Série de artigos A Ética Budista nos Negócios.

Nós estamos destacando trechos do livro “The Agganna Sutta – On Knowledge of Beginnings Of Humankind – The Buddhist Cosmology – A Gift of Dhamma [“O Agganna Sutta – Sobre o Conhecimento dos Primórdios da Humanidade – A Cosmologia Budista – Uma Dádiva do Dhamma”], visando o conhecimento e o entendimento sobre o sistema de pensamento (ética, princípios e valores), o sistema organizacional (ambiente de trabalho, de relacionamentos e de políticas) e o sistema de tomada de decisões (propósitos, resultados e metas) de uma Organização Baseada na Espiritualidade (OBE), sendo esse tipo de Organização uma tendência global irreversível para as pequenas, as médias e as grandes Empresas, em quaisquer mercados de atuação, que visam a agregação de valor para todos os envolvidos nos negócios, assim como a sua própria perenidade.

Fonte:

Livro: “The Agganna Sutta – On Knowledge of Beginnings Of Humankind – The Buddhist Cosmology – A Gift of Dhamma”

Tradução livre Projeto OREM®

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O Agganna Sutta – A Cosmologia Budista

Introdução:

Esse sutta fornece uma descrição detalhada da origem da humanidade e do planeta Terra. No início, conhecido como contração do mundo, a ancestralidade humana começou com os seres vivos nascidos dos Brahmas Abhassara (o mesmo que dito no Abhidhamma). Após um longo período alimentando-se do solo terrestre, os Brahmas perderam a radiância de seu corpo e lentamente mudaram as suas características físicas. Então, o sol e a lua começaram a aparecer no firmamento para dar início ao dia e à noite na Terra. Então, todos pareciam iguais; não havia gênero, apenas assexuados. Mais tarde, após um longo período, órgãos sexuais foram formados em seus corpos. E as mulheres tornaram-se excessivamente preocupadas com os homens e os homens com as mulheres. Devido a essa preocupação excessiva uns com os outros, a paixão foi despertada e os seus corpos queimaram de luxúria. E mais tarde, por causa dessa queima, eles se entregaram à atividade sexual. Árvores apareceram e o arroz tornou-se disponível livremente. Essa descrição do início da humanidade é muito diferente da teoria moderna da evolução humana.

[Observação PO: SUTRA E SEU SIGNIFICADO NO BUDISMO. Sutra (सूत्र em sânscrito) é um substantivo derivado do verbo √siv, que significa costurar. No Budismo, o termo “sutra” se refere de forma geral às escrituras canônicas que são tratadas como registros dos ensinamentos orais de Buda Gautama. Esses ensinamentos estão registrados na segunda parte (“cesto”) do Tripitaka e são chamados de Sutra Pitaka (em Pali, “Tipitaka” e “Sutta Pitaka”). Outros textos também são considerados Sutras, principalmente pelas escolas Mahayana, embora não façam parte do Tipitaka e de forma geral sejam atribuídos a outros autores em períodos posteriores. Em Páli, a palavra equivalente é sutta e é usada exclusivamente para escrituras Budistas, principalmente as do Cânone Pali. Fonte: SUTRA E SEU SIGNIFICADO NO BUDISMO]

O Agganna Sutta

Assim eu tenho ouvido:

Certa vez, o Senhor Buda estava hospedado em Savatthi, na mansão da mãe de Migara, no Parque Leste. Naquela época, Vasettha e Bharadvaja viviam entre os monges, na esperança de se tornarem monges. E ao anoitecer, o Senhor se levantou de sua meditação reclusa e saiu da mansão e começou a caminhar para cima e para baixo à sua sombra.

Vasettha percebeu isso e ele disse a Bharadvaja: ‘Amigo Bharadvaja, o Senhor saiu e está andando de um lado para o outro. Vamos nos aproximar dele. Talvez nós tenhamos a sorte de ouvir uma palestra sobre o Dhamma do próprio Senhor.’ ‘Sim, de fato’, disse Bharadvaja e eles se aproximaram do Senhor, o saudaram e o acompanharam.

Então o Senhor disse a Vasettha: ‘Vasettha, vocês dois são Brâmanes de nascimento e criação e deixaram a vida familiar para viver sem lar, vindos de famílias Brâmanes. Os Brâmanes não os injuriam e os insultam?’

