Os destaques em negrito, sublinhado ou itálico são por minha conta.

“Perdoa e sê perdoado. Como dás, assim receberás.” (LE-pI.122.6:3-4)

“O medo limita o mundo. O perdão o liberta.” (LE-pII.332.Título)

“Milagres são sinais naturais de perdão. Através dos milagres aceitas o perdão de Deus por estendê-lo a outros.” (T-1.I.21:1-2)

“O perdão é um gesto vazio a não ser que acarrete correção. Sem isso, é essencialmente julgador em vez de corretivo.” (T-2.V.A.15:3-4)

“O perdão é a cura [healing] da percepção da separação.” (T-3.VI.9:1)

 “Enquanto ainda nós acreditarmos que nós somos pecadores e separados, nós temos a necessidade de uma ilusão para corrigir a nossa ilusão. Isso é o perdão.” (Dr. Kenneth Wapnick)

O que é o perdão?

Para responder a essa questão que objeto desse artigo, nós buscamos inspiração no Guia de Estudo para Um Curso em Milagres da Fundação para a Paz Interior (Study Guide for A Course in Miracles – Foundation for Inner Peace), que nós transcrevemos a seguir:

“O perdão é uma das ideias centrais ensinadas por Um Curso em Milagres. No entanto, como acontece com tantos termos do Curso, o seu significado é diferente de nosso entendimento usual, no qual nós nos dignamos a perdoar ou negligenciar um erro que foi infligido a nós.

Se nós mantivermos em mente o ensino do Curso de que o mundo físico é uma ilusão, um sonho de separação, então vem a ser mais fácil entender que o que nós pensamos que os outros fizeram a nós (e o que nós, por sua vez, fizemos a eles) nunca realmente aconteceu.

O passado não apenas acabou, ele nunca existiu em primeiro lugar. O momento presente é tudo o que existe. O ego tece passado e futuro em uma ilusão de tempo linear que suplanta o presente. O perdão reconhece essa verdade. É a escolha de liberar o passado e todos os seus julgamentos.

Perdoar não significa que toleramos as ações prejudiciais dos outros. Ao invés disso, nós estamos escolhendo vê-los como nós gostaríamos de ser vistos, como o santo Filho de Deus, a fim de também reconhecer essa mesma santidade dentro de nós. A dádiva do perdão é a liberação do passado e uma sensação contínua de paz.

O ego tentará nos convencer de que os erros cometidos contra nós são muito reais. É importante notar que UCEM não nos pede para negar o que nós sentimos.

Especialmente em relação a eventos traumáticos de nosso passado, nós podemos necessitar explorar a mágoa e a raiva mais profundamente, talvez com um terapeuta treinado, para diminuir a carga emocional de nossas memórias.

Peça ao Espírito Santo ajuda e orientação para enfrentar a dor emocional. Dessa forma, nós ficamos prontos para deixar as nossas mágoas e os nossos ressentimentos, libertando-nos dos pensamentos que roubam a nossa paz interior.

Muitos de nós já tivemos a experiência de ‘perdoar’ alguém apenas para que os nossos sentimentos negativos voltassem mais tarde. Isso pode ser porque ainda nós não estávamos prontos ou dispostos a deixar ir totalmente. Pode haver mais trabalho interno a fazer.

Lembre-se de que o ego prospera no julgamento e no conflito. Isso nos lembrará ansiosamente e frequentemente como outros falharam ou nos feriram. O Curso ensina que o nosso julgamento dos outros é a maneira do ego de projetar a nossa própria culpa sobre eles. No entanto, não há justificativa para a culpa porque Deus não julga. Nós permanecemos eternamente como Ele nos criou.

Na conclusão de sua poderosa Introdução, o Curso afirma que

“Nada real pode ser ameaçado. Nada irreal existe. Nisso está a paz de Deus.” (Texto, Introdução, parágrafo 2:2-4)

O que isso significa é que as feridas e mágoas que nós suportamos, ou que outros experienciaram como resultado de nossas palavras e ações, não existem na realidade de Deus. A separação e tudo o que ela deu origem nunca aconteceu, porque a realidade de Deus é apenas amor, paz e integridade sem interrupção ou fim.

Ele não vê nenhum pecado e nenhuma culpa; Ele olha para nós apenas com amor. Portanto, Deus não necessita perdoar. No entanto, aqui no mundo da separação, o perdão vem a ser a nossa tarefa principal, a única coisa que nós necessitamos fazer, por nós mesmos e os nossos irmãos e irmãs.

“Pois o que, senão o passado, pode ser perdoado e tendo sido perdoado, ele desaparece.” (LE-pII.289.1:6)

“[Perdão] é o reflexo do Amor de Deus na terra.” (LE-pI.60.1:5)

O perdão é a única coisa que representa a verdade nas ilusões do mundo. Ele vê a sua nulidade e olha através das milhares de formas nas quais podem aparecer.” (LE-pI.134.7:1-2)

Vejamos o que nos acrescenta o Curso sobre o que é o perdão, nos ensinamentos didáticos do Livro de Exercícios, que nós transcrevemos a seguir para a nossa reflexão:

O perdão reconhece que o que pensaste que teu irmão fez a ti não ocorreu. Ele não perdoa pecados tornando-os reais. Ele vê que não há pecado. E, nesse modo de ver, todos os teus pecados são perdoados. O que é o pecado, senão uma ideia falsa sobre o Filho de Deus? O perdão simplesmente vê a sua felicidade e, portanto, a abandona. A Vontade de Deus passa, então, a ser livre para ocupar agora o espaço que lhe é devido.

