships/, autor Robert Perry.
  • Artigo: “The ark of peace is entered two by two” (tradução livre: “Na arca da paz só entram dois a dois”) – Robert Perry Site: https://circleofa.org/library/the-ark-of-peace-is-entered-two-by-two/
  • Artigo “Living a Course in Miracles As Wrong Minds, Right Minds, and Advanced Teachers – Part 2 of 3 – How Right Minds Live in the World: The Blessing of Forgiveness”, por Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D.
  • Artigo “Living a Course in Miracles As Wrong Minds, Right Minds, and Advanced Teachers – Part 1 of 3 – How Wrong Minds Live in the World: The Ego’s Curse of Specialness”, por Dr. Kenneth Wapnick.
  • Transcrição do vídeo do Dr. Kenneth Wapnick no YouTube, intitulado: “Judgment” (tradução livre: “Julgamento”).  O artigo completo em inglês no site https://facim.org/transcript-of-kenneth-wapnick-youtube-video-entitled-judgment/.
  • Trechos do Workshop “The Meaning of Judgment” (tradução livre “O Significado de Julgamento”), realizado na Fundação para Um Curso em Milagres em Roscoe NY, ministrado pelo Dr. Kenneth Wapnick. O artigo completo em inglês no site: https://facim.org/online-learning-aids/excerpt-series/the-meaning-of-judgment/.
  • Comentários do professor de Deus Sr. Allen Watson, que transcrevemos, em tradução livre, do site Circle of Atonement (https://circleofa.org/workbook-companion/what-is-sin/).
  • Artigo “There is no sin” (tradução livre: “Não há pecado”), Robert Perry, site https://circleofa.org/library/there-is-no-sin/.
  • Artigo do Professor Greg Mackie, denominado “If God is Love Why do We Suffer?” (tradução livre: “Se Deus é Amor porque nós sofremos?”) https://circleofa.org/library/if-god-is-love-why-do-we-suffer/.
  • Artigo “The Ten Commandments and A Course in Miracles” (tradução livre: Os Dez Mandamentos e Um Curso em Milagres”), Greg Mackie, site https://circleofa.org/library/the-ten-commandments-and-a-course-in-miracles/.
  • Artigo escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D. e pelo Padre Jesuíta W. Norris Clarke, da Companhia de Jesus, Ph.D., sobre o livro “Um Curso em Milagres e o Cristianismo: Um Diálogo”, disponível no site http://www.miraclestudies.net/Dialogue_Pref.html.
  • Livro “Um Curso em Milagres e o Cristianismo: Um Diálogo”, escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D. e pelo Padre Jesuíta W. Norris Clarke, da Companhia de Jesus, Ph.D..
  • Artigo do Consultor, Escritor e Professor Rogier Fentener Van Vlissingen, de Nova Iorque, intitulado “A Course in Miracles and Christianity: A Dialogue” (“Um Curso em Milagres e o Cristianismo: Um Diálogo”), disponível no Blog Closing the Circle e acesso no link: https://acimnthomas.blogspot.com/2011/04/course-in-miracles-and-christianity.html.
  • Artigo do professor Robert Perry intitulado “Do we have a chalice list?” (tradução livre: “Temos uma lista de cálice?”), acesso através do link: https://circleofa.org/2009/07/13/do-we-have-a-chalice-list/.
  • Artigo “The religion of the ego” (tradução livre: “A religião do ego”), Robert Perry, link https://circleofa.org/library/the-religion-of-the-ego/.
  • Artigo “A New Realities Interview with William N. Thetford, Ph.D.”, conduzida por James Bolen em abril de 1984. Tradução livre Projeto OREM®. Artigo em inglês https://acim.org/archives/a-new-realities-interview-with-william-n-thetford/.
  • Artigo “Why is sin merely a mistake?” [tradução livre “Por que o pecado é apenas um erro?”], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/why-is-sin-merely-a-mistake/.
  • Artigo “What a difference a few words make” (tradução livre: “Que diferença algumas palavras fazem”), Greg Mackie, disponível no link https://circleofa.org/library/what-a-difference-a-few-words-make/.
  • Artigo “Near-Death Experiences and A Course in Miracles” [Experiências de Quase-Morte e Um Curso em Milagres], coescrito por Robert Perry, B.A. (Cranborne, United Kingdom) e Greg Mackie, B.A. (Xalapa, Mexico), link https://circleofa.org/library/near-death-experiences-course-miracles/.
  • Artigo “Near-Death Experiences and A Course in Miracles Revisited” [Experiências de Quase-Morte e Um Curso em Milagres Revisitado], escrito por Greg Mackie, link Revisitado], e pode ser acessado no link https://circleofa.org/library/near-death-experiences-and-a-course-in-miracles-revisited/.
  • Artigo “Watch With Me, Angels” [Vigiem comigo, anjos], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/watch-with-me-angels/.
  • Artigo transcrito de Workshop apresentado pelo Dr. Kenneth Wapnick, denominado “Watching With Angels [Vigiar com anjos], link: https://facim.org/watching-with-angels-part-1/.
  • Artigo “How Does Projection Really Work? [Como a Projeção realmente funciona?], Robert Perry, que pode ser acessado através do link https://circleofa.org/library/how-does-projection-really-work/.
  • Artigo “The Practical Implications of Projection: Summary of a Class Presentation” [tradução livre: “As Implicações Práticas da Projeção: Resumo de uma Apresentação de Aula”] poderá ser acessado através do link  https://circleofa.org/library/practical-implications-projection/.
  • Artigo “Reverse Projection: “As you see him you will see yourself” [tradução livre: “Projeção Reversa: ‘Assim como tu o vires, verás a ti mesmo’”], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/reverse-projection-see-him-see-yourself/.
  • Artigo denominado “Are we living in a virtual reality” [“Nós estamos vivendo em uma realidade virtual?], Greg Mackie, link https://circleofa.org/library/are-we-living-in-a-virtual-reality/.
  • Artigo disponibilizado pelo site Pathways of Light, denominado “From Virtual do True Reality” [Da Realidade Virtual à Verdadeira], link https://www.pathwaysoflight.org/daily_inspiration/print_pol-blog/from-virtual-to-true-reality.
  • Série de artigos denominada “Rewriting the Rules of Virtual Reality” [Reescrevendo as Regras da Realidade Virtual] – partes 1 a 4, Dr. Joe Dispenza, link https://drjoedispenza.com/blogs/dr-joe-s-blog/rewriting-the-rules-of-virtual-reality-part-i.
  • Artigo “Commentary on What is Salvation” [“Comentário sobre O Que é Salvação”], Allen Watson, link https://circleofa.org/workbook-companion/what-is-salvation/.
  • Site oficial do Professor Allen Watson http://www.allen-watson.com/;
  • Artigo “Special Theme: What Is Salvation? [“Tema Especial: O Que É A Salvação?”], Thomas R. Wakechild, que pode ser acessado através do link http://acourseinmiraclesfordummies.com/blog/wp-content/uploads/2014/07/PDF-What-is-Salvation-with-Notes-Upload-7-15-14-ACIM-Workbook-for-Dummies.pdf.
  • Artigo “The Core Unit of Salvation” [A Unidade Central da Salvação], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/the-core-unit-of-salvation/.
  • Artigo “ACIM Study Guide and Commentary – Chapter 5, Healing and Wholeness – Section III – The Guide to Salvation” [Guia de Estudo e Comentários ACIM – Capítulo 5 – Cura e Integridade – Seção III – O Guia para a Salvação], Allen Watson, acesso através do link http://www.allenwatson.com/uploads/5/0/8/0/50802205/c05s03.pdf.
  • Artigo “A Course in Miracles: The Guide to Salvation” [Um Curso em Milagres: O Guia para a Salvação”], Sean Reagan, acesso através do link https://seanreagan.com/a-course-in-miracles-the-guide-to-salvation/.
  • Artigo “The Urgency of Doing Our Part in Salvation” [“A Urgência de Fazer Nossa Parte na Salvação”], Greg Mackie, acesso através do link https://circleofa.org/library/urgency-of-doing-our-part-in-salvation/.

