Nos artigos anteriores de nº 73 (Parte I) e nº 74 (Parte II) – “O Verdadeiro Relacionamento Santo” – os professores Greg Mackie e Dr. Kenneth Wapnick enfatizaram a importância do Capítulo 19, do livro Texto em sua seção IV – Os obstáculos à paz -, para o entendimento do sistema de pensamento de Um Curso em Milagres.
Como o Curso diz:
A paz é um atributo em ti. (T-2.I.5:8)
A paz é uma herança natural do espírito. (T-3.VI.10:1)
A paz é mais forte do que a guerra porque cura. (T-5.II.7:8)
A paz é o maior inimigo do ego porque, de acordo com a sua interpretação da realidade, a guerra é a garantia da sua própria sobrevivência. (T-5.III.8:7)
O conhecimento não é a motivação para se aprender esse curso. A paz sim. (T-8.I.1:1-2)
A paz esteja contigo que descansas em Deus e em quem descansa toda a Filiação. (T-11.IV.8:4)
Nos artigos anteriores mencionados acima, os professores mencionam:
“O relacionamento santo em seu âmago é um processo no qual ambos os parceiros gradualmente se perdoam. Nós vemos essa ideia especialmente nas discussões do Texto (que são sobre o relacionamento de Helen e Bill), onde os dois parceiros são constantemente exortados a olhar para além dos corpos e personalidades imperfeitos um do outro e contemplar a face de Cristo brilhando além. Toda a seção ‘Os obstáculos à paz’ (T-19.IV) é um tour por esse processo.”
“O Espírito Santo plantou a meta da santidade no centro do relacionamento desde o início. Paradoxalmente, Ele também trouxe a realização do objetivo ao curar o relacionamento em um nível profundo.”
“O processo do relacionamento santo é aquele em que a cura do Espírito Santo gradualmente abre o seu caminho para a superfície até que todos os obstáculos tenham se dissipado e o objetivo da santidade seja alcançado plena e conscientemente.”
“Esse é um estado muito avançado – tão avançado que poucos relacionamentos santos alcançam esse objetivo nessa vida. Helen e Bill certamente não. No entanto, mesmo que um relacionamento não alcance todo o caminho para essa meta nessa vida – na verdade, mesmo que os parceiros se separem – a promessa do Curso é que a meta será alcançada eventualmente: Entretanto, todos aqueles que se encontram algum dia encontrar-se-ão outra vez, pois é destino de todo relacionamento vir a ser santo. (MP-3.4:6)“
Nós podemos ver o quão vital o relacionamento santo é no caminho do Curso simplesmente vendo quanta ênfase o Curso coloca nele. Os capítulos 17 a 22 do Texto são dedicados a ele. Toda a seção ‘Os obstáculos à paz’ (T-19.IV) – talvez a seção mais importante do Texto – é dedicada a ele.
E o que o Curso diz sobre os obstáculos à paz?
T.19.IV. Os obstáculos à paz
À medida que a paz se estende do fundo de ti para abraçar toda a Filiação e lhe dar descanso, ela encontrará muitos obstáculos. Alguns deles tu tentarás impor. Outros parecerão surgir de algum outro lugar: dos teus irmãos e de vários aspectos do mundo exterior. No entanto, a paz gentilmente irá cobri-los, estendendo-se para o que vem depois completamente desobstruída. A extensão do propósito do Espírito Santo para outras pessoas, a partir do teu relacionamento para trazê-las gentilmente a ele é o caminho através do qual Ele alinhará os meios e a meta. A paz que Ele deposita dentro de ti e do teu irmão estender-se-á em quietude a cada aspecto da vossa vida, cercando a ti e ao teu irmão de felicidade radiante e da calma consciência da proteção completa. E vós carregareis sua mensagem de amor, segurança e liberdade a cada um que se aconchegue no vosso templo, onde a cura espera por ele. Vós não esperareis para dar-lhe isso, pois o chamarão e ele vos responderá, reconhecendo no vosso chamado o Chamado por Deus. E vós o fareis entrar e dareis descanso a ele como vos foi dado. (1:1-9)
Tudo isso tu farás. Entretanto, a paz, que já está profundamente, dentro de ti, em primeiro lugar tem que se expandir e fluir através dos obstáculos que colocaste diante dela. Isso tu farás, pois nada do que é empreendido com o Espírito Santo é deixado por terminar. De fato, não podes estar certo de coisa alguma que vejas fora de ti, mas disso podes estar certo: o Espírito Santo pede que Lhe ofereças um lugar de descanso, aonde tu descansarás Nele. Ele te respondeu e entrou no teu relacionamento. Não queres retribuir agora a amabilidade do Espírito Santo e entrar em um relacionamento com Ele? Pois foi Ele Que ofereceu ao teu relacionamento a dádiva da santidade, sem a qual teria sido para sempre impossível apreciar o teu irmão. (2:1-7)
A gratidão que deves a Ele, Ele só pede que a recebas por Ele. E quando olhas com gentil amabilidade para o teu irmão, estás contemplando a Ele. Pois estás olhando para o lugar onde Ele está e não para o que está à parte Dele. Tu não podes ver o Espírito Santo, mas podes ver os teus irmãos verdadeiramente. E a luz nos teus irmãos vai te mostrar tudo o que precisas ver. Quando a paz em ti tiver sido estendida para abranger todas as pessoas, a função do Espírito Santo aqui terá sido realizada. Existirá, então, alguma necessidade de ver o que quer que seja? Quando o próprio Deus tiver dado o último passo, o Espírito Santo reunirá todos os agradecimentos e toda a gratidão que Lhe tiveres oferecido e os depositará gentilmente diante do Seu Criador, em nome de Seu Filho santíssimo. E o Pai os aceitará em Seu Nome. Que necessidade poderia existir de ver o que quer que seja na presença da Sua gratidão? (3:1-10)
A. O primeiro obstáculo: o desejo de ficar livre da paz
O primeiro obstáculo através do qual a paz tem que fluir é o teu desejo de ficar livre dela. Pois ela não pode se estender a não ser que tu a conserves. És o centro a partir do qual ela se irradia para fora, para chamar os outros para dentro. És a sua casa, a sua morada tranquila a partir da qual ela alcança gentilmente o exterior, mas sem jamais te deixar. Se queres deixá-la sem lar, como poderia ela habitar dentro do Filho de Deus? Se ela quer se espalhar por toda a criação, tem que começar contigo e a partir de ti atingir todo aquele que chama e levar-lhe o descanso através da união contigo. (1:1-6)
Por que irias querer que a paz ficasse sem lar? O que pensas que ela tem que deixar de ter para habitar contigo? Qual parece ser o preço que não estás disposto a pagar? A pequena barreira de areia ainda se ergue entre tu e o teu irmão. Tu a queres reforçar agora? Não te é pedido que a abandones só para ti mesmo. Cristo te pede isso para Ele Mesmo. Ele quer trazer a paz a todas as pessoas e como pode Ele fazê-lo exceto através de ti? Permitirias que um pequeno muro de areia, uma parede de pó, uma diminuta barreira aparente ficasse entre os teus irmãos e a salvação? E no entanto, esse pequeno resquício de ataque que ainda valorizas contra o teu irmão é o primeiro obstáculo que a paz em ti encontra no seu caminho. Essa pequena parede de ódio ainda quer se opor à Vontade de Deus e mantê-la limitada. (2:1-11)
O propósito do Espírito Santo descansa em paz dentro de ti. No entanto, ainda não estás disposto a deixar que ele se una a ti totalmente. Ainda te opões à Vontade de Deus, apenas um pouco. E esse pouco é um limite que queres impor ao todo. A Vontade de Deus é uma, não muitas. Não há oposição a ela, pois não há nenhuma outra além dela. Aquilo que ainda queres guardar por trás da tua pequena barreira e manter separado do teu irmão parece mais poderoso do que o universo, pois quer deter o universo e o seu Criador. Essa pequena parede quer esconder o propósito do Céu e mantê-lo fora do Céu. (3:1-8)
Empurrarias a salvação para longe daquele que dá a salvação? Pois foi isso o que vieste a ser. A paz não poderia se afastar de ti assim como não poderia se afastar de Deus. Não tenhas medo desse pequeno obstáculo. Ele não pode conter a Vontade de Deus. A paz fluirá através dele e unir-se-á a ti sem impedimentos. A salvação não pode ser mantida longe de ti. Ela é o teu propósito. Não podes escolher à parte disso. Não tens nenhum propósito à parte do teu irmão nem à parte daquele que pediste ao Espírito Santo para compartilhar contigo. A pequena parede cairá quietamente sob as asas da paz. Pois a paz enviará os seus mensageiros a partir de ti a todo o mundo e as barreiras cairão diante da sua vinda com tanta facilidade quanto serão superadas aquelas que tu interpuseste. (4:1-12)
Vencer o mundo não é mais difícil do que superar a tua pequena parede. Pois no milagre do teu relacionamento santo, sem essa barreira, todos os milagres estão contidos. Não há ordem de dificuldades em milagres, pois todos são o mesmo. Cada um é uma gentil vitória sobre o apelo da culpa pelo apelo do amor. Como é possível que isso deixe de ser realizado aonde quer que seja empreendido? A culpa não pode erguer barreiras reais contra isso. E tudo o que parece estar entre tu e o teu irmão tem que cair devido ao chamado ao qual tu respondeste. A partir de ti que respondeste, Aquele Que te respondeu quer chamar. A Sua casa é o teu relacionamento santo. Não tentes ficar entre Ele e o Seu propósito santo, pois esse propósito é o teu. Em vez disso, permite que Ele estenda em quietude o milagre do teu relacionamento a todas as pessoas nele envolvidas assim como ele foi dado. (5:1-11)