Um pensamento que não perdoa é um pensamento que faz um julgamento que ele não questionará, embora não seja verdadeiro. A mente está fechada e não será liberada. O pensamento protege a projeção, apertando as suas correntes de modo que as distorções se tornem mais veladas e mais obscuras; menos acessíveis à dúvida e mais afastadas da razão. O que poderia se interpor entre uma projeção fixa e o objetivo que ela escolheu como sua meta?

Um pensamento que não perdoa faz muitas coisas. Persegue a sua meta ativa e freneticamente, distorcendo e derrubando o que vê como interferências no atalho que escolheu. A deturpação é o seu propósito, assim como o meio pelo qual quer realizá-lo. Ele se lança nas suas tentativas furiosas de esmagar a realidade, sem se preocupar com o que quer que seja que aparentemente contradiga o seu ponto de vista.

O perdão, por sua vez, é quieto e na quietude nada faz. Não ofende nenhum aspecto da realidade, nem busca distorcê-la para encaixá-la em aparências que lhe agradem. Apenas olha e espera e não julga. Aquele que não quer perdoar tem que julgar, pois tem que justificar o seu fracasso em perdoar. Mas aquele que quer perdoar a si mesmo tem que aprender a dar boas-vindas à verdade exatamente como ela é.

Assim sendo, não faças nada e deixa o perdão te mostrar o que fazer através Daquele Que é o teu Guia, teu Salvador e Protetor, forte em esperança e certo do teu êxito final. Ele já te perdoou, pois essa é a Sua função, dada por Deus. Agora é preciso que compartilhes a Sua função e perdoes aqueles que Ele salvou, cuja impecabilidade Ele vê e a quem honra como o Filho de Deus.” (LE-pII.1.1-5)

Dando continuidade ao processo de entendimento do que é o perdão, conforme o sistema de pensamento de Um Curso em Milagres, estamos transcrevendo mais esses ensinamentos do Livro de Exercícios:

Revisemos o significado do ‘perdão’, pois esse pode ser distorcido e percebido como algo que implica o sacrifício indevido de uma ira justa, uma dádiva injustificada e imerecida e a negação completa da verdade. Sob esse ponto de vista, o perdão tem que ser visto como uma mera loucura excêntrica e esse curso parece basear a salvação num capricho.

Essa perspectiva distorcida do que significa o perdão é facilmente corrigida quando podes aceitar o fato de que o perdão não é pedido para o que é verdadeiro. Ele tem que se limitar ao que é falso. É irrelevante em relação a tudo, exceto ilusões. A verdade é a criação de Deus e perdoá-la nada significa. Toda a verdade pertence a Ele, reflete as Suas leis e irradia o Seu Amor. E isso precisa de perdão? Como podes perdoar àqueles que não têm pecado e que são eternamente benignos?

A tua principal dificuldade em achar um perdão genuíno da tua parte é que ainda acreditas ter que perdoar a verdade e não ilusões. Concebes o perdão como uma vã tentativa de passar por cima do que existe, ignorar a verdade num esforço injustificado de enganar-te fazendo com que uma ilusão seja verdadeira. Esse ponto de vista distorcido reflete apenas o domínio que a ideia do pecado ainda tem sobre a tua mente, do modo como tu te consideras.

Por acreditares que os teus pecados são reais, olhas para o perdão como um engano. Pois é impossível pensar que o pecado é verdadeiro e não acreditar que o perdão é uma mentira. Assim realmente o perdão não passa de um pecado, como todo o resto. Ele diz que a verdade é falsa e sorri para os corruptos como se fossem tão irrepreensíveis quanto a grama, tão brancos como a neve. Ele é delusório naquilo que pensa poder realizar. Ele quer ver o que é claramente errado como certo, o desprezível como bom.

Desse ponto de vista, o perdão não é um modo de escapar. É apenas mais um sinal de que o pecado é imperdoável; na melhor das hipóteses a ser escondido, negado ou chamado por outro nome, pois o perdão é uma traição à verdade. A culpa não pode ser perdoada. Se pecas, a tua culpa é eterna. Aqueles que forem perdoados a partir do ponto de vista de que os seus pecados são reais, são deploravelmente ridicularizados e duplamente condenados; primeiro, por si mesmos, pelo que pensam ter feito e mais uma vez por aqueles que os perdoam.

É a irrealidade do pecado que faz com que o perdão seja natural e totalmente são, um profundo alívio para aqueles que o oferecem e uma bênção serena aonde é recebido. Ele não favorece ilusões, apenas as recolhe despreocupadamente, com um pequeno sorriso e as deposita gentilmente aos pés da verdade. E lá elas desaparecem por completo.

O perdão é a única coisa que representa a verdade nas ilusões do mundo. Ele vê a sua nulidade e olha através das milhares de formas nas quais podem aparecer. Ele olha a mentira, mas não é enganado. Não atende aos gritos auto acusadores de pecadores enlouquecidos pela culpa. Ele olha para eles com olhos serenos e lhes diz apenas: ‘Meu irmão, o que pensas não é a verdade.