Um milagre é uma correção. Ele não cria e realmente não muda nada. Apenas olha para a devastação e lembra à mente que o que ela vê é falso. Desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem superar a função do perdão. Assim, permanece nos limites do tempo. LE.II.13

Nada real pode ser ameaçado.
Nada irreal existe.
Nisso está a paz de Deus.
T.In.2:2-4

Autor

Graduação: Engenharia Operacional Química. Graduação: Engenharia de Segurança do Trabalho. Pós-Graduação: Marketing PUC/RS. Pós-Graduação: Administração de Materiais, Negociações e Compras FGV/SP. Blog Projeto OREM® - Oficinas de Reprogramação Emocional e Mental que aborda os temas em categorias: 1) Psicofilosofia Huna e Ho’oponopono. 2) A Profecia Celestina. 3) Um Curso em Milagres (UCEM). 4) Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT); A Organização Baseada na Espiritualidade (OBE). Pesquisador Independente sobre a Espiritualidade Não-Dualista como Proposta de Filosofia de Vida para os Padrões Ocidentais de Pensamento e Comportamento (Pessoais e Profissionais). Certificação: “The Self I-Dentity Through Ho’oponopono® - SITH® - Business Ho’oponopono” - 2022.

0 0 votos
Article Rating
Inscrever-se
Notificar de
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x