‘De fato, senhor, os Brâmanes nos injuriam e nos insultam. Eles não se contêm com a sua enxurrada habitual de repreensões.

‘Bem, Vasettha, que tipo de repreensões eles lançam em vocês?

‘Senhor, o que os Brâmanes dizem é isso: ‘A casta dos Brâmanes é a casta mais elevada — as outras castas são inferiores; a casta dos Brâmanes é justa, as outras castas são sombrias; os Brâmanes são purificados, os não Brâmanes não, os Brâmanes são os verdadeiros filhos de Brahma,[1] nascidos a partir da boca dele, nascidos de Brahma, herdeiros de Brahma. E vocês, vocês abandonaram a classe mais elevada e passaram para a classe inferior de ascetas insignificantes, servos, homens sombrios nascidos do Pé de Brahma! Isso não é certo, não é apropriado que vocês se misturem com tais pessoas!’ É assim que os Brâmanes nos insultam, senhor.’

[1] Esses são, naturalmente, os Sacerdotes de Brahma.

‘Então, Vasettha, os Brâmanes se esqueceram de sua antiga tradição quando dizem isso. Porque nós podemos ver mulheres Brâmanes, as esposas de Brâmanes, que menstruam e engravidam, têm filhos e dão leite. E, no entanto, esses Brâmanes nascidos no útero falam sobre terem nascido a partir da boca de Brahma… Esses Brâmanes deturpam Brahma, mentem e sofrem muito demérito.’

‘Existem, Vasettha, essas quatro castas: Os Khattiyas, Os Brâmanes, os comerciantes e os artesãos. E às vezes um Khattiya tira a vida, toma o que não lhe é dado, comete má conduta sexual, mente, entrega-se à calúnia, falas duras ou conversa vazia, é ganancioso, malicioso ou tem opiniões errôneas. Assim, tais coisas que são imorais e consideradas assim, censuráveis ​​e consideradas assim, que devem ser evitadas e consideradas assim, costumes impróprios para um Ariano e considerados assim, sombrios com resultados sombrios e censurados pelos sábios, às vezes podem ser encontrados entre os Khattiyas e o mesmo se aplica aos Brâmanes, comerciantes e artesãos.’

‘Às vezes, também, um Khattiya se abstém de tirar a vida, não toma o que não lhe é dado, abstém-se de má conduta sexual, fala a verdade, evita a calúnia, falas duras ou conversa vazia, não é ganancioso, malicioso ou tem opiniões errôneas. Assim, tais coisas são morais e consideradas como tal, irrepreensíveis e consideradas como tal, devem ser seguidas e consideradas como tal, caminhos próprios de um Ariano e considerados como tal, brilhantes com resultados brilhantes e louvados pelos sábios, são às vezes encontrados entre os Khattiyas e também entre Brâmanes, comerciantes e artesãos.

‘Agora, visto que tanto as qualidades sombrias quanto as brilhantes, que são censuradas e louvadas pelos sábios, estão espalhadas indiscriminadamente entre as quatro castas, os sábios não reconhecem a alegação de que a casta Brâmane é a mais elevada. Por quê? Porque, Vasettha, qualquer pessoa das quatro castas que se torne um monge, um Arahant que destruiu as corrupções, que viveu a vida, fez o que tinha que ser feito, abandonou o fardo, alcançou a meta mais elevada, destruiu o grilhão do vir a ser e se emancipou através do supra-conhecimento — ele é proclamado supremo em virtude do Dhamma e não do não-Dhamma.’

O Dhamma é a melhor coisa para as pessoas
nessa vida bem como na próxima.