A força do perdão está na honestidade que lhe é própria, tão incorrupta que vê as ilusões como ilusões e não como verdade. É por isso que ele vem a ser aquele que desfaz o engano diante das mentiras, o grande restaurador da simples verdade. Através da sua capacidade de não ver o que não existe, ele abre o caminho para a verdade que havia sido bloqueada por sonhos de culpa. Agora és livre para seguir no caminho que o teu verdadeiro perdão abre para ti. Pois, se um irmão recebe esta dádiva tua, a porta está aberta para ti mesmo.

Há uma maneira muito simples de achar a porta do perdão verdadeiro e percebê-la aberta de par em par para dar boas-vindas. Quando te sentires tentado a acusar alguém de haver pecado em qualquer forma que seja, não deixes a tua mente se deter sobre o que pensas que ele fez, pois isso é autoengano. Ao invés disso, pergunta: ‘Eu me acusaria por fazer isso?

Dessa forma, verás as alternativas para a escolha em termos que a tornam significativa e que mantêm a tua mente tão livre de culpa e de dor quanto o próprio Deus pretendia que fosse e como é na verdade. Só as mentiras querem condenar. Na verdade, a inocência é a única coisa que existe. O perdão está entre as ilusões e a verdade, entre o mundo que vês e o que está além, entre o inferno da culpa e a porta do Céu.

Através da ponte, tão poderosa quanto o Amor que depositou sobre ela a própria bênção, todos os sonhos do mal, de ódio e de ataque são silenciosamente trazidos à verdade. Eles não são mantidos para se expandirem, provocarem tumultos e aterrorizarem o tolo sonhador que acredita neles. Esse foi gentilmente despertado do seu sonho pela compreensão de que o que ele pensava ter visto, nunca existiu. E agora não pode sentir que todas as possibilidades de escapar lhe foram negadas.

Ele não tem que lutar para se salvar. Não tem que matar os dragões que o perseguiam em seus pensamentos. E nem precisará erguer os pesados muros de pedra e as portas de ferro que o manteriam a salvo em seus pensamentos. Ele pode retirar a pesada e inútil armadura feita para acorrentar a sua mente ao medo e à miséria. O seu passo é leve e quando levanta o pé para avançar mais um passo, deixa uma estrela para trás, para indicar o caminho àqueles que o seguem.

O perdão tem que ser praticado, pois o mundo não pode perceber o seu significado, nem prover um guia para te ensinar as suas beneficências. Não existe em todo o mundo nenhum pensamento que conduza à menor compreensão das leis que ele segue e do Pensamento que ele reflete. Ele é tão alheio ao mundo quanto a tua própria realidade. E, no entanto, une a tua mente à realidade em ti.” (LE-pI.134.1-13)

Perdoar para salvar

Do panfleto “A Canção da Oração”, capítulo 2. Perdão, seção III, temos o título “Perdoar-para-salvar”, que nós estamos transcrevendo para conhecimento e entendimento do que é o perdão segundo o sistema de pensamento do Curso:

O perdão-para-salvar tem uma forma e só uma. Ele não pede provas de inocência, nem pagamento de qualquer tipo. Ele não argumenta, nem avalia os erros que quer ignorar. Ele não oferece dádivas traiçoeiras, nem promete liberdade enquanto pede morte.

Acaso Deus te enganaria? Ele apenas pede confiança e disposição para aprenderes como ser livre. Ele dá o Seu Professor para quem pedir e buscar compreender a Vontade de Deus. A Sua prontidão para dar está muito além da tua compreensão ou da tua simples apreensão. Contudo é Sua Vontade que aprendas o caminho para Ele e na realização da Sua Vontade há certeza.

Tu, criança de Deus, as dádivas de Deus são tuas, não segundo teus planos, mas pela Sua Vontade santa. A Sua Voz vai ensinar-te o que é o perdão e como perdoar assim como Ele quer que seja. Não busques, portanto, compreender o que ainda está além de ti, mas deixa que ele seja o caminho para erguer-te até o lugar onde os olhos de Cristo passam a ser a vista que escolhes.

Desiste de todo o resto, pois não há nada mais. Quando alguém pede qualquer ajuda que seja, Ele é aquele que responde por ti. Tudo o que precisas fazer é dar um passo para trás e não interferir. Perdoar-para-salvar é a Sua tarefa e é Ele que responderá por ti.

Não estabeleças qual é a forma que o perdão de Cristo deve tomar. Ele sabe como fazer de qualquer pedido um auxílio para ti, enquanto te ergues apressadamente para ir afinal para a casa do teu Pai.

Agora Ele pode fazer com que os teus passos tenham segurança e que as tuas palavras sejam sinceras, não com a tua própria sinceridade, mas com a Sua. Deixa que Ele esteja a cargo de como deverás perdoar e cada ocasião será, então, para ti um outro degrau para o Céu e para a paz.

Não estás cansado da prisão? Deus não escolheu essa triste estrada para ti. O que escolheste ainda pode ser desfeito, pois a oração é misericordiosa e Deus é justo.