Há um silêncio no Céu, uma feliz expectativa, uma pequena pausa de contentamento pelo reconhecimento do final da jornada. Pois o Céu te conhece bem, como tu conheces o Céu. Não existem ilusões entre tu e o teu irmão agora. Não olhes para a pequena parede de sombras. O sol ergueu-se acima dela. Como pode uma sombra manter-te afastado do sol? Do mesmo modo, as sombras não podem mais manter-te afastado da luz em que terminam as ilusões. Todo milagre não é senão o fim de uma ilusão. Tal foi a jornada, tal o seu fim. E na meta da verdade que tu aceitaste todas as ilusões têm que terminar. (6:1-10)
O pequeno desejo insano de ficar livre Daquele Que convidaste a entrar empurrando-O para fora, não pode deixar de produzir conflito. Na medida em que olhas para o mundo, esse pequeno desejo sem raízes e flutuando sem destino, pode aterrissar e pousar brevemente em qualquer coisa, pois agora não tem mais propósito algum. Antes que o Espírito Santo entrasse para habitar contigo, ele parecia ter um propósito grandioso: a fixa e imutável dedicação ao pecado e aos seus resultados. Agora, ele não tem nenhum objetivo, vaga sem rumo, sem causar nada mais além de interrupções diminutas no apelo do amor. (7:1-4)
Esse desejo, com o peso de uma pluma, essa ilusão diminuta, esse resquício microscópico da crença no pecado, é tudo o que resta do que antes parecia ser o mundo. Já não é mais uma barreira inexorável para a paz. Seu vagar sem destino faz com que seus resultados pareçam ser ainda mais erráticos e imprevisíveis do que antes. No entanto, o que poderia ser mais instável do que um sistema delusório organizado rigidamente? Sua aparente estabilidade é a fraqueza que o perpassa, que se estende a todas as coisas. A variação a que o pequeno resquício induz meramente indica seus resultados limitados. (8:1-6)
Quão poderosa pode ser uma pequena pluma diante das grandes asas da verdade? Pode ela opor-se ao voo de uma águia ou impedir o avanço do verão? Pode ela interferir com os efeitos do sol de verão sobre um jardim coberto de neve? Vê com que facilidade esse pequeno vestígio é erguido e carregado para longe, para nunca mais voltar e despede-te dele com contentamento, não com pesar. Pois ele, em si mesmo, não é nada e nada representava quando tinhas uma fé maior na sua proteção. Não preferes saudar com boas-vindas o sol de verão, ao invés de fixar o teu olhar no floco de neve que desaparece e tremer na lembrança do frio do inverno? (9:1-6)
i. A atração da culpa
A atração da culpa produz medo do amor, pois o amor jamais olharia para a culpa de modo algum. É da natureza do amor só olhar para a verdade, pois vê a si mesmo nela, com a qual quer unir-se em união santa e completeza. Assim como o amor tem que olhar para o que vem depois do medo, o medo também não pode ver o amor. Pois o amor contém o fim da culpa, com tanta certeza quanto o medo depende dela. O amor só é atraído pelo amor. Não vendo a culpa de forma alguma, não vê medo algum. Sendo totalmente incapaz de ataque, não poderia ter medo. O medo é atraído para aquilo que o amor não vê e cada um deles acredita que o objeto do olhar do outro não existe. O medo olha para a culpa exatamente com a mesma devoção com que o amor olha para si mesmo. E cada um tem mensageiros que são enviados, os quais retornam com mensagens escritas na linguagem em que foi pedido o seu envio. (10:1-10)
Os mensageiros do amor são gentilmente enviados e retornam com mensagens de amor e gentileza. Os mensageiros do medo são brutalmente despachados para buscar culpa e valorizar toda migalha de mal e de pecado que possam achar, sem perder nenhuma sob pena de morte, colocando-as respeitosamente diante de seu senhor e patrão. A percepção não pode servir a dois senhores, cada um solicitando mensagens de coisas diferentes em linguagens diferentes. Aquilo de que o medo se alimentaria, o amor não vê. Aquilo que o medo exige, o amor não é sequer capaz de ver. A violenta atração que a culpa tem pelo medo está totalmente ausente da gentil percepção do amor. Aquilo que o amor quer contemplar é sem significado para o medo e completamente invisível. (11:1-7)
Os relacionamentos nesse mundo são o resultado de como é visto o mundo. E isso depende de que emoção foi chamada a enviar os seus mensageiros para contemplá-lo e retornar com a notícia do que viram. Os mensageiros do medo são treinados através do terror e tremem quando o seu patrão os chama para servi-lo. Pois o medo não tem misericórdia nem mesmo para com os seus amigos. Seus culpados mensageiros saem às escondidas em busca sedenta de culpa, pois são mantidos no frio e famintos e seu patrão, que só lhes permite festejar em cima do que devolvem a ele, faz com que sejam cruéis. Nenhum pequeno farrapo de culpa escapa de seus olhos famintos. E, em sua selvagem busca do pecado, lançam-se sobre qualquer coisa viva que vêem e carregam-na aos gritos a seu patrão para ser devorada. (12:1-7)
Não envies ao mundo esses selvagens mensageiros para se banquetearem com ele e pilharem a realidade. Pois eles te trarão notícias de ossos, pele e carne. Foram ensinados a buscar o que é corruptível e a retornar com as gargantas cheias de coisas decadentes e apodrecidas. Para eles, essas coisas são belas, porque parecem aplacar seus selvagens acessos de fome. Pois eles são frenéticos com a dor do medo e querem evitar a punição daquele que os envia oferecendo-lhe aquilo que valorizam. (13:1-5)
O Espírito Santo te deu os mensageiros do amor para enviar no lugar daqueles que treinaste através do medo. Eles estão tão ansiosos para te devolver o que valorizam quanto estão os outros. Se os envias, só verão o que é irrepreensível e belo, gentil e benigno. Eles terão o mesmo cuidado para não deixar escapar à sua atenção o menor ato de caridade, a mais diminuta expressão de perdão, o mais leve sopro de amor. E retornarão com todas as coisas felizes que acharem, para compartilhá-las amorosamente contigo. Não tenhas medo deles. Eles te oferecem a salvação. As suas mensagens são de segurança, pois vêem o mundo como algo benigno. (14:1-7)
Se tu somente enviares os mensageiros que o Espírito Santo te dá, não querendo outras mensagens senão as suas, não mais verás o medo. O mundo será transformado diante da tua vista, limpo de toda a culpa e suavemente escovado com beleza. O mundo não contém nenhum medo que tu não tenhas colocado sobre ele. E nenhum que possas continuar vendo depois de pedir aos mensageiros do amor para removê-lo. O Espírito Santo te deu os Seus mensageiros para que os envies ao teu irmão e para que retornem a ti com aquilo que o amor vê. Eles foram dados com o fim de substituir os famintos cães do medo que enviaste em seu lugar. E prosseguem para dar significado ao fim do medo. (15:1-7)
O amor também quer depositar um banquete diante de ti, com uma mesa coberta por uma toalha sem mancha, posta em um jardim tranquilo, onde som nenhum jamais é ouvido, exceto o cantar e um sussurrar suave e alegre. Esse é um banquete que honra o teu relacionamento santo, no qual todas as pessoas são bem-vindas como hóspedes de honra. E num instante santo todos dão graças em conjunto, na medida em que se unem em gentileza diante da mesa da comunhão. E lá eu me unirei a ti, conforme prometi há muito tempo e ainda prometo. Pois em teu novo relacionamento eu sou bem-vindo. E onde eu sou bem-vindo, lá estou. (16:1-6)
Eu sou bem-vindo no estado de graça, o que significa que afinal me perdoaste. Pois tornei-me o símbolo do teu pecado e assim eu tive que morrer em teu lugar. Para o ego, o pecado significa a morte e assim a expiação é alcançada através do assassinato. A salvação é contemplada como um meio pelo qual o Filho de Deus foi morto em teu lugar. No entanto, ofereceria eu meu corpo a ti, a quem eu amo, conhecendo a sua pequenez? Ou ensinaria que corpos não podem nos manter separados? O meu não tinha mais valor do que o teu, nem era um meio melhor para a comunicação da salvação, e também não era sua Fonte. Ninguém pode morrer por outra pessoa e a morte não expia o pecado. Mas podes viver para mostrar que ele não é real. O corpo, de fato, parece ser o símbolo do pecado enquanto acreditas que ele pode te conseguir o que queres. Enquanto acreditas que ele pode te dar prazer, também acreditarás que pode te trazer dor. Pensar que és capaz de ficar satisfeito e feliz com tão pouco é ferir a ti mesmo e limitar a felicidade que queres ter convoca a dor para que ela encha a tua pobre dispensa e faça com que a tua vida seja completa. Essa é a completeza conforme o ego a vê. Pois a culpa se insidia onde a felicidade foi removida e a substitui. A comunhão é um outro tipo de completeza que vai além da culpa porque vai além do corpo. (17:1-15)
B. O segundo obstáculo: a crença em que o corpo tem valor pelo que oferece
Nós dissemos que a paz em primeiro lugar tem que superar o obstáculo do teu desejo de ficar livre dela. Onde a atração da culpa domina, a paz não é querida. O segundo obstáculo pelo qual a paz tem que fluir e, estreitamente relacionado com o primeiro, é a crença segundo a qual o corpo tem valor pelo que oferece. Pois aqui se faz com que a atração da culpa seja manifestada no corpo e vista nele. (1:1-4)