‘Essa ilustração vos esclarecerá como Dhamma é a melhor nesse mundo e no próximo. O Rei Pasenadi de Kosala sabe: ‘O asceta Gotama partiu do clã vizinho dos Sakyas. Agora, os Sakyas são vassalos do Rei de Kosala. Eles lhe oferecem serviço humilde e o saúdam, levantam-se, prestam-lhe homenagem e prestam-lhe serviço digno e assim como os Sakyas oferecem serviço humilde ao Rei e o saúdam, levantam-se, prestam-lhe homenagem e prestam-lhe serviço digno, da mesma forma o Rei oferece serviço humilde ao Tathágata, pensando: ‘Se o asceta Gotama é bem-nascido, eu sou malnascido; se o asceta Gotama é forte, eu sou fraco; se o asceta Gotama é agradável à vista, eu sou mal-apessoado; se o asceta Gotama é influente, eu sou de pouca influência. Agora, é por honrar o Dhamma, por dar grande importância ao Dhamma, por estimar o Dhamma, por prestar homenagem reverente ao Dhamma que o Rei Pasenadi de fato presta serviço humilde ao Tathágata e lhe presta o serviço adequado:

O Dhamma é a melhor coisa para as pessoas
nessa vida bem como na próxima.

‘Vasettha, todos vocês, embora de nascimento, nome, clã e família diferentes, que deixaram a vida familiar e se tornaram sem-teto, se lhes perguntarem quem são, respondam: ‘Nós somos ascetas, seguidores do Sakya.'[2] Aquele cuja fé no Tathágata é firme, enraizada, estabelecida, sólida, inabalável por qualquer asceta ou Brâmane, qualquer deva ou mara ou Brahma ou qualquer pessoa no mundo, pode verdadeiramente dizer: ‘Eu sou um verdadeiro filho do Senhor Abençoado, nascido de sua boca, nascido de Dhamma, criado por Dhamma, um herdeiro de Dhamma.’ Por que isso? Porque, Vasettha, isso designa o Tathágata: ‘O Corpo de Dhamma’, isso é, ‘O Corpo de Brahma'[3] ou ‘Torne-se Dhamma’, isto é, ‘Torne-se Brahma’’.[4]

[2] Literalmente, “Filho dos Sakyas”

[3] ‘Brahma’ nessa passagem significa ‘O Mais Elevado’. O Buda o utilizou porque estava falando com Brâmanes.

[4] O Tathágata, ao alcançar a Iluminação por seus próprios esforços, tornou-se ‘O Mais Elevado’.

O início da humanidade

‘Chega um momento, Vasettha, em que, mais cedo ou mais tarde, após um longo período, esse mundo se contrai. Em um momento de contração, os seres, em sua maioria, nascem no mundo de Abhassara Brahma. E lá eles residem, criados pela mente, alimentando-se do deleite, auto luminosos, movendo-se pelo ar, gloriosos — e permanecem assim por muito tempo. No entanto, mais cedo ou mais tarde, após um período muito longo, esse mundo começa a se expandir novamente. Em um momento de expansão, os seres a partir do mundo de Abhassara Brahma, tendo partido de lá, em sua maioria, renascem nesse mundo. Aqui eles residem, criados pela mente, alimentando-se do deleite, auto luminosos, movendo-se pelo ar, gloriosos —[5] e permanecem assim por muito tempo.

[5] Embora nascidos na Terra, eles ainda são Devas, não seres humanos.

Biologia da Raça Humana

‘Naquele período, Vasettha, havia apenas uma massa de água e tudo era escuridão, uma escuridão ofuscante. Nem lua nem sol apareciam, nem constelações ou estrelas apareciam, noite e dia ainda não eram distinguidos, nem meses e quinzenas, nem anos e estações; não havia macho e fêmea, sendo os seres considerados apenas como seres.[6] E, mais cedo ou mais tarde, após um longo período de tempo, uma terra saborosa se espalhou sobre as águas onde aqueles seres estavam. Isso se parecia apenas como a pele que se forma sobre o leite quente à medida que esfria. Ela era dotada de cor, cheiro e sabor. Era da cor de fina ghee ou manteiga e era muito doce, como puro mel silvestre.’

[6] Como Devas a partir do Mundo de Brahma, eles são assexuados.

A partir da Escuridão para Dia & Noite

‘Então, um ser de natureza gananciosa disse: ‘Eu digo, o que pode ser isso?’ e ​​provou a terra saborosa em seu dedo. Ao fazê-lo, foi tomado pelo sabor e o desejo surgiu nele. Então, outros seres, seguindo o exemplo daquele, também provaram a coisa com os seus dedos. Eles também foram tomados pelo sabor e o desejo surgiu neles. Então, eles começaram a quebrar pedaços da coisa com as mãos para comê-la. E o resultado foi que a própria luminosidade deles desapareceu. E como um resultado do desaparecimento de sua própria luminosidade, a lua e o sol apareceram, a noite e o dia foram distinguidos, meses e quinzenas surgiram e o ano e as suas estações. Nessa medida, o mundo re-evoluiu.’