A Sua é uma justiça que Ele pode compreender, mas tu por enquanto ainda não podes. Mesmo assim Ele te dará os meios para aprenderes com Ele e teres afinal o conhecimento de que a condenação não é real e constrói ilusões em nome do mal.

Contudo, ainda assim não importa a forma que os sonhos possam parecer tomar. As ilusões não são verdadeiras. A Vontade de Deus é verdade e tu és um com Ele em Vontade e propósito. Aqui todos os sonhos são desfeitos.

‘O que eu devo fazer por ele, o Teu Filho santo?’ deve ser a única coisa que tu sempre perguntes quando a ajuda se faz necessária e se está em busca do perdão.

A forma que a busca toma, tu não precisas julgar. E não deixes que sejas tu aquele que determina a forma na qual o perdão vem para salvar o Filho de Deus.

A luz de Cristo nele é a sua liberação e é isso que responde ao seu chamado. Perdoa-lhe assim como Cristo decide que deves e que sejam Seus os olhos através dos quais olhas para ele e também falas por Ele. Ele conhece a necessidade, a pergunta e a resposta. Ele te dirá exatamente o que fazer em palavras que podes compreender e podes também usar.

Não confundas a Sua função com a tua. Ele é a Resposta. Tu, aquele que ouve.

E de que é que Ele te fala? De salvação e da dádiva da paz. Do fim do pecado, da culpa e da morte. Do papel que o perdão desempenha Nele. Tu apenas escutas. Pois Ele será ouvido por qualquer um que chame pelo Seu Nome e coloque o próprio perdão em Suas mãos.

O perdão Lhe foi dado para que Ele o ensine, para que o salve da destruição e para fazer com que o meio da separação, do pecado e da morte venha a ser outra vez a dádiva santa de Deus.

A oração é a Sua Mão direita, que é liberada para salvar à medida que se permite que o verdadeiro perdão venha da Sua vigilância eterna e do Seu amor. Escuta e aprende, mas não julgues. É para Deus que te voltas para ouvir o que deves fazer. A Sua resposta será tão clara quanto a manhã e também o Seu perdão não é o que pensas que seja.

Ele ainda sabe e isso deve ser suficiente. O perdão tem um Professor que não falhará em nada. Descansa um pouco nisso, não tentes julgar o perdão, nem colocá-lo numa moldura terrena. Deixa que ele se erga até Cristo, que dá boas-vindas a ele como uma dádiva que Lhe é feita.

Ele não te deixará sem consolo, nem falhará em mandar os Seus anjos descerem para responder-te em Seu próprio Nome. Ele está ao lado da porta para a qual o perdão é a única chave. É preciso que a dês a Ele para que Ele a use em teu lugar e verás a porta deslizar abrindo-se silenciosamente sobre a resplandecente face de Cristo. Contempla o teu irmão que lá está, além da porta: o Filho de Deus tal como Ele o criou.

Perdão – A Face de Cristo

Em Esclarecimento de Termos de Um Curso em Milagres, em sua Seção 3, nós temos a seguinte definição:

O perdão é para Deus e vai em direção a Deus, mas não é Dele. É impossível pensar em qualquer coisa que Ele tenha criado que pudesse precisar de perdão. O perdão é então uma ilusão, mas devido ao seu propósito, que é o do Espírito Santo, há uma diferença. Ao contrário de todas as outras ilusões, conduz para longe do erro e não em direção a ele.

O perdão poderia ser chamado de uma espécie de ficção feliz, um caminho no qual aqueles que não conhecem podem fazer uma ponte sobre a brecha entre sua percepção e a verdade. Eles não podem ir diretamente da percepção ao conhecimento porque não pensam que é sua vontade fazer isso. Isso faz com que Deus pareça ser um inimigo em vez do que Ele realmente é. E é justamente essa percepção insana que faz com que eles não estejam dispostos a simplesmente erguerem-se e voltarem para Ele em paz.

E assim necessitam de uma ilusão de ajuda porque estão impotentes, um Pensamento de paz porque estão em conflito. Deus sabe do que o Seu Filho tem necessidade antes dele pedir. Ele não está em nada preocupado com a forma, mas tendo dado o conteúdo, é Sua Vontade que esse seja compreendido. E isso basta. A forma se adapta à necessidade e o conteúdo é imutável, tão eterno quanto o seu Criador.

A face de Cristo tem que ser vista antes que a memória de Deus possa voltar. A razão é óbvia. Ver a face de Cristo envolve percepção. Ninguém pode olhar para o conhecimento. Mas a face de Cristo é o grande símbolo do perdão. É a salvação. É o símbolo do mundo real. Quem olha para isso nunca mais vê o mundo. Ele está tão perto do Céu quanto é possível chegar estando ainda do lado de fora, antes da porta. Entretanto, dessa porta para dentro, não falta nada além de um passo. É o passo final. E isso nós deixamos para Deus.

O perdão é um símbolo também, mas como símbolo da Sua Vontade apenas, não pode estar dividido. E assim a Unidade que ele reflete vem a ser a Sua Vontade. É a única coisa que ainda está em parte no mundo e mesmo assim é a ponte para o Céu.