Esse é o valor que pensas que a paz quer roubar de ti. É isso que acreditas que ela quer que deixes de possuir, deixando-te sem lar. E é por isso que queres negar um lar à paz. Esse é o “sacrifício” que sentes como se fosse grande demais para ser feito, demais para ser pedido a ti. Isso é um sacrifício ou uma liberação? O que é que o corpo te deu realmente que justifique a tua estranha crença em que nele está a salvação? Não vês que essa é a crença na morte? Aqui está o foco da percepção da expiação como assassinato. Aqui está a fonte da ideia de que o amor é medo. (2:1-9)
Os mensageiros do Espírito Santo são enviados para muito além do corpo, chamando a mente para se unir em comunhão santa e estar em paz. Tal é a mensagem que eu dei a eles para ti. São apenas os mensageiros do medo que vêem o corpo, pois buscam aquilo que pode sofrer. É um sacrifício ser removido daquilo que pode sofrer? O Espírito Santo não exige de ti que sacrifiques a esperança do prazer do corpo, ele não tem nenhuma esperança de prazer. Mas também não pode trazer a ti o medo da dor. A dor é o único “sacrifício” que o Espírito Santo pede e esse Ele quer remover. (3:1-7)
A paz se estende a partir de ti só para o que é eterno e ela alcança o que está fora a partir do eterno em ti. Ela flui através de todas as outras coisas. O segundo obstáculo não é mais sólido do que o primeiro. Pois não queres nem ficar livre da paz nem limitá-la. O que são esses obstáculos que queres interpor entre a paz e a continuação do trajeto da paz senão barreiras que colocas entre a tua vontade e a sua realização? Queres comunhão, não o banquete do medo. Queres salvação, não a dor da culpa. E queres o teu Pai, não um pequeno monte de barro para ser a tua casa. No teu relacionamento santo, está o Filho do teu Pai. Ele não perdeu a comunhão com Ele e nem consigo mesmo. Quando concordaste em unir-te ao teu irmão, reconheceste que isso é assim. Isso não custa nada, mas libera do custo. (4:1-11)
Pagaste muito caro pelas tuas ilusões e nada daquilo por que pagaste te trouxe paz. Não estás contente que o Céu não possa ser sacrificado e que nenhum sacrifício possa ser pedido a ti? Não existe nenhum obstáculo que possas colocar diante da nossa união, pois em teu relacionamento santo eu já estou presente. Nós superaremos juntos todos os obstáculos, pois nós nos encontramos do lado de dentro da porta e não do lado de fora. Como é facilmente aberta a porta do lado de dentro, dando passagem à paz para abençoar o mundo cansado! Será que pode ser difícil para nós ultrapassarmos as barreiras juntos, se tu já te uniste ao que é sem limites? O fim da culpa está em tuas mãos para ser dado. Irias tu parar agora para procurar a culpa no teu irmão? (5:1-7)
Permite que eu seja para ti o símbolo do fim da culpa e olha para o teu irmão como olharias para mim. Perdoa-me todos os pecados que pensas que o Filho de Deus cometeu. E à luz do teu perdão, ele lembrar-se-á quem ele é e esquecerá o que nunca foi. Eu peço o teu perdão, pois se tu és culpado, eu também tenho que ser. Mas se eu superei a culpa e venci o mundo, tu estavas comigo. Queres ver em mim o símbolo da culpa ou o fim da culpa, lembrando-te de que o que eu significo para ti é o que vês dentro de ti mesmo? (6:1-6)
A partir do teu relacionamento santo, a verdade proclama a verdade e o amor olha para si mesmo. A salvação flui do mais profundo no interior do lar que ofereceste a meu Pai e a mim. E nós lá estamos juntos, na comunhão quieta na qual o Pai e o Filho estão unidos. Oh, vindes vós que tendes fé à santa união do Pai e do Filho em vós mesmos! E não vos mantenhais à parte do que vos é oferecido em gratidão por terdes dado à paz um lar no Céu. Enviai para todo o mundo a feliz mensagem do fim da culpa e todo o mundo responderá. Pensai na vossa felicidade quando todos vos oferecerem o testemunho do fim do pecado e vos mostrarem que o seu poder se foi para sempre. Onde pode estar a culpa, quando a crença no pecado se foi? E onde está a morte, quando seu grande advogado não mais for ouvido? (7:1-9)
Perdoa-me as tuas ilusões e libera-me da punição pelo que eu não fiz. Assim aprenderás a liberdade que eu ensinei, ensinando a liberdade ao teu irmão e assim me liberando. Eu estou dentro do teu relacionamento santo, todavia, queres me aprisionar atrás dos obstáculos que ergues à liberdade e impedir o meu caminho para ti. No entanto, não é possível manter afastado Aquele Que já está presente. E Nele é possível que a nossa comunhão, na qual já estamos unidos, venha a ser o foco da nova percepção que trará luz a todo o mundo contido em ti. (8:1-5)
i. A atração da dor
A tua pequena parte é apenas dar ao Espírito Santo toda a ideia de sacrifício. E aceitar a paz que Ele te dá em seu lugar, sem os limites que iriam deter a sua extensão e assim limitariam a tua consciência dela. Pois o que Ele dá tem que ser estendido, se queres ter o seu poder sem limites e usá-lo para a liberação do Filho de Deus. Não é disso que queres ficar livre e tendo isso não podes limitá-lo. Se a paz não tem um lar, tu também não tens e eu também não tenho. E Ele, Que é o nosso lar, está ao desabrigo conosco. É esse o teu desejo? Queres ser para sempre um errante em busca de paz? Queres investir a tua esperança de paz e felicidade naquilo que não pode deixar de falhar? (9:1-9)
A fé no eterno é sempre justificada, pois o eterno é para sempre benigno, infinito em sua paciência e totalmente amoroso. Ele te aceitará totalmente e te dará paz. No entanto, ele só pode se unir com o que já está em paz em ti, imortal como ele próprio. O corpo não pode te trazer nem paz nem tumulto, nem alegria nem dor. É um meio e não um fim. Não tem propósito em si mesmo, mas somente aquele que lhe é dado. O corpo parecerá ser qualquer coisa que seja o meio de alcançar a meta que lhe atribuíste. Só a mente pode estabelecer um propósito e só a mente pode ver os meios para a sua realização e justificar o seu uso. Paz e culpa são ambas condições da mente a serem atingidas. E essas condições são o lar da emoção que as suscita e que é, portanto, compatível com elas. (10:1-10)
Mas pensa em qual delas é compatível contigo. Aqui está a tua escolha e ela é livre. Mas tudo o que está nela virá com ela, e o que pensas que és nunca pode estar à parte dela. O corpo é o grande traidor aparente da fé. Nele está a desilusão e as sementes da falta de fé, mas só se lhe pedes o que ele não pode dar. É possível que o teu equívoco seja um motivo razoável para a depressão e a desilusão e para o ataque vingativo contra aquilo que pensas que te falhou? Não uses o teu erro como justificativa para a tua falta de fé. Não pecaste, mas tens estado equivocado naquilo que é fiel. E a correção do teu equívoco vai te dar motivos para a fé. (11:1-9)
É impossível buscar o prazer através do corpo e não achar dor. É essencial que esse relacionamento seja compreendido, pois o ego o vê como prova do pecado. Ele não é realmente punitivo em absoluto. É apenas o resultado inevitável de te equacionares com o corpo, que é o convite à dor. Pois ele convida o medo a entrar e vem a ser o teu propósito. A atração da culpa tem que entrar com ele e o que quer que seja que o medo oriente o corpo a fazer é, portanto, doloroso. Ele irá compartilhar a dor de todas as ilusões e a ilusão do prazer será o mesmo que a dor. (12:1-7)
Isso não é inevitável? Sob as ordens do medo, o corpo perseguirá a culpa, servindo ao seu patrão cuja atração pela culpa mantém toda a ilusão da sua existência. É isso, então, a atração da dor. Regido por essa percepção, o corpo vem a ser o servo da dor, buscando-a como um dever e obedecendo à ideia de que a dor é prazer. É essa a ideia que está por trás de todo o maciço investimento do ego no corpo. E é esse relacionamento insano que ele mantém escondido e, no entanto, se alimenta disso. A ti ele ensina que o prazer do corpo é felicidade. Entretanto, para si mesmo sussurra: “É a morte”. (13:1-8)
Por que deveria o corpo ser qualquer coisa para ti? Com certeza, aquilo de que é feito não é precioso. E com a mesma certeza, ele não tem sentimento. Ele te transmite os sentimentos que queres. Como qualquer veículo de comunicação, o corpo recebe e envia as mensagens que lhe são dadas. Não tem nenhum sentimento por elas. Todo o sentimento que nelas está investido é dado pelo remetente e pelo destinatário. Tanto o ego como o Espírito Santo reconhecem isso e ambos reconhecem também que aqui o remetente e o destinatário são o mesmo. O Espírito Santo te diz isso com alegria. O ego o esconde de ti, pois quer manter-te inconsciente disso. Quem iria enviar mensagens de ódio e ataque se apenas compreendesse que essas mensagens são enviadas a si mesmo? Quem iria acusar, culpar e condenar a si mesmo? (14:1-12)
As mensagens do ego sempre são enviadas para longe de ti, acreditando que por tua mensagem de ataque e culpa alguma outra pessoa, mas não tu, irá sofrer. E mesmo que sofras, ainda assim alguém irá sofrer mais. O grande enganador reconhece que não é assim, mas como “inimigo” da paz, insiste que mandes para fora todas as tuas mensagens de ódio e libertes a ti mesmo. E para convencer-te de que isso é possível, pede ao corpo que busque a dor no ataque a outra pessoa chamando-a de prazer e oferecendo-te isso como libertação do ataque. (15:1-4)