Ciclo da Evolução na Raça Humana

‘E aqueles seres continuaram por muito tempo banqueteando-se com essa terra saborosa, alimentando-se dela e sendo nutridos por ela. E, ao fazerem isso, os seus corpos tornaram-se mais grosseiros e uma diferença na aparência se desenvolveu entre eles. Alguns seres tornaram-se bonitos, outros feios. E os bonitos desprezavam os outros, dizendo: ‘Nós somos mais bonitos do que eles.’ E porque se tornaram arrogantes e presunçosos com a sua aparência, a terra saborosa desapareceu. Com isso, eles se reuniram e lamentaram, gritando: ‘Oh, que sabor! Oh, que sabor!’ (‘Oh, that flavor!’) e assim, hoje em dia, quando as pessoas dizem: ‘Oh, que sabor!’ quando recebem algo bom, estão repetindo um ditado antigo sem perceber.’

[Observação PO: “Oh, que sabor!” é um ditado antigo que as pessoas repetem quando recebem algo bom. A frase tem origem em uma história em que a terra saborosa desapareceu e um fungo surgiu. Hoje em dia, as pessoas a usam para expressar o seu prazer por um sabor específico. Fonte: pesquisa internet.]

A Cadeia Alimentar Humana

‘E então, quando a terra saborosa desapareceu, um fungo brotou, semelhante a um cogumelo. Era de boa cor, cheiro e sabor. Era da cor de ghee fino ou manteiga e era muito doce, como puro mel silvestre. E aqueles seres se puseram a comer o fungo. E isso durou muito tempo. E à medida que eles continuavam a se alimentar do fungo, os seus corpos se tornavam ainda mais grosseiros e a diferença na aparência deles aumentava ainda mais. E os de boa aparência desprezavam os outros… e porque eles se tornaram arrogantes e convencidos de sua aparência, o doce fungo desapareceu. Em seguida, surgiram trepadeiras, brotando como bambu… e elas também eram muito doces, como puro mel silvestre.

E aqueles seres se puseram a comer aquelas trepadeiras. E, ao fazê-lo, os seus corpos tornaram-se ainda mais grosseiros e a diferença em suas aparências aumentou ainda mais… e eles se tornaram ainda mais arrogantes e assim as trepadeiras também desapareceram. Diante disso, eles se reuniram e lamentaram, gritando: ‘Ai, as nossas trepadeiras se foram! O que nós temos perdido!’ (“Oh what have we lost!”) e assim, hoje em dia, quando as pessoas, quando alguém lhes pergunta por que estão chateadas, elas dizem: ‘Oh, o que nós temos perdido!’, elas estão repetindo um ditado antigo sem perceber.’

Evolução Sexual – Assexuada para Macho e Fêmea

‘E então, depois que as trepadeiras desapareceram, o arroz apareceu em espaços abertos, livre de pó e cascas, perfumado e com grãos limpos. E o que eles haviam comido à noite para o jantar havia crescido novamente e estava maduro pela manhã e o que eles haviam comido pela manhã para o café da manhã estava maduro novamente à noite, sem nenhum sinal de colheita. E esses seres se alimentaram desse arroz e isso durou muito tempo. E, eles ao fazerem isso, os seus corpos se tornaram ainda mais grosseiros e a diferença em suas aparências se tornou ainda maior. E as fêmeas desenvolveram órgãos sexuais femininos e os machos desenvolveram órgãos sexuais masculinos. E as mulheres tornaram-se excessivamente preocupadas com os homens e os homens com as mulheres. Devido a essa preocupação excessiva uns com os outros, a paixão foi despertada e os seus corpos queimaram de luxúria. E mais tarde, por causa dessa queimação, eles se entregaram à atividade sexual. Mas aqueles que os viam se entregando jogavam poeira, cinzas ou esterco de vaca neles, gritando: ‘Morra, sua besta imunda! Como pode um ser fazer tal coisa com outro!’ Assim como hoje, em alguns distritos, quando uma nora(*) é levada para fora (expulsa), algumas pessoas jogam terra nela, outras cinzas e outras esterco de vaca, sem perceber que estão repetindo uma antiga observância. O que era considerado falta de educação naqueles dias agora é considerado boa educação.