A Vontade de Deus é tudo o que existe. Nós só podemos ir do nada ao tudo, do inferno para o Céu. Isso é uma viagem? Não, não verdadeiramente, pois a verdade não vai a lugar nenhum. Apenas as ilusões se deslocam de um lugar para outro, de um momento para o outro. O passo final também não é senão um deslocamento. Como uma percepção, em parte é irreal. Mas essa parte sumirá. O que permanece é a paz eterna e a Vontade de Deus.

Não há desejos agora, pois os desejos mudam. Mas mesmo o que é desejado pode vir a ser indesejado. Tem que ser assim porque o ego não é capaz de estar em paz. Mas a Vontade é constante, como dádiva de Deus. E o que Ele dá é sempre como Ele Mesmo. Esse é o propósito da face de Cristo. É a dádiva de Deus para salvar Seu Filho. Apenas olha para isso e terás sido perdoado.

Como vem a ser amável o mundo naquele único instante em que vês a verdade acerca de ti mesmo refletida nele. Agora és sem pecado e contemplas a tua impecabilidade. Agora és santo e te percebes assim. E agora a mente retorna ao seu Criador, a união do Pai e do Filho, a Unidade das unidades que está por trás de toda união, mas além de todas elas. Deus não é visto, apenas compreendido. Seu Filho não é atacado, apenas reconhecido.” (ET.3.1-8)

O que não é o perdão…

Vejamos agora o que o Curso, em seu Livro de Exercícios, ensina-nos sobre o que nós podemos chamar de “o que não é o perdão”, para o nosso conhecimento e entendimento.

Quando ‘perdoas’ um pecado, não há nenhum ganho para ti diretamente. Fazes caridade para alguém que é indigno, apenas para indicar que tu és melhor e que te achas num plano superior ao daquele a quem estás perdoando. Ele não ganhou a tua tolerância caridosa, que concedes a alguém que não é digno da dádiva, pois os seus pecados o reduziram a uma condição abaixo da verdadeira igualdade contigo. Ele não tem direito ao teu perdão. Esse oferece a ele uma dádiva, mas nada para ti mesmo.

Dessa forma, o perdão é basicamente falho; é um capricho caridoso, benevolente mas imerecido, uma dádiva ora concedida, ora negada. Como ele é imerecido é justo negá-lo e não é justo que devas sofrer quando ele é negado. O pecado que perdoas não é o teu próprio. Alguém à parte de ti o cometeu. E se fores indulgente para com ele, dando-lhe o que ele não merece, a dádiva não é tua, assim, como não era teu o seu pecado.

Se isso for verdadeiro, o perdão não tem base em que se apoiar com confiança e segurança. É uma excentricidade na qual tu, às vezes, escolhes dar indulgentemente uma trégua imerecida. Entretanto, ficas com o teu direito de não deixar que o pecador escape ao pagamento que é justificado pelo seu pecado. Pensas que o Senhor do Céu permitiria que a salvação do mundo dependesse disso? O Seu  cuidado por ti não seria de fato pequeno se a tua salvação se  baseasse num capricho?

Tu não compreendes o perdão. Tal como o vês, ele é apenas uma repressão do ataque aberto, sem exigir correção na tua mente. Tal como o percebes, ele não pode te dar paz. Não é um meio para liberar-te daquilo que vês em alguém que não é o que tu és. Não tem o poder de     restaurar a tua unidade com ele na tua consciência [no nível da realidade (awareness)]. Não é o que Deus pretendia que fosse para ti.” (LE-pI.126.3-6)

O Livro Texto também nos esclarece e alerta sobre a armadilha de nós praticarmos o perdão conforme o sistema de pensamento do ego, contrário ao sistema de pensamento do Espírito Santo e propósito único de Um Curso em Milagres:

“Testemunhar o pecado e ao mesmo tempo perdoá-lo é um paradoxo que a razão não pode ver. Pois ela afirma que o que foi feito a ti não merece perdão. E ao dares o perdão, concedes misericórdia ao teu irmão, mas reténs a prova de que ele não é realmente inocente. Os doentes permanecem acusadores. Eles não são capazes de perdoar os seus irmãos e a si mesmos também. Pois ninguém em quem repousa o perdão verdadeiro pode sofrer. Ele não mantém a prova do pecado diante dos olhos do seu irmão. Desse modo, ele também não a viu e removeu-a dos seus próprios olhos.” (T-27.II.3:1-8)

O mundo real é alcançado quando percebes que a base do perdão é bastante real e inteiramente justificada. Enquanto o consideras como uma dádiva que não é devida, ele não pode deixar de sustentar a culpa que queres ‘perdoar’. O perdão não justificado é ataque. E isso é tudo o que o mundo jamais poderá dar. Ele perdoa os ‘pecadores’ algumas vezes, mas permanece consciente de que [eles] pecaram. E assim eles não merecem o perdão que ele lhes dá.