Não ouças a loucura do ego e não acredites que o impossível seja verdadeiro. Não te esqueças de que o ego dedicou o corpo à meta do pecado e coloca nele toda a sua fé em que isso possa ser realizado. Seus tristes discípulos cantam continuamente os louvores do corpo em solene celebração ao domínio do ego. Ninguém pode deixar de acreditar que ceder à atração da culpa é escapar da dor. Ninguém pode deixar de considerar-se um corpo, sem o qual morreria e, no entanto, dentro do qual a morte é igualmente inevitável. (16:1-5)
Não é dado aos discípulos do ego reconhecer que têm se dedicado à morte. A liberdade lhes é oferecida, mas eles não a aceitaram e aquilo que é oferecido tem que ser também recebido para ser verdadeiramente dado. Pois o Espírito Santo também é um veículo de comunicação, recebendo do Pai e oferecendo as Suas mensagens ao Filho. Como o ego, o Espírito Santo é ao mesmo tempo o remetente e o destinatário. Pois o que é enviado através Dele retorna a Ele, buscando a si mesmo ao longo do caminho e achando aquilo que busca. Da mesma forma o ego acha a morte que ele busca, devolvendo-a a ti. (17:1-6)
C. O terceiro obstáculo: a atração da morte
A ti e ao teu irmão, em cujo relacionamento especial o Espírito Santo entrou, é dado liberar e ser liberado da dedicação à morte. Pois isso vos foi oferecido e vós aceitastes. No entanto, ainda têm que aprender mais a respeito dessa estranha devoção, pois ela contém o terceiro obstáculo através do qual a paz tem que fluir. Ninguém pode morrer a não ser que escolha a morte. O que parece ser o medo da morte é realmente a sua atração. A culpa também é temida e temível. No entanto, ela não exerce absolutamente nenhum controle a não ser sobre aqueles que são atraídos por ela e a buscam. O mesmo se dá com a morte. Feita pelo ego, a sua sombra escura cai sobre todas as coisas vivas porque o ego é o “inimigo” da vida. (1:1-9)
Entretanto, uma sombra não pode matar. O que é uma sombra para os vivos? Eles apenas passam por ela e ela se vai. Mas, e aqueles que são dedicados a não viver, os “pecadores” vestidos de negro, o coro enlutado do ego arrastando-se pesadamente para longe da vida, carregando suas correntes e marchando na lenta procissão em honra ao seu patrão sinistro, o senhor da morte? Toca qualquer um deles com as mãos gentis do perdão e observa as suas correntes caírem por terra junto com as tuas. Que o vejas deixar de lado a veste negra que ele estava usando para o próprio funeral e ouve-o rir da morte. Ele pode escapar à sentença que o pecado quer lhe impor através do teu perdão. Isso não é nenhuma arrogância. É a Vontade de Deus. O que é impossível para ti que escolheste a Sua Vontade como tua? O que é a morte para ti? A tua dedicação não está voltada para a morte nem para o seu patrão. Quando aceitaste o propósito do Espírito Santo em lugar do propósito do ego, renunciaste à morte trocando-a pela vida. Nós temos o conhecimento de que uma ideia não deixa a sua fonte. E a morte é o resultado do pensamento a que chamamos ego com tanta certeza quanto a vida é o resultado do Pensamento de Deus. (2:1-15)
i. O corpo incorruptível
Do ego vieram o pecado, a culpa e a morte em oposição à vida e à inocência e à Vontade do próprio Deus. Onde pode estar tal oposição senão nas mentes doentes dos insanos, dedicadas à loucura e estabelecidas contra a paz do Céu? Uma coisa é certa: Deus, Que não criou nem a morte e nem o pecado, não determinou em sua Vontade que sejas limitado por eles. Ele não conhece o pecado e nem os seus resultados. As figuras amortalhadas na procissão do funeral não marcham em honra ao seu Criador Cuja Vontade é que elas vivam. Elas não estão seguindo a Sua Vontade, estão se opondo à ela. (3:1-6)
E o que é o corpo envolto em negro que querem enterrar? Um corpo que dedicaram à morte, um símbolo de corrupção, um sacrifício ao pecado, oferecido ao pecado para alimentá-lo e mantê-lo vivo; uma coisa condenada, amaldiçoada por aquele que a fez e lamentada por cada carpidor que olha para ela como para si mesmo. Tu, que acreditas que condenaste o Filho de Deus a isso, és arrogante. Mas tu, que queres liberá-lo, não estás senão honrando a Vontade do seu Criador. A arrogância do pecado, o orgulho da culpa, o sepulcro da separação, tudo isso é parte da tua dedicação irreconhecida à morte. O cintilar da culpa que colocaste sobre o corpo quer matá-lo. Pois aquilo que o ego ama, ele mata em obediência a si mesmo. Mas aquilo que não lhe obedece, ele não pode matar. (4:1-8)
Podes te dedicar a outra coisa que manteria o corpo incorruptível e perfeito na medida em que é usado para o teu propósito santo. O corpo não morre, assim como não pode sentir. Ele nada faz. Por si mesmo, não é corruptível nem incorruptível. Não é nada. É o resultado de uma ideia diminuta e louca de corrupção que pode ser corrigida. Pois Deus respondeu a essa ideia insana com a Sua própria, uma Resposta que não O deixou e que, portanto, traz o Criador à consciência de toda mente que ouviu a Sua Resposta e A aceitou. (5:1-7)
Tu, que és dedicado ao incorruptível, recebeste através da tua aceitação o poder de liberar da corrupção. Qual a melhor maneira de ensinar o primeiro e fundamental princípio de Um Curso em Milagres do que mostrar-te que aquele que parece ser o mais difícil pode ser realizado em primeiro lugar? O corpo não pode senão servir ao teu propósito. Conforme olhas para ele, assim ele parecerá ser. A morte, se fosse verdadeira, seria o rompimento final e completo da comunicação que é a meta do ego. (6:1-5)
Aqueles que têm medo da morte não vêem quantas vezes e quão alto a chamam e lhe pedem para vir salvá-los da comunicação. Pois a morte é vista como segurança, o grande salvador escuro da luz da verdade, a resposta à Resposta, o silenciador da Voz por Deus. No entanto, o recuo para a morte não é o fim do conflito. Só a Resposta de Deus é o seu fim. O obstáculo do teu aparente amor pela morte, através do qual a paz tem que fluir, parece ser muito grande. Pois nele estão escondidos todos os segredos do ego, todos os seus mecanismos estranhos para enganar, todas as suas ideias doentias e imaginações insólitas. Aqui está o ponto final da união, o triunfo dos feitos do ego sobre a criação, a vitória da ausência de vida sobre a própria Vida. (7:1-7)
Sob a margem poeirenta do seu mundo distorcido, o ego quer colocar o Filho de Deus que, abatido pelas suas ordens, prova em sua decadência que o próprio Deus não tem poder diante do poderio egótico, é incapaz de proteger a vida que Ele criou contra o selvagem desejo que o ego tem de matar. Meu irmão, criança do nosso Pai, isso é um sonho de morte. Não há nenhum funeral, nem altares escuros, nem mandamentos sinistros, nem rituais distorcidos de condenação aos quais o corpo te conduz. Não peças para ser liberado disso. Mas liberta-o das ordens sem misericórdia e sem esperança que impuseste a ele e perdoa-o pelo que ordenaste que ele fizesse. Ao exaltá-lo ordenaste que ele morresse, pois só a morte poderia conquistar a vida. E que outra coisa, senão a insanidade, poderia contemplar a derrota de Deus e pensar que é real? (8:1-7)
O medo da morte desaparecerá quando seu apelo ceder ante a real atração do amor. O fim do pecado, que se aninha em quietude na segurança do teu relacionamento, protegido pela tua união com o teu irmão e pronto para crescer e tornar-se uma força poderosa para Deus, está muito próximo. A infância da salvação é cuidadosamente guardada pelo amor, preservada de todo pensamento que iria atacá-la e quietamente aprontada para cumprir a tarefa poderosa para a qual ela te foi dada. O teu propósito recém-nascido é embalado por anjos, nutrido pelo Espírito Santo e protegido pelo próprio Deus. Ele não necessita da tua proteção, ele é a tua. Pois é imortal e dentro dele está o fim da morte. (9:1-6)
Que perigo pode assaltar os totalmente inocentes? O que pode atacar aqueles que não têm culpa? Que medo é capaz de entrar e perturbar a paz da impecabilidade? Aquilo que te foi dado, mesmo em sua infância, está em plena comunicação com Deus e contigo. Em suas mãos diminutas ele segura, em perfeita segurança, cada milagre que vais apresentar, oferecido a ti. O milagre da vida não tem idade, tendo nascido no tempo, mas nutrido na eternidade. Contempla esse infante, a quem deste um lugar de descanso através do teu perdão ao teu irmão e vê nele a Vontade de Deus. Aqui renasce o bebê de Belém. E todos aqueles que lhe dão abrigo o seguirão, não à cruz, mas à ressurreição e à vida. (10:1-9)
Quando qualquer coisa te parece ser uma fonte de medo, quando qualquer situação te afeta aterradoramente e faz o teu corpo tremer e o suor frio do medo se abate sobre ele, lembra-te que isso sempre se dá por uma razão: o ego a percebeu como um símbolo do medo, um sinal do pecado e da morte. Lembra-te, então, que nenhum sinal nem símbolo deve ser confundido com a fonte, pois necessariamente simbolizam alguma outra coisa além de si mesmos. O seu significado não pode estar neles mesmos, mas tem que ser buscado naquilo que representam. E podem assim significar tudo ou nada, de acordo com a verdade ou com a falsidade da ideia que refletem. Confrontado com tal aparente incerteza de significado, não a julgues. Lembra-te da presença santa Daquele que te foi dado para ser a Fonte do julgamento. Entrega-a a Ele para julgar por ti e dize:
Eu te entrego isso para que o examines e o julgues por mim.