[(*)Observação PO: O termo “nora” (daughter-in-law) abrange diversos papéis e significados em diferentes contextos culturais e religiosos. No Jainismo, faz referência a figuras associadas à dinâmica familiar, enquanto no Vaishnavismo, significa a esposa de Shri Gaurasundara e sua integração à vida familiar. O Purana inclui mulheres importantes como Savitri e Kunti em sua representação da nora. No Dharmashastra, o seu papel está ligado à estrutura familiar e às expectativas sociais. Por fim, na história Theravada e Indiana, destaca os desafios e as dinâmicas entre ela e os seus sogros, refletindo as complexidades dos relacionamentos familiares. No Budismo, “nora” significa vários papéis, desde uma jovem que se casa com alguém da família até figuras que exibem habilidades milagrosas, como a nora de Mendaka. Também destaca a dinâmica familiar, incluindo as tensões com a sogra. Para mim, no Sutta, tem uma conotação com luxúria e traição. Fonte: pesquisas internet]

E aqueles seres que naqueles dias se entregavam ao sexo não tinham permissão para entrar em uma vila ou cidade por um ou dois meses. Consequentemente, aqueles que se entregavam por um período excessivamente longo a tais práticas imorais começaram a construir as suas próprias moradias para se entregarem às escondidas.

Então, isso ocorreu a um desses seres, que era propenso à preguiça: ‘Bem, por que eu deveria me dar ao trabalho de colher arroz à noite para o jantar e de manhã para o café da manhã? Por que eu não deveria colher tudo de uma vez para as duas refeições?’ E ele assim o fez. Então outro veio até ele e disse: ‘Vamos, vamos colher arroz.’ ‘Não precisa, meu amigo, já colhi o suficiente para as duas refeições.’ Então o outro, seguindo o seu exemplo, colheu arroz suficiente para dois dias seguidos, dizendo: ‘Isso deve ser o suficiente.’ Então outro ser veio até o segundo: ‘Vamos, vamos colher arroz.’ ‘Não precisa, meu amigo, já colhi o suficiente para dois dias.’ (O mesmo por quatro e depois oito dias.) Entretanto, quando esses seres fizeram um estoque de arroz e viveram disso, o pó da casca e a casca começaram a envolver o grão e onde ele foi colhido, ele não cresceu novamente e o local cortado apareceu e o arroz cresceu em cachos separados.

E então aqueles seres se reuniram lamentando: ‘Os costumes perversos se espalharam entre nós: no início, nós éramos feitos pela mente, alimentando-nos do contentamento… (Todos os eventos se repetem até o último desenvolvimento, sendo cada nova mudança atribuída a ‘modos perversos e prejudiciais’)… e o arroz cresce em cachos separados! Agora, vamos dividir o arroz em campos com limites.’ E assim eles o fizeram.’

Corrupção da Mente Humana

‘Então, Vasettha, um ser de natureza gananciosa, enquanto vigiava o seu próprio terreno, tomou outro terreno que não lhe fora dado e aproveitou os frutos. Então, eles o agarraram e disseram: ‘Você fez uma coisa perversa, tomando o terreno de outro dessa forma! Nunca mais faça tal coisa!’ ‘Eu não farei’, disse ele, mas fez a mesma coisa uma segunda e uma terceira vez. Novamente, ele foi agarrado e repreendido e alguns o espancaram com os punhos, alguns com pedras e alguns com paus. E dessa forma, Vasettha, o tomar aquilo que não foi dado, censura, mentira e punição, tiveram a sua origem.

Então, aqueles seres se reuniram e lamentaram o surgimento dessas coisas malignas entre eles: tomar aquilo que não lhes foi dado, censura, mentira e punição. E eles pensaram: ‘E se nomeássemos um ser que demonstrasse raiva onde a raiva fosse devida, censurasse aqueles que a merecessem e banisse aqueles que merecessem o banimento! E em troca, lhe daríamos uma parte do arroz.’ Então, eles foram até aquele entre eles que era o mais atrativo, o mais bonito, o mais agradável e capaz entre eles e pediram-lhe que fizesse isso em troca de uma parte do arroz e ele concordou.’