Esse é o falso perdão que o mundo emprega para manter vivo o senso do pecado. E reconhecendo que Deus é justo, parece impossível que o Seu perdão possa ser real. Assim, o medo de Deus é o resultado garantido de se ver o perdão como algo imerecido. Ninguém que se veja culpado é capaz de evitar o medo de Deus. Mas ele é salvo desse dilema se for capaz de perdoar. A mente não pode deixar de pensar em seu Criador enquanto olha para si mesma.  Se és capaz de ver que o teu irmão merece perdão, aprendeste que o perdão é um direito teu, tanto quanto dele. Tampouco irás pensar que Deus pretende fazer para ti um julgamento amedrontador que o teu irmão não mereça. Pois a verdade é que não podes merecer nem mais nem menos do que ele.” (T-30.VI.3:3-8, 4:1-9)

Perdoar para destruir

Do panfleto “A Canção da Oração”, capítulo 2. Perdão, seção II, temos o título “Perdoar-para-destruir”, que nós transcrevemos para conhecimento e entendimento do que não-é-o-perdão segundo o sistema de pensamento do Curso:

O perdão-para-destruir tem muitas formas, sendo uma arma do mundo da forma. Nem todas são óbvias e algumas são cuidadosamente escondidas embaixo do que parece ser caridade.

No entanto, todas as formas que ele pode parecer tomar têm apenas essa meta simples: o seu propósito é separar e tornar aquilo que Deus criou igual, diferente.

A diferença está clara em muitas formas nas quais a comparação que deve ser feita não pode passar despercebida, nem realmente se pretende que passe.

Nesse grupo, em primeiro lugar, estão as formas nas quais uma pessoa ‘melhor’ se digna a rebaixar-se para salvar uma ‘mais baixa’ daquilo que ela verdadeiramente é.

O perdão aqui se baseia numa atitude de graciosa aristocracia tão distante do amor que a arrogância nunca poderia ser desalojada.

Quem pode perdoar e contudo desprezar? E quem pode dizer a um outro que ele está mergulhado no pecado e ainda assim percebê-lo como o Filho de Deus? Quem faz de alguém um escravo para ensinar-lhe o que é a liberdade?

Não há união aqui, apenas tristeza. Não há realmente misericórdia. Isso é morte.

Uma outra forma, ainda muito apreciada como a primeira se for compreendida, não aparece em tão ruidosa arrogância. Aquele que quer perdoar o outro não clama por ser o melhor. Agora ele diz, em vez disso, que aqui há alguém cujo pecado ele compartilha, já que ambos foram indignos e merecem a punição da ira de Deus.

Isso pode parecer um pensamento humilde e pode, de fato, induzir a uma rivalidade no pecado e na culpa. Não é amor pela criação de Deus e a santidade que é a Sua dádiva para sempre. É possível que o Seu Filho condene a si mesmo e ainda se lembre Dele?

Aqui a meta é separar de Deus o Filho que Ele ama e mantê-lo longe da sua Fonte. Essa meta também é buscada por aqueles que buscam o martírio nas mãos de um outro.

Aqui é preciso que a finalidade seja vista claramente, pois isso pode passar por mansidão e caridade em vez de crueldade. Não é benigno aceitar o desprezo do outro e não responder a não ser com silêncio e um sorriso gentil?

Olha para isso, como és bom, tu que carregas com paciência e um ar de santo a raiva e a ferida que um outro te faz e não mostra a dor amarga que sentes.

O perdão-para-destruir se esconde frequentemente atrás de um manto como esse. Ele mostra a face do sofrimento e da dor, como prova silenciosa da culpa e da devastação do pecado. Tal é a testemunha que ele oferece àquele que poderia ser um salvador, não um inimigo. Mas tendo sido feito inimigo, ele tem que aceitar a culpa e a reprovação profundamente inculcada que assim é posta sobre ele.

Isso é amor? Ou é mais uma traição para com alguém que precisa ser salvo da dor da culpa? O que poderia ser o propósito disso, exceto manter as testemunhas da culpa longe do amor.

O perdão-para-destruir também pode tomar a forma de barganha e concessão. Eu te perdoarei se satisfizeres as minhas necessidades, pois na tua escravidão está a minha liberação. Dizes isso a qualquer um e serás escravo. E buscarás livrar-te da culpa em mais barganhas que não podem dar nenhuma esperança, mas apenas maior dor e miséria.

Como o perdão agora veio a ser amedrontador e como está distorcido o fim que ele busca. Tem piedade de ti mesmo que barganhas desta forma. Deus dá e não pede recompensa. Não há nenhuma dádiva a não ser como Ele. Todo o resto é zombaria. Pois quem poderia fazer uma barganha com o Filho de Deus e agradecer ao seu Pai pela sua santidade?

O que queres mostrar ao teu irmão? Tentarias reforçar a sua culpa e assim a tua própria? O perdão é o meio para escapares. Como é digno de pena fazer dele o meio para maior escravidão e dor.

Dentro do mundo dos opostos há um modo de usares o perdão para a meta de Deus e encontrares a paz que Ele te oferece. Não queiras te apoderar de nada além disso, ou terás buscado a tua morte e orado pela separação do teu Ser.

Cristo é para todos porque Ele está em todos. É a Sua face que o perdão permite que vejas. É a Sua face na qual vês a tua própria.

Todas as formas que o perdão toma que não levem para longe da raiva, da condenação e de qualquer tipo de comparação são morte.

Pois isso é o que os seus propósitos determinaram.

Não te enganes com eles, mas deixa-os de lado julgando as suas trágicas ofertas como algo sem valor. Tu não queres permanecer na escravidão. Tu não queres ter medo de Deus. Queres ver a luz do sol e o brilho do Céu cintilando sobre a face da terra redimida do pecado no Amor de Deus.