Que eu não o veja como um sinal de pecado e de morte; nem use-o para a destruição.
Ensina-me como não fazer disso um obstáculo à paz, e sim a deixar que Tu o utilizes por mim para facilitar a sua vinda. (11:1-10)
D. O quarto obstáculo: o medo de Deus
O que verias sem o medo da morte? O que sentirias e pensarias se a morte não retivesse nenhuma atração para ti? Muito simplesmente te lembrarias do teu Pai. O Criador da vida, a Fonte de tudo que vive, o Pai do universo e do universo dos universos e de todas as coisas que estão até mesmo além; de tudo isso tu te lembrarias. E à medida que essa memória surge em tua mente, a paz tem ainda que superar um obstáculo final, após o qual se completa a salvação e o Filho de Deus é restaurado inteiramente à sanidade. Pois aqui o teu mundo, de fato, acaba. (1:1-6)
O quarto obstáculo a ser superado cai como um véu pesado diante da face de Cristo. Entretanto, à medida que a Sua face se ergue além do véu, brilhando com alegria porque Ele está no amor de Seu Pai, a paz afastará suavemente o véu e correrá para encontrá-Lo e para afinal unir-se a Ele. Pois esse véu escuro que parece tornar a face do próprio Cristo semelhante à de um leproso e fazer os Raios brilhantes do Amor do Seu Pai, que iluminam com glória a Sua face aparentarem ser rios de sangue, desaparece na luz intensa que está além dele quando o medo da morte se vai. (2:1-3)
Esse é o mais escuro dos véus, mantido pela crença na morte e protegido por sua atração. A dedicação à morte e à sua soberania é apenas o voto solene, a promessa feita em segredo ao ego de nunca erguer esse véu, nunca se aproximar dele, nem nunca suspeitar que esteja ali. Essa é a barganha secreta feita com o ego para manter aquilo que se encontra além do véu para sempre apagado e sem ser lembrado. Aí está a tua promessa de nunca permitir que a união te chame para fora da separação, a grande amnésia na qual a memória de Deus parece absolutamente esquecida, a fenda entre o teu Ser e teu medo de Deus, o passo final na tua dissociação. (3:1-4)
Vê como a crença na morte aparentemente iria “salvar-te”. Pois se isso desaparecesse, de que outra coisa poderias ter medo senão da vida? É a atração da morte que faz a vida parecer feia, cruel e tirânica. Não sentes mais medo da morte do que do ego. Esses são os teus amigos escolhidos. Pois em tua aliança secreta com eles, concordaste em nunca deixar que o medo de Deus fosse descoberto de forma que pudesses contemplar a face de Cristo e unir-te a Ele em Seu Pai. (4:1-6)
Todo obstáculo através do qual a paz tem que fluir é superado exatamente do mesmo modo, o medo que o provocou cede ao amor que está além e assim o medo desaparece. E o mesmo se dá com esse. O desejo de ficar livre da paz e expulsar o Espírito Santo de ti se apaga na presença do quieto reconhecimento de que tu O amas. A exaltação do corpo é abandonada em favor do espírito, que amas como jamais poderias amar o corpo. E o apelo da morte é perdido para sempre à medida que a atração do amor desperta e chama por ti. De um ponto além de cada um dos obstáculos ao amor, o próprio Amor te chamou. E cada um deles foi superado pelo poder da atração daquilo que está além. O fato de quereres o medo parecia estar mantendo-os em seus lugares. No entanto, quando ouviste a Voz do Amor além deles, tu respondeste e eles desapareceram. (5:1-9)
E agora estás aterrorizado diante daquilo que juraste nunca olhar. Baixas os olhos, lembrando da tua promessa aos teus “amigos”. A “beleza” do pecado, o delicado apelo da culpa, a “santa” imagem de cera da morte e o medo da vingança do ego que juraste com sangue não desertar, tudo isso vem à tona e ordena que não ergas os teus olhos. Pois reconheces que se olhares para isso e permitires que o véu seja erguido eles desaparecerão para sempre. Todos os teus “amigos”, os teus “protetores” e o teu “lar” se desvanecerão. Nada do que lembras agora, tu te lembrarás. (6:1-6)
Parece-te que o mundo te abandonará completamente se apenas ergueres os teus olhos. No entanto, tudo o que vai ocorrer é que deixarás o mundo para sempre. Esse é o restabelecimento da tua vontade. Olha para isso de olhos abertos e nunca mais acreditarás que estás à mercê de coisas além de ti, de forças que não podes controlar e de pensamentos que vêm a ti contra a tua vontade. É a tua vontade olhar para isso. Nenhum desejo louco, nenhum impulso trivial para esqueceres novamente, nenhuma punhalada de medo e nem o suor frio da morte aparente podem se colocar contra a tua vontade. Pois o que te atrai além do véu está também profundamente dentro de ti, é inseparável da tua vontade e completamente uno. (7:1-7)
i. Erguendo o véu
Não te esqueças de que vós viestes até aqui juntos, tu e teu irmão. E com certeza não foi o ego que vos conduziu até aqui. Nenhum obstáculo à paz pode ser superado através do seu auxílio. Ele não revela os seus segredos e não pede que olheis para eles para ir além. Não quer que vejais as suas fraquezas e que aprendais que ele não tem nenhum poder para vos manter afastados da verdade. O Guia Que vos trouxe aqui permanece convosco e quando erguerdes os vossos olhos, estareis prontos para olhar para o terror sem medo algum. Mas antes disso, ergue os teus olhos e olha para o teu irmão com a inocência que nasce do completo perdão das tuas ilusões através dos olhos da fé que não as vê. (8:1-7)
Ninguém é capaz de olhar para o medo que tem de Deus sem ficar aterrorizado a não ser que tenha aceitado a Expiação e aprendido que as ilusões não são reais. Ninguém pode ficar diante desse obstáculo sozinho, pois não poderia ir muito longe a não ser que seu irmão caminhe a seu lado. E ninguém ousaria encará-lo sem o perdão completo do seu irmão em seu próprio coração. Fica aqui um momento e não tremas. Estarás pronto. Vamos nos unir em um instante santo, aqui nesse lugar aonde o propósito, dado em um instante santo, te conduziu. E vamos nos unir na fé de que Aquele Que nos trouxe aqui juntos te oferecerá a inocência de que precisas e tu aceitarás por amor a mim e a Ele. (9:1-7)
E nem é possível olhares para isso cedo demais. Esse é o lugar para onde cada um tem que vir quando estiver pronto. Quando tiver achado o seu irmão, está pronto. No entanto, apenas alcançar esse lugar não é o suficiente. Uma jornada sem um propósito é ainda sem significado e mesmo quando ela estiver terminada parecerá não fazer nenhum sentido. Como podes saber se ela terminou a não ser que reconheças que o seu propósito foi realizado? Aqui, com o fim da jornada diante de ti, vês esse propósito. E é aqui que escolhes se olhas para ele ou se continuas vagando, apenas para retornares e escolheres outra vez. (10:1-7)
Olhar para o medo de Deus exige, de fato, certa preparação. Só os sãos podem olhar a total insanidade e a loucura delirante com piedade e compaixão, mas não com medo. Pois só quando o compartilham é que ele parece amedrontador e tu o compartilhas até que olhes para o teu irmão com perfeita fé, amor e ternura. Antes do perdão completo, tu ainda permaneces sem perdoar. Temes a Deus porque tens medo do teu irmão. Aqueles a quem não perdoas, tu temes. E ninguém alcança o amor com o medo a seu lado. (11:1-7)
Esse irmão, que se encontra a teu lado, ainda te parece ser um estranho. Não o conheces e a interpretação que fazes dele é muito amedrontadora. E ainda o atacas, para manter o que parece ser o teu ser sem danos. No entanto, nas suas mãos está a tua salvação. Vês a sua loucura, que odeias porque a compartilhas. E toda a piedade e o perdão que a curariam dão lugar ao medo. Irmão, precisas do perdão do teu irmão, pois tu e ele compartilharão ou a loucura ou o Céu juntos. E erguereis os vossos olhos na fé juntos ou absolutamente não o fareis. (12:1-8)
Ao teu lado está alguém que te oferece o cálice da Expiação, pois o Espírito Santo está nele. Queres manter os seus pecados contra ele ou aceitar a sua dádiva para ti? Esse doador da salvação é teu amigo ou teu inimigo? Escolhe o que ele é, lembrando-te de que vais receber dele de acordo com a tua escolha. Ele tem em si o poder de perdoar o teu pecado, assim como tu o dele. Nenhum dos dois pode dar a si mesmo esse perdão sozinho. E, no entanto, o salvador encontra-se ao lado de cada um. Permite que ele seja o que é e não busques fazer do amor um inimigo. (13:1-8)