Como a Casta foi Instituída

‘ ‘A Escolha do Povo’ é o significado de Maha-Sammata,[7] que é o primeiro título regular a ser introduzido. ‘Senhor dos Campos’ é o significado de Khattiya, o segundo título desse tipo. E ‘Ele Alegra os Outros com o Dhamma’ é o significado de Raja, o terceiro título a ser introduzido. Essa, então, Vasettha, é a origem da classe dos Khattiyas, de acordo com os antigos títulos que foram introduzidos para eles. Eles se originaram entre os mesmos seres, como nós, não diferentes e de acordo com o Dhamma, não de outra forma.’

[7] O Nome do Primeiro Rei da Raça Solar e Ancestral, entre outros, dos governantes Sakyas (e, portanto, de Gotama).

O Dhamma é a melhor coisa para as pessoas
nessa vida bem como na próxima.

Formação da Casta Brâmane

‘Então, alguns seres pensaram: ‘Coisas más surgiram entre os seres, como tomar o que não é dado, censura, mentira, punição e banição. Nós devemos deixar de lado as coisas más e prejudiciais.’ E assim eles o fizeram. ‘Eles Deixam de Lado as Coisas Más e Prejudiciais’ é o significado de Brâmane, que é o primeiro título regular a ser introduzido para tais pessoas. Eles construíram cabanas de folhas em locais florestais e meditavam nelas. Com o fogo fumegante apagado, com o pilão posto de lado, recolhendo esmolas para as suas refeições noturnas e matinais, eles iam para uma aldeia, povoado ou cidade real em busca de alimento para eles e então eles retornavam às suas cabanas de folhas para meditar. As pessoas viam isso e notavam como eles meditavam. ‘Eles Meditam’ é o significado de Jhayaka, que é o segundo título regular a ser introduzido.

No entanto, alguns desses seres, não podendo meditar em cabanas de folhas, estabeleceram-se em povoados e aldeias e compilaram livros. As pessoas os viam fazendo isso e não meditando.

Agora ‘Esses Não Meditam’ é o significado de Ajjhayaka, que é o terceiro título regular a ser introduzido. Naquela época, era considerado uma designação inferior, mas agora é superior. Essa, então, Vasettha, é a origem da classe dos Brâmanes, de acordo com os antigos títulos que foram introduzidos para eles. A origem deles foi entre os mesmos seres, como eles próprios, não diferentes e de acordo com o Dhamma, não de outra forma.

O Dhamma é a melhor coisa para as pessoas
nessa vida bem como na próxima.

E então, Vasettha, alguns desses seres, tendo se unido, adotaram vários ofícios, e esse ‘vários’ é o significado de Vessa, que veio a ser o título regular para tais pessoas. Essa é, então, a origem da classe dos Vessas, de acordo com os antigos títulos que lhes foram introduzidos. A origem deles foi dentre esses mesmos seres como eles, sem diferença e de acordo com o Dhamma e não de outra forma.

E então, Vasettha, aqueles seres que permaneceram partiram para a caça. ‘Eles São Ultrajantes os Que Vivem da Caça’ e esse é o significado de Sudda, que veio a ser o título regular para tais pessoas. Essa é, então, a origem da classe dos Suddas[8], de acordo com os antigos títulos que lhes foram introduzidos. A origem deles foi dentre esses mesmos seres como eles, sem diferença e de acordo com o Dhamma e não de outra forma.

[8] Literalmente, ‘Artesãos’ ou ‘Artífices’.

E então, Vasettha, aconteceu que um Khattiya, insatisfeito com o seu próprio Dhamma, abandonou a vida familiar e seguiu a vida sem lar, pensando: ‘Eu irei me tornar um asceta’. E um Brâmane fez o mesmo, um Vessa fez o mesmo e também um Sudda. E dessas quatro classes surgiu a classe dos Ascetas. A origem deles veio desses mesmos seres, como eles mesmos, sem diferença e de acordo com o Dhamma e não de outra forma.