A partir daqui a oração é liberada junto contigo. As tuas asas estão livres e a oração erguer-te-á e trazer-te-á para casa onde Deus quer que estejas.

O simbolismo do perdão

Buscamos inspiração em providencial artigo do Dr. Kenneth Wapnick, em seu capítulo 3, denominado “Poucos escolhem ouvir”, do volume dois de A Mensagem de Um Curso em Milagres®, que nós estamos transcrevendo a seguir em tradução livre, sobre o tema “o simbolismo do perdão nas mensagens de Jesus no Curso”.

Em sua introdução, o autor enfatiza que busca nesse artigo destacar como o perdão serve como o grande símbolo de Um Curso em Milagres.

“Como a correção para a história do ego de pecado, culpa e medo do castigo, o perdão não pode ser real (uma vez que corrige o que nunca aconteceu), mas é antes um símbolo daquilo que sozinho é real: o Amor de Deus.

No entanto, como o Curso nos ensina, essa correção não se opõe à realidade, pois ela reflete a verdade não dualística e não antagônica.

O perdão, assim, desfaz suavemente a voz do ego, o que permite ao Filho ouvir a única Voz nesse mundo dualístico e simbólico que é capaz de conduzi-lo além dele para a verdade do Amor de Deus.”

Dr. Wapnick enfatiza que é esse processo suave de corrigir os nossos erros por meio de etapas intermediárias que faz com que Um Curso em Milagres seja único na história das espiritualidades não dualistas.

Ele retém a integridade de um sistema metafísico não dualista, porém permite que a sua verdade seja refletida no mundo dualista onde o Filho acredita que vive.

Um exemplo maravilhoso dessa gentileza é visto na passagem a seguir, que discute o despertar do sonho de terror do ego:

“Tão amedrontador é o sonho, tão aparentemente real, que ele não poderia despertar para a realidade sem o suor do terror e um grito de medo mortal, a não ser que um sonho mais gentil precedesse o seu despertar e permitisse que a sua mente mais calma desse boas-vindas à Voz Que chama com amor para que ele desperte ao invés de teme-la; um sonho mais gentil, no qual o seu sofrimento foi curado e seu irmão veio a ser seu amigo. A Vontade de Deus é que ele desperte gentilmente e com alegria e deu-lhe o meio para despertar sem medo.” (T-27.VII.13:4-5)

O perdão como um símbolo dualístico

“O perdão, é claro, é o meio de despertar do sonho de terror do ego. E é um meio que, Jesus enfatiza, é ilusório, como mostram as seguintes passagens:

A ilusão faz mais ilusão. Contudo, há uma exceção. O perdão é a ilusão que responde a todas as demais.

O perdão varre todos os outros sonhos e embora seja, ele mesmo, um sonho, não dá origem a outros. Todas as ilusões, com exceção dessa, multiplicam-se mil vezes. Mas é aqui que as ilusões chegam ao fim. O perdão é o fim dos sonhos, porque é o sonho do despertar. Em si, não é a verdade. Mas aponta para onde a verdade necessariamente está e orienta com a certeza do próprio Deus. É um sonho no qual o Filho de Deus desperta para o seu Ser e para o seu Pai, sabendo que são um só.” (LE-pI.198.2:8, 3:1-7)

O perdão poderia ser chamado de uma espécie de ficção feliz; um caminho no qual aqueles que não conhecem podem fazer uma ponte sobre a brecha entre a sua percepção e a verdade. Eles não podem ir diretamente da percepção ao conhecimento porque não pensam que é sua vontade fazer isso. Isso faz com que Deus pareça ser um inimigo em vez do que Ele realmente é. E é justamente essa percepção insana que faz com que eles não estejam dispostos a simplesmente erguerem-se e voltarem para Ele em paz.

E assim necessitam de uma ilusão de ajuda porque estão impotentes, um Pensamento de paz porque estão em conflito.” (ET-3.2:1-4, 3:1)

O perdão é, portanto, o processo de corrigir os símbolos do ego (pertencentes ao mundo dualista), desfazendo assim o sistema de pensamento do ego e abrindo espaço para que a verdade não dualística seja reconhecida e aceita.”

Voltamos para duas passagens do Livro de Exercícios onde Jesus deixa claro, novamente, que o perdão em si é irreal e ilusório, sendo simplesmente um reflexo do Amor não dualista do Céu:

“Deus não perdoa porque Ele nunca condenou… No entanto, o perdão é o meio pelo qual eu [o estudante] reconhecerei a minha inocência. É o reflexo do Amor de Deus na terra. Ele me aproximará do Céu o suficiente para que o Amor de Deus possa Se inclinar para alcançar-me e erguer-me até Ele.” (LE-pI.60.1:2, 4-6)

Pois o Amor tem que dar e aquilo que é dado em Seu Nome assume a forma mais útil em um mundo de formas.