Contempla o teu Amigo, o Cristo Que se encontra a teu lado. Como Ele é santo e como é belo! Pensaste que Ele havia pecado porque jogaste o véu do pecado sobre Ele para esconder a Sua beleza. Entretanto, Ele ainda te oferece o perdão para que compartilhes a Sua santidade. Esse “inimigo”, esse “estranho”, ainda te oferece a salvação como Seu Amigo. Os “inimigos” de Cristo, os adoradores do pecado, não sabem a Quem atacam. (14:1-6)
Esse é o teu irmão, crucificado pelo pecado e esperando pela liberação da dor. Não queres oferecer-lhe o perdão, quando somente ele pode oferecê-lo a ti? Pela sua redenção, ele te dará a tua, com tanta certeza quanto Deus criou cada coisa viva e a ama. E ele a dará verdadeiramente, pois será ao mesmo tempo oferecida e recebida. Não há nenhuma graça no Céu que tu não possas oferecer ao teu irmão e receber do teu santíssimo Amigo. Não permitas que ele a recuse, pois ao recebê-la, tu a ofereces a ele. E ele receberá de ti o que tu recebeste dele. A redenção te foi dada para ser dada ao teu irmão e, assim, ser recebida. Aquele a quem tu perdoas é livre e aquilo que dás, tu compartilhas. Perdoa os pecados que o teu irmão pensa que cometeu e toda a culpa que pensas ver nele. (15:1-10)
Aqui é o lugar santo da ressurreição, ao qual nós vimos mais uma vez, ao qual voltaremos até que a redenção seja realizada e recebida. Pensa em quem é o teu irmão antes de querer condená-lo. E oferece graças a Deus por ser ele santo e por ter sido dada a ele a dádiva da santidade para ti. Une-te a ele com contentamento e remove todo vestígio de culpa da sua mente perturbada e torturada. Ajuda-o a erguer a pesada carga de pecado que colocaste sobre ele e que ele aceitou como própria, e joga-a levemente para longe dele com um riso feliz. Não a pressiones contra a sua fronte como se fossem espinhos, nem o pregues a ela sem redenção e sem esperança. (16:1-6)
Dá fé ao teu irmão, pois a fé e a esperança e a misericórdia são tuas para serem dadas. A dádiva é dada às mãos que dão. Olha para o teu irmão e vê nele a dádiva de Deus que queres receber. É quase Páscoa, o tempo da ressurreição. Vamos dar a redenção um ao outro e compartilhá-la, de tal modo que possamos nos erguer como um só na ressurreição, não separados na morte. Contemplo a dádiva de liberdade que eu dei ao Espírito Santo para ti. E sede livres juntos, tu e teu irmão, à medida que ofereceis ao Espírito Santo essa mesma dádiva. E dando-a, recebe-a Dele em retorno pelo que deste. Ele conduziu a ti e a mim juntos, de forma que pudéssemos nos encontrar aqui nesse lugar santo e tomar a mesma decisão. (17:1-9)
Liberta o teu irmão aqui como eu te libertei. Dá-lhe a mesma dádiva e não olhes para ele com qualquer espécie de condenação. Que o vejas tão sem culpa como eu olho para ti e não vejas os pecados que ele próprio pensa ver dentro de si. Oferece ao teu irmão a liberdade e a liberação completa do pecado, aqui, no jardim da aparente agonia e morte. Assim nós iremos preparar juntos o caminho para a ressurreição do Filho de Deus e permitir que ele mais uma vez ressuscite para a lembrança feliz do seu Pai, Que não conhece o pecado, nem a morte, mas somente a vida eterna. (18:1-5)
Juntos nós desapareceremos na Presença além do véu, não para nos perdermos, mas para nos acharmos; não para sermos vistos, mas conhecidos. E conhecendo, nada no plano que Deus estabeleceu para a salvação ficará por fazer. Esse é o propósito da jornada, sem o qual a jornada é sem significado. Aqui está a paz de Deus, que te é dada eternamente por Ele. Aqui está o descanso e a quietude que buscas, a razão da jornada desde o seu início. O Céu é a dádiva que deves ao teu irmão, a dívida de gratidão que ofereces ao Filho de Deus em agradecimento pelo que ele é e pelo que o seu Pai o criou para ser. (19:1-6)
Pensa com cuidado em como vais olhar para o doador dessa dádiva, pois como tu o olhares, assim parecerá ser a própria dádiva. Assim como ele é visto, como o doador da culpa ou da salvação, assim a sua oferenda será vista e assim será recebida. Os crucificados dão dor porque estão na dor. Mas os redimidos dão alegria porque foram curados da dor. Todos dão conforme recebem, mas cada um tem que escolher o que virá a ser aquilo que recebe. E reconhecerá a sua escolha em função do que ele dá e do que lhe é dado. À coisa alguma no Céu ou no inferno é dado interferir com a decisão de cada um. (20:1-7)
Vieste até aqui porque a jornada foi a tua escolha. E ninguém empreende fazer aquilo que acredita ser sem significado. Aquilo em que tinhas fé ainda é fiel e vela por ti na fé de modo tão gentil e ao mesmo tempo tão forte, que te ergueria muito além do véu e colocaria o Filho de Deus a salvo sob a proteção segura do seu Pai. Aqui está o único propósito que dá a esse mundo e a longa jornada através desse mundo qualquer significado que possam ter. Além disso, são sem significado. Tu e o teu irmão estão juntos, ainda sem a convicção de que eles tenham qualquer propósito. Entretanto, te é dado ver esse propósito no teu Amigo santo e reconhecê-lo como o teu próprio. (21:1-7)
Um breve resumo
O professor Robert Perry, em seu artigo “A brief summary of “The obstacles to peace” [“Um breve resumo de “Os obstáculos à paz”], faz um resumo didático dessa importante seção do livro Texto, que transcrevemos trechos em tradução livre para a nossa reflexão.
O artigo completo em inglês poderá ser acessado no site Circle of Atonement, link https://circleofa.org/library/brief-summary-obstacles-to-peace/.
Texto, Capítulo 19, Seção IV
Os obstáculos que o ego ergue para a paz que entrou no relacionamento santo
“A seção ‘Os obstáculos à paz’ é a mais longa e provavelmente a mais importante do livro Texto. O professor Allen Watson a chamou de ‘a apresentação central’ do Curso. As ideias que ela fundamenta (especialmente o temor de Deus) são mencionadas repetidamente em todo o Texto, Livro de Exercícios e Manual de Professores. É facilmente a seção mais referida nas seções posteriores do Curso. É quase um resumo de todo o Curso, pois cobre muitos dos principais temas do sistema de pensamento do Curso:
- o relacionamento santo – todo o seu processo
- o corpo: o uso do ego e o seu verdadeiro uso
- a dinâmica do desejo físico, do prazer físico, da dor física e da morte física
- a atração da culpa
- o verdadeiro papel de Jesus (em contraste com as imagens tradicionais)
- a jornada para casa – uma versão estendida da jornada
- o medo de Deus
- o sistema sombrio de defesa do ego contra o Espírito Santo e contra a paz
- a dinâmica do pecado, culpa, medo
- o processo da atenção na percepção
- sacrifício: ideias verdadeiras e falsas sobre esse tema
- dar, receber, unir
- o seu irmão como o seu salvador
- perdão: o seu papel no relacionamento santo e na jornada para casa
Como você pode ver, há muitos temas na seção, que se tornam ainda mais múltiplos quando você percebe que todos os temas acima estão entrelaçados com vários de outros temas. Mas o que é menos fácil de ver é que toda a seção é um todo. É um único processo que descreve o que acontece quando duas forças se encontram, quando a paz do Espírito Santo encontra a resistência do ego. Essa ideia do encontro de duas forças opostas se faz até no título: Os obstáculos para a paz. Vejamos o encontro dessas duas forças.
A paz do Espírito Santo
Quando você e seu irmão se uniram em um instante santo, a paz do Espírito Santo entrou no relacionamento. Esse movimento natural dessa paz é para fluir e cercar você e seu irmão em paz e então fluir para o mundo e envolver todos em paz. Quando isso for feito, o propósito do Espírito Santo será cumprido e Deus dará o passo final.
O apego do ego ao pecado e ao sofrimento
O ego, é claro, de fato não quer paz. Ele tudo fará para levantar obstáculos a esta ‘invasão’ da paz. Pois ele é realmente atraído pela culpa, dor, medo e morte (como nos é dito em várias partes dessa seção). O seu compromisso central é com o objetivo do pecado. Ele quer provar que o pecado é real, dando ao pecado vários resultados ‘reais’ (culpa, punição, medo, morte). O que está implícito nessa seção é que esses resultados são então atribuídos a Deus, Que então se torna o Autor do medo.
A paz do Espírito Santo entra no relacionamento e desenraiza a crença no pecado
No instante santo que iniciou o relacionamento santo, a paz do Espírito Santo entrou no relacionamento em um nível muito profundo da mente. Nesse nível profundo, a paz substituiu a sua crença no pecado. Isso significa que o fundamento profundo de sua crença no pecado foi eliminado. A sua crença no pecado foi ‘desenraizada’, por assim dizer. Sem a sua fundação, resta apenas um resquício microscópico de sua crença no pecado; diminuto e instável.
O diminuto resquício do pecado coloca obstáculos antes do fluxo da paz
Esse diminuto resquício da crença no pecado, no entanto, ainda tenta se preservar. Ele faz isso colocando obstáculos antes do fluxo da paz.
Os obstáculos são um sistema de defesa encaixado
Os obstáculos não são apenas uma série ou uma coleção. Cada obstáculo é produzido por aquele que o segue. E cada obstáculo existe como proteção para aquele que o segue. Ele conseguiu essa proteção mentindo. Cada obstáculo é, portanto, uma mentira, que protege a mentira mais profunda que vem depois dele. Isso significa que quanto mais você viaja através dos obstáculos, mais fundo você viaja nas profundezas inconscientes do ego, em sua mentira central. Isso também significa que todos os obstáculos são gerados e existem para proteger o último obstáculo: o temor de Deus.
O corpo está no centro desse sistema de defesa
Os primeiros três obstáculos existem para proteger o último. Eles são, portanto, um sistema de defesa para o temor de Deus. O corpo está no centro desse sistema. É o que une os três primeiros obstáculos: o seu prazer, a sua dor, o seu castigo e a sua morte.
Superficialmente, nós tememos a paz do Espírito Santo por causa de nossa atração pelo prazer físico. No entanto, a nossa atração pelo prazer não é uma atração pela felicidade. Ela emerge da nossa atração pela culpa, dor e morte. O que, por sua vez, vem do nosso medo da Vida de Deus.
A paz fluirá sobre cada obstáculo, um por um
A paz fluirá inevitavelmente sobre os obstáculos, pois a crença no pecado agora é apenas uma pluma diminuta e impotente. E no final você se sente mais atraído pela paz do que pelo pecado, culpa, dor, medo e morte. A paz fluirá primeiro sobre o obstáculo mais superficial e lentamente descerá até o obstáculo final.
I. O primeiro obstáculo: o desejo de ficar livre dela
O primeiro obstáculo é o desejo de ficar livre da paz que entrou em seu relacionamento. Esse desejo vem do diminuto resquício do desejo de pecar. Resumindo, você deseja o pecado, não a paz. Em um nível consciente, entretanto, esse desejo vem do seu medo de que essa paz (e sua Fonte, o Espírito Santo) peça a você para desistir de seu corpo e de suas dádivas. Esse apego ao corpo parece ser um apego à felicidade e segurança que ele proporciona. No entanto, é realmente a mesma coisa como o desejo pelo pecado.
II. O segundo obstáculo: a crença em que o corpo tem valor pelo que oferece
O segundo obstáculo é a atração do prazer corporal. Como nós vimos, essa atração é a razão de você temer a paz que entrou. Assim, o segundo é o que produz o primeiro. O primeiro também atua como uma proteção para o segundo: ao jogar fora a paz do Espírito Santo, você pode preservar os prazeres do corpo.
A razão pela qual você é atraído pelo corpo para o seu prazer é por causa do resquício da crença no pecado. Esse resquício faz com que você busque o prazer por razões inteiramente opostas às suas razões conscientes.
Aqui está a lógica: o ego dedicou o corpo ao objetivo do pecado e o usa como uma parede de separação. Buscar a felicidade por meio do prazer corporal, então, é realmente reforçar o pecado e a separação. Consequentemente, a busca do prazer produz culpa.
Portanto, a verdadeira razão pela qual você busca o prazer físico é a atração da culpa. Você quer usar o corpo para encontrar a culpa. Depois de fazer isso, você projeta essa culpa sobre ele e, assim, fica atraído pela dor corporal, como a punição ‘justa’ que o seu corpo ‘culpado’ merece. A atração pelo prazer físico, então, resulta na atração pela dor física.
III. O terceiro obstáculo: a atração da morte
Para recapitular: a paz entrou em seu relacionamento quando você e seu irmão se uniram. Você quer se livrar dessa paz (primeiro obstáculo) porque se sente atraído pelo prazer corporal (segundo obstáculo). Você é atraído pelo prazer corporal porque ele lhe trará culpa, pela qual você punirá o seu corpo na forma de dor corporal. Isso culminará na punição final do corpo: a morte. E este é o objetivo que você está procurando. É por isso que você teme a paz do Espírito Santo e deseja as dádivas do corpo. Porque você está tão apaixonado pela morte. O prazer do corpo é simplesmente um meio para esse fim.
IV. O quarto obstáculo: o medo de Deus
Essa é a fonte de todos os obstáculos e o objetivo que eles protegem e alimentam. O ego tem medo de Deus porque sabe que ele termina na ausência de forma de Deus. O temor da Vida de Deus produz a atração da morte, que por sua vez produz o restante dos obstáculos. Quando você tem medo da vida de Deus, você se sente atraído pela morte. Como a morte serve ao temor de Deus? De pelo menos duas maneiras:
- Ao escolher a morte, você se certifica de não obter a alternativa que Deus deseja para você: A sua vida ilimitada. Assim, ao escolher a morte, você tanto foge da vida de Deus quanto conquista a Sua vida. O medo sempre quer vencer a ameaça que percebe. Como conquistador da vida de Deus, a morte prova que o desejo do ego pela morte é mais poderoso do que a Vontade de Deus pela vida.
- Ao atrair a morte para si mesmo, você traz o medo da morte e o medo da morte alimenta o medo de Deus. Como? Primeiro, faz você pensar que o que você teme é a morte e assim impede você de olhar para o seu verdadeiro medo da vida de Deus. Se você visse que tem medo da vida, veria como esse medo é insano e o deixaria ir. Segundo, isso alimenta o seu medo – faz você ficar com medo – e todo medo é, em última análise, medo do amor e temor a Deus. Terceiro, sutilmente implica que a morte vem de Deus. E, portanto, ‘justifica’ o seu medo Dele.
Os obstáculos como um sistema do pecado e seus resultados, levando ao resultado final do medo
Os obstáculos são na verdade uma série de efeitos amarrados entre o pecado, a causa inicial e o medo, o objetivo final.
- O diminuto resquício da crença no pecado leva você à querer jogar fora a paz do Espírito Santo (A).
- Você joga fora a paz do Espírito Santo para que possa buscar as dádivas do corpo (B).
- Você busca as dádivas do corpo para que você possa coletar a culpa.
- Você coleta a culpa para que possa punir o seu corpo com dor.
- A sua punição do seu corpo culmina na punição corporal final: a morte (C).
- Você pune o seu corpo com a morte para que você possa viver com medo da morte e com medo de Deus como o suposto Autor da morte (D).
Então, todo o sistema de obstáculos é produzido e alimenta a atração pelo medo. O medo é o obstáculo principal que produz todo o restante por meio da atração.
Esse mesmo sistema do pecado e seus resultados (levando ao resultado final do medo) também ocorre em sua percepção do mundo. Você procura corpos e os seus pecados em seu mundo e isso fortalece a culpa dentro de você e, em última análise, alimenta o mestre do processo: o medo.
Superando os obstáculos
Cada obstáculo é superado da mesma maneira: o medo que ele levanta cede ao amor que está além. Você teme que desistir do obstáculo seja um sacrifício, mas então descobre que é uma liberação. Você vê que é o obstáculo que exige sacrifício, não o Espírito Santo.
- O seu desejo de ficar livre do Espírito Santo vai à medida que você percebe que O ama.
- A glorificação do corpo enfraquece à medida que você percebe que ama o espírito mais do que jamais amaria o corpo.
- A atração da morte também enfraquece à medida que o apelo do amor começa a mexer em você.
Central para a superação dos três primeiros obstáculos é a compreensão de que o corpo não é nada em si mesmo (uma vez que o suposto sentido de alguma coisa do corpo está no centro dos três primeiros obstáculos).
Você tem que perceber que o corpo não morre nem sente. Ele é apenas o que você o usa que determina a sua experiência dele.
Você supera o obstáculo final perdoando e unindo-se ao seu irmão
A atração do medo – o amor do medo e o medo do Amor (de Deus) – produziu todos os obstáculos. O obstáculo final (o temor de Deus) cede finalmente à atração do Amor além do véu.
A maneira como você alcança este véu final e a maneira como você vai além dele, é através da união com o seu irmão. Você deve perdoar o seu irmão e receber perdão dele.
Cada um de vocês deve ser o salvador do outro, dando e recebendo a mesma dádiva de liberação da culpa. Unam-se uns aos outros e a Jesus enquanto estão diante do véu.
Tenham fé na meta e também no Espírito Santo que o conduziu até aqui. Juntos, vocês desaparecerão na Presença de Deus e conhecerão a Sua paz.
Em outras palavras, a maneira como você supera o obstáculo final, a maneira como você encontra a união com Deus, é alcançar o objetivo do relacionamento santo e encontrar a união com o seu parceiro.
Resumo
O processo geral é o processo de santidade substituindo gradualmente o pecado em um relacionamento no qual duas pessoas se uniram. Nesse processo, a santidade entra no relacionamento, desloca o objetivo do pecado e, então, passa por um processo de fluir sobre vários obstáculos erguidos pelo diminuto resquício da crença no pecado. Este processo culmina com os dois parceiros se perdoando e se unindo, passando assim além do véu final e se unindo a Deus.
Não há paz exceto a paz de Deus e estou alegre e grato por ser assim (LE-pI.200.11:9)
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Livro “Um Curso em Milagres” – Livro Texto, Livro de Exercícios e Manual de Professores. Fundação para a Paz Interior. 2ª Edição – copyright© 1994 da edição em língua portuguesa.
Artigo “Helen and Bill’s Joining: A Window Onto the Heart of A Course in Miracles” (tradução livre: A União de Helen e Bill: Uma Janela no Coração de Um Curso em Milagres”) – Robert Perry, site: https://circleofa.org/
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E-book “Autobiography – Helen Cohn Schucman, Ph.D.” – Foundation for Inner Peace (tradução livre: Autobiografia – Helen Cohn Schucman, Ph.D., Fundação para a Paz Interior).
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Workshop “O que significa ser um professor de Deus”, proferido pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D..
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Livro “Um Curso em Milagres e o Cristianismo: Um Diálogo”, escrito pelo Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D. e pelo Padre Jesuíta W. Norris Clarke, da Companhia de Jesus, Ph.D..
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Artigo “Near-Death Experiences and A Course in Miracles Revisited” [Experiências de Quase-Morte e Um Curso em Milagres Revisitado], escrito por Greg Mackie, link Revisitado], e pode ser acessado no link https://circleofa.org/library/near-death-experiences-and-a-course-in-miracles-revisited/.
Artigo “Watch With Me, Angels” [Vigiem comigo, anjos], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/watch-with-me-angels/.
Artigo transcrito de Workshop apresentado pelo Dr. Kenneth Wapnick, denominado “Watching With Angels [Vigiar com anjos], link: https://facim.org/watching-with-angels-part-1/.
Artigo “How Does Projection Really Work? [Como a Projeção realmente funciona?], Robert Perry, que pode ser acessado através do link https://circleofa.org/library/how-does-projection-really-work/.
Artigo “The Practical Implications of Projection: Summary of a Class Presentation” [tradução livre: “As Implicações Práticas da Projeção: Resumo de uma Apresentação de Aula”] poderá ser acessado através do link https://circleofa.org/library/practical-implications-projection/.
Artigo “Reverse Projection: “As you see him you will see yourself” [tradução livre: “Projeção Reversa: ‘Assim como tu o vires, verás a ti mesmo’”], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/reverse-projection-see-him-see-yourself/.
Artigo denominado “Are we living in a virtual reality” [“Nós estamos vivendo em uma realidade virtual?], Greg Mackie, link https://circleofa.org/library/are-we-living-in-a-virtual-reality/.
Artigo disponibilizado pelo site Pathways of Light, denominado “From Virtual do True Reality” [Da Realidade Virtual à Verdadeira], link https://www.pathwaysoflight.org/daily_inspiration/print_pol-blog/from-virtual-to-true-reality.
Série de artigos denominada “Rewriting the Rules of Virtual Reality” [Reescrevendo as Regras da Realidade Virtual] – partes 1 a 4, Dr. Joe Dispenza, link https://drjoedispenza.com/blogs/dr-joe-s-blog/rewriting-the-rules-of-virtual-reality-part-i.
Artigo “Commentary on What is Salvation” [“Comentário sobre O Que é Salvação”], Allen Watson, link https://circleofa.org/workbook-companion/what-is-salvation/. Site oficial do Professor Allen Watson http://www.allen-watson.com/;
Artigo “Special Theme: What Is Salvation? [“Tema Especial: O Que É A Salvação?”], Thomas R. Wakechild, que pode ser acessado através do link http://acourseinmiraclesfordummies.com/blog/wp-content/uploads/2014/07/PDF-What-is-Salvation-with-Notes-Upload-7-15-14-ACIM-Workbook-for-Dummies.pdf.
Artigo “The Core Unit of Salvation” [A Unidade Central da Salvação], Robert Perry, link https://circleofa.org/library/the-core-unit-of-salvation/.
Artigo “ACIM Study Guide and Commentary – Chapter 5, Healing and Wholeness – Section III – The Guide to Salvation” [Guia de Estudo e Comentários ACIM – Capítulo 5 – Cura e Integridade – Seção III – O Guia para a Salvação], Allen Watson, acesso através do link http://www.allenwatson.com/uploads/5/0/8/0/50802205/c05s03.pdf.
Artigo “A Course in Miracles: The Guide to Salvation” [Um Curso em Milagres: O Guia para a Salvação”], Sean Reagan, acesso através do link https://seanreagan.com/a-course-in-miracles-the-guide-to-salvation/.
Artigo “The Urgency of Doing Our Part in Salvation” [“A Urgência de Fazer Nossa Parte na Salvação”], Greg Mackie, acesso através do link https://circleofa.org/library/urgency-of-doing-our-part-in-salvation/.
Artigo “Shadow Figures” [figuras de sombra], Robert Perry, acesso através do link https://circleofa.org/library/shadow-figures/.
Artigo-estudo intitulado “Shadows of the Past” [Sombras do Passado], Allen A. Watson, acesso através do link http://www.allen-watson.com/allens-text-commentaries.html.
Recomendamos o site The Pathways of Light Community, para reforços no processo de estudo: https://www.pathwaysoflight.org.
Artigo sobre o Capítulo 17: O Perdão e o Relacionamento Santo – Seção III: Sombras do passado; pode ser acessado através do link: https://www.pathwaysoflight.org/acim_text/print_acim_page/chapter17_section_iii.
Transcrição de palestra do professor David Hoffmeister, estudante, pesquisador e eminente divulgador de UCEM, durante a Conferência “A Course in Miracles – ACIM” [“Um Curso em Milagres”], no mês de fevereiro de 2007, acesso através do link https://awakening-mind.org/resources/publications/accepting-the-atonement-for-yourself/. As diversas palestras do professor David podem ser acessadas, em inglês, no site https://acim-conference.net/past-acim-conferences/.
Trechos do workshop realizado na Fundação para Um Curso em Milagres (Foundation for A Course in Miracles), em Roscoe, Nova Iorque, denominado “Regras para decisões”, Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D., no link https://facim.org/online-learning-aids/excerpt-series/rules-for-decision/.
Artigo “Levels of Mind: Looking at the ‘Layers’ of Mind that form Perception” (“Níveis da Mente: Olhando para as ‘Camadas’ da Mente que formam a Percepção”), Site https://miracleshome.org/publications/levelsofmind.htm.
Artigo “To Desire Wholly is to Be” (“Desejar Totalmente é Ser”), do professor David Hoffmeister. Site: https://miracleshome.org/supplements/todesirewholly_171.htm.
Artigo “The Glory of Who We Really Are” [“A glória de quem nós realmente somos”], do professor Greg Mackie. Site: https://circleofa.org/library/the-glory-of-who-we-really-are/?inf_contact_key=2c1c99e05ff3c25330a7916d84d19420680f8914173f9191b1c0223e68310bb1.
Artigo “The difference between horizontal and vertical perception”, Paul West (16/09/2019). Site https://www.voiceforgod.net/blogs/acim-blog/the-difference-between-horizontal-and-vertical-perception.
Artigo “The Holy Relationship: The Source of Your Salvation [“O Relacionamento Santo: A Fonte de Sua Salvação”], Greg Mackie. Site Circle of Atonement, https://circleofa.org/library/holy-relationship-source-of salvation/?inf_contact_key=791ef4a4c578a34f45d28b436fec486d680f8914173f9191b1c0223e68310bb1.
Artigo “On Becoming the Touches of Sweet Harmony – The Holy Relationship as Metaphor – Part 1 and Part 2” [“Sobre se Tornar os Realces da Amena Harmonia – O Relacionamento Santo como Metáfora – Parte 1 e Parte 2”], 1º de junho de 2018, Volume 22 Nº 2 – Junho 2011, Dr. Kenneth Wapnick, Ph.D. Site https://facim.org/becoming-touches-sweet-harmony-holy-relationship-metaphor/.
Livro “Your Immortal Reality: How to Break the Cycle of Birth and Death” (tradução livre: “A Sua Realidade Imortal: Como Quebrar o Ciclo de Nascimento e Morte), de autoria de Gary R. Renard.
Fonte de consulta para a tradução dos Dez Mandamentos em português: https://biblia.com.br/perguntas-biblicas/quais-sao-os-10-mandamentos-e-onde-os-encontramos-na-biblia-cl/.
Artigo “Summary of the Thought System of “A Course in Miracles” [Resumo do Sistema de Pensamento de “Um Curso em Milagres”]. Links https://facim.org/summary-of-the-thought-system-of-a-course-in-miracles-part-1/; https://facim.org/summary-of-the-thought-system-of-a-course-in-miracles-part-2/.
Artigo “Miracles boomeritis” [Boomerite dos Milagres], Robert Perry, https://circleofa.org/library/miracles-boomeritis/.
Livro “Boomerite: Um romance que tornará você livre” [na versão em português; “Boomeritis: A Novel That Will Set You Free”, na versão original em inglês].
Artigo “A brief summary of “The obstacles to peace” [“Um breve resumo de “Os obstáculos à paz”], Robert Perry, site Circle of Atonement, link https://circleofa.org/library/brief-summary-obstacles-to-peace/.
Um milagre é uma correção. Ele não cria e realmente não muda nada. Apenas olha para a devastação e lembra à mente que o que ela vê é falso. Desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem superar a função do perdão. Assim, permanece nos limites do tempo. LE.II.13
Nada real pode ser ameaçado.
Nada irreal existe.
Nisso está a paz de Deus.
T.In.2:2-4