O Dhamma é a melhor coisa para as pessoas
nessa vida bem como na próxima.

E, Vasettha, um Khattiya que tem levado uma vida ruim em corpo, fala e pensamento e que tem visão incorreta, em consequência dessas visões e ações incorretas, na dissolução do corpo após a morte, renascerá em um estado de perda, um destino ruim, a queda, o estado infernal. O mesmo acontecerá com um Brâmane, um Vessa ou um Sudda.

Da mesma forma, um Khattiya que levou uma vida boa em corpo, discurso e pensamento e que tem visão correta, em consequência dessas visões e ações corretas, na dissolução do corpo após a morte, renascerá em um bom destino, em um estado celestial. O mesmo acontecerá com um Brâmane, um Vessa ou um Sudda.

E um Khattiya que realizou atos de ambos os tipos com o corpo, a fala e o pensamento e cuja visão é mista, em consequência dessas visões e ações mistas, na dissolução do corpo após a morte, experienciará tanto prazer quanto dor. O mesmo acontecerá com um Brâmane, um Vessa ou um Sudda.

E um Khattiya que é contido em corpo, discurso e pensamento e que tem desenvolvido os sete requisitos da iluminação, alcançará o parinirvana nessa mesma vida. O mesmo acontecerá com um Brâmane, um Vessa ou um Sudda.

E, Vasettha, qualquer uma dessas quatro castas, como um monge, que se torna um Arahant que tem destruído as corrupções, feito o que tinha que ser feito, abandonado o fardo, atingido o objetivo mais elevado, destruído completamente o grilhão do vir a ser e se liberado pela percepção mais elevada, é declarado o principal entre eles de acordo com o Dhamma e não de outra forma.

O Dhamma é a melhor coisa para as pessoas
nessa vida bem como na próxima.

Vasettha, foi Brahma Sanankumara quem disse esse verso:

O melhor entre aqueles que valorizam o clã Khattiya;

Ele com conhecimento e conduta é o melhor entre os deuses e os homens.

Esse verso foi cantado corretamente, não incorretamente, falado corretamente, não incorretamente, conectado com o lucro, não desconectado. Eu também digo, Vasettha:

O melhor entre aqueles que valorizam o clã Khattiya;

Ele com conhecimento e conduta é o melhor entre os deuses e os homens.

Assim falou o Senhor e Vasettha e Bharadvaja ficaram encantados e regozijaram-se com as palavras dele.

Sadhu! Sadhu! Sadhu!

[Observação PO: Sadhu, no Hinduísmo, é um termo comum para designar um místico, um asceta, um praticante de ioga ou um monge andarilho. “Sadhu” é, também, uma expressão em sânscrito e páli usada como interjeição para algo bem-sucedido ou realizado com perfeição. Fonte: Wikipédia]Parte superior do formulárioParte inferior do formulário 

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Imagem: O-Agganna-Sutta-.jpg – 18 de maio de 2025 – Foto disponível em diversos sites especializados em Budismo.

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A Espiritualidade nas Empresas trata-se de uma Filosofia cujos Princípios são capazes de ajudar tanto as Pessoas quanto as Organizações.

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Autor

Graduação: Engenharia Operacional Química. Graduação: Engenharia de Segurança do Trabalho. Pós-Graduação: Marketing - PUC/RS. Pós-Graduação: Administração de Materiais, Negociações e Compras - FGV/SP. Blog Projeto OREM® - Oficina de Reprogramação Emocional e Mental - O Blog aborda quatro sistemas de pensamento sobre Espiritualidade Não-Dualista, através de 4 categorias, visando estudos e pesquisas complementares, assim como práticas efetivas sobre o tema: OREM1) Ho’oponopono - Psicofilosofia Huna. OREM2) A Profecia Celestina. OREM3) Um Curso em Milagres. OREM4) A Organização Baseada na Espiritualidade (OBE) - Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT). Pesquisador Independente sobre Espiritualidade Não-Dualista como uma proposta inovadora de filosofia de vida para os padrões Ocidentais de pensamentos, comportamentos e tomadas de decisões (pessoais, empresariais, governamentais). Certificação: “The Self I-Dentity Through Ho’oponopono® - SITH® - Business Ho’oponopono” - 2022.

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