Estas são as formas que jamais podem enganar, pois vêm da própria Ausência de Forma. O perdão é uma forma terrena de amor que, assim como é no Céu, não tem forma. Mas o que é necessário aqui é dado aqui na medida em que for necessário. Desse forma podes realizar a tua função até mesmo aqui, embora o amor vá significar muito mais para ti quando a ausência de forma tiver sido restaurada em ti.” (LE-pI.186.15:5, 14:1-4)

Examinamos agora uma breve passagem que descreve o papel do perdão em desfazer as ilusões do ego – substituindo as ilusões de medo do ego por uma ilusão feliz – e abrindo o caminho para o retorno da verdade:

Contudo, embora Deus não perdoe, o Seu Amor é, não obstante, a base do perdão. O medo condena e o amor perdoa. Assim, o perdão desfaz o que o medo tem produzido, retornando a mente à consciência [no nível da realidade (awareness)] de Deus. Por essa razão, o perdão pode verdadeiramente ser chamado de salvação. É o meio pelo qual as ilusões desaparecem.” (LE-pI.46.2:1-5)

O autor esclarece que a nossa passagem final nessa seção sobre o perdão fornece ainda uma outra descrição clara da natureza dualística do perdão, que é baseada no contraste dos opostos, entretanto, que não deve ser confundida com a realidade não dualística que não tem oposto.

“O leitor pode se lembrar, incidentalmente, da passagem dos obstáculos à paz (T-19.IV-C.11:2-3), onde Jesus enfatiza a importância de distinguir entre símbolo e fonte, forma e conteúdo.

Poder não-enfraquecido, sem oposto, é o que é a criação. Para isso não existem símbolos. Nada aponta para além da verdade, pois o que pode representar mais do que tudo? No entanto, o verdadeiro desfazer tem que ser benigno. E assim a primeira substituição do teu retrato é outro retrato de outro tipo.

Como o nada não pode ser retratado, do mesmo modo não há nenhum símbolo para a totalidade. A realidade é conhecida, em última análise, sem forma, sem retrato e sem ser vista. O perdão ainda não é um poder reconhecido como algo totalmente livre de limites. No entanto, ele não estabelece nenhum dos limites que escolheste impor. O perdão é o meio através do qual a verdade é temporariamente representada. Ele permite que o Espírito Santo faça com que a troca dos retratos seja possível até o momento em que os recursos nada significam e o aprendizado está realizado. Nenhum recurso de aprendizado nenhuma utilidade que possa se estender além da meta do aprendizado. Quando o seu objetivo é alcançado, ele deixa de ter qualquer função. Entretanto, no intervalo do aprendizado, ele tem uma utilidade da qual agora tens medo, mas que ainda amarás ….

O perdão desaparece e os símbolos se apagam e nada do que os olhos jamais viram ou os ouvidos jamais ouviram permanece para ser percebido. Um Poder totalmente sem limites veio, não para destruir mas para receber o que Lhe pertence. Não existe em parte alguma escolha de função. A escolha que tens medo de perder, tu nunca tiveste. Entretanto, apenas isso parece interferir com o poder ilimitado e com os pensamentos unificados, completos e felizes, sem opostos. Não conheces a paz do poder que não se opõe a nada. No entanto, simplesmente não pode haver nenhum outro. Dá boas-vindas ao Poder que está além do perdão e além do mundo dos símbolos e das limitações. Ele [Deus] quer meramente ser e assim meramente é.” (T-27.III.4:4-8, 5:1-9, 7:1-9)

E assim o perdão é uma correção temporária – um meio para um fim – para a crença na realidade do sistema de pensamento insano do ego. É uma ‘espécie de desfazer (embora ilusório)’ do ‘fazer’ ilusório de ataque do ego.

Para declarar esse ponto importante mais uma vez, entender a importante distinção entre a verdade da não dualidade e a ilusão da dualidade, enfatizada novamente nessa passagem, é essencial se alguém deseja realmente entender Um Curso em Milagres.

Visto que, mais uma vez, o perdão corrige o que nunca foi, ele também não deve verdadeiramente ser.

Assim, nós falamos de perdão como um símbolo e todas as passagens do Curso em que Jesus fala em perdoar o seu irmão podem ser entendidas como metáforas para o processo de desfazer a ilusão que ocorre apenas dentro da mente.

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..…Continua Parte II…..

Um milagre é uma correção. Ele não cria e realmente não muda nada. Apenas olha para a devastação e lembra à mente que o que ela vê é falso. Desfaz o erro, mas não tenta ir além da percepção, nem superar a função do perdão. Assim, permanece nos limites do tempo. LE.II.13

Nada real pode ser ameaçado.
Nada irreal existe.
Nisso está a paz de Deus.
T.In.2:2-4
Autor

Graduação: Engenharia Operacional Química. Graduação: Engenharia de Segurança do Trabalho. Pós-Graduação: Marketing PUC/RS. Pós-Graduação: Administração de Materiais, Negociações e Compras FGV/SP. Blog Projeto OREM® - Oficinas de Reprogramação Emocional e Mental que aborda os temas em categorias: 1) Psicofilosofia Huna e Ho’oponopono. 2) A Profecia Celestina. 3) Um Curso em Milagres (UCEM). 4) Espiritualidade no Ambiente de Trabalho (EAT); A Organização Baseada na Espiritualidade (OBE). Pesquisador Independente sobre a Espiritualidade Não-Dualista como Proposta de Filosofia de Vida para os Padrões Ocidentais de Pensamento e Comportamento (Pessoais e Profissionais). Certificação: “The Self I-Dentity Through Ho’oponopono® - SITH® - Business Ho’oponopono” - 2022